sábado, setembro 30, 2006

Para Deputado Federal

Vou votar em Ibsen Pinheiro para Deputado Federal. E espero que ele se eleja com uma quantidade absurda de votos, um número ainda maior do que quando se elegeu vereador há dois anos. A revista Veja merece esta resposta dos gaúchos pelo que fez com Ibsen a partir de 1993. Eu já havia me convencido de que ele tinha sido injustiçado quando li uma entrevista que ele concedeu à revista gaúcha Press. Votei nele para Deputado Federal em 2002, mas daquela vez ele não se elegeu. Até que, em 2004, a Isto É contou com detalhes como foi armado o circo em que pegaram Ibsen para palhaço (leia a matéria aqui). Para que a justiça seja completa, ele deve ser reconduzido para o lugar de onde o arrancaram quando foi cassado em 18 de maio de 1994. Quem dera que todos os injustiçados pela grande imprensa ou por oportunistas invejosos tivessem essa chance de redenção. O Ibsen merece voltar com a alma lavada.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Cadeira rebelde

Fernando Collor não compareceu a nenhum debate do primeiro turno em 1989. Que eu lembre, a Globo não colocou cadeira vazia nem armou esse circo patético de induzir os participantes a fazer perguntas ao candidato ausente. E depois a câmera ainda mostra a cadeira num corte rápido, como se dessa a Lula uma última chance de aparecer ali num passe de mágica. Ridículo. Mas tudo bem, chega a ser divertido. Eu me pergunto quantos candidatos ainda irão dirigir a palavra à cadeira vazia. E quantas vezes a câmera vai mostrar, para que todos vejam, que a cadeira se nega a responder.

quarta-feira, setembro 27, 2006

O suspense de Lula

Lula deve ou não comparecer ao debate? Em primeiro lugar, quero deixar claro que não vejo problema nenhum se ele não aparecer. Confesso que achei covardia de Collor não comparecer a nenhum debate do primeiro turno em 1989, mas o resultado mostrou que ele estava certo. Na campanha política, vale a imagem. Nada mais. Se currículo, atitudes e promessas de campanha ganhassem eleição, Carlos Gomes teria sido prefeito de Porto Alegre só para fazer o trem-bala ligando a capital ao litoral em 1992. Tudo o que se faça ou deixe de fazer só reflete na eleição na medida em que influir na imagem. Collor chegou a participar de uma simulação de debate e se deu mal. Então ficou de fora e deixou os outros se desgastarem entre si. A lição foi repetida depois por Fernando Henrique na campanha que o reelegeu.

Não há nada pior numa campanha política do que dar explicações. Em 1986, o PDT fez uma aliança com o PDS na campanha para tentar eleger Aldo Pinto Governador do Rio Grande do Sul. A oposição questionou como um partido tradicionalmente de esquerda poderia se aliar com a direita. A "aliança" mordeu a isca e passou a campanha inteira explicando. Explicando. E explicando. Apesar do sucesso do jingle de Hermes Aquino, que até as crianças sabiam de cor ("eu vou de Aldo, eu vou de Aldo, eu vou de Aldo pra Governador"), venceu Pedro Simon, do PMDB. Em contrapartida, no debate do segundo turno em 1989, Collor respondeu a um questionamento mais contundente assim: "Todas essas críticas já me foram feitas pela imprensa. E já respondi todas!" E fugiu completamente do assunto.

No jogo da campanha eleitoral, a principal regra é conquistar votos. Se for mais vantajoso para um candidato não comparecer a um debate, como criticá-lo? Com certeza os opositores o chamarão de fujão e tentarão se aproveitar de sua ausência para desmoralizá-lo. É um risco que ele sabe que correrá. Mas se for a melhor opção, por que não? Sim, eu achei que Collor ficou com medo em 1989. Não vi com bons olhos a tática que ele usou. Mas depois percebi que ele fez bem (para ele, entenda-se). O fato de um candidato evitar debates e explicações não impede ninguém de votar nele. O que importa é preservar a imagem. Nada mais.

Vou estar ocupadíssimo no momento do debate, mesmo assim vou tentar acompanhá-lo. Com ou sem Lula.

E-mail

Meu provedor de e-mail está com problemas desde o começo da noite de ontem. A princípio, ficou várias horas inacessível. Eu tive que telefonar para um remetente para pedir que um arquivo urgente fosse reenviado para outro endereço alternativo que só uso em último caso. Agora já é possível baixar as mensagens enviadas até o momento em que o problema ocorreu, mas as novas simplesmente não entram. Isso é de dar nos nervos. Não adianta vir me dizer que antes da Internet a gente tinha que esperar a carta chegar. Os tempos são outros e as expectativas mudaram.

Eu nunca quis trocar de e-mail. Sempre estive satisfeito com o serviço do meu provedor e achava mais vantajoso manter o mesmo endereço. Assim, quem quiser me procurar sempre me encontra. Fora o que aprendi recebendo centenas de "Cavalos de Tróia". Mas desta vez está demais. Hoje em dia, ficar sem e-mail é como ficar sem luz ou sem telefone. Quem me conhece sabe que confiro minhas mensagens várias vezes ao dia. Pode ter gente que me escreveu deste ontem à noite e está achando que não quero responder.

Aliás, mais cedo ou mais tarde vou voltar ao assunto das falhas constantes da era "Windows". Depois de Bill Gates, passou a ser aceitável vender um produto defeituoso ou que nem sempre faz o que deveria fazer. Eu é que sou chato, ranzinza e impaciente por não aceitar isso.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Inteiramente grátis

Às vezes, algumas opções "inteiramente grátis" da era da informática, sejam pacotes de software ou serviços da Internet, me lembram de um professor de cursinho. Quem teve aula com o cearense Edmílson, de Matemática? O mestre infelizmente faleceu em 1980. Seu estilo de dar aula dividia opiniões. Ele era ótimo, mas não era de brincar muito, não. Era preciso pique para acompanhá-lo. Ele mesmo dizia: "Não copia! Se copiá, voa!" E estava certíssimo.

Na verdade ele acabava sendo engraçado sem querer, com seu jeito espontâneo. Assim como vocês, de outros estados, devem achar graça do sotaque gaúcho, para nós, o jeito de falar do Edmílson era muito divertido. Ele tinha umas frases típicas. Apaixonado pela matéria, de vez em quando comentava: "Trigonometria é uma beleza, um colosso!" Ou geometria analítica, ou o que estivesse ensinando no momento - tudo era uma beleza, um colosso! No fim os próprios alunos já antecipavam. Se ele dissesse: "Não é gostoso?", vários respondiam quase ao mesmo tempo: "Um colosso!" E ele completava: "Melhor do que isso, só beijo de viúva!" Usava uma vara maior que ele para apontar itens no quadro e dizia "Óia a vareta!"

Em 1978, o Edmílson lançou um livro. Se não me engano se chamava "1.000 Exercícios de Matemática". Todos com as respostas, claro. Eu não cheguei a comprar, mas sem dúvida era um ótimo reforço para quem precisasse se sair bem na prova. Um dia ele mostrou o livro para todos na aula e disse: "Não é obrigado a comprar". Algumas aulas depois, para provar que realmente não havia tal obrigatoriedade, ele ditou pacientemente uma questão do livro. Lembro que era para calcular a diagonal de um paralelepípedo. Mas o enunciado era bastante complexo. Era importante que os exercícios mostrassem aos alunos que raramente o vestibular trazia tudo mastigadinho. Pelo contrário: as provas de concursos em geral obrigam o candidato a raciocinar além das fórmulas decoradas.

Então a questão foi ditada mais ou menos assim: "Um helicóptero decolou subindo tantos metros na vertical... Quem não tivé o livro vai tê que copiá que é coisa séria... Depois moveu-se tantos metros para a direita... Quem não tivé o livro vai tê que copiá um bocado....A partir daí moveu-se para a frente... Quem não tivé o livro vai tê que copiá..." No fim a questão perguntava o deslocamento do helicóptero. Casualmente o Edmílson escolheu uma das questões mais longas para ditar. Sempre lembrando que o ônus da cópia seria apenas para os que não haviam comprado o livro.

Assim encontramos diversos itens "gratuitos" na Internet. Você se inscreve num site de namoro virtual "inteiramente grátis". Depois que está cadastrado, fica recebendo avisos insistentes de que se você "se tornar ouro" (isto é: se pagar) poderá mandar mensagens em número ilimitado, poderá fazer isso, fazer aquilo e aquilo outro. O link está lá, tentador. Você clica nele e recebe a mensagem: "Torne-se ouro e desfrute de todas as vantagens deste site." Ou seja, se quiser, você não paga nada. Mas não faz quase nada.

Assim também, provedores de armazenamento como o Rapidshare e outros permitem uso gratuito. Cada vez que você entra na página aparecem os anúncios: "Contrate o serviço especial e não precisará mais esperar a contagem regressiva para baixar arquivos." "Contrate o serviço especial e tenha direito a mais espaço no nosso site." Ou então você baixa um software "inteiramente grátis", mas para usar os "recursos especiais", basta pagar uma módica taxa.

Aí lembro do Edmílson e percebo que essa tática de "não é obrigado a comprar" já existia muito antes da Internet. A gente compra se quiser. Mas quem não comprá vai tê que copiá um bocado...

sábado, setembro 23, 2006

Antes de Xuxa, Sandra Bréa


Pouca gente sabe ou lembra, mas a atriz Sandra Bréa tentou se lançar como cantora. E tendo o público infantil como alvo. O LP "Parque de Diversões", de certa forma um "disco conceitual", foi lançado em 1979 pela gravadora ISAEC, de Porto Alegre. O projeto foi um tremendo fracasso, mesmo com clip no "Fantástico" para ajudar a promover. Não faltaram críticas à idéia absurda de bancar um disco para crianças de uma atriz que, além de não ser cantora, identificava-se mais com o público adulto como símbolo sexual.

Nos anos 80, Xuxa tentou a mesma coisa, nas mesmas condições, e deu certo. Faltou um programa infantil para Sandra Bréa.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Parentesco perdido

A primeira vez em que vi uma foto de Lizzie Bravo quando jovem, achei-a bem familiar, mas não lembrava por quê. Claro: ela era a cara da repórter gaúcha Ananda Apple, atualmente em São Paulo. À esquerda aparece Lizzie em 1969, em Londres. A foto de Ananda é recente. Se ela colocasse óculos de armação idêntica, ficaria igual! Será algum traço genético que deixa as Beatlemaníacas brasileiras tão parecidas? O sobrenome "Apple" é nome artístico que Ananda usa desde que se lançou fazendo programas sobre Beatles em Porto Alegre (como o "Tempo Beatle" da Atlântida FM). Já Lizzie, bem, Lizzie gravou com os Beatles! Aí é covardia, né?

Pólis

Meu amigo Luiz Bonow criou um site interessante: Pólis, Você no Poder. Cliquem no link para conhecer a fundo o projeto. Pelo menos duas vezes por semana ele publica editoriais na página. Nem sempre concordo com as idéias políticas dele, mas devo admitir que ele escreve bem. Aliás, fico até com receio de ler muito ou posso acabar mudando o meu voto. Em todo o caso, passem lá para conferir.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Conflitos sutis

Já disse muitas vezes e provavelmente repetirei outras tantas que meu gosto para cinema é bem popular e hollywoodiano. Eu nunca me imaginei como crítico de cinema. No entanto, percebo que minha leitura de alguns filmes começa a mudar. Já consigo enxergar além do enredo e captar algumas nuances. Aos poucos, estou criando gosto por personagens bem construídos e sua interação em cena.

Ontem, no feriado estadual de 20 de setembro (Revolução Farroupilha), eu e minha namorada aproveitamos para ver "28 Dias", com Sandra Bullock. Eu encontrei o DVD desse filme em oferta, mas só o comprei depois de muito analisar o comentário do site AllMovie. A indicação de que "The Lost Weekend" e "Days of Wines and Roses" abordavam melhor o tema – no caso, alcoolismo – fez com que eu procurasse esses filmes primeiro. Agora sei por que o período em que John Lennon esteve separado de Yoko em 1974 é conhecido como "The Lost Weekend" (o fim-de-semana perdido). É uma referência ao filme, em que o personagem principal perde um passeio de fim-de-semana que tinha planejado para encher a cara. Descobri os dois filmes em DVD a preços ainda menores do que "28 Dias", mas antes tive que procurar os títulos em português. "The Lost Weekend" ficou "Farrapo Humano" e "Days of Wines and Roses" (literalmente "Dias de Vinhos e Rosas") chamou-se "Vício Maldito". Quanta obviedade!

Mas voltando a "28 Dias", pode não ser considerado tão bom quanto os outros dois clássicos em preto-e-branco, mas é uma trama mais ao gosto do público atual. E o personagem que me chamou a atenção foi Jasper (Dominic West), namorado de Glen (Sandra Bullock). Jasper não parece ser um mau sujeito. Divertido e bem-intencionado, ele chega a pedir Gwen em casamento com anel e tudo, à moda americana. O problema é que ele não enxerga ou não se importa com o alcoolismo da namorada. Ele também bebe, embora não chegue a protagonizar vexames, como ela. Então o fato de ela estar em uma clínica de recuperação não o impede de levar um champagne para comemorar o noivado. Para azar dele, Gwen já se conscientizou de seu quadro e quer levar a sério o tratamento. O resultado é que ela joga a garrafa fora na frente dele e acaba não aceitando o pedido.

Em certo momento do filme, Jasper reaparece como um bobão que está prestes a perder a moça para outro por sua falta de noção. Mesmo assim, mais ao final, ele insiste, faz juras de amor, mas continua fora da realidade, sem levar em consideração a condição de alcoólatra em recuperação de Gwen. Ele é um personagem rico porque não se esquadra num estereótipo de bom ou mau, é apenas desligado e irresponsável. Ama a namorada, quer assumi-la, mas não serve para ela. E não percebe isso. Acha que basta trocar o convite para tomar uma cerveja por uma água tônica e estará tudo resolvido.

Cada vez mais estou gostando de filmes assim, que mostram conflitos sutis entre personagens. Admiro os roteiristas e os atores, que juntos compõem esses perfis fictícios, mas complexos.

terça-feira, setembro 19, 2006

Videocassete bem utilizado

Desculpem, mas vou tocar no assunto de novo. Idéias que dão certo a gente tem que sugar até a última gota.

Um aspecto do "
vídeo da profecia" que está deixando a todos surpresos é o fato de ser uma gravação que foi ao ar há 20 anos. Todos me perguntam como "consegui" aquilo. Ora, gravando na época, como já disse várias vezes. E aí vem à tona uma questão que venho debatendo desde que comprei meu primeiro videocassete, em 1985: o uso limitado que sempre se fez do aparelho. Não só a questão do mercado de vídeo pré-gravado, como já comentei aqui, mas também a subutilização do videocassete para sua finalidade primeira, que é a de fazer gravações da TV.

Quando chegou o momento de fazer minha monografia para a Faculdade de Jornalismo, em 1992, escolhi como tema o videocassete. Minha hipótese era a de que o aparelho foi criado para libertar o telespectador dos horários da programação mas, na prática, tal mudança não aconteceu. Em vez disso, o usuário entendeu que o videocassete era um "toca-fitas" para reprodução de fitas alugadas. E passou a enxergá-lo como um substituto do cinema. Preparei um questionário e é uma pena que não tenha tido chance de entrevistar mais pessoas, para ter uma amostra mais significativa. Uma das perguntas, por exemplo, era se o entrevistado teria comprado o aparelho se não existissem as locadoras. Uma minoria respondeu que sim, mas a maior parte disse, indignada: "Claro que não, o que eu iria fazer com ele?" Outra pergunta era se a pessoa assistia ao Jô Soares Onze e Meia, que estava em alta, na época. Àqueles que responderam "não", seguia-se a pergunta "por quê'? A maioria respondeu: "Por causa do horário." E só foram entrevistados compradores de videocassete. Ou seja, não houve libertação nenhuma do horário da programação.

Além de realizar a pesquisa, procurei entrevistar também profissionais que pudessem contribuir com informações. Um deles foi o jornalista Nei Gastal, que no começo dos anos 80 surpreendeu os leitores do Correio do Povo com uma coluna regular sobre videocassete numa época em que a simples menção do assunto poderia ter conotações de esnobismo. Perguntei o que ele achava do uso que normalmente se fazia do aparelho e ele respondeu que era muito limitado, que havia pouca gente fazendo gravações para arquivamento. Essa parte da resposta foi citada na monografia. Aí comentei com ele, "em off", que muitos dos que haviam respondido ao meu questionário diziam, sim, fazer gravações da TV para guardar. Pelo menos, um número maior do que eu esperava. Aí ele replicou:

- Experimenta perguntar por quanto tempo guardam. Geralmente usam a fita depois para gravar outra coisa.

Já era tarde para acrescentar a pergunta. A pesquisa estava em andamento. Mas percebi o quanto ele tinha razão no dia em que fiquei sabendo de um marido que, sem querer, usou a fita do nascimento do filho para gravar um jogo de futebol. Quando a esposa soube, chorou por dois dias seguidos. Esse cuidado pelo menos eu sempre tive: depois que termino de gravar uma fita que pretendo guardar, removo a aba de segurança para inibir novas gravações. Pena que eu não tenha me preocupado ir fazendo anotações, pelo menos não no começo. Tenho dezenas de fitas VHS gravadas em velocidade EP, com seis horas de material cada uma, mas muitas delas estão sem qualquer referência do conteúdo.

Vai daí que agora, 21 anos depois de ter comprado o meu primeiro videocassete, o uso diferenciado que sempre procurei fazer do aparelho resulta em destaque para um item de meu acervo. Com a Internet e o YouTube, meu arquivo de vídeo poderá ser disponibilizado para um público maior. Esse mesmo público que hoje me pergunta como "consegui" uma gravação de 20 anos atrás. Ora, eu mesmo gravei e guardei. Essa é uma forma de utilização do videocassete que todos poderiam ter adotado desde o início. Infelizmente, estavam ocupados demais assistindo a cópias piratas de péssima qualidade alugadas na locadora mais próxima.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Ganhando no cansaço

Há alguns dias, recebi um e-mail de uma moça que trabalha numa empresa perguntando como poderia fazer para colocar um link neste blog. Respondi que, por enquanto, não está nos planos a inclusão de link comerciais nesta página (talvez abra uma exceção para certa empresa de tradução), mas que se mudasse de idéia, avisaria. Ela respondeu agradecendo.

Cerca de uma semana depois, a mesma moça manda outro e-mail fazendo a mesma consulta. Respondi que, "como já havia dito antes", não pretendia incluir links comerciais no blog. Ela se desculpou pelo e-mail repetido e assim encerramos o assunto.

Hoje, mais uma vez, recebo o seguinte e-mail da mesma remetente:

Boa tarde!

Primeiramente, gostaria de parabenizá-los pelo conteúdo do site.

Meu nome é (...), sou responsável pela área de links do site (...
) e tenho interesse em incluir um link no site. Caso haja interesse, por favor informe o endereço eletrônico do responsável pela área comercial/marketing.

No aguardo, agradeço desde já.

Atenciosamente.


Isso me lembra que ontem, ao enviar uma mensagem de aniversário ao meu sobrinho, o publicitário Rafael Barcellos, chamei-o de "assessor de marketing do blog". Afinal, ele divulga bastante este endereço e foi um dos responsáveis por promover o "vídeo da profecia" no Orkut. Se essa moça escrever mais uma vez, vou pedir que entre em contato com ele para acertarmos os detalhes.

Negociando com ladrões

O músico e representante comercial gaúcho Edenilson de Fátima Assis, de Viamão, está feliz da vida. Conseguiu recuperar sua gaita roubada. Pagou 300 reais pelo instrumento avaliado em 9 mil. Os ladrões a haviam oferecido para um comerciante de Canoas, que a princípio não se interessou. Mas quando Edenilson soube desse fato, foi até o estabelecimento em questão e implorou para que o proprietário o ajudasse a reaver sua gaita. Na segunda tentativa, o negócio foi feito. O comerciante comprou a gaita dos ladrões por 35 reais e a revendeu ao antigo dono por 300. A notícia está na Zero Hora de hoje.

É impressionante como o desespero em reaver algo que nos é valioso pode levar a negociar com ladrões. Edenilson está feliz, não está nem um pouco preocupado com o fato de ter pactuado com criminosos. Para ele, importa é que conseguiu resgatar sua gaita sã e salva. E por um preço módico, ainda por cima. Seu pesadelo acabou. As fotos mostram um gateiro irradiando alegria enquanto abre o instrumento em pleno palco.

Não é o primeiro caso. Recentemente, um casal amigo teve o seu carro roubado. Dentro dele, foi levada uma cadelinha de estimação. Os proprietários não se importavam com o automóvel, mas fariam tudo para ter o animalzinho de volta. Nessa complicada e perigosa negociação, acabaram descobrindo onde ficava o desmanche para o qual o carro havia sido levado. De acordo com os informantes, é um local amplamente conhecido, mas ninguém se atreve a denunciar. Depois de dois ou três dias que pareceram uma eternidade, conseguiram recuperar a cachorrinha.

Outro caso: um amigo meu teve sua casa arrombada e perdeu itens preciosos de sua coleção de CDs. Depois veio comentar comigo sobre algo que há muito tempo eu já tinha constatado: as pessoas em geral não sabem o valor que tem um CD. "Tem gente que me diz para dar graças a Deus por não terem levado os móveis. Ora, se tivessem levado os móveis era só comprar novos!" O resultado é que ele percorreu as lojas de discos raros de Porto Alegre para fazer um pedido: "se alguém vier aqui oferecer tais e tais CDs, por favor, compra, que eu compro de ti depois". E, com efeito, muitos dos CDs apareceram. Até para mim foram oferecidos. Acho que o lojista não contava com a solidariedade que ainda existe entre alguns colecionadores. Mas, mais uma vez, houve negociação com ladrões.

E agora? O que dizer de episódios como esses? Em todos eles, os lesados ficaram satisfeitos com o desfecho, pois recuperaram bens que lhes eram insubstituíveis. Do ponto de vista deles, foram finais felizes. Mas a justiça, como fica? O crime compensa? Vale a pena negociar com ladrões? A sensação de impotência diante desse quadro é angustiante.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Roubo de perfis no Orkut

Vocês já devem ter ouvido falar em roubo de perfis no Orkut. Já me aconteceu, há muito tempo, de assumir o perfil de outro por falha de sistema. Mas hoje vi uma mensagem no mural de outro integrante que com certeza tinha o objetivo de roubar perfis. Redigida assim:

"Olha que absurdo esta comunidade...Além de zuaram os falecidos, zoam também seus familiares...http://www.orkut-com-community-aspx-cmm-65071.dahora.net. Vamos denunciar e acabar com essa comunidade q não tem nada a acrescentar a nós usuários do orkut...DENUNCIEM..."

Quando você clica no link, aparentemente encontra a tela de entrada do Orkut, pedindo seu usuário e senha. Mas não é a tela verdadeira. Olhem bem o endereço: parecido não é igual. Se você digitar seus dados e clicar no botão para entrar, as informações serão enviadas para algum usuário mal intencionado, que poderá facilmente se logar no seu perfil e trocar a senha. Normalmente eu não copio os endereços ou links quando faço este tipo de alerta, mas aqui decidi informar, até para que alguém investigue mais a fundo, se desejar.

Houve uma época em que o Orkut realmente falhava bastante e voltava para a tela inicial sem motivo algum. Eu apenas clicava no botão "voltar" no navegador para não ficar andando em círculos. Mas desta vez não é falha do Orkut: é "phishing", mesmo.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Campanha eleitoral

Vou repetir o que já escrevi em outra eleição: é patético ouvir candidato falando em "segundo turno". Está praticamente admitindo que tem poucas chances. Sim, a eleição é em dois turnos. Mas não se deve fazer campanha "para o segundo turno". Isso não existe. A campanha é para Presidente e para Governador. Segundo turno é uma contingência. Quem faz campanha "para o segundo turno" nunca chega lá. Podem observar.

quarta-feira, setembro 13, 2006

A polêmica do Orkut

Eu costumo definir o Orkut como uma Internet dentro da Internet. O site sistematizou em um único endereço uma série de opções que antes estavam dispersas: grupos de discussão, sites de amizade, álbuns de fotos e trocas de mensagens. O Orkut é uma espécie de "shopping center" virtual onde, em vez de lojas, você encontra os recursos mais populares da Internet, todos próximos e integrados. Mas o que fez do Orkut um espaço diferenciado foi o fato de ter virado moda no Brasil. Ele se tornou um "point" dos internautas brasileiros. Com o sucesso do Orkut, ficou mais fácil procurar velhos amigos, pois se eles forem usuários assíduos da Internet, mais cedo ou mais tarde estarão lá. Então tudo o que os internautas brasileiros já faziam de forma esparsa concentrou-se em um só local, fomentando e potencializando todas as possibilidades da rede – boas e más.

No entanto, há pessoas que parecem enxergar o Orkut como a própria Internet e não uma parte dela. E assim, quando os efeitos nocivos começam a ficar muito evidentes, falam em "acabar com o Orkut", "censurar o Orkut", "proibir o Orkut", "o Orkut" isso e "o Orkut" aquilo. Como se pedofilia, propaganda racista, calúnias e movimentos organizados com fins condenáveis não existissem antes. Eu estou na Internet há dez anos, como já disse aqui várias vezes, e mesmo sem Orkut já participava ativamente de grupos de discussão. Procurava e encontrava velhos amigos. Publicava fotos. Fazia amizades. Não vai muito longe: na semana passada fiz contato com uma americana que era minha correspondente na adolescência. Não a achei pelo Orkut, obviamente, pois a invasão brasileira afugentou os americanos de lá. Localizei-a, por incrível que pareça, pelo obituário de um irmão recém falecido. Enviei uma mensagem de condolências pelo site da funerária e uma semana depois ela respondeu.

Então parem com essa bobagem de querer culpar "o Orkut" pelo mau uso que alguns internautas fazem da rede. Se não fizerem no Orkut, vão fazer em outro endereço, como já faziam antes e ainda fazem. A única diferença, como citei no início, é o fato de o Orkut ter virado uma febre e estarem todos lá. Se o Orkut realmente acabasse, deixaria de existir o ponto de encontro habitual, mas os usuários mal-intencionados continuariam fazendo o que bem entendessem no restante da Internet.

De certa forma isso me lembra o que ocorreu com o DVD em relação ao universo de vídeo. Tudo que hoje acontece na era do DVD – compra em vez de locação, formação de videoteca própria, filmes acompanhados de documentários e entrevistas, lançamento de shows, relançamento de temporadas completas de séries de TV, instalação de "home theater" – já podia estar sendo feito desde os velhos tempos do VHS. Foi preciso surgir um formato novo para que o público "acordasse" para as reais possibilidades do chamado "home video". Assim também, o Orkut evidenciou uma diversidade de efeitos colaterais que a Internet já apresentava desde o começo. Só que agora foram colocados sob uma lente de aumento bem debaixo dos narizes de brasileiros menos atentos. Acabar com o Orkut seria apenas remover a lente.

Dedos preparados

Ficou célebre na história da imprensa brasileira a frase do jornalista Antônio Maria quando teve suas mãos esmagadas pelo poder: "Que bobos, eles pensam que os jornalistas escrevem com as mãos." Só que, no meu caso, fico bem mais inspirado para escrever depois que corto as unhas.

No rádio

Segundo o blog Futebol na Mídia, o áudio do "vídeo da profecia" foi rodado no programa "Bola nas Costas", da Atlântida. Se eu soubesse, teria colocado por cima um carimbo com a minha voz dizendo "Blog do Emílio Pacheco". He he he... Acho que a repercussão vai continuar. A RBS TV ainda deve ter isso nos arquivos, por que não mostra? Afinal, o material pertence a eles. Eu apenas o encontrei em minhas fitas e tomei a iniciativa de divulgá-lo na Internet. Inclusive, minha idéia original era somente publicar as fotos com a transcrição do texto. Foi um colega quem sugeriu que eu convertesse o vídeo em formato digital e inclusive fez isso para mim, já que meu computador não dispõe de software ou espaço em disco para essa tarefa. Deu no que deu. Quando eu mesmo tiver como digitalizar meus vídeos, com certeza vou disponibilizar mais alguns tesouros do meu acervo. Mas nenhum vai fazer tanto sucesso quanto esse.

terça-feira, setembro 12, 2006

Faltou originalidade

Eu sou colorado, mas tenho que admitir: no hino que o Inter lançou para comemorar a conquista da Libertadores, o refrão "América, América, América tu és vermelha" tem uma melodia muito parecida com "Grêmio, Grêmio, nós somos campeões da América". Ouçam no site do Inter.

domingo, setembro 10, 2006

Dois filmes

Não sei se a imprensa brasileira se deu conta, mas existem dois filmes sobre o vôo 93 de 11 de setembro de 2001. O que está passando nos cinemas com o nome de "Vôo 93" é dirigido por Paul Greengrass e tem como título original "United 93". Mas há ainda o filme "Flight 93", com direção de Peter Markle, feito para a TV. Quem viu os dois garante que "United 93" é muitíssimo melhor, não tem nem comparação. Mas seria interessante que "Flight 93" também chegasse ao Brasil pelo menos em DVD. Nos Estados Unidos, os dois já foram lançados nesse formato.

sábado, setembro 09, 2006

Revendo o passado

Acho que todos nós gostaríamos de rever trechos de nossas vidas como num filme. Principalmente quem já teve a experiência de rever um filme décadas depois. Quanta coisa a gente já tinha esquecido! Por outro lado, quantos detalhes ficaram guardados anos a fio! Eu, no caso, ainda tive uma motivação a mais para rever filmes da minha infância depois que aprendi inglês. Agora eu podia conhecer os diálogos originais e até avaliar a tradução.

Por isso mesmo, se pudesse escolher um só momento de minha vida para rever como num filme, seria a viagem que fiz aos Estados Unidos aos 13 anos. Foram duas semanas, mas eu me contentaria com um "compacto dos melhores lances" num filme de duas horas. Não para mostrar as atrações da Disney e outras, que essas ainda estão lá, sem muitas alterações. E mesmo as que mudaram foram preservadas em documentários e filmes particulares. Não: eu gostaria mesmo é de ouvir o que os americanos diziam de nós e para nós. Por exemplo, a camareira tentando se fazer entender a ponto de pegar o telefone e ligar para a central do hotel. Acho que ela interpretou como se eu a estivesse dispensando de limpar o quarto e ligou para saber se não havia problema.

Uma noite, antes de dormir, eu e meus companheiros de quarto assistimos a uma apresentação de rock na TV. Não reconheci o grupo nem a música, mas lembro que o refrão era tão simples que até um de meus amigos começou a cantar junto, bem entusiasmado. Anos depois, vim a saber que existia um programa chamado "Midnight Special". Como dizia o nome, ia ao ar à meia-noite e tinha música como atração principal. Presumi que devia ter sido isso que vimos naquela ocasião, mas a curiosidade sobre o grupo permaneceu. Até que hoje, finalmente, me dei conta de que pelo menos esse detalhe é pesquisável via Internet. E acho que matei a charada.

Nosso embarque para os Estados Unidos aconteceu no dia 14 de julho de 1974. No dia 19, uma das atrações do "Midnight Special" foi o grupo Brownsville Station. Hoje esse nome não é estranho para mim. O grande sucesso deles foi "Smoking in the Boys' Room", que tenho numa coletânea em CD. Mas uma das músicas que eles cantaram naquele programa foi "I'm The Leader of The Gang (I Am)", que eu viria a conhecer bem mais tarde no original de Gary Glitter. Obviamente não lembrei que era "aquela" composição que eu tinha escutado num hotel em Orlando. Mas hoje, conferindo um trecho da gravação do Brownsville Station no site da Amazon e vendo fotos do grupo, tive certeza de que eram eles. O refrão fácil de cantar era "come on, come on!" O próximo passo seria tentar encontrar um vídeo dessa apresentação.

Uma curiosidade que vai ser mais difícil de saciar é sobre um filme que estava passando em outra noite, que mostrava cenas de futebol americano. Acho até que consegui entender uma frase. O personagem estava falando sobre um jogador e disse: "Esqueci o nome dele, mas nunca vou esquecer seu número." (Suponho que a frase original tenha sido "I forget his name, but I'll never forget his number." Se ele tivesse dito "forgot", no pretérito, eu não teria entendido.) Um dia hei de desvendar mais esse mistério.

sexta-feira, setembro 08, 2006

Sonhos de consumo

Para quem gosta de ler mas nunca tem tempo, os livros se dividem em dois tipos: os que a gente ainda não leu e os que a gente ainda não comprou. Esses aí, no caso, pertencem à segunda categoria.

O ibope do "vídeo da profecia"

É incrível o ibope que está dando o "vídeo da profecia". Desde que foi colocado no YouTube, já foi visto por mais de duas mil e trezentas pessoas. Foi "linkado" em três sites, fora este blog. Oitenta e dois internautas já baixaram o arquivo em formato wmv do Rapidshare, sem contar a versão anterior, que estava incompleta. Mesmo assim, ficou disponível tempo suficiente para que outro a salvasse e postasse também no YouTube. Mas a gravação completa tem 2:38 de duração. Aliás, também é impressionante como está fazendo sucesso a fala de Maria do Carmo ao final, justamente o que estava faltando no vídeo truncado. A mexidinha de cabeça na hora de citar as "cabeçadas" já rendeu comentários bem divertidos. E como eu tive a feliz idéia de colocar o endereço do blog por cima, os acessos a esta página dobraram. Agora estão em cerca de 200 por dia.

Este vídeo é um de muitos registros históricos que tenho guardados em meu acervo de fitas VHS. Comprei meu primeiro videocassete em 1985 e desde então tenho o hábito de ter sempre uma fita de prontidão para gravar coisas interessantes da TV. Não desgravo nada. Infelizmente, não lembrei de ir anotando tudo o que consta nas fitas. No ano passado, um amigo do Rio de Janeiro se propôs a passar para DVD o material que lhe interessasse, fazendo uma cópia para mim como retribuição. Ao rever algumas de minhas fitas, encontrei essas imitações de André Damasceno. Pensei que seria interessante deixar passar mais um ano e colocar imagens no blog para mostrar como André imaginou Paulo Sant'ana em 2006. Mas, com a vitória do Inter na Libertadores, o vídeo acabou ganhando o status de profecia.

Na verdade essa gravação tem uma "historinha de bastidores" bem curiosa. Em 1978 eu estava cursando o IPV (Instituto Pré-Vestibular) e tinha a mania de imitar meus professores. Um colega, Vinicius, sempre me dizia: "Quem imita bem é meu irmão, ele não imita só a voz, ele imagina o que a pessoa diria na situação..." Depois acabei fazendo amizade com o Vinicius e ele também veio a conhecer outros amigos meus, juntando-se à turma. Foi aí que acabei conhecendo André Damasceno pessoalmente, antes da fama. Percebi o quanto ele estava levando a imitação a sério quando ouvi algumas fitas que ele gravou para treinar. Em uma delas, a pedido do Vinicius, ele falava em mim. Fez o Roberto Gigante dizendo que tinha ido me visitar na agência bancária em que eu trabalhava e acabou "se rasgando todo", como era o bordão do colunista social.

Em 1986 meu sobrinho, na época com 15 para 16 anos, precisou de um professor particular de Matemática. Lembrei que o André dava aula (em cursinho inclusive) e liguei para ele. Mas foi justamente na época da estréia do programa RBS Revista. Quando vi anunciado no jornal que uma das atrações seria "André Damasceno, o homem das mil caras", já sabia quem era. O resultado é que meu sobrinho acabou tendo uma aula só com ele. Quando deveria ter sido a segunda, André se desculpou dizendo que tinha que fazer uma gravação na RBS. E já adiantou que faria uma imitação de Paulo Sant'ana em 2006. Eu tinha gravado o primeiro programa, em que André tinha feito a sua estréia, e gravei o segundo também. No ano seguinte, assisti ao show "Caturicaras, o Sotaque das Idéias", que André apresentou no Teatro do Ipê. E constatei que ele havia adaptado o script de Roberto Gigante falando comigo, apenas citando outra pessoa. Depois perguntei para o Vinicius e ele confirmou que aquela fala foi mesmo inspirada em mim originalmente.

Depois André estreou como o Magro do Bonfa na Escolinha do Professor Raimundo (também tenho isso gravado) e ficou famoso em todo o Brasil. Neste ano ele fez uma temporada de shows para comemorar 20 anos de carreira. E eu estou pegando uma carona no sucesso dele para divulgar o blog.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Mais profecias

Minha amiga Maria Helena Oliveira me chamou a atenção para o fato de que o menino Diego, 12 anos, filho de Assis e sobrinho de Ronaldinho, saiu da escolinha do Grêmio e está agora na do Inter. Ela diz que "se arrepiou toda" lembrando do "vídeo da profecia", em que "Paulo Sant'ana" (satirizado pelo humorista André Damasceno) lamenta que o Grêmio não contratou "Renato Portaluppi Jr." e ele foi parar no Beira-Rio. De certa forma isso já tinha acontecido com Bolívar. Quem sabe aquelas imagens não traziam várias profecias numa só? O Paulo Sant'ana virar a casaca é que vai ser difícil.

P.S.: Nem tanto! Vejam o que diz Paulo Sant'ana em sua coluna de sexta-feira, dia 08/09:

"Pode ser que tenha terminado anteontem este rosário de dor e remorso que tem imposto ao Grêmio e à sua torcida o senhor Assis Moreira.

Foi melhor que o último representante dinástico dos Moreira tenha se transferido para o Beira-Rio."

E fazendo uma alusão ao fato de que o menino Diego afirmou que vai torcer pelo Barcelona contra o Inter, para prestigiar seu tio Ronaldinho, Sant'ana completa:

"E eu, pelo mesmo motivo do menino, o tio dele, vou incorrer na mesma inversão da sua doce mente infantil: também só por causa do tio dele, no Japão, vou torcer pelo Internacional."

Só falta mesmo vestir a camiseta, como previu André Damasceno:



Realmente, esse vídeo está se mostrando cada vez mais profético!

E-mail confuso

Este e-mail está circulando sob o título "Carroças em POA":

Sobre como votarão diante do projeto de lei referente ao FIM DAS CARROÇAS EM PORTO ALEGRE, mais TRÊS vereadores se manifestaram a favor do projeto. Agora, o placar é:

A favor 6 x 30 "silenciosos":

Vereador: Posição:

SEBASTIÃO MELO A favor
ADELI SELL A favor
JOÃO NEDEL A favor
MÔNICA LEAL A favor
CLAUDIO SEBENELO A favor
JOÃO ANTÔNIO DIB A favor

Outros 30 vereadores Ainda não se pronunciaram.

Enquanto isto, o jornalista Paulo Sant´ana voltou a escrever hoje (01/09/2006) em sua coluna na Zero Hora:

"Tudo invertido ... Já sei que vão pulular as cartas de velhos e velhas que dirão que são muito felizes na velhice, assim como pipocam as cartas de pessoas que se decepcionaram com a minha defesa dos carroceiros. Interessante, essas pessoas alegam que os carroceiros maltratam os animais, por isso as autoridades têm de acabar com o tráfego das carroças em Porto Alegre. Se os carroceiros maltratam os animais - e muitos deles os maltratam realmente - o que deve se fazer é tomar medidas para que acabem os maus-tratos dos animais. Mas espertamente as pessoas apelam para a proteção dos animais ao pretender acabar com a atividade dos carroceiros. Na verdade, a comoção adequada com os pobres animais esconde a incomodidade que as pessoas têm em conviver com as carroças no trânsito. Num trânsito louco como este em que todo mundo quer passar à frente dos outros e demonstra pressa incontida e perigosa para chegar antes não sei aonde, instala-se obviamente um ódio às carroças. Como não se pode acabar com os outros carros, então que se acabe com as carroças."

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Aos protetores, voluntários e protetores da causa animal solicitamos que multipliquem esta mensagem aos seus amigos, para que como eleitores cobrem de seus parlamentares sua posição quanto ao projeto de lei do FIM DAS CARROÇAS em Porto Alegre.

Seguem-se os endereços de e-mails dos vereadores de Porto Alegre. Mas fiz essa transcrição com o objetivo de perguntar: será que a pessoa que montou esse e-mail entendeu o texto de Paulo Sant'ana? Se entendeu, então foi ingênua demais de achar que, colando esse parágrafo, estaria reforçando a luta contra as carroças. Não sei, não: acho que a mensagem de Paulo San'tana não foi entendida! Na prática, o que se fez foi montar um e-mail contra as carroças e colar uma mensagem muito bem fundamentada a favor.

É incrível como a gente tem que ter cuidado com o que escreve. Por mais claro que se tente ser, sempre alguém entende o contrário. E repito o que já disse aqui uma vez: só imagino as "pérolas" que os articulistas de grandes jornais devem receber dos leitores menos atentos!

quarta-feira, setembro 06, 2006

Contador novo

Hoje, 06/09/2006, foi instalado contador novo no blog. Está no final da página. O anterior ainda tem chance de voltar, mas duvido que aconteça. Se não me engano ele tinha parado em 42 mil, por aí. O novo recomeça do zero.

Piada óbvia

Vamos ver a quantos "gênios" irá ocorrer a originalíssima piada de que o australiano Steve Irwin "não fugiu da arraia".

Sumiu o contador

Desde ontem o contador do blog está sumido. O site que o fornece está fora do ar. Espero que não seja permanente, mas o risco existe. Quando criei o blog em inglês (que não tenho atualizado, mesmo assim vou deixá-lo lá, para uma eventualidade), minha intenção era colocar o mesmo contador deste. Só que não lembrei qual era o site, não consegui localizá-lo entre os provedores oferecidos e acabei colocando outro. Talvez este contador estivesse com os dias contados (sem trocadilho). Até posso colocar outro, mas recomeçar do zero seria uma pena, depois de ter chegado a 40 mil acessos.

terça-feira, setembro 05, 2006

Votem na Saloca

A brasileira Saloca está concorrendo ao DMA - Digital Music Awards 2006 na categoria melhor site não oficial pela sua página em homenagem a David Bowie. Não conheço Saloca pessoalmente, mas garanto que é uma das mais antigas e atuantes fãs de Bowie no Brasil e também que conhece bastante a obra do músico. Cliquem aqui para conhecer o site e aqui para votar nela.

segunda-feira, setembro 04, 2006

O vídeo da "profecia" agora no YouTube

Finalmente, aí está via YouTube o vídeo em que André Damasceno imita Paulo Sant'ana no programa RBS Revista, em 1986. Imaginando Sant'ana 20 anos depois - ou seja, em 2006 - ele de certa forma prevê que o Inter será campeão do mundo nesse ano. Ou melhor: neste ano. É só clicar no sinal de "play" para assistir. Para quem não está acostumado com o YouTube, uma dica: se na primeira vez rodar muito entrecortado, é só deixar ir até o fim e tocar de novo. Na segunda vez, deve rodar sem problemas.

P.S.: Continua valendo o link para baixar o vídeo do Rapidshare em formato wmv. É só clicar aqui.

domingo, setembro 03, 2006

Número cabalístico

A Som Livre está anunciando caixas de CDs "a menos de 14 reais por CD". O dia em que eles lançarem coletâneas "com mais de 14 faixas por CD" talvez eu me interesse.

sábado, setembro 02, 2006

Eu li!

"Quando o escavador enchia a bombona plástica de areia, puxava a corda para que o parceiro soube-se que era hora de recolher a bombona".

"Soube-se"? Não seria "soubesse"? Ainda bem que saiu no jornal de sábado.

O jornal de sábado

Desde sexta-feira não se fala em outra coisa aqui em Porto Alegre que não sobre a quadrilha que estava escavando um túnel para arrombar dois bancos e foi presa pela Polícia Federal. Seria uma operação semelhante à realizada em Fortaleza em agosto do ano passado. Numa investigação de cinema, a PF localizou os bandidos em Porto Alegre, descobriu o prédio que haviam comprado para realizar o roubo, mas adiou a ação ao máximo para conseguir pegar o maior número de pessoas. A intenção era prender os criminosos antes que recebessem armas. Ao constatar que o túnel se aproximava perigosamente do Banrisul, os policiais decidiram não esperar mais.

Só acho que a Polícia deveria ter antecipado essa ação para quinta-feira ou deixado para o fim-de-semana. Fazendo na sexta-feira, a notícia saiu no jornal de sábado. E o jornal de sábado fica pouquíssimo tempo nas bancas. Só quem lê o jornal de sábado é quem tem assinatura ou quem levanta cedo para comprá-lo. Quem vai querer levantar cedo num sábado? Logo chega o jornal de domingo e aí o de sábado vira jornal velho na própria data da capa. Ninguém se interessa mais por ele. O pobre jornal de sábado tem só algumas horas de notoriedade.

Pensando bem, isso é bobagem. Não só as bancas deveriam ter jornal de sábado para vender durante o dia todo, como as pessoas deveriam ter o cuidado de nunca ler o jornal de domingo sem passar pelo de sábado. O problema é que o jornal de domingo fica pronto antecipadamente e chega às bancas um dia antes. Aí, vigora o culto do "último", ou seja, a mania que as pessoas têm de achar que "o último" sempre é melhor. Todos só querem "o último" disco do Chico, "o último" livro do Luis Fernando Verissimo, "o último" filme do Steven Spielberg e "o último" jornal. Quando chega o jornal de domingo, o de sábado passa a ser o penúltimo. Quem quer ler o penúltimo jornal?

É como se os fatos de sexta-feira fossem sempre de interesse passageiro. Nunca pode acontecer nada muito importante numa sexta-feira, pois vai ser noticiado no renegado jornal de sábado. Pessoas importantes não podem morrer numa sexta-feira. Se não me engano um grande músico gaúcho faleceu numa sexta e eu só fiquei sabendo meses depois. Acordei tarde e perdi o jornal de sábado.

Na minha adolescência eu comprava a Zero Hora de sábado toda a semana para ler a página do Juarez Fonseca. Faz décadas que o Juarez saiu da ZH, mas o meu carinho pelo jornal de sábado continua. Então me revolto com esse desdém tanto das bancas de revista quanto dos próprios leitores com um jornal que é preparado com tanto esmero para um dia da semana muito especial. O jornal de sábado recebe uma atenção superficial e logo todos só querem o de domingo, com seus fartos encartes.

Protesto! Direitos iguais para o jornal de sábado!

Metrô em Foco

Metrô em Foco é o nome de um jornal distribuído gratuitamente no Trensurb, metrô que circula na Grande Porto Alegre. O número 5, que já está pronto, publica meu texto "Saudações Coloradas" na contracapa. O jornal é editado por Luciamem Winck e publicado pela empresa Comunicação Ilimitada. Entrando no site e clicando em "Produtos em foco", é possível acessar todas as edições já lançadas em formato PDF (exige Acrobat Reader para leitura).

sexta-feira, setembro 01, 2006

O vídeo da "profecia" para baixar

Finalmente vocês podem baixar do Rapidshare o vídeo da "profecia" em formato wmv clicando aqui. Mais detalhes sobre essa gravação vocês encontram no quarto post abaixo ou, se não estiver mais na página, indo direto aqui. Faltou dizer que a apresentadora que aparece no começo e no final é Maria do Carmo.

Alguns amigos meus já viram este vídeo e houve quem desconfiasse de montagem ou algum outro truque. Eu garanto a vocês que essas imagens aparecem tal e qual foram ao ar em 1986, sem qualquer modificação (exceto pelo endereço do blog, que foi colocado por cima). Eu próprio as gravei da TV em VHS e mantive a fita guardada por esses 20 anos. Aliás, têm outras coisas interessantes no meu arquivo de vídeo. Só preciso conseguir o equipamento para disponibilizar mais curiosidades. Esse trecho foi digitalizado por encomenda, mas têm mais registros históricos que valem a pena ser divulgados.

Por fim, vale repetir: tomara que a "previsão" de André Damasceno se torne realidade e o Inter seja mesmo Campeão do Mundo de 2006!