quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Aos que aqui chegam via Tecla SAP

Mais uma vez, o Blog Tecla SAP publica um texto meu. Desta vez foi "Aprender inglês". Da outra vez tinha sido "A crase". Com isso, vários freqüentadores daquela página estão novamente chegando aqui, via link. Sejam bem-vindos. Já aviso que este blog não é temático. Escrevo sobre tudo um pouco. Às vezes a inspiração some, às vezes não sobra tempo para postar, mas o blog continua. Mesmo assim, gostaria de indicar alguns textos que publiquei aqui anteriormente que podem interessar a vocês:

Aff!
As emoticonsilábicas
Duas carnes
Eufemismos
Get a life!
Gírias
O não disfarçado
O verbo "care"
Objetividade verbal
Objetividade visual
Regras para confundir
Rou, rou, rou
Termos da moda
Transmitindo informações
Tu e outros gauchismos

Leiam também "Abolição das regras". Esse eu tirei da ordem alfabética, pois não quero que seja o primeiro que vocês irão ler. Deixem por último

Fiquem à vontade. É só clicar nos links.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Tangos e Tragédias em Portugal

Olhem só por onde andam Kraunus Sang (Hique Gomez) e Maestro Pletskaya (Nico Nicolaiéwsky). Essa imagem (cliquem para ampliar) me foi enviada pelo jornalista Alan Romero, que estará no Brasil em março e por isso lamenta perder os shows. Já tinha recebido até convite. Mas ele salienta: "Os gajos vão fazer uma turnê nacional como poucos brasileiros fazem". Logo os lusos estarão dançando o Copérnico. Será que a Esbórnia fica por perto? Tomara que essa excursão seja registrada em vídeo. Faz tempo que ouço falar num DVD que vem por aí. A passagem por Portugal seria bem-vinda nos extras. Show, mesmo, tem que gravar aqui. De preferência em Porto Alegre, como fizeram Kleiton e Kledir.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Procura-se o autor ou livro

O poema abaixo aparece em alguns blogs como sendo de Mario Quintana. E já começa a dar ibope nas comunidades do Orkut. No entanto, os "experts" não o localizaram nos livros de Quintana. Mas também não se achou outro autor. Qualquer ajuda será bem-vinda. Alguém conhece o verdadeiro autor? E caso seja Quintana, em que livro aparece? Atenção: sites e blogs não valem como confirmação. Somente título de livro.

SAUDADE
na solidão na penumbra do amanhecer.
Via você na noite, nas estrelas, nos planetas,
nos mares, no brilho do sol e no anoitecer.
Via você no ontem , no hoje, no amanhã...
Mas não via você no momento.
Que saudade...

Feriado ou dia útil?

Certo advogado valeu-se de um conhecido "saite" na Internet para manifestar seu descontentamento pelo que considerou "propaganda enganosa". A empresa de cinema Cinemark anuncia ingressos com desconto em dias úteis, mas estava cobrando preço de feriado na terça-feira de Carnaval. Segundo ele, "todos sabem" que segunda e terça de Carnaval não são feriados. Ofendidíssimo por ter sido chamado de "chato e inconveniente", ele pede que o Procon e o Ministério Público "tomem as medidas necessárias para coibir tal procedimento". E conta ainda, revoltadíssimo, que uma gerente informou que a empresa "considerava aquele dia como feriado". Ora, mas o Brasil inteiro não considera? Talvez não seja feriado oficialmente. Mas o é na prática. Quem normalmente não trabalha em domingos e feriados, folga no Carnaval, também. Se é pra fazer jus ao desconto de dia útil na terça de Carnaval, então vamos todos trabalhar nesse dia. Mas não, tem gente que quer o melhor de dois mundos: que seja feriado para o trabalho, mas dia útil para efeito de desconto. E os usos e costumes, não valem nada? Não acho que o Cinemark tenha culpa nesse caso. Adotou o critério usual, de forma coerente. Afinal, o objetivo do desconto é atrair clientes nos dias em que trabalham e têm menos horas disponíveis para o lazer. Vigora também a lei da oferta e procura: cinemas são mais freqüentados nos feriados. E Carnaval, na prática, é feriado. É o meu parecer.

domingo, fevereiro 25, 2007

Café com leite gelado

Desde criança, tenho mania de tomar café com leite gelado. Tem gente que fica repugnada só de pensar, mas garanto que nunca experimentou. É como um milk-shake de café. Meu filho toma, um de meus sobrinhos toma e de vez em quando fico sabendo de mais gente que gosta, também. Nem lembro como criei esse hábito. Deve ter sido conseqüência de meus costumeiros ataques à geladeira. Por muitas décadas, só tomei café com leite gelado. Foi só depois de muito tempo, já adulto e casado, que comecei a preferir café com leite quente nos dias frios. Mas só nos dias frios.

Na infância, eu era muito chato. As empregadas sofriam comigo. E eu não entendia os conceitos relativos de frio e quente. Por exemplo, a temperatura de um café frio ainda é mais alta do que a de uma cerveja quente, mas eu não sabia disso. Pra mim, frio era frio, quente era quente. Então eu lembro que estava nervoso porque pedia café com leite frio e a empregada nova me dava quente. Ou melhor, morno. Mas pra mim era quente. Ela pegava o café, passava de uma xícara pra outra e me devolvia. Continuava quente. De tanto eu reclamar, um dia ela disse:

- Se continuar reclamando, vou te dar café gelado!

Eu respondi:

- Mas é isso que eu quero!

A partir dali, o café com leite veio como eu queria. Ela entendeu.

Em 1991, fiquei duas semanas no Rio de Janeiro a trabalho. Mas nunca tive costume de comer muito no café da manhã, de forma que acabei desistindo de acordar cedo para ir ao restaurante do hotel. Comprei leite e Nescafé para tomar no quarto, mesmo. Quando comentei isso com um colega, ele estranhou:

- Mas como vais tomar café? Como vais esquentar o leite?
- Ah, esqueci de explicar. Eu gosto de café com leite gelado.

Ele deve ter-me achado meio louco.

Há alguns anos foi lançada uma bebida gelada à base de café, com comercial e tudo. Vinha numa latinha. Provei e achei muito aguada. Ainda prefiro café com leite gelado, mesmo. Só que agora a Nestlé lançou o Nescafé "ICE", para ser tomado gelado, e resolvi provar. Na verdade não é bem café, é uma calda semelhante a um caramelo ou cobertura de sorvete. Se eu não estivesse de dieta, experimentaria colocar sobre um sorvete de creme. Deve ficar uma delícia. No leite, ficou ótimo também. Mas, como eu disse, não é café, é uma calda de café. Mas foi uma boa idéia. Pena que seja tão calórico.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Alguma coisa

De certa forma, vejo semelhanças entre o cruel assassinato do menino João Hélio Fernandes e os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. São crimes que nos deixam perplexos, com ganas de dar uma resposta, mas não sabemos exatamente como. No caso dos americanos, surgiu na Internet uma montagem da Estátua da Liberdade mostrando "o dedo" em vez de segurar a tocha e dizendo: "We're coming, motherfuckers!" O problema é que os verdadeiros "motherfuckers" morreram nos próprios atentados. Mesmo assim, a nação americana precisava descarregar de alguma maneira. Foi como se George W. Bush visualizasse a figura de um bode expiatório chamado Alguém. "Alguém nos atacou! Alguém nos ultrajou! Alguém destruiu símbolos da hegemonia americana! Isso não vai ficar assim! Alguém vai ter que pagar por isso! Vamos atacar Alguém!" E atacaram Alguém, que acabou pagando pelos verdadeiros vilões.

O caso do menino causa uma revolta semelhante, uma sensação de impotência pelo que já aconteceu e não pode ser mudado. Os bandidos já foram presos, de forma que a justiça, imagina-se, será feita. Mas não basta. Nós, brasileiros, queremos algo mais. Porque parece haver um consenso de que essa barbárie não foi um caso isolado. Nem um fato corriqueiro. O que aconteceu, na visão da maioria, foi o ápice de um vertiginoso crescimento na violência urbana. Ou seja, "chegou num ponto que não dá mais pra agüentar". Então o que todos dizem é que é preciso fazer "alguma coisa".

Ah, sim. "Alguma coisa." Mas o quê? Reduzir a maioridade penal? Essa parece ser a "alguma coisa" eleita por todos como a medida desejada. Esse é o risco de se reduzirem as providências necessárias a "alguma coisa". No caso dos Estados Unidos, cabeças rolaram do lado de lá para aplacar a ira dos que desejavam retaliação. Foi quase uma paga simbólica, mas custou a vida de inocentes para vingar inocentes. No Brasil, diz-se que é preciso fazer "alguma coisa". E se essa "alguma coisa" for feita, encerra-se o assunto? Quando a atriz Daniella Perez foi assassinada, a "alguma coisa" da vez era rever a figura do réu primário, para que seu matador tivesse uma pena mais severa.

Soluções episódicas não resolvem muito. E também é recomendável ter cuidado com visões românticas. Concordo que é preciso criar mecanismos de inclusão social para sanar o mal pela raiz. Mas só isso não adianta. É necessário, sim, reforçar o policiamento e a segurança. É importante analisar e, se for o caso, rever as questões de Direito Penal. Parece-me que as leis são boas: sua aplicação é que deve ser justa e severa. Deve-se ter cabeça fria, serenidade e sensatez para buscar as soluções adequadas, de forma ampla e continuada. Situações como a deles e a nossa não se encerram apenas atacando "alguém" ou fazendo "alguma coisa".

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

"Quarto" Segredo de Fátima

Circula por e-mail um texto alarmista dizendo que a Igreja Católica permitiu que se revelasse "parte" do Terceiro Segredo de Fátima. E a seguir vêm uma série de profecias catastróficas. Ora, o Terceiro Segredo de Fátima já foi revelado em sua totalidade. E não é esse texto dramático que os internautas repassam preocupadíssimos. A transcrição dos três Segredos pode ser lida clicando aqui, para acessar a Wikipédia. Esse outro "segredo" que circula por aí é tão secreto que nem se sabia de sua existência. Deve ser o quarto.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Imagem do século passado

Lembram da Discoteca? Já foi a maior rede de lojas de discos de Porto Alegre. Em 1988 ela dizia ter "o melhor em disco laser", que era o apelido do CD no tempo em que era novidade. Pouco depois, a Som Livre já anunciava seus lançamentos "em LP, cassete e compact disc". Nem todas as lojas vendiam CD e as que tinham guardavam-nos no balcão do fundo ou no subsolo. Era um formato novo e secundário. Muitos achavam que o LP nunca iria terminar. Aliás, ele ainda persiste como um formato de nicho restrito. Mas como produto em larga escala, acabou.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Não adianta

No dia 4 de abril de 2006, comentei aqui no blog sobre aquela notícia dos celulares que explodiam enquanto estavam sendo carregados. Disse que tinha todo o jeito de informação falsa daquelas que circulam por e-mail com a observação de que repasse para o maior número de pessoas, exceto por um detalhe: foi divulgada na imprensa, com nome completo da vítima. E concluí que servia de exemplo para a distinção entre notícias verdadeiras e falsas. As verdadeiras não escapam à imprensa.

Pois agora temos outro caso: a senhora que faleceu de ataque cardíaco em conseqüência do telefonema sobre o falso seqüestro. Está na capa da Veja. Que acontecem essas extorsões ou golpes, já se sabia há muito tempo. Mas a morte provocada pelo susto faz parecer aquelas mensagens alarmistas que circulam por e-mail. E, no entanto, é verdade. Não é o e-mail que está dizendo que "deu na imprensa". É a própria imprensa.

Mas não adianta. As pessoas vão continuar repassando indiscriminadamente qualquer bobagem, com a melhor das intenções. Acabei de receber o alerta dos jovens que são seqüestrados nas proximidades de construções e depois, dentro da barriga da vítima, aparece um bilhete plastificado com um aviso de que ela foi infectada "com várias doenças, como tuberculose, mal de Chagas e até HIV positivo"? (Se o vírus ou a doença se chama "HIV positivo", quer dizer que alguém pode se infectar com "HIV negativo"?) A história tem todos os elementos típicos de lenda urbana, mas já deve estar circulando mais do que bolsas rotativas nas mãos de trabalhadoras autônomas do turno da madrugada. Diz que "a polícia pede para repassar para o maior número de pessoas", mas os repórteres, pelo visto, dormiram no ponto e não noticiaram uma só linha.



Um visitante do blog se ofendeu com o que escrevi em meu texto "Burrices do Orkut". Eis o comentário:

Burro mesmo é quem quer impor um padrão para o uso do Orkut. Aquilo é um meio de comunicação de massas. O que pra você é uma "forma burra de se usar o Orkut" pra outro pode ser a mais divertida. Cada um faz o uso que quiser dentro das limitações que o site impõe. Aproveite-o da forma que considera mais proveitosa e deixe que os outros também o façam.

Eu respondi que mantinha minha opinião e ele replicou:

Felizmente sua opinião não é a que vigora. Se fosse ela que valesse, o Orkut não seria o sucesso que é. Cabeças "limitadas", que o usam de "forma burra", fazem dele um fenômeno da Internet.

Ora, o fato de algo ser "sucesso" ou "fenômeno" não é necessariamente um indicativo de inteligência de seus adeptos. Se assim fosse, os telespectadores de "Big Brother Brasil" seriam gênios! O que me deixa inconformado é o desperdício do verdadeiro potencial dos meios. Mas claro que não posso "impor padrões". Nem tenho como impedir a subutilização de nada. Como não podia quando surgiu o videocassete e a maioria o usava somente para assistir a fitas alugadas. Como também não posso evitar que alguém contrate TV por assinatura com mais de 100 canais somente para ter uma melhor imagem da Globo. Mas posso dizer o que penso.

Revendo as fotos da praia


A série de fotos da praia já estava encerrada, mas resolvi postar mais essas duas. Estava testando o visualizador Irfanview e essas imagens encheram os olhos. São de Atlântida, na área reservada onde deveria ter sido feita uma praça. Mas, como eu disse antes, assim ficou mais bonito. Cliquem para ampliar.

Apesar do "fervo" da temporada de veraneio, Atlântida e Capão da Canoa sempre me aparentaram ser balneários tranqüilos e grandes o bastante para se caminhar, andar de bicicleta e espairecer. Mas nessa última vez, parece que tudo ficou menor e mais congestionado. É que nos velhos tempos, como diria Nei Lisboa, eu tinha "pouco mais que nada pra pensar".

sábado, fevereiro 17, 2007

Coincidências

Na semana passada dei uma escutada no CD do Inter que a Zero Hora vendeu há algumas semanas. A primeira faixa, intitulada "Acorda Colorado", é uma bonita montagem com texto lido por locutor entremeado por depoimentos dos jogadores, com fundo musical. Só que alguns trechos me chamaram a atenção. Por exemplo:

"Acorda colorado, para lembrar a primeira vez que você chorou pelo Inter."

Aqui no blog eu já tinha escrito: "E eu, pela primeira vez na minha vida, chorei por uma vitória do Inter" ("
CUMPRIU-SE A PROFECIA!", 17/12/2006).

Mais adiante o locutor diz:

"Acorda, colorado. (...) Para lembrar dos que se foram e que estariam vibrando com você agora."

No dia 5 de dezembro eu escrevi:

"O momento é tão importante que até mesmo torcedores afastados, como é o meu caso, sentem-se convocados para voltar à ativa. Aliás, mesmo quem já está em outro plano há de se fazer presente em espírito" E terminei dizendo: "Boa viagem, Colorado! Torcedores de quase um século viajam contigo!" ("
Boa viagem, Colorado")

Certas idéias são óbvias, mas não deixam de ser coincidências. Aliás, no dia em que o estádio Beira-Rio inaugurou, Milton Jung escreveu uma crônica chamada "Acorda, meu povo!". Está lá, num LP comemorativo lançado em 1969.

Aprender inglês

Na semana que passou a Zero Hora publicou uma matéria em um de seus cadernos especiais sobre como escolher o melhor curso de inglês para seu filho. Acabei nem lendo, pois já tenho opinião mais do que formada sobre o assunto. Curso de inglês é como regime alimentar: em princípio, todos dão certo se forem levados a sério. Só é preciso desconfiar de métodos revolucionários ou milagrosos, que prometem resultado sem muito esforço. De resto, o ideal é escolher o mais conceituado e nele seguir até o fim. Quando a gente fica trocando muito, é porque quer fugir do sacrifício. Sim, estou falando tanto de dietas quanto de cursos de idiomas.

Por outro lado, concordo com alguns de meus amigos quando reclamam da exigência indiscriminada de domínio de inglês para tudo. Certos empregos requerem esse conhecimento muito mais por modismo do que por necessidade. Claro que saber uma língua estrangeira é sempre uma vantagem. Mas será mesmo um requisito indispensável? Para todos os empregados? Sobre isso, existe um texto de Max Gehringer, da Revista Exame, que é perfeito. Chama-se "Você é hands-on?" Este é o trecho que nos interessa:

- Fabiana, eu quero três cópias deste relatório.
- In a hurry!
- Saúde.
- Não, isso quer dizer 'bem rapidinho'. É que eu tenho fluência em inglês. Aliás, desculpe perguntar, mas por que a empresa exige fluência em inglês se aqui só se fala português?
- E eu sei lá? Dá para você tirar logo as cópias?

Isso mostra também como uma pessoa que sabe inglês pode ver frustrada sua expectativa de ter seu conhecimento aproveitado.

Uma área em que o inglês é considerado indispensável é computação. Qualquer analista de sistemas ou técnico em informática que quiser encarar a fundo a atividade já sabe que não poderá fugir ao idioma de Shakespeare. E mesmo assim, alguns protestam. O fato de se ter vocação para lidar com computadores não garante a mesma desenvoltura com idiomas. São aptidões diferentes. No entanto, a bibliografia de informática é toda em inglês. Ora, não seria apenas o caso de traduzir? Em princípio, sim. E cada vez mais aparecem clássicos da literatura de computação em língua portuguesa. Mas enquanto as editoras brasileiras começam a pensar no caso de lançar essa ou aquela obra, já surgem livros mais atualizados nos Estados Unidos. Sem falar a proliferação de artigos, que já era grande antes da Internet e hoje se dissemina com muito mais rapidez. Para mudar isso, seria preciso uma profunda alteração em toda a cultura do meio. Na França, por exemplo, dizem que se traduz tudo. É uma prática que vem a beneficiar tanto aos estudantes quanto aos tradutores, além de valorizar o idioma local.

O conselho que eu daria a quem não gosta de inglês mas é obrigado a aprender a língua por motivos profissionais é de que não fique ansioso. O seu colega fala com fluência enquanto você mal consegue dizer "the book is on the table"? Ótimo, você já pode responder a quem perguntar onde está o livro. Se estiver na prateleira, vá correndo pegá-lo e colocá-lo sobre a mesa antes de dar a resposta. Nem todos têm a mesma facilidade de aprender uma língua estrangeira. Eu tive sorte de nascer com queda para o inglês, mas invejo as pessoas que se mantêm naturalmente em forma sem nunca consultar um endocrinologista ou nutricionista – vide a analogia lá do primeiro parágrafo. Jamais terei corpo de manequim, mas consigo me entusiasmar com uns quilinhos perdidos. Assim também, os que possuem dificuldade com inglês provavelmente nunca serão tradutores ou professores, mas podem vir a dominar o suficiente para encarar a bibliografia com ajuda de um dicionário. Aliás, a questão do tradutor da área técnica é complicada. Quem sabe muito de inglês e pouco de informática pode se sair com um "código de origem" sem saber que o usual é "código fonte". Por outro lado, quem sabe muito de informática e pouco de inglês (ou mesmo de português) acaba inventando "resetar" (assim mesmo, com um "s" só e pronunciado "ressetar"), "customizar" e "insertar". Os dois lados precisam se entender melhor, mas chegaremos lá.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Oi

Estou aqui, mas tá difícil achar tempo de escrever no blog. Quem sabe no Carnaval. Pra mim, Carnaval sempre foi feriado, nada mais. Nas poucas vezes em que tentei entender o que os outros tanto gostam nos bailes, me dei mal. Vou estar com meu filho, mas isso não impede que venha aqui de vez em quando. Mas hoje e agora tá complicado.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

"Gonna fly now..."

No dia 15 de dezembro de 2005, escrevi sobre minha admiração pelo personagem do cinema Rocky Balboa ("Rocky, um vencedor"), comentei genericamente os filmes da série e terminei dizendo: "O que estará fazendo hoje Rocky Balboa? Eu iria ver um Rocky VI sem pensar duas vezes."

Sem que eu soubesse, já estava em andamento a produção para a volta do pugilista criado e interpretado por Sylvester Stallone. Hoje, finalmente, fui ver o filme "Rocky Balboa". Os clichês de roteiro continuam os mesmos, mas com uma diferença: 30 anos se passaram desde o primeiro filme, "Rocky, um Lutador", 21 anos desde "Rocky IV", o último em que o personagem aparecia lutando profissionalmente, e 16 desde "Rocky V", que fechou a série original (o ano-base para os cálculos foi o da filmagem, 2006). Assim, o retorno de Rocky Balboa aos ringues tem um componente extra de volta aos bons tempos e de provar que a idade e um longo período de inatividade não destroem a capacidade de lutar (literal e metaforicamente). A cena mais emocionante não é a da luta final, mas a seqüência que mostra vários momentos do treino de Rocky ao som do clássico tema "Gonna Fly Now". Quando se ouve a fanfarra de introdução e Rocky já está correndo pelas ruas da Filadélfia, é impossível para quem é fã do personagem desde os anos 70 não ficar arrepiado. É como se nossa adolescência de 1976 ressurgisse das cinzas para retomar os sonhos, os planos que mudaram na roda viva, as coisas boas de que por algum motivo nos afastamos. Se Rocky não está velho demais para lutar, nós também podemos tentar de novo.


Não tem como errar: se você gostou pelo menos de um dos três primeiros filmes da série (já que o quarto e o quinto realmente deixaram a desejar), vai adorar "Rocky Balboa". E, se for da minha geração, sairá do cinema com a sensação reconfortante de que ainda não entregamos os pontos.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Em outros sites

Faz tempo que estou devendo a amigos e visitantes a colocação de links no blog. Mas tão cedo não devo fazê-lo, pois ainda quero pensar no melhor critério. O menos injusto seria fazer como a Rosana Herrman e listar indiscriminadamente todos os endereços conhecidos. Mas a desvantagem disso é que, na prática, não haveria efetivamente uma "recomendação" de sites, mas apenas uma relação tão extensa de links que dificilmente alguém se sentiria motivado a clicar am algum. Se é pra fazer "sorteio", prefiro deixar como está. E se eu esquecer alguém, posso cometer injustiças.

Mas não custa lembrar que há textos meus em outros sites. Poucos, mas estão lá. O
Portal da Jovem Guarda, por exemplo, contém os seguintes comentários:

Renato, seus Blue Caps e seus CDs – Sobre a caixa com todos os álbuns de Renato e Seus Blue Caps originalmente lançados para a CBS.

É uma brasa que não se apaga, mora! – Comentando a caixa de Roberto Carlos dos anos 60 da série "Pra Sempre".

Netinho na luta – Entrevista com o ex-baterista dos Incríveis sobre a volta do Casa das Máquinas e outros assuntos.

Dose dupla em Porto Alegre – Matéria sobre o show de Golden Boys e Renato e Seus Blue Caps em Porto Alegre. Minha foto com Renato eu já mostrei aqui.

O site "Let's Rock" está republicando alguns textos do International Magazine. Os meus são:

Nos tempos de Mr. Lee – Lembrando o saudoso programa de "Mr. Lee" na Rádio Continental em 1975 e 1976. Conto também de minha participação em dois "Roda Som" em dezembro de 2002, mostrando gravações da época.

Geração MP3 vocês já leram aqui, mas está lá também.

Pra quem quiser avaliar o meu inglês, há um texto meu no seguinte endereço:

Aladdin Sane: Ziggy from rags to riches – Comentário sobre o LP "Aladdin Sane", de 1973, que foi o que me tornou fã de David Bowie. Está lá no site The Ziggy Stardust Companion, dedicado ao álbum "Ziggy Stardust", de 1972, e todos os que seguiram a mesma linha até David trocar de banda e se afastar temporariamente do hard rock. Essa, aliás, é a minha fase preferida de David Bowie.

Isso me faz lembrar que meu blog em inglês está praticamente abandonado. Eu mal tenho tempo de atualizar este. Mas qualquer hora retomo. Está lá, para quem quiser conferir:
Emilio Pacheco from Brazil. E quanto aos outros textos que indiquei, aproveitem os links para explorar o restante dos sites. Em especial o da Jovem Guarda, que já tem mais de um ano e está cada vez melhor, graças ao bom trabalho desenvolvido por Marcelo Fróes.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Quando a desinformação vira notícia

Uma das discussões mais recorrentes na Faculdade de Jornalismo é a definição de notícia. É o tipo do conceito que parece mais fácil de entender do que descrever. Cada professor tinha uma forma diferente de explicar. Mas parecia haver um consenso de que notícia precisa ser uma informação nova ou de divulgação recente. Por exemplo, se eu chegar hoje aqui e escrever em letras garrafais que o Internacional é Campeão do Mundo, pode ser uma verdade incontestável, mas não é mais notícia.

No entanto, às vezes a desinformação generalizada consegue gerar "notícias". Quando saiu o livro "Roberto Carlos em Detalhes", de Paulo César Araújo, alguns veículos de comunicação citaram como "revelação bombástica" o fato de que Roberto e Erasmo tiveram um desentendimento nos anos 60. Ora, isso é fato sabido e já contado por Erasmo em diversas entrevistas. Foi um curto período em que não assinaram as músicas juntos. Já o próprio livro erra ao dizer que somente em 1992 foi revelado que "Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos" era dedicada a Caetano Veloso. Isso o próprio Roberto já havia mencionado na época do lançamento do disco. O que provavelmente aconteceu em 1992 é que esse fato foi divulgado no Fantástico. Para boa parte do povo brasileiro, o que não aparecer no Fantástico não é notícia. Por isso eu sempre digo que só o Fantástico pode acabar de uma vez por todas com as falsas autorias atribuídas a Verissimo, Quintana, Jabor e outros. Mas isso é assunto para outro momento.

A imprensa mundial está em polvorosa desde que o fotógrafo Peter Blake afirmou em entrevista recente que a imagem de Adolf Hitler estava escondida na capa do lendário LP dos Beatles "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", de 1967. Os sites da Internet inteira estão reproduzindo a notícia da BBC. A Zero Hora de hoje chegou a fazer uma simulação de onde a figura de Hitler deveria ter aparecido. Oh, céus! Hitler num disco dos Beatles! Que escândalo!

Em primeiro lugar, não é novidade nenhuma que Hitler chegou a ser cogitado para a foto. Sempre se soube que os Beatles chegaram a mandar fazer uma imagem do ditador alemão, a qual deveria aparecer ao lado das demais personalidades que adornam a capa. A foto abaixo, que já é conhecida dos Beatlemaníacos há muitos anos, prova isso:

Observem que a figura de Hitler está bem à direita, indicada pela seta branca. Vejam em detalhe:
A foto foi obtida deste site. Agora pensem: se a imagem está ali, encostada na parede, enquanto a montagem já está praticamente pronta, vocês acham que depois disso alguém a teria retirado dali para colocá-la "escondida" em meio às outras? O texto divulgado no site da BBC Brasil diz:

No retrato que acabou sendo usado na lendária capa, Hitler fica encoberto em parte pelo baterista Ringo Starr e pelo atleta e ator Johnny Weissmuller, que viveu o Tarzan na telona.

Para entender melhor, vejam a capa:

Ora, se Hitler fica encoberto "em parte" por Ringo, concordam que, se o baterista saísse da frente, uma parte da imagem do nazista deveria aparecer? Então olhem esta outra foto da mesma sessão:

Hitler estaria "à esquerda" de Johnny Weismuller. Onde ele se escondeu agora? A menos que ele seja aquele baixinho que antes estava atrás de John Lennon (de amarelo) e que nessa foto aparece por inteiro. Isso, sim, seria uma revelação curiosa, pois todas as informações divulgadas desde o lançamento do disco dizem que aquele é Albert Einstein. Para ver mais fotos alternativas como essa, cliquem aqui.

De qualquer forma, não entendo como uma imagem que não aparece pode ser motivo para tanto alvoroço. Os fãs já conheciam essas fotos há muito tempo e sempre souberam que Hitler chegou a ser sugerido para constar na capa. Se os Beatles, de última hora, decidiram tirá-lo da montagem, que diferença faz se a figura dele ficou escondida atrás de outra ou totalmente afastada do alcance da câmera? Blake diz que há fotos de outros ângulos que provam que Hitler estava, sim, oculto no enquadramento do cenário. Pois que sejam divulgadas, até para tirar a dúvida sobre aquela cabeça com o rosto encoberto. Se ela for mesmo de Einstein, acho difícil, praticamente impossível, que houvesse um Hitler escondido no cenário. Seria então mais uma mistura de equívoco com desinformação que se transformou em notícia.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Camelos?

Hoje encontrei numa comunidade do Orkut uma mensagem com o seguinte título: "Não somos camelos, somos artesoes." Se não somos camelos, somos o quê, dromedários? Não entendi bem o que os camelos tinham a ver com artesões, então resolvi ler. Só depois de algum tempo caiu a ficha. E tem gente que ainda acha bobagem colocar acentos (observem que "artesões" também estava sem - não fui eu que esqueci!). Qualquer dia essa turma recebe um convite para comer coco e pode se dar mal.

P.S.: Conforme observou a Karen nos comentários, o plural de artesão é "artesãos". Erraram duas vezes. E eu errei uma vez com eles, pois não percebi esse detalhe.

domingo, fevereiro 04, 2007

Roque Santeiro

(Leiam também este post mais recente, contendo um trecho de vídeo.)

Na minha adolescência, sempre que eu passava uma temporada na casa de parentes, voltava acompanhando alguma novela. Naquele tempo eu ainda não gostava de ler (só gibis) e, longe de meus adorados discos, só me restava fazer companhia a meus anfitriões diante da televisão. Vai daí que, nas férias de julho de 1975, fiquei duas semanas em Passo Fundo com meus tios e passei a assistir a "Bravo" e "Escalada". Esta última já estava em reta final. A Globo já começava a exibir a chamada da próxima novela: "Roque Santeiro". Lembro bem das cenas mostrando uma cruz em meio a um povoado e no final uma voz feminina dizendo: "Pergunta pra eles se Roque Santeiro é ou não é um santo?" Aí entrava o locutor dizendo "Roque Santeiro, a nova novela das oito, blá blá blá..."

O final de "Escalada" provocou polêmicas e cartas iradas ao "Correio do Leitor" (a seção de cartas do Correio do Povo), talvez por não ter um final nos moldes tradicionais. Antônio Dias (Tarcísio Meira) não voltou para Cândida (Suzana Vieira), mas foi feliz em sua nova vida, tornando-se um fazendeiro bem sucedido. Mas, para minha surpresa, no dia em que "Roque Santeiro" deveria estrear, vi na Zero Hora um anúncio de que teria início uma reprise de "Selva de Pedra" no mesmo horário. Um compacto de 30 capítulos. Logo estourou a notícia: a novela de Dias Gomes havia sido censurada. Não houve jeito de conseguir sua liberação. O autor conta em sua autobiografia que sua esposa Janete Clair teria dito que, se era assim, "o horário das oito não vai sair daqui de casa". Passou "Bravo", a outra novela que eu estava acompanhando, para as mãos de Gilberto Braga e começou a escrever "Pecado Capital", que aproveitaria os mesmos atores da novela censurada de seu marido.

Por tudo isso, quando "Roque Santeiro" finalmente estreou em 1985, com novo elenco, fiquei curioso em conferir uma matéria que faria o "Vídeo Show", comparando cenas da novela antiga e da nova. Tempos depois, em 1999, foi a vez do "Fantástico" mostrar mais cenas do primeiro capítulo censurado. Hoje, com o mercado de DVD, seria interessante que a Globo disponibilizasse de alguma forma para o público o material da versão original. Não só as cenas que chegaram a ser gravadas mas também a trilha sonora, que já devia estar toda pronta.

Vou dividir algumas dessas imagens com vocês, mas sempre com o alerta de que foram captadas com máquina fotográfica. Ainda não tenho como fazer captura de vídeo diretamente no computador. Aí vão elas:





O Sinhozinho Malta da primeira versão era dez anos mais jovem e não usava bigode, mas também era a cara do Lima Duarte.


Na época, o comentário geral era de que Betty Faria não teria sido tão boa Porcina quanto Regina Duarte. Na verdade, o público se acostumou com a personagem daquele jeito e não conseguiria imaginá-la com outro corpo. Mas Betty Faria é ótima atriz e com certeza teria tido um grande desempenho. Aliás, Regina Duarte é que foi a surpresa, pois esse foi o seu primeiro papel caricato, depois de ter sido Namoradinha do Brasil e posteriormente a mulher madura da série "Malu Mulher". Vejam abaixo duas fotos da mesma cena interpretada pelas duas atrizes:

Por fim, já que estamos no embalo, vamos ver algumas cenas de "Roque Santeiro" de 1985:
Nem todos os telespectadores captaram o subtexto desta cena do último capítulo: era uma paródia ao final do filme "Casablanca". José Wilker estava vestido de Humphrey Bogart e só faltou dizer "here's looking at you, kid". Ao fundo, ouvia-se uma versão instrumental de "As Time Goes By". Para evitar que a imprensa revelasse o desfecho da trama, a Globo gravou dois finais. O que foi ao ar foi este da imagem acima, em que Porcina fica com o Sinhozinho Malta e Roque embarca sozinho no avião. Mas no domingo o "Fantástico" mostrou as cenas do final alternativo, em que Porcina embarca no avião com Roque, deixando o Sinhozinho em terra, curtindo uma fossa:

Esse recurso inspirou a emissora a criar o "Você Decide", em que o espectador é que escolhia o final, mediante votação por telefone. Uma curiosidade é que eu não assisti à novela, apenas gravei as reportagens e o último capítulo.

sábado, fevereiro 03, 2007

Outra raridade

Mais uma descoberta nas minhas fitas VHS: Cléo Pires aos 13 anos, declarando-se fã dos Mamonas Assassinas e dizendo que a morte do grupo foi uma de suas maiores tristezas, juntamente com o falecimento de sua avó. Mas diz que chorou mais pelos Mamonas, pela forma prematura e inesperada com que morreram. Esse depoimento aparece no "Globo Repórter" da semana seguinte ao acidente que vitimou os músicos de Guarulhos, em março de 1996. Como vêem, Cléo já estava praticamente como a conhecemos hoje: um mulherão. Foi apresentada apenas como filha de Fábio Júnior e Glória Pires, embora já tivesse participado da mini-série "Memorial de Maria Moura" aos 11 anos.

P.S.: Custei a identificar o que é aquele círculo amarelo à direita. É o reflexo da lâmpada do meu quarto. Agora fica assim, mesmo.

Eu mereço!

Ninguém nasce sabendo, diz o clichê. Mas o que me impressiona às vezes é quem não sabe, pensa que sabe e ainda se enche de razão para tentar demonstrar um conhecimento que não tem. Lembro quando a professora de literatura Jane Araújo citou aquele texto de Paulo Sant'ana sobre amizade em uma comunidade do Orkut. Imediatamente um pseudointelectual contestou: "Esse texto é de Vinicius de Moraes. Você devia verificar melhor as suas fontes." Ora, quem tinha que verificar melhor as fontes era ele, pois a atribuição de "Meus Secretos Amigos" a Vinicius começou na Internet. O texto é mesmo do Sant'ana. Que o rapaz não soubesse disso, tudo bem. Mas da forma como respondeu, até parece que conhecia o autor de fonte segura, quando foi apenas mais um entre muitos incautos a confiar cegamente na Internet. E ainda tentou dar uma "ganhada" numa das internautas mais bem informadas do Orkut.

Em 16 de junho de 2005, publiquei um comentário rápido que transcrevo aqui:

Quando me disseram que tinha surgido uma tradutora no Orkut se dizendo "auto de data", achei que fosse gozação. Mas experimentem pesquisar "auto de data" no Google, somente em páginas em português, e vejam o que aparece!

P.S.: Isso prova o quanto faz falta um professor...

Hoje me aparece este comentário assinado por um tal de Thiago, que não deixou e-mail nem endereço de site:

Auto de data, uma expressão composta e admissível. Atualize-se!

Tudo bem, Thiago. Eu estou sempre pronto a aprender. Então vamos fazer o seguinte: indique-me uma fonte confiável que confirme a existência dessa expressão. Se eu estiver errado, faço a correção. Perdoe-me, mas eu me recuso a desperdiçar o precioso espaço deste blog explicando a formação da palavra "autodidata". Meu público-alvo são as pessoas esclarecidas.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Mais viagem no tempo

Hoje tive mais tempo (é feriado municipal em Porto Alegre) e aproveitei para examinar mais algumas fitas VHS e passá-las para DVD. É curioso descobrir gravações de transmissões que eu lembro de ter visto, mas não sabia que estavam nos cassetes. Como, por exemplo, um Jornal do Almoço de 1992 em que foi entrevistado o cirurgião plástico Ivo Pitanguy. Paulo Sant'ana lembra que foi o médico quem "endireitou sua cara" e diz que ele deve estar "admirando sua obra". No mesmo programa aparecem as trigêmeas de Tucunduva anunciando que iriam posar para a Playboy. Na verdade elas foram mais longe: chegaram a ser capa da edição americana, com direito a matéria e tudo sobre "the Brazilian triplets".

Do mesmo ano, há um "Globo Repórter" sobre o arrastão à beira-bar no Rio de Janeiro. E se alguém achou que eu estava mentindo quando disse que gosto de horário político, encontrei cerca de duas horas de propaganda eleitoral gratuita do segundo turno da campanha para Prefeito de Porto Alegre, entre Tarso e Schirmer. Deu Tarso. Seria a segunda de quatro administrações consecutivas do PT. Lamento não ter gravado a campanha de 1988, que foi mais interessante. Ainda lembro da musiquinha do Vilella e também de Brito e Mercedes. No fim, ganhou Olívio Dutra. Para não dizer que não salvei nada, achei um trecho da fala de Sérgio Jockymann, que se anunciava "candidato a um milagre".

Uma das descobertas mais interessantes foram as fitas do trabalho de Faculdade que fizemos logo depois do impeachment de Collor. Conforme já contei aqui (leiam "
O dia em que eu defendi o Collor"), uma parte do grupo foi para o estúdio da Ipanema gravar o programa "Talk Radio", que era apresentado por Kátia Suman. Mas o que ela não sabia é que a outra metade da equipe estava na casa de uma colega ligando para o programa. Tenho os dois lados da conversa em vídeo e passei os dois para o mesmo DVD. Meu gravador até permitiria fazer uma edição combinando as duas fitas em um único diálogo, mas seria um processo trabalhoso e o resultado não ficaria profissional. Então gravei sem editar, mesmo, primeiro um lado, depois outro. E é bom saber que a presença de Kátia no estúdio da Ipanema ficou eternizada em vídeo. Acredito que não seja o único registro, mas esse é para meu arquivo. O professor Carlos Gerbase aparece rapidamente no começo. Depois disso, fui lá algumas vezes para participar do "Clube do Ouvinte".

Outro achado que me deixou muito feliz foi o aniversário de 1 ano de meu filho. Por sorte, pedi a quem fez a filmagem que me desse a fita matriz, também. Eu já sabia que ele iria acrescentar um monte de babados inúteis na edição final, então disse que queria guardar o original. E foi a minha sorte, pois houve algum problema e a fita dos "babados inúteis" ficou sem som. Então a matriz está lá, perfeita, captando o "Parabéns" e a conversa de todos, mesmo de longe. Alguns convidados já faleceram, um deles bem jovem.

Estou adorando esta viagem no tempo. Já ouvi dizer que os DVD-Rs não duram para sempre. O ideal seria fazer cópias novas de tempos em tempos a partir dos próprios DVDs. De qualquer forma já decidi que não vou me desfazer das fitas. Elas serão guardadas, mesmo com risco de desmagnetizar. Podem mofar, também, mas isso tem solução.