sábado, março 25, 2017

Dez Miolados autografando

Estive agora há pouco no Centro Municipal de Cultura (mais conhecido como o local do Teatro Renascença) para a sessão de autógrafos do livro "DezMiolados". São dez cronistas reunidos em livro: Anderson Cerva, Auber Lopes de Almeida, Carlos Dreyer, Carlos Leão, Flávio Dutra, Paulo Motta, Paulo Palombo Pruss, Pedro Chaves, Ronaldo Bastos e Sérgio Araújo. O lançamento é da Farol 3 Editores, que anuncia para breve "DezMioladas", com a participação de mulheres.


Fiz questão de tirar fotos com meus amigos Paulo Palombo Pruss (acima) e Auber Lopes de Almeida (abaixo).

quarta-feira, março 22, 2017

Roger Hodgson em Porto Alegre

Em duas horas de show, como anunciou que seria bem no começo (incluindo o bis programado), Roger Hodgson agradou ao público do Pepsi on Stage, ontem, em Porto Alegre. Veio com banda completa e cantou todos os clássicos do Supertramp que os fãs esperavam ouvir. Era o dia de seu aniversário e, ao escutar um espontâneo "Parabéns a Você" da plateia, perguntou se aquilo era "Happy Birthday". A data seria registrada em dois momentos posteriores: quando uma moça entrou no palco trazendo um bolo com velas e também com uma interpretação de "Birthday", dos Beatles, por iniciativa do grupo.

Simpaticíssimo, alternando entre teclados e guitarras, Roger falou inglês a maior parte do tempo. Abriu com "Take The Long Way Home", depois disse que a música era o melhor remédio e que todos deveriam deixar para trás os problemas durante a apresentação. Dedicou "Lovers in the Wind", de seu primeiro disco solo, aos namorados presentes. Avisou que iria cantar uma canção que havia composto aos 19 anos, na Inglaterra, sonhando com as belas mulheres da Califórnia, "mas se eu já soubesse do Brasil ela se chamaria 'Breakfast in Brazil'!" E cantou "Breakfast in America".

Um raro momento em que tentou se comunicar em português foi quando explicou a letra de "Death and a Zoo": "Se você fosse um animal, o que faria se tivesse que escolher entre a morte e o zoológico?" Mas a galera vibrou mesmo com as composições do tempo do Supertramp, como "The Logical Song", e chegou ao êxtase em "Dreamer", que a turma da minha idade lembra como o tema do programa "Transasom", da TV Gaúcha (hoje RBS TV).

Depois do "fim oficial" com "Fool's Overture", Roger e banda voltaram para o bis com o enérgico rock "Had a Dream", de seu primeiro álbum solo, e encerraram com as duas que faltavam: "Give a Little Bit" e "It's Raining Again". Como se sabe, o Pepsi on Stage não é um bom local para shows em termos de acústica, mas ontem o som esteve razoável. Enfim, foi uma noite bem sucedida para todos. Parabéns a Roger pelo show e por seus 67 anos bem comemorados.

domingo, março 19, 2017

Leituras demoradas

Em minha infância e parte da adolescência, eu adorava histórias em quadrinhos, mas não encarava os livros. Minha mãe tentou me incentivar, mas não deu certo. Eu folheava aqueles volumes com 200 ou 300 páginas de puro texto e pensava: é muita coisa! A sensação que eu tinha era de que a leitura seria tão extensa e demorada quanto, por exemplo, percorrer 100 quilômetros a pé. Não me animava a enfrentar o que me parecia uma longa e interminável empreitada.

Mas houve algumas exceções. Ganhei de presente o livro "Johnny e Edison" (título original "Jennings and Darbishire"), de Anthony Buckeridge, e comecei a lê-lo. Adorei o estilo. Em alguns trechos, cheguei a rir em voz alta. Minha irmã, já adulta, vendo como eu me divertia, pediu o livro emprestado. Depois, tive a surpresa de saber que ela o leu numa noite. Numa noite? Mas como? Eu acho que demorei vários dias para concluir a leitura.

Em 1972, a Editora Abril começou a lançar no Brasil a série Hardy Boys. Li os dois primeiros volumes e até gostei, mas depois acabei desistindo de acompanhar os demais títulos. Mas lembro bem quando um conhecido me perguntou em que capítulo eu estava no primeiro livro. Não me recordo da resposta, mas fiquei impressionado quando ele me contou que já havia terminado de ler. Tão depressa?

Hoje vejo no site Audible alguns títulos das séries Jennings (o "Johnny" das edições brasileiras) e Hardy Boys e constato que os audiobooks ficam entre três e quatro horas de gravação, não mais do que isso. E eu levava dias para ler tudo. Como era difícil para mim encarar um livro naquela idade! Isso que me alfabetizei aos quatro anos e meio. Aos cinco, lia sem problemas as legendas no cinema. Não era dificuldade de decifrar as letrinhas, era falta de intimidade com a literatura, mesmo. Certa vez tive que escrever uma resenha sobre "A Volta ao Mundo em 80 Dias", de Júlio Verne, em uma edição condensada. Iniciei a leitura num dia útil, mas precisei de um fim de semana inteiro para concluir o livro a tempo. Mal tinha passado da metade quando um colega meu disse que já tinha lido.

Não admira que eu só tenha aprendido a realmente gostar de ler depois dos 20 anos. Comecei com biografias de meus ídolos da música até descobrir que, como o meu pai, aprecio textos de não-ficção. O aprendizado de inglês também me estimulou a buscar obras nesse idioma. Hoje o problema é organizar meu tempo para ler tudo o que já comprei. Mas devoro com prazer obras de até 700 páginas ou mais, quando o assunto me interessa. Para mim, a leitura foi como um exercício que assimilei aos poucos. Depois que adquiri "resistência", nunca mais tive preguiça de ler. Então acho graça ao verificar que, na infância, levava dias para concluir livros que hoje são narrados em três ou quatro horas.

sábado, março 18, 2017

Computador novo

A propósito, o computador novo já está em uso desde ontem. A primeira coisa que fiz, obviamente, foi instalar o antivírus. Depois, o Kindle for PC, que já não funcionava em minha antiga CPU. Hoje baixei a versão mais recente do iTunes e já habilitei o download dos audiobooks que comprei do site Audible. Mas tem muito mais por fazer. Dicionários aos montes para instalar. Aos poucos, eu chego lá. Ainda estou meio atrapalhado também com a interface. Uma coisa de cada vez. Espero que este computador dure bastante. E que os fabricantes de software sejam misericordiosos e não me obriguem a atualizar tudo tão cedo. Sim, porque essa obsolescência tão rápida eu acredito que poderia ser evitada. Em vez disso, eles fazem o contrário: decretam o quanto antes a falência dos sistemas operacionais.

Chuck Berry

Estes dias mesmo eu estava pensando: enquanto muitos dos pioneiros do rock and roll já se foram há tempos (Buddy Holly em 1959, Elvis Presley em 1977, Bill Haley em 1981), sem contar nomes de gerações posteriores (Brian Jones em 1969, Jimi Hendrix e Janis Joplin em 1970, Jim Morrison em 1971, John Lennon em 1980, George Harrison em 2001, David Bowie em 2016), os veteraníssimos e seminais Chuck Berry e Little Richard continuavam entre nós. Pois hoje foi Chuck quem partiu, aos 90 anos.

quarta-feira, março 15, 2017

Filmes, etc.

No último fim de semana, assisti ao filme "Kong, a Ilha da Caveira" não apenas em 3D, mas em cadeira D-Box. Achei o efeito interessante, mas penso que ficaria mais realista em produções próprias para o recurso. Acredito que deva ter ficado sensacional em "Terremoto: a Falha de San Andreas". A turma da minha idade deve lembrar que, nos anos 70, o outro "Terremoto" foi apresentado no sistema "Sensurround". Aqui em Porto Alegre, os assentos do cinema Cacique mal vibravam. Quem assistiu no Rio de Janeiro ou em outros países disse que lá o chão realmente tremia. No caso de "Kong", a cadeira vibrava até mesmo ao abrir de um canivete ou no clique de uma máquina fotográfica. Meio forçado. Quanto ao filme em si, sou fã do personagem, mas esse foi o mais fraco de todos a que assisti com o gorila gigante. Meu preferido continua sendo o de 1976, mesmo com os efeitos especiais superados e cheios de falhas.
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Outro filme que vi no fim de semana, este bem melhor, foi "Fome de Poder", sobre a origem do McDonald's e como um empresário inescrupuloso acabou comprando a empresa com métodos questionáveis. Já fui correndo procurar um bom livro sobre o tema. Achei três e os incluí em minha lista de desejos da Amazon. Apenas um deles está disponível em audiobook. Uma observação sobre a versão brasileira do filme: os letreiros, tanto do título quanto das informações finais, foram integralmente apresentados em português. Mas o tradutor se deixou levar por literalismos e falsos cognatos, traduzindo "dispute" como "disputa" e, mais grave, "eventually" como "eventualmente".
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Já comecei a ouvir o audiobook "The Long Way Home", de Saroo Brierley, no qual se baseou o filme "Lion". Um aspecto que o autor descreve longamente é a fome que ele e sua família passavam em sua infância, na Índia. Ele e seus irmãos catavam restos de comida, mendigavam e, em algumas ocasiões, até roubavam alimentos. Isso de certa forma explica a relativa facilidade com que ele, ainda criança, se adaptou à sua nova família na Austrália. Além do amor e da segurança que sua mãe adotiva lhe transmitia, Saroo deve ter percebido que nunca mais lhe faltariam boas refeições na hora certa. Vamos ver se isso se confirma mais adiante.
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No dia 6 de dezembro de 2007, anunciei aqui que estava fazendo a estreia de meu "computador novo". No caso, era o meu terceiro, mas o primeiro que eu adquiria na melhor configuração possível, sem concessões. Ou assim eu pensava. Infelizmente, nada se torna obsoleto mais rapidamente do que hardware e software. Crianças é que devem adorar essa efemeridade dos produtos. "Paiê, preciso de um computador novo, o meu não serve mais!" Já eu gostaria de poder continuar usando este aqui mais uns cinco anos, mas não é aconselhável. Ele está começando a nem ligar mais, às vezes. E quem conserta? Já dei uma chance a uma oficina e foi reprovada. Enfim, minha nova CPU já está aqui do meu lado, encaixotada. Estou feliz com a compra, mas sem muita pressa de fazer a instalação. Vai ser verdadeiramente uma "mudança digital". Mas vou ter que providenciar isso até sexta sem falta.

sábado, março 11, 2017

Sobrinho-bisneto

Quando minha irmã Beatriz (Neca) soube que tinha HIV no começo de 1997, o primeiro pensamento que lhe veio foi de que talvez não visse a neta (a única que tinha, então) completar 15 anos. Pois não só viu como hoje essa mesma neta, com 20 anos, lhe deu um bisneto! Aí está o Lorenzo, filho da Bibiana, neto do Rodrigo e bisneto da Beatriz. E a partir de hoje eu sou tio-bisavô!

quarta-feira, março 08, 2017

Audiobook da autobiografia que virou filme

Não estava nos meus planos assistir a "Lion". Já tinha visto o trailer e imaginei que as cenas do menino perdido de sua família me causariam desconforto. Não gosto de ver criança sofrendo, por melhor que seja o filme. Mas acabei indo ao cinema para fazer companhia e, surpresa, adorei o que vi. A trama não peca pelos clichês usuais do gênero e as cenas do personagem principal ainda na infância não descambam para o dramalhão. Pelo contrário, o garoto não sei deixa abater pelo mundo das ruas e demonstra uma resiliência incrível.

Fiquei curioso em conhecer o livro em que o enredo se baseou, uma história real contada pelo protagonista. O título da obra original é "A Long Way Home", ou "Um Longo Caminho Para Casa". Para minha felicidade, encontrei em audiobook. Como a versão do site Audible não estava disponível para compradores fora dos Estados Unidos, importei em CD, mesmo. Que bom quando existe essa alternativa. Esse provavelmente será o próximo audiobook que ouvirei em minhas caminhadas.

domingo, março 05, 2017

Poupando luz

A fatura de energia elétrica que recebemos todos os meses chama-se popularmente de "conta da luz". E isso, de certa forma, nos sugestiona. Se a "conta da luz" vem muito alta, o impulso de muitos é tentar poupar... luz! Começam a desligar lâmpadas e iluminar estritamente o necessário em suas residências. Sei de gente que vê televisão no escuro.

Aos 17 anos, no cursinho pré-vestibular, ouvi um professor fazer uma observação interessante. "Esse negócio de ficar apagando luz e chamando quem deixa tudo aceso de 'sócio da energia' é bobagem. O consumo de uma lâmpada é mínimo. O que pesa na conta mesmo é chuveiro e tudo o que tiver resistência." E o mestre em questão era judeu. Os israelitas são notórios por sua capacidade inata de otimizar gastos e detectar desperdícios.

Na época, eu ainda morava com meus pais. Mas, no momento em que tive minha própria residência, passei a não me preocupar mais com lâmpadas acesas. Até hoje deixo a luz da cozinha sempre ligada durante a noite. E, às vezes, até na madrugada, para que o apartamento não fique completamente às escuras. Em especial nas noites em que meu filho dorme comigo. O consumo de energia elétrica só aumenta significativamente nos meses de verão, em que ligo o ar condicionado.

Antes de prosseguir, uma ressalva. Imagino que haja famílias com orçamento tão apertado que qualquer economia no gasto de energia, por menor que seja, faça diferença no final do mês. Mas não me parece ser o caso de quem citarei a seguir.

Quando me mudei para o atual endereço, achei uma garagem próxima para colocar meu carro. No caso, é um posto de gasolina. Uma vizinha que também deixa seu automóvel lá logo me aconselhou a comprar uma lanterna. É que a luz da área de estacionamento é acionada pela abertura do portão e apaga depois de um certo tempo. Nunca cronometrei, mas parece ser apenas o suficiente para estacionar o carro e sair. Se eu demorar muito manobrando ou ainda tiver algo a fazer dentro do veículo, acabo ficando no escuro. Isso é um incômodo tremendo.

Será mesmo que a restrição do tempo de luz representa uma grande economia? Suponho que, num posto de gasolina, o consumo maior venha de bombas e elevadores da oficina. Mas, num momento de cortar gastos, o proprietário deve ter tido a brilhante ideia de instalar um temporizador na iluminação do estacionamento. Talvez não tenha feito muita diferença. Só que, quando alguém está predisposto a acreditar numa premissa, até mesmo prova em contrário acaba sendo interpretada como uma confirmação. Fico pensando como teria sido a reação dele ao receber a primeira conta no novo sistema:

- O quê? Mesmo com temporizador a conta deu tudo isso? Imagina se não tivéssemos colocado!

Pois agora a instalação está começando a falhar. Primeiro, a luz ficava acesa por um tempo irrisório. Antes mesmo de desligar o carro, eu já ficava no escuro. Nesta semana, ela passou a nem acender. Acho que todos sairiam ganhando se a iluminação fosse permanente, como era no meu estacionamento anterior. Até pneu troquei lá dentro mais de uma vez. Ou então usar sensor de presença. Mas meu voto ainda é pela luz fixa. Chega de economias bobas. O cliente merece um mínimo de comodidade e segurança pelo preço que paga.