terça-feira, outubro 25, 2011

Educação

Não lembro com certeza quando foi que vi pela primeira vez um anúncio com os dizeres: "Minha educação depende da sua". Mas claro que foi no caixa de algum boteco qualquer. Depois disso encontrei de novo, diversas vezes, o mesmo aviso. A primeira impressão que me causou foi de antipatia. Quem já começa recebendo assim não me parece ser um atendente de bom trato, com preparo para lidar com clientes. Infelizmente, há pessoas de baixo nível por toda a parte. E dos dois lados do balcão.

Mas aquela frase ficou gravada em minha memória. E inevitavelmente me lembrei dela quando vi outra similar, dizendo que devemos tratar as pessoas como nos tratam. É a mesma linha de raciocínio expressa sob outro ângulo. Será mesmo?

É verdade que ninguém é de ferro. Muitas vezes nos descontrolamos e dizemos coisas que depois nem acreditamos ter sido capazes de pronunciar. Mas aí estamos falando de exceção e não da regra. Acho, sinceramente, que nem sempre precisamos devolver na mesma moeda algo que possa não nos ter agradado. Cada caso é um caso. Minha mãe certa vez me contou a história de um padre que levou um tapa no rosto. Ofereceu a outra face e, mais uma vez, foi agredido. Então respondeu: "Até aí mandava o Evangelho" – e desferiu um soco bem dado em seu agressor!

Não sou perfeito. Posso me descontrolar, como muitas vezes já aconteceu. Mas dizer que a minha educação depende da de outra pessoa? Não posso concordar. A educação que recebi é minha, exclusiva, transmitida por meus pais e, de forma complementar, por meus irmãos e professores. Não será a eventual grosseria de gente de baixo nível que irá mudar isso. Não, minha educação não depende "da sua". Recorrer a essa frase é eximir-se da obrigação de tratar o semelhante com dignidade. Se eu me rebaixar ao nível do interlocutor, será uma atitude de fraqueza. Mas não necessariamente justificável.

Minha educação não depende de ninguém. Ela é minha. Ela pode fraquejar em alguns momentos, mas a sua essência não se deixará abalar.

sábado, outubro 22, 2011

A caminhada tradicional

Hoje teve a tradicional caminhada minha e do Iuri pela Avenida Beira-Rio, desta vez ida e volta. Acima, a saída, na rua do meu edifício.

O também tradicional lanche no Shopping Rua da Praia. Comparem com a foto de cima e vejam como o Iuri ficou bronzeado.
E a volta. Nem em close dá pra disfarçar: ele está mesmo mais alto do que eu!
O novo prédio de escritórios do Shopping Praia de Belas, ao cair da tarde.

P.S.: Obrigado ao zealfredo pelo elogio às fotos de pôr-do-sol, nos comentários. Desde a adolescência eu sou fascinado pelo pôr-do-sol do Guaíba e não é pra menos: eu morava na Av. Mauá, com sacada em frente ao rio (ou estuário, ou lago, ou sei lá o quê). Pra quem gosta de fotos assim, indico também estas aqui.

quarta-feira, outubro 19, 2011

Chegou!

A rigor, essa caixa não faz parte do produto, servindo apenas para transportá-lo. Mas, como ela tem o tamanho exato, eu vou mantê-la, para ajudar na conservação. O box Station to Station, de David Bowie, também veio num invólucro assim (e eu também o preservei).
Aí está! A esperadíssima edição "Immersion" do clássico Dark Side of the Moon, do Pink Floyd. Esse disco entrou na minha vida um pouco antes do Aladdin Sane, de David Bowie. Os dois abriram a minha cabeça para o rock dos anos 70 (se bem que Alice Cooper já tinha dado o pontapé inicial com "School's Out").
Tá tão bonita lacrada que dá até pena de abrir!
Vejam de outro ângulo, já sem o lacre.
Opa! Aí está o conteúdo à primeira vista.
Em meio a essa parafernália toda (aqueles pacotinhos plásticos são bolas de gude!) a gente encontra até CDs e DVDs! Depois vou examinar tudo com calma e volto aqui para comentar.

Cinzas do vulcão

Ainda não li a matéria, mas o alerta sobre as cinzas do vulcão na capa da Zero Hora me deixou apreensivo. Nunca mais tive crise de asma, mas já faz algum tempo que voltei a fazer nebulizações regularmente. Tenho caminhado bastante nos últimos dias e não notei diferença na qualidade do ar. Espero que continue assim.

segunda-feira, outubro 17, 2011

Finalmente

Hoje fiz algo que teria sido inimaginável nos tempos da inflação galopante (da qual não tenho a menor saudade, é bom enfatizar): estive no Bourbon Country para descontar o vale-presente que ganhei de meu irmão e minha cunhada no meu aniversário. Ou seja: no dia 12 de dezembro do ano passado. Era válido por um ano. Mas a demora foi providencial, pois as camisas que eu escolhi não teriam servido nos meses anteriores. Espero que continuem servindo. Aliás, melhor ainda: tomara que fiquem grandes!

Em compensação, depois dei uma passada na Livraria Cultura e, como sempre, saí de lá carregando bem mais peso do que quando entrei. Ainda bem que isso aconteceu numa livraria e não num restaurante.

sábado, outubro 15, 2011

Dia do Professor

Alguns de meus professores eram como ídolos para mim. Eu tinha por eles uma genuína admiração. Uma aula bem dada é quase um show. Você sente vontade de aplaudir no final.

Lamento por certas pessoas que não valorizam o ofício de professor. Pra mim, é a profissão mais essencial do mundo logo após a de médico. Em compensação, a defasagem entre a remuneração de um e de outro é vergonhosa. O que faz dos professores ainda mais "heróis".

Já escrevi outras vezes aqui no Blog sobre o dia do professor. Convido-os a reler meus textos de 2004 e 2008.

Parabéns a todos os professores! E obrigado aos que tanto me ensinaram.

Queremos Suzi Quatro em Porto Alegre

Estão anunciando show de Suzi Quatro em Curitiba no dia 19 de maio de 2012. Quem vem lá dos Estados Unidos até Curitiba pode vir até Porto Alegre, certo? Ou será que vou ter que fazer uma visita a meus amigos Bonow, Juarez, Pi...? Taí um estímulo para eu colocar a autobiografia dela, "Unzipped", como prioridade para minha próxima leitura. O livro já está na prateleira, é só pegar.

quarta-feira, outubro 12, 2011

Contrate minha palestra

Esta foto foi disponibilizada hoje por minha prima Rosa Vieira (eu sempre vou chamá-la de "Maria" Rosa, mas tudo bem) no Facebook. Não parece mesmo que estou dando uma palestra interessantíssima para um grande e atento grupo de pessoas? Na verdade estou apenas fazendo uma homenagem a meu Tio Ivar na festa dos 80 anos dele, em Santa Maria, no ano passado. Meu irmão e minha irmã também falaram. É uma pena que somente as miniaturas tenham sido postadas. Quero ver se consigo com minha prima as fotos individuais em tamanho grande, ao menos aquelas em que apareço.

Aquarela

Para comemorar o Dia da Criança, fui buscar no YouTube a versão original de "Aquarela", de Toquinho, que é até hoje uma de minhas músicas preferidas. Eu juro que quase choro quando ouço alguns trechos, como aquele que diz: "o futuro é uma astronave / que tentamos pilotar (...)/ sem pedir licença muda nossa vida /e depois convida / a rir ou chorar".



Eu disse "versão original"? Pois eu estava enganado. O original, na verdade, é em italiano. Foi nesse idioma que a música foi gravada pela primeira vez. Cliquem aqui para ler um depoimento de Toquinho em que ele explica como a música foi criada, inclusive apontando a semelhança com a melodia de "Uma Rosa em Minha Mão", que ele e Vinicius compuseram para a trilha sonora da novela "Fogo Sobre Terra" em 1974. Pois aí está a gravação em italiano, que deu origem a tudo:



Certas canções são tão mágicas que parecem vir direto da alma de quem as compôs. Vamos continuar tentando pilotar a astronave Futuro, mesmo sabendo que nem sempre ela segue as direções que orientamos. Feliz Dia da Criança ao Iuri e a todas as crianças do mundo!

segunda-feira, outubro 10, 2011

Troca a placa!

Sempre fui fã do site Tecla SAP, do tradutor Ulisses Wehby de Carvalho. As dicas de inglês que ele fornece são bastante divertidas e esclarecedoras. Mas já há algum tempo ele teve uma ideia genial: criou uma página para compilar as legítimas "pérolas" que surgem por este Brasil quando se tentam escrever placas e anúncios em inglês. São verdadeiros absurdos que aparecem sob o título de "Troca a placa!". Conhecem, por exemplo, "filet of boyfriend"? Gostariam de concorrer a um "home teacher"? Divirtam-se clicando aqui.

domingo, outubro 09, 2011

Domingo

Hoje não fotografei, mas dei outra caminhada com o Iuri pelo mesmo trajeto. Até tivemos sorte, pois tudo indicava que iria chover. Em vez disso, abriu um belo sol. A chuva veio, mas somente à noite.

Boa semana e muita paz para todos.

sexta-feira, outubro 07, 2011

Beijo da Mulher Aranha no Oscar 86

"O Beijo da Mulher Aranha", de Hector Babenco, finalmente está sendo lançado em DVD avulso. Ele já tinha saído nesse formato, mas somente como parte de uma caixa com outros filmes do diretor. Só lamento que, se for edição idêntica à da caixa, está disponível apenas com a trilha sonora original em inglês. Seria interessante que o DVD incluísse também a versão em português, pois os atores brasileiros dublaram suas próprias vozes. No tempo do videocassete, fez-se o contrário: lançou-se a fita VHS exclusivamente em português, para reforçar a ideia de que se tratava de uma produção brasileira. Nos cinemas do Brasil, havia salas exibindo a trilha em inglês, outras em português.

Aproveitando este gancho, resgato de meus arquivos a cobertura do Oscar 86, com destaque para os trechos relacionados ao filme. O vídeo que editei tem 22 minutos e começa com uma entrevista exclusiva de Hector Babenco para Leda Nagle e o crítico de cinema Rubens Ewald Filho no jornal Hoje. A seguir, aparecem os comentários do jornalista Hélio Costa e do mesmo Rubens Ewald Filho antes, durante e depois da transmissão ao vivo da cerimônia. Há também um rápido depoimento da mãe de Sônia Braga. Como se sabe, o único prêmio conquistado pelo filme foi o de melhor ator para William Hurt. Observem que, em seu agradecimento, Hurt diz "saudade" em português.

Deixei de fora o momento em que Hélio Costa anuncia o falecimento de Maurício Sirotsky Sobrinho. Tenho também o noticioso especial que foi ao ar pela RBS ao final da noite, sobre a morte do Diretor Presidente da empresa. Isso talvez eu divulgue em algum momento, mas somente se não for ofensivo à família do jornalista.

Aqui está minha edição do Oscar 86:

terça-feira, outubro 04, 2011

Casal ilustre

Nem sempre encontro o que procuro em minhas visitas ao arquivo de jornais do Museu de Comunicação, mas por vezes acabo descobrindo algo interessante. O detalhe acima é da Zero Hora de 8 de junho de 1970. Bem à esquerda aparecem meu pai e minha mãe. Pelo visto, o colunista social Saul Júnior gostava de se referir a ela como "Sra. Ivéscio Pacheco" (como viria a fazer novamente nesta nota aqui). É resquício de uma época machista em que as esposas não tinham direito sequer a um nome próprio. Para vocês, ela é a Dona Irene. Ela era dentista, mas não fazia questão de ser chamada de "doutora" no dia-a-dia.

segunda-feira, outubro 03, 2011

Reencontrando amigos

Hoje estava caminhando pela Rua da Praia e acabei reencontrando dois amigos que há muito não via. O tempo em que paramos para conversar não foi suficiente para colocar as novidades em dia, mesmo assim matamos as saudades. Houve uma época, em 2000 e 2001, em que trabalhávamos no mesmo setor. Todas as quintas-feiras, reuníamos uma turma grande e íamos almoçar numa churrascaria do centro de Porto Alegre. E ali rolavam histórias, piadas, desabafos, de tudo um pouco. Lembro de uma ocasião em que uma chuva torrencial alagou tudo ao redor e nos deixou ilhados. Não nos restou alternativa senão ligar para o trabalho, informar o ocorrido e ficar por ali mais uma hora no mínimo. Que sacrifício!

Ao final de 2001, eu troquei de setor e outros da turma também se dispersaram. Mas tentamos manter o grupo unido. Em vez do churrasco semanal na hora do almoço, passamos a marcar uma vez por mês à noite. Nem sempre mantínhamos a regularidade, mas os encontros aconteciam. Nos mais diversos restaurantes e churrascarias. Uma delas, inclusive, que ficava na Av. Erico Verissimo, veio a ser totalmente demolida. Às vezes eram convidadas pessoas novas, mas o núcleo permanecia o mesmo. Até que, por razões difíceis de precisar, os churrascos começaram a ficar cada vez mais espaçados entre um e outro e por fim deixaram de acontecer. De vez em quando ocorre de a gente se encontrar por acaso e decidir retomar as velhas reuniões. Foi o caso de hoje. Espero que desta vez se concretize.

Mais de uma pessoa recém chegada em minha vida já fez o comentário de que "não tenho amigos". Mas claro que os tenho. Muitos. Meu erro, talvez, é não procurá-los, não telefonar para eles para dizer que não os esqueci. Mas, quando a oportunidade surge, eu refaço contato. Sempre me lembro de algum deles quando tomo conhecimento de algo que lhes possa interessar. Foi assim quando recebi o material do programa de Mr. Lee. Imediatamente localizei o telefone de meu ex-colega de faculdade Artur Gayer, com quem não falava havia dez anos, mais ou menos. Ou quando surpreendi meu colega Luiz Carlos Lasek (hoje aposentado) com um e-mail indicando o recente lançamento de um CD, depois de anos sem nos falarmos. Na minha formatura em Jornalismo, em janeiro de 1993, tratei de achar todos os meus amigos de adolescência para convidá-los. Nem todos vieram, mas o que importa é que foram chamados.

A Internet também já me proporcionou algumas gratas reaproximações. Às vezes revejo amigos com quem não converso desde o século passado e eles dizem que leem o meu Blog. Muitos chegaram aqui por acaso, mas não importa: gostaram e voltaram. O tópico com fotos minhas no Jardim de Infância do Anexo ao Instituto de Educação em 1967 já incentivou muita gente que ali aparece a me escrever, atualizando quatro décadas de novidades. Um deles, inclusive, que nem era do mesmo turno que eu, lembrava daquele dia (festa de final de ano) com tal riqueza de detalhes que até mandei mais fotos para ele.

Se algum velho amigo lê o meu Blog e ainda não fez contato, o que está esperando? É difícil, muito difícil, eu me esquecer de alguém. Um dia ainda vou organizar um megaevento reunindo a todos.

(Sobre este mesmo assunto, leiam também "Alô amigos", que escrevi em agosto de 2007.)