segunda-feira, outubro 31, 2005

Virei boleteiro

Calma! Não é o que vocês estão pensando! Leiam até o fim.

Fiz o acordo com o Credicard. Minha dívida será parcelada em 12 vezes e, por esse período, meu cartão será bloqueado. Na verdade, o que mais me incomodava na perspectiva de ficar um ano sem poder usar cartão de crédito não era a perda da perigosa e tentadora faculdade de “pagar depois”. Isso até vai ser um bom exercício de administração do orçamento: só gastar o que se tem. (Bem, sempre existe o cheque pré-datado...)

Mas a grande libertação que o cartão de crédito representou para mim foi a de poder fazer compras à distância. Mesmo antes da era da Internet eu já usava esse recurso pelo correio normal. Com a introdução do cartão de crédito internacional, passei a fazer encomendas de lojas dos Estados Unidos e Inglaterra cujos endereços e catálogos eu obtinha em revistas importadas. Quando surgiu a Internet, bom, aí virou covardia. Passei a contar com lojas e sebos virtuais do mundo inteiro ao alcance das teclas. Acho que comprei mais livros em meus seis primeiros anos de Internet do que em toda a parte anterior da minha vida.

Só quem é colecionador sabe a agonia que é depender exclusivamente das lojas físicas, dos vendedores que sabem pouco e pensam que sabem muito, da turma do “podemos encomendar” e do “não chegou ainda”. É verdade que uma compra via correio também acarreta em espera, mas pelo menos o produto chega com certeza e o prazo é confiável. Nisso, aliás, é preciso elogiar a evolução das lojas virtuais brasileiras: já atualizam corretamente seus bancos de dados de forma que, se um item aparece como disponível, vai ser entregue com certeza. E dentro do prazo prometido.

Sem poder usar cartão de crédito, imaginei que voltaria ao velho martírio de percorrer as lojas à cata de algum livro, CD ou DVD que aparentemente só eu conheço. Muitas vezes imprimi a capa para mostrar ao vendedor. É impressionante como essa tática faz melhorar o atendimento, pois aí ele acredita que existe mesmo, ainda que a loja não tenha. Mas não vai ser preciso. Felizmente, a maioria das lojas virtuais trabalha com boleto bancário. Basta imprimi-lo para pagar no banco ou, melhor ainda, digitar o código de barras no site de “Internet Banking”. No momento em que o sistema da loja apropria o pagamento, envia a encomenda da mesma forma. Resolvido! Virei boleteiro, isto é, usuário de boleto bancário.

Faxina de teclado

Acho que o grau de cultura das pessoas pode ser medido pelo que é ou não óbvio para elas. O óbvio é aquilo que você não precisa explicar. Se é óbvio, é óbvio.

Pois bem: fiz uma constatação importantíssima para quem tem computar em casa. Para uma faxineira, não é óbvio que ela não pode ficar esfregando o teclado com o computador ligado. Você tem que avisá-la. No meu trabalho, certa vez, ouvi um "pi pi pi pi..." que parecia código morse. Mas não, era apenas a faxineira passando o pano meticulosamente entre as teclas. Assim também, um dia cheguei em casa e flagrei a faxineira limpando o teclado do meu computador. Como o monitor estava desligado, ela imaginou que o equipamento todo também estivesse. Por sorte ela apenas abriu algumas janelas inócuas que tive que fechar uma por uma. Mas fica dado o alerta: a faxineira não sabe que o teclado é "intocável" (para ela, pelo menos). Avisem-na.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Grande Rafael!

Meu sobrinho Rafael Barcellos é mais um adepto na luta contra os textos divulgados com autorias indevidas. Senti-me homenageado com o que ele escreveu no blog dele. Leiam aqui.

Mudança tardia

Hoje coloquei em prática algo que já devia ter feito há oito anos: busquei tudo o que faltava da casa de minha ex-esposa. Só eu mesmo de achar que conseguiria fazer isso aos poucos, sem contratar uma mudança. É bem verdade que eu mesmo já tinha trazido a maioria dos livros e todos os CDs. Mas faltavam ainda cerca de 500 LPs, alguns compactos, quatro projetores de filmes, uns 100 rolos de filmes Super 8, umas 50 fitas VHS, revistas, fotos, livros... Eu não imaginava que fosse dar a quantidade de caixas que deu. Pensei que uma Kombi desse conta do recado, mas foi bom ter contratado um caminhão. Mal cabe tudo o que veio no meu "apertamento", mas não importa, agora está aqui. Aguardem para breve alguns scans bem interessantes, como programas de shows históricos (Nei Lisboa, Saracura, Engenheiros do Hawaii), capas de discos raros e fotos minhas do tempo em que eu era bonito e não sabia.

terça-feira, outubro 25, 2005

A minha arma

Agora que o referendo aprovou o "não", posso mostrar pra vocês a arma que eu mantinha escondida. Não, não é minha. Peguei a imagem na Internet. A edição brasileira do LP "Love Gun", do Kiss, lançado em 1977, veio sem esse brinde.

Informou o plantão do blog (o recesso continua).

Recesso

Este blog está de recesso o mais tardar até sexta-feira. Tenho alguns assuntos na cabeça (os 65 anos de Pelé, o acidente do ciclista que morreu na Avenida Beira-Rio e talvez mais alguns tirinhos sobre o referendo do desarmamento), mas vão ter que esperar. Até lá, comportem-se. Nada de ficar repassando textos falsos com a assinatura do Verissimo ou do Quintana.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Questão de entendimento

Eu juro que já estava pensando em escrever sobre isto muito antes de ler a crônica do Luis Fernando Verissimo que saiu hoje. Depois que li, pensei: BINGO! Confirmou minha tese.

Eu votei "não" no referendo do desarmamento, mas consigo imaginar como a turma do "sim" está se sentindo. Não é fácil ser voto vencido. Eu já fui algumas vezes e já tive oportunidade de observar a reação de outras pessoas que também tiveram seus votos superados. Por uma questão de lógica, vota-se naquilo em que se acredita. Logo, quando se vê a maioria indo em sentido contrário, a tendência é pensar: não entenderam. Não souberam enxergar a realidade. Estão iludidos. As tentativas de esclarecimento foram infelizes.

Aliás, "não entenderam" é um mecanismo de defesa muito utilizado também em outras situações. Quando um filme é mal recebido pela crítica, o diretor invariavelmente conclui: não entenderam. Se algum leitor escreve para o jornal discordando de alguma coluna ou comentário, o autor pensa: ele não entendeu. Se você faz uma proposta numa reunião e ela não é aceita, é óbvio que não a entenderam. O ser humano é assim. Usa sua visão do mundo como parâmetro para avaliar a capacidade de compreensão dos outros.

Claro, há situações em que o mal-entendido de fato acontece. Separemos o joio do trigo. Aquela vez em que divulguei a agenda da banda Sunset Riders e fiz uma brincadeira com as festas fechadas, reservo-me o direito de achar que a fã do grupo que escreveu para me esculachar realmente não entendeu a minha intenção (pra quem não leu, é só clicar
aqui). Outros podem pensar que não, que eu estou apenas usando isso como pretexto para não admitir que me expressei mal. De qualquer forma, estou citando esse episódio apenas como exemplo de que há casos de pessoas que "não entenderam" mesmo.

A turma do voto vencido bufa, balança a cabeça em desaprovação, resmunga, e por fim desabafa: não entenderam. Mas afinal, quem tem a verdade absoluta? Quem votou "sim" parte do princípio que, com menos armas, haverá menos mortes. Simples assim. Já quem votou "não" teme pela segurança de uma população "oficialmente" desarmada e quer assegurar o direito de cada indivíduo de ter uma arma para sua defesa, se assim o desejar. São visões antagônicas, ambas com sua lógica e coerência. Nenhuma delas está errada a meu ver. Mas, no meu julgamento, a segunda é mais justa e realista.

Se você votou "sim", já sei o que deve estar pensando do que eu escrevi: que eu não entendi. Mas se você pensa isso, sinto muito: você não entendeu.


P.S.: Acho que faltou explicar o que o Verissimo tem a ver com isso. Afinal, nem todos lêem a coluna dele. Na crônica de hoje, ele dá a entender que venceu o "não" porque a população não foi corretamente esclarecida. Ou seja: não entenderam.

domingo, outubro 23, 2005

Cinemas

No último andar do Shopping Rua da Praia tem um cartaz com os seguintes dizeres:

"Não se fazem mais cinemas no centro como antigamente. Ainda bem."

Esse mesmíssimo slogan, com "ainda bem" no final, foi usado há muitos anos pelo curso pré-vestibular Unificado. A diferença é que, em vez de "cinemas no centro", era "professores". E aparecia uma foto de Gilberto Kaplan com uma enorme barba.

Outra curiosidade é que dois cinemas de lá estão mostrando filmes cujos títulos me lembraram o referendo de hoje. Para quem vota "não", "O Senhor das Armas". Para a turma do "sim", "A Batalha dos Vegetais".

Músicas

Sugestões de músicas para hoje:

"Não e Não" - Teixeirinha
"É Proibido Proibir" - Caetano Veloso
"Tell Her No" - Zombies
"No, No, No" - Scott Mackenzie

E para que não digam que fui parcial:

"Vence na Vida Quem Diz Sim" - Chico Buarque
"Sim" - Kleiton Ramil
"Sim Sim Sim" - Bebeto Alves
"Farewell to Arms" - Harry Belafonte

sábado, outubro 22, 2005

O acervo Júlio Petersen

Em 1989, na Faculdade de Jornalismo, eu tinha que fazer uma entrevista a livre escolha, mas não sabia a quem procurar. Aí lembrei que um colega meu da Caixa havia comentado que o pai dele tinha uma das maiores bibliotecas particulares sobre o Rio Grande do Sul e a imprensa já tinha feito matéria sobre ele. Agendamos um encontro e, num sábado, apareci de gravador em punho na casa de um dos sujeitos mais interessantes que conheci: Júlio Petersen.

Antes mesmo de se dedicar a colecionar livros, Petersen já tinha um invejável currículo como goleiro, tendo atuado pelo Inter e Grêmio. Numa das viagens para os jogos, havia um piano no hotel em que os jogadores se hospedaram. Mas algumas notas estavam falhando. Foram ver o que havia e descobriram dentro do instrumento um pedaço do livro "Voluntários do Martírio", de Ângelo Dourado, sobre a revolução gaúcha de 1893. Faltava o começo e o fim. Mesmo assim, Petersen leu o trecho disponível, interessou-se pelo tema e tratou de conseguir não só a obra completa como qualquer outra publicação sobre o mesmo assunto. Possivelmente ninguém como ele estudou tão a fundo a "revolução da degola".

Outra de suas paixões era "Antônio Chimango", o chamado "poemeto campestre" escrito por Ramiro Barcelos com o pseudônimo de Amaro Juvenal para atacar Borges de Medeiros. Petersen conhecia todas as edições de "Chimango" com meticulosa precisão de detalhes e chegou a escrever um livro não publicado sobre suas pesquisas a respeito do panfleto. Sua biblioteca ocupava todo o piso superior de sua casa na Cidade Baixa. Ainda devo ter em algum lugar a fita da entrevista que ele me concedeu, em que se vangloriou de possuir "desde a poesia gauchesca pornográfica, que é uma obra-prima, até leis do Rio Grande do Sul". Disse também: "Detesto que me chamem de bibliófilo. Bibliófilo é avarento. Eu gosto de servir os outros". De fato, seu acervo era livremente disponibilizado para estudantes, mas ele cobrava um preço: uma cópia do trabalho realizado.

Hoje leio na Zero Hora que a PUC-RS comprou a biblioteca de Júlio Petersen, que faleceu em 2002. Como já fizera antes com a do crítico de cinema Paulo Fontoura Gastal. Nesta hora, fico orgulhoso de ser duas vezes "filho da PUC" e de morar numa cidade que valoriza a cultura. Embora minha modesta coleção de livros sobre música, quadrinhos, biografias e outros assuntos de meu interesse não chegue aos pés do acervo reunido por esses dois entusiastas, eu me identifico muito com eles. Principalmente quando recebo críticas por "gastar todo o meu dinheiro em livros, CDs e DVDs e não adquirir bens". Tudo isso que eu compro também é um patrimônio de valor inestimável, mas nem todos conseguem avaliar. Lembro que Petersen me falou que quis colocar sua biblioteca no seguro e não conseguiu. É o ônus de se morar num país que só valoriza o que termina em "óvel". Mas a PUC está de parabéns mais uma vez. E obrigado à família de Júlio Petersen por legar esse tesouro fantástico à comunidade.

sexta-feira, outubro 21, 2005

Desarmamento

Incrível, praticamente às vésperas do referendo do desarmamento:

- Os partidários do SIM continuam achando que conseguem fazer os adeptos do NÃO mudarem de idéia.

- Os partidários do NÃO continuam achando que conseguem fazer os adeptos do SIM mudarem de idéia.

- Os partidários do NÃO continuam postando aquela historinha do ladrão do quintal como se fosse de Luis Fernando Verissimo, mesmo depois que o próprio já disse que não a escreveu e que vai apoiar o SIM.

- Eu continuo votando NÃO. Mas isso não é incrível (pelo menos não pra mim).

DVD de Kleiton e Kledir

Depois do show de Kleiton e Kledir, vem aí o DVD, que deve chegar em novembro. Olhem o recado que o Kleiton colocou lá no Orkut, para divulgação:

"No DVD 'Kleiton e Kledir ao vivo' vai ter:

1. Show musical - você pode ter ver todo o show praticamente sem interrupção e com poucos textos.

2. Show comentado - você assiste ao show mixado com comentários nossos, contando histórias de cada música, desde a criação até assuntos curiosos e/ou importantes sobre ela. Também está aí praticamente tudo do texto do show, que rolou ao vivo.

3. BR 116- O caminho de Pelotas a Porto Alegre. Um roadmovie que conta as origens da dupla. Documentário sobre Pelotas e Porto misturado com nossa história pessoal. Aí tem muita foto de nosso arquivo pessoal e até uma cena de um filme 16 mmm, de nossa infância.

4. Making of. Os bastidores do show. Entrevistas e cenas de tudo o que rolou.

5. Letras em Português que a pessoas podem ver enquanto o show rola, se quiserem.

6. Cifras de todas a músicas para quem quiser tocar.

7. Legendas em Inglês e Espanhol, com as letras traduzidas.

E têm mais coisas que é melhor ver na hora.

Na verdade tivemos uma centena de idéias antes de tudo começar, mas por uma questão de tempo e orçamento, nem tudo foi possível realizar. Mas tem muito material para se curtir e tudo feito com a melhor tecnologia, talento e carinho dos profissionais que nos rodearam. Agora é só sentar e curtir. Tem mixagem até em 5.1, se preferirem!

Boa viagem.

Kleiton"

Difícil entendimento

Fico nervoso quando ouço outra pessoa falando com alguém no telefone tendo que repetir várias vezes a mesma coisa. Ou porque a outra não ouviu bem, ou porque ouviu, mas não entendeu. Dá vontade de arrancar o telefone da mão de quem está falando e gritar o que ela acabou de dizer, emendando: "PÔ, ATÉ EU JÁ ENTENDI!"

quinta-feira, outubro 20, 2005

Participação especial

Eu moro perto do Shopping Praia de Belas. Geladeira abastecida, trabalho por fazer, tinha decidido não sair de casa hoje. Mas, faltando 20 minutos para o Shopping fechar, sabendo que iria virar a madrugada no computador, no impulso, decidi dar uma passada lá. Cheguei em menos de dez minutos, mas de qualquer forma não teria muito tempo. O supermercado e a farmácia podiam esperar, pois ficam abertos até mais tarde. Fui primeiro na Saraiva.

Subindo a escada rolante, tive uma vista panorâmica do Batmóvel, inspirado na série de TV de 1966, e do carro da Penélope Charmosa. Estavam lá, como já é de praxe todos os anos, para divulgação da Festa do Ridículo. Eu, como fã do Batman da TV, bem que gostaria de ter um Batmóvel daqueles. Lembro de um que circulava pelas ruas de Porto Alegre que era um Maverick adaptado, mas esse que estava lá parece ser diferente, mais fiel ao original. Só não sei se teria coragem se sair por aí com ele. Será que eu faria sucesso entre as mulheres? Deixa assim, eu não esqueci que tenho namorada. Mas não sei se ela teria coragem de andar comigo no Batmóvel.

Cheguei na Saraiva e não encontrei tudo o que procurava. Olhei no relógio e calculei que, se fosse rápido, chegaria na Multisom antes de fechar. Como eu estava no piso superior e a loja fica no térreo, imaginei que, descendo pela escada normal, iria mais depressa. E fui. Tão depressa que, ao passar do último degrau, caí espetacularmente no chão. Foi uma queda aparentemente interminável, em que todos os meus esforços de abreviar o incidente só serviram para torná-lo ainda mais longo. Depois vi as marcas da sola do meu sapato no piso. Dois seguranças logo se aproximaram e literalmente me içaram do chão. Mas não foi em vão. Cheguei a tempo na Multisom e achei o que queria.

Depois, antes de ir ao supermercado, dei uma passada na Taba, que como diz o nome, é uma tabacaria. (E tabacaria, como todos sabem, é onde se compram revistas e jornais. Não me perguntem por quê.) Aproveitei para comprar a Zero Hora, que ainda não tinha lido. A senhora do caixa disse que era bom eu me apressar mesmo ou não leria mais. Aí comentei do meu tombo cinematográfico para pegar a loja aberta e disse que, felizmente, não havia muita "platéia". Ela me tranqüilizou:

- Ah, o senhor não se preocupe, que hoje o Shopping está promovendo a Festa do Ridículo e todos devem ter pensado que fazia parte do script!

Pô, dona, muito obrigado! A senhora é igual ao "consolador" daquela antológica piada! Valeu!

Sistema enrolado

No mês passado, não consegui pagar minha fatura do Credicard em dia. Percebendo a situação emergencial (havia outras despesas em aberto), coloquei imediatamente em ação um plano de contingências para pagamento de dívidas. Até agora, vem dando certo. A Santa Hedwiges sempre me pega no colo nessas horas.

Mas certos sistemas "inteligentes" são difíceis de engolir. Quando finalmente tive dinheiro para pagar o valor mínimo da fatura, mesmo com atraso, tentei entrar em contato com o atendimento do Credicard para saber informações sobre o pagamento parcelado sem juros. Como eu estava inadimplente, fui orientado pela gravação a telefonar para a Central de Cobrança. Lá me avisaram que o parcelamento sem juros só podia ser negociado na Central de Atendimento. A Central de Cobrança só negociava o parcelamento com juros, em até 12 vezes, com bloqueio do cartão. Para que eu conseguisse novamente falar com a Central de Atendimento, foi-me fornecido um código, já que, se eu digitasse o número do meu cartão, seria novamente direcionado para telefonar para a Central de Cobrança.

Depois de pesar prós e contras, decidi optar pelo parcelamento em 12 vezes com juros e bloqueio do cartão. Paguei o valor mínimo e fui orientado a ligar novamente depois de cinco dias, pois era o prazo para que o pagamento entrasse no sistema. Só que eu, que sou burro por achar que as coisas são lógicas e racionais, imaginei que não houvesse problema em telefonar um ou dois dias além do prazo. Meu objetivo era segurança, ou seja, ter certeza de que o pagamento havia sido registrado. O pagamento foi feito no dia 4. Fiz a ligação dia 11. Tarde demais. Fui informado de que minha fatura "estava em fase de fechamento" e a negociação não poderia ser processada naquela data. Mas que eu não me preocupasse, era só telefonar de novo no dia 20, que a fatura já estaria fechada e eu poderia pedir o parcelamento sem ter que pagar novamente o valor mínimo.

Dia 20 é hoje. Liguei para a Central de Cobrança. Após digitar todos os números do meu cartão, a gravação mandou que eu ligasse para outro número. Que era o do atendimento normal. Claro, agora eu não estou mais inadimplente. A Central de Cobrança só atende caloteiros. Na Central de Atendimento, recebi novamente as mesmas informações do mês passado, ou seja, de que eu teria que pagar o valor mínimo e poderia parcelar o saldo em cinco vezes sem juros, mas que se quisesse pagar em mais vezes com juros e bloqueio, teria que falar com a Central de Cobrança. Ora, como falar com a Central de Cobrança, se o número do meu cartão não dava acesso? Primeiro me disseram que, se eu deixasse vencer a parcela (incorrendo em juros e sujando desnecessariamente o meu nome), após o prazo conseguiria falar com eles. Quem me conhece imagina o que a pobre moça teve que escutar nessa hora. Ela sugeriu que eu tentasse ligar para a Central de Cobrança sem digitar os números do meu cartão. Foi o que fiz. Apenas teclei "9". Deu certo.

Lá me orientaram novamente a pagar o valor mínimo da fatura para depois solicitar o parcelamento. Ora, já não foi o que me mandaram fazer no mês passado? Infelizmente ainda confio em informações por telefone e não peguei nome completo, CPF, nem pedi atestado de bons antecedentes do atendente que me informou, no dia 11, que eu poderia ligar no dia 20 e tudo poderia ser processado normalmente. Agora já entendi: depois de efetuar o pagamento, eu tenho que telefonar para a Central de Cobrança na fração de segundo exata em que meu pagamento estiver entrando. Não pode ser antes por razões óbvias, mas também não pode ser depois porque daí recomeçam as mesmas instruções: pagar o valor mínimo, esperar cinco dias. Registre-se que eu só consegui falar com a Central de Cobrança porque consegui burlar o sistema, não digitando o número do meu cartão. Só quem está em atraso consegue ser atendido por eles e tentar negociar um prazo maior. Ou seja: é proibido prevenir, você só pode remediar.

Mas eles vão me atender. Foi o que disseram e eu acredito. O único problema é saber o momento exato em que meu pagamento vai entrar. Por sorte vou conseguir pagar o valor mínimo da fatura, pois não estava contando com isso. O pagamento do mês passado já foi sofrido. E quanto a saber a fração de segundo em que o sistema vai registrar meu pagamento, isso não é problema para mim. Não tenho compromissos, sou um sujeito inteiramente desocupado. Posso perfeitamente passar o dia inteiro ligando para o Credicard para saber se já entrou ou não. Barbada! E depois ainda tem gente que reclama.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Nei Lisboa e os anos 80

Quando a gente é fanático por música, uma simples citação ou lembrança já pode dar uma vontade danada de ouvir um determinado disco. Pois lá no Orkut, na comunidade do músico gaúcho Nei Lisboa, um participante perguntou se alguma música do Nei lembrava alguém ou alguma época. Respondi que o primeiro LP, "Pra Viajar no Cosmos Não Precisa Gasolina", me fazia recordar de uma época legal da minha vida. Mas foi só terminar de escrever e fui correndo catar meus CDs do Nei. E ele já está cantando em minhas caixinhas de som do computador: "Eu visito estrelas..."

Pensando bem, acho que tenho sido injusto com os anos 80. Costumo citar a década de 70 como a minha preferida, por ter sido a de minha adolescência por isso mesmo a mais longa e marcante, mas muita coisa legal aconteceu nos anos 80. Na música, Nei Lisboa foi talvez a melhor delas. Lembro dele no Musipuc de 1980, magrinho e de barba, cantando "Pra Viajar no Cosmos Não Precisa Gasolina" e a linda "Doody II". Ele entrou no palco segurando dois "toquinhos" na mão, batendo-o um contra o outro próximo ao microfone e dizendo: "Som... de raízes..." E jogou os dois pedacinhos de raízes para a platéia, num deboche ao que a crítica dizia de seu trabalho. No festival do ano seguinte ele concorreria com "Não Me Pergunte a Hora". Enquanto preparava os instrumentos, sussurrou com zombaria: "Adoro vocês..." E completou: "O júri é tão simpático..."

Ainda em 1980, na época do primeiro festival mencionado, Nei, Boina e Augustinho Licks apresentavam o show "Verde", no Círculo Social Israelita. Eu e um amigo fomos ver. Ainda tenho o programa guardado. Revendo as músicas, constatei que a letra original de "Verdes Anos" falava na verdade em "13 anos". E "Paisagem Campestre" era cantada por Augustinho, que depois entraria para os Engenheiros do Hawaii. Nei só lançaria o primeiro LP em 1983 e lá estariam as três músicas citadas dos dois Musipucs.

Casualmente eu estava diante da TV assistindo ao programa "Pra Começo de Conversa", na TVE, no dia em que Nei fez uma afirmação que entraria para a história. Uma turma de artistas e agitadores culturais discutia a questão das multinacionais. Sentado no chão do estúdio, mais zen do que nunca, Nei sentenciou: "Eu acho que a terra é redonda... Eu, por exemplo, estou louco que uma multinacional se apaixone por mim... E de repente eu poderia abrir minhas pernas pra uma multinacional... Mas ela teria que gozar, gostar e querer de novo." Minha mãe estava comigo e ficou chocada com a imagem usada pelo músico. Depois disso a fala de Nei foi citada inúmeras vezes, nem sempre de forma correta. Mas eu ouvi e lembro bem.

A multinacional para a qual Nei viria a "abrir as pernas" seria a EMI. O LP "Carecas da Jamaica", lançado em 1987, tinha tudo para estourar e transformar o músico gaúcho em ídolo nacional. Nada contra os demais, cada disco de Nei Lisboa é genial à sua maneira. Mas existem trabalhos que já nascem com gosto de "sucesso merecido" e "Carecas da Jamaica" é um deles. Infelizmente, não emplacou como poderia, exceto, é claro, no Rio Grande do Sul. "Verão em Calcutá" era o hit óbvio, mas praticamente todas as faixas tinham apelo e qualidade para tocar no rádio, da doçura de "Maracujás" ao peso Walterfranquiano de "Declaração", parceria de Mutuca com Nei Duclós com uma leitura perfeita na voz de Nei Lisboa.

Em 1988, Nei perdeu sua namorada Leila em acidente de carro. Foi um momento de crise que acabou se refletindo em seu trabalho, embora "Hein", seja um ótimo disco. O músico entrou em depressão, engordou, lançou o ao vivo "Amén" em 1993, depois ficou um tempo sem gravar, mas aos poucos foi voltando. No Século XXI, recuperou o astral e o pique com os ótimos "Cena Beatnik" (2001) e "Relógios de Sol" (2003), este último sob a influência da experiência indescritível de ser pai. Nei está em forma de novo, sob todos os sentidos, e traz na bagagem uma obra a ser descoberta por quem ainda não conhece. Sem detrimento a meus outros ídolos gaúchos, acho que ele merecia ser mais famoso do que Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós e Adriana Calcanhoto juntos. Este texto não pretende ser um resumo completo de sua obra. O melhor local para saber mais sobre ele é no site oficial, clicando
aqui.

Mas o que eu ia dizendo mesmo sobre os anos 80? Ah, sim: foram muito bons. Passaram depressa, é verdade, mas deixam saudade. Foi bom me formar numa faculdade e depois começar outra, foi bom ser "atleta por um dia" (na verdade por alguns anos), ingressar no primeiro emprego, passar em concursos internos para subir na empresa, virar adulto (embora até hoje nem todos reconheçam a minha adultez), aderir ao videocassete, fazer aquela que foi talvez a minha melhor viagem aos Estados Unidos, em 1985, foi bom casar, mesmo que não tenhamos sido felizes para sempre, enfim, foi bom ser um jovem entre 20 e 30 anos. Só não foi bom perder meus pais, mas eles haviam me preparado para esse momento e eu até que lidei bem com a situação. Tudo isso ao som de Nei Lisboa e outros músicos geniais da época.

terça-feira, outubro 18, 2005

Opiniões influentes

Ainda sobre a quase impossibilidade de mudar a opinião de alguém no grito, lembrei-me de uma situação bastante comum no dia-a-dia, tanto na família quanto no trabalho. Continuo achando que, quando uma decisão está tomada, é ingenuidade acreditar que se pode mudá-la com argumentos. Mas existem casos de incerteza em que os conselhos podem dar resultado. E aí é que se observa um fenômeno interessante: algumas pessoas são mais ouvidas do que outras. Não significa que seus argumentos sejam mais coerentes ou esclarecedores. São apenas indivíduos influentes, carismáticos, que gozam de mais credibilidade. Podem usar as mesmas palavras de outros que não foram convincentes, mas conseguem fazer com que surtam efeito.

Isso às vezes é frustrante para quem não foi feliz em sua argumentação. Você está no trabalho, tentando expor suas idéias, mostrar o caminho que julga ser correto, e seus colegas não se convencem. Aí vem outro, diz a mesma coisa e todos param, raciocinam, refletem, ponderam e concluem que, "pensando bem", a idéia não é má. Por quê? Porque o outro sujeito é tido como um profissional competente, experiente, de visão. Se ele disse, no mínimo, merece ser analisado. Quando você falou, seus argumentos pareceram frágeis. Mas se o "bam-bam-bam" da empresa pensa o mesmo, acaba passando a impressão de que algo lhes escapou. Se ele pensa assim, deve estar certo. E como quem procura acha, os colegas acabam encontrando motivos para apoiar a idéia. Mas só depois que ela foi defendida por alguém de influência. Mas pode ser pior: muitas vezes ninguém lembra que você também havia feito a mesma sugestão.

É irritante, é injusto, mas é normal: quando alguém que desfruta de nosso respeito e confiança emite uma opinião contrária, no mínimo, isso nos faz refletir. Se um fanático religioso diz que é a favor do desarmamento, eu descarto a opinião como "típica". Mas no momento em que não só Luis Fernando Verissimo mas também Moacyr Scliar se posiciona no lado do "sim", minha tendência é pensar: será que algo me escapou? Dois gênios da literatura pensando diferente de mim? Esse fato é suficiente para me motivar a, pelo menos, ler os argumentos deles.

Em sua crônica "Por que sim", publicada ontem em Zero Hora, Verissmo expõe que prefere o desarmamento, "que dá mais recursos à autoridade para pegar o criminoso antes do crime, à banditização de todo o mundo." Já Scliar, em sua coluna de hoje, vale-se de sua experiência de médico para justificar seu voto. E acrescenta: "Um trabalho publicado no importante New England Journal of Medicine particularmente me impressionou: mostrava que, das armas guardadas em casa para eventual defesa contra assaltos, a imensa maioria era usada contra familiares." Nesta hora os crentes podem questionar: por que o "sim" de Verissimo e Scliar merece mais atenção do que o dos devotos? Por que me interesso pelos argumentos de dois escritores e não dos que agem movidos por sua fé? Entendo esse sentimento. E garanto a todos que também tenho fé.

As colunas citadas me fizeram pensar, sim. Eu estava disposto a rever minha posição se os argumentos me convencessem. Mas não convenceram. Continuo dizendo que os bandidos não serão desarmados. Ademais, eu, Scliar e Verissimo moramos em Porto Alegre, uma cidade em que a violência é ainda pequena se comparada ao Rio de Janeiro, São Paulo e outras capitais. Não vai muito longe: aqui mesmo, no interior do Rio Grande do Sul, os motoristas de táxi de Caxias do Sul equiparam seus veículos com cabines à prova de balas. É preciso, sim, combater o problema da criminalidade. Mas enquanto não vivermos num mundo ideal, acho temerário desarmar a população.

Reaparecimento

Apareceu a minha caixa de CDs que estava sumida. Estava dentro de uma caixa transparente com a lombada virada para dentro. Eu olhava, via só os CDs e não a identificava. Hoje, abrindo uma caixa ao acaso para encontrar CDs que já não escutasse há bastante tempo, lá estava ela, gritando aos meus olhos.

Impressão minha ou alguém aí falou que preciso organizar meus CDs? Já seeeeeeeeeeei!

Citações e reproduções de textos

Encontrei neste blog um texto meu sem crédito ("do blog de um conhecido" não identifica nada) e com título alterado (o certo é "O Verissimo da Internet" e não "Falso Verissimo" - o original está aqui). Há indicação de que o endereço aparece "abaixo", mas não consta. Fico feliz de saber que o texto agradou e, claro, qualquer reforço na luta contra os textos falsos é bem-vindo. Apenas gostaria de estipular alguns critérios para utilização dos textos do meu blog:

1 - Textos na íntegra podem ser copiados à vontade em outros sites, contanto que seja dado crédito ao autor (Emilio Pacheco). De preferência, citar também a fonte (Blog do Emilio Pacheco, com link para o endereço http://emiliopacheco.blogspot.com).

2 - Não adulterar ou acrescentar nada aos textos copiados na íntegra. No caso de omissões de trechos, assinalá-las da forma convencional (...).

3 - No caso de citações, fica valendo o item 1 acima, não esquecendo de abrir e fechar aspas para que a citação fique claramente delimitada.

4 - Já houve um caso de solicitação para uso de textos em sala de aula. Pode ser feito, respeitando os itens 1, 2 e 3 acima.

5 - Para publicação em meio impresso (livros, revistas ou jornais), entrar em contato por e-mail: emiliopa@via-rs.net.

Desculpem se esta mensagem parece um tanto presunçosa, mas sempre é melhor prevenir do que remediar.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Pontos de vista

Já comentei este assunto em meu texto "Decisões e opiniões", mas a proximidade do referendo do desarmamento faz com que se torne relevante. É incrível como há pessoas que acham mesmo que conseguem fazer outras mudarem de idéia. A imagem de quem está nesta empreitada é típica: mãos espalmadas em direção à "vítima", expressão de indignação no rosto, testa franzida, olhar fulminante, tudo combinando para dizer, mesmo sem abrir a boca: como é possível que você não enxergue o óbvio?

Este é o ponto: nem todos conseguem perceber que as pessoas são diferentes nos valores, na formação, no modo de encarar o mundo. Existe uma tendência de achar que, quem não pensa como nós, é porque não está enxergando a situação em todas as suas implicações. Muitos se sentem na obrigação de "abrir os olhos" de quem tem opinião discordante. É aí que nascem aquelas discussões acirradas que nunca chegam a um denominador comum. Se o objetivo é apenas expressar pontos de vista, que assim seja. Mas em geral é mais do que isso: um dos participantes ingenuamente acredita que pode e deve convencer os demais de que estão errados.

No caso do desarmamento, vou votar não. Já tinha dito isso aqui no blog. Houve quem confundisse a minha determinação em desmascarar aquele texto adulterado e falsamente atribuído a Luis Fernando Verissimo como um apoio ao sim, ainda mais depois que ficou revelado que o próprio escritor votará a favor. Mas Verissimo é apenas um ídolo para mim. Aprecio seus textos, mas ele não influi no meu voto.

Aliás, isto também é engraçado: algumas associações de classe ou representação estão "orientando voto". Como assim? O voto não é individual, livre e secreto? Então danem-se, eu vou votar como quiser, não vou ouvir as bases, nem pedir ajuda aos universitários, nem às cartas, nem acompanhar o partido, nem coisa nenhuma. O voto é meu, só meu.

No entanto, por mais que eu tente respeitar posições divergentes, algumas posturas às vezes me deixam indignado. Certas linhas de argumentação que estão sendo usadas para defender o sim poderiam ser utilizadas, por exemplo, para proibir o comércio de automóveis. Vamos todos andar a pé ou de ônibus para evitar acidentes. Também o slogan "diga sim à vida" é um primor de distorção. O referendo é para genocídio? Sim à vida a gente diz evitando drogas, usando camisinha, dirigindo com prudência e prevenindo acidentes de trabalho. Sim à vida é concepção consciente, respeito ao próximo, preservação do meio-ambiente, auxílio a menores carentes e geração de oportunidades de emprego. Desarmar a população num país comprovadamente infestado por criminosos não irá fazer nenhum milagre pela paz.

Por tudo isso, o Blog do Emílio Pacheco orienta: votem não!

sexta-feira, outubro 14, 2005

Ato falho

Mesmo estando de férias, recebi um e-mail da Associação de Pessoal da empresa onde trabalho, começando assim:

"O Auditório (...) estava lotado na manhã de hoje, 14, de empregados(as) e aposentados(as) anciosos (as) em relação às propostas das alterações dos novos planos de benefícios..."

Como assim, "anciosos"? Então eles não sabem que o certo é "anciãos"?

Séries de TV em DVD

Essa febre de lançar séries de TV completas em DVD vai me levar à falência. Ou não, já que tenho resistido bravamente às tentações (não se tem muita opção quando o dinheiro acaba). Mesmo assim, de "Perdidos no Espaço" eu comprei as três temporadas. De "Os Flintstones", por enquanto, só a primeira. Ainda quero comprar "Corrida Maluca", que saiu toda numa só caixa.

Em princípio, o público-alvo desses lançamentos são os telespectadores originais, que curtem rever suas séries preferidas no conforto do lar. Mas o que eu acho mais fascinante é a chance de assistir a uma série completa que por algum motivo deixei de ver na época em que passou. Não gosto de nada que me obrigue a "bater ponto" em horários regulares na frente de uma tela de TV. Menos ainda de histórias que "continuam no próximo capítulo" (ou, como disse o filho de um colega, do tipo "tobé continuédi"). Mas a possibilidade de ter uma coleção inteira de episódios para ser vista a qualquer hora, sem comerciais, com a certeza de que está tudo ali, é algo fabuloso. E, para quem gosta de praticar inglês, existe a opção de ouvir o áudio original, com ou sem legendas. Pena que custe tão caro.

Outro problema é achar tempo para ver tudo. Meu sonho é ter um espaço em casa onde eu possa reunir amigos e aficcionados para sessões de vídeo, com direito a pipoca e refrigerantes. Aí, sim, eu poderia agendar verdadeiras maratonas para assistir a séries de TV completas de uma forma divertida e não como pretexto para me isolar do mundo. Eu gosto de séries de TV. As histórias são curtas, dinâmicas e fáceis, sem grandes devaneios estilísticos.

A maioria das séries que hoje sai em DVD eu não acompanhei quando passou na TV. Apenas via de relance. Se tivesse dinheiro sobrando, compraria várias delas: "Kung Fu", "Mulher Maravilha", "Smallville", "Dallas", "Jornada nas Estrelas" e, claro, os incríveis desenhos animados da Hanna-Barbera Collection, como Jetsons, Jonny Quest, Manda-Chuva e os já citados Flintstones (as temporadas que faltam) e Corrida Maluca. Dispensaria o Scooby-Doo, que não é minha praia. Também não faço questão dos Simpsons nem das novas gerações de "Jornada nas Estrelas". Ou de "Seinfield", "Friends" e outras produções mais recentes.

Existem ainda DVDs de séries que saíram nos Estados Unidos, mas não no Brasil: Super-Homem, Monkees e Muppet Show, por exemplo. Mas tem uma série que continua inédita em qualquer formato de vídeo. Eu e milhares de fãs no mundo inteiro aguardamos ansiosamente o seu lançamento: o Batman de 1966/67. Essa, quando chegar, acho que não vou ter paciência de esperar o lançamento brasileiro. Fico todo endividado, mas compro importada, mesmo. Depois vou querer a edição brasileira também, por causa da dublagem histórica.

Para contornar o problema do preço, algumas séries estão sendo lançadas com as temporadas "quebradas" em edições menores. É uma boa opção, pois os capítulos estão completos e a gente só compra os demais volumes se quiser. Em geral o enredo de cada episódio tem desfecho, não dependendo de continuidade. No caso, a primeira temporada da série "Dallas" está completa em dois DVDs por menos de 40 reais. Mas se eu olhar e gostar, terei que pagar 150 pelo pacote da segunda temporada. Espertas essas empresas de vídeo.

Pensando bem, o Século XXI está sendo tudo o que disseram que seria. Ou quase. Nos engarrafamentos eu até sinto falta de roupas voadoras e veículos aéreos para tráfego urbano. Pistola a laser eu dispenso, mas a caneta (que existe) eu até poderia usar no supermercado, para mostrar através do vidro qual o pedaço de carne que eu quero.

quinta-feira, outubro 13, 2005

Fulano de Tal

Muito se fala no Fulano, mas pouco se sabe sobre ele. Um historiador se dispôs a pesquisar sua vida, mas preferiu não divulgar amplamente o que descobriu. A alguns poucos amigos, revelou que seu sobrenome era mesmo de Tal. E que seus irmãos mais jovens, Beltrano e Cicrano, tinham um certo complexo de inferioridade por serem sempre citados em segundo lugar.

Os irmãos de Tal eram empreendedores de destaque em sua cidade. Patrocinavam obras, organizavam campanhas, davam festas, enfim, estavam sempre em evidência. Fulano era o líder. Os irmãos Beltrano e Cicrano atuavam com ele. Dizem que a localidade prosperou graças aos esforços incomensuráveis dos de Tal. A notoriedade dos três chegou a tal ponto que começaram a levar a fama por feitos de outros.

- Que prédio fantástico, o que vai ser aqui?
- Alguma empresa do Fulano.

Ou então:

- Que obra bem feita, quem foi o arquiteto?
- O Fulano.

De vez em quando aparecia um chato pra dizer que não, não tinha sido o Fulano que tinha construído o edifício. Ou que determinado evento não era patrocinado por ele. Mas não adiantava. A admiração do povo pelos de Tal, especialmente pelo Fulano, era tanta, que era praticamente impossível convencer que nem todos os empreendimentos bem-vindos eram obra deles. Pior é quando vinham os elogios indevidos:

- Esse Fulano tem seu valor. Construiu a cidade praticamente sozinho.
- É mesmo. Aquela escola ali é bem o estilo dele, não tem como confundir.

No início, os de Tal até curtiram aqueles créditos indevidos, para desgosto dos verdadeiros detentores dos méritos. Até que um dia uma cobiçada socialite apareceu morta na saída de um motel. O assassino desapareceu. Num primeiro momento, não havia suspeitos. Mas por pouco tempo. Logo alguém falou:

- Foi o Fulano!

Pronto! Estava feito o estrago. Fulano ainda tentou explicar que estava em casa com Beltrano e Cicrano na hora do crime, mas isso só serviu para incriminar também os irmãos, que foram tidos como cúmplices. Depois de pensar em alguma forma de se defender, os de Tal concluíram que era tarde demais. Não possuíam provas e tinham conquistado inimigos entre os que haviam tido suas glórias roubadas pelos créditos indevidos. Corriam o risco de ser condenados ou pior, linchados. O que fazer?

Desapareceram. Nunca mais se ouviu falar dos de Tal. Dizem que fizeram operação plástica e assumiram novas identidades em uma cidade próxima. Passaram a se chamar João, Pedro e Paulo da Silva. Tiveram que abandonar também suas fortunas, passando a viver franciscanamente. Com isso, a fama mudou. Se alguém aparecesse com um carro velho caindo aos pedaços, logo alguém dizia:

- Deve ser um João da Silva qualquer.

Beltrano e Cicrano, ou melhor, Pedro e Paulo, levaram uma vida modesta, mas sem miséria. Já o novo João da Silva foi encontrado morto em sua casa, provavelmente ataque cardíaco. Dizem que foi depois de ouvir uma moradora que passava em frente dizer a sua amiga:

- Ontem vi aquele Fulano na rua.

quarta-feira, outubro 12, 2005

Resultado do teste

Lamento informar que o "alho sem hálito" foi reprovado. Tá certo que eu comi quatro ou cinco dentes de alho, mas não importa. Nós, os alhólatras, gostamos de alho assim mesmo, cru. Imagino que, como tempero, ele dê bons resultados. Eu próprio senti alguma diferença. Com dois dentes do alho comum eu já acordava no dia seguinte me sentindo "temperado". Com este a sensação foi mais branda. Outro atenuante é que minha namorada nunca tinha sentido o meu hálito de alho legítimo. Acho que nem vai querer sentir, para comparar. O alho "free" é, sim, diferente. Mas dá mau hálito. Menos, mas dá. Agora falta fazer o teste da pizza, do brócolis e da massa. Mas na prova do dente cru ele já foi reprovado.

terça-feira, outubro 11, 2005

Soluço?

Tá lá na Zero Hora de hoje, na seção de Esportes, uma citação do árbitro Edilson de Carvalho:

- Poxa, se não teve os outros jogos (negociados para aposta), entrei mais tranqüilo, porque não houvera (sic) oferta de R$ 10 mil ou a pessoa não podia apostar.

Por que "sic"? Edilson teve um soluço? O que há de errado em usar o verbo haver no pretérito mais-que-perfeito? Por outro lado, "poxa" e "não teve os outros jogos" passaram incólumes.

sábado, outubro 08, 2005

Um dia

Um dia descobrimos que os poemas que pensávamos que eram do Quintana não eram do Quintana.
Um dia percebemos que há pessoas teimosas que preferem continuar na ilusão dos textos falsos.
Um dia aprenderemos que Quintana era um poeta que raramente falava de amor e nunca dava longos conselhos ou lições de vida sobre relacionamentos.
Um dia percebemos que não adianta avisar nem colocar alertas na comunidade, a maioria nem lê.
Um dia saberemos a importância da frase:
"A melhor forma de conhecer a obra de um autor é lendo seus livros."
Um dia percebemos que todos os textos que recebemos por e-mail como sendo de Quintana ou Verissimo eram de outros autores.
Enfim... um dia descobrimos que, apesar de viver 100 anos, esse tempo todo não é suficiente para convencer as pessoas de que estão elogiando os textos errados.
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de conhecimento e de atenção dos outros ou lutamos para divulgar a obra do verdadeiro Quintana.
Quem não compreende algo tão simples quanto o fato de um texto recebido por e-mail ou lido em blog não ser confiável tampouco compreenderá uma longa explicação.

(Coloquei essa paródia na comunidade de Mario Quintana no Orkut como parte de minha solitária campanha para divulgar a verdadeira obra do poeta. A luta contra os falsos Verissimos tem muitos adeptos, mas por Quintana, por enquanto, não vejo mais ninguém engajado. A propósito, o original de "Um dia" também não é do Quintana!)

sexta-feira, outubro 07, 2005

Verissimo apóia desarmamento

Pois não só aquele texto do ladrão no quintal não é de Luis Fernando Verissimo (o que nós já sabíamos) como - surpresa - ele é a favor do desarmamento! Vejam o depoimento dele publicado ontem no Globo On-line, na coluna de Ancelmo Góis:

Não é de hoje que excedem na internet falsos textos de Luis Fernando Verissimo. Pois agora o Partido da Bala espalha um em que o mestre defenderia o “não” no referendo do desarmamento, dia 23. Sobre isso, a turma da coluna trocou ontem dois dedos de prosa com Verissimo. Confira.

— O texto é seu?

— O texto na internet não é meu.

— Dia 23, você vai votar “sim” ou “não”? Por quê?

— Vou votar “sim” porque quanto menos armas disponíveis no país para serem compradas ou roubadas, menos crimes e acidentes com armas acontecerão. Isto me parece lógico, embora a lógica nem sempre seja credencial no Brasil. E a criminalização do simples porte de arma será um recurso a mais para pegar bandido e prevenir o crime. Pelo menos teoricamente.

— A turma do “não” diz que o Rio Grande do Sul é o estado mais armado do país e um dos que têm menor índice de violência. Você, que é gaúcho, concorda com esta tese?

— Não sei se a segunda parte da tese é correta. Mas se há mesmo menos crimes no Rio Grande do Sul, certamente isto não se deve à capacidade ou disposição da população de reagir a bala a criminosos. Haverá, sim, um problema econômico e social, o desemprego na forte indústria de armas no estado, que precisará ser atendido.

— Você tem arma em casa ou já teve? Já atirou alguma vez? Em que situação?

— Já tive um revólver igual ao do Roy Rogers com o qual matei muitos índios. Mas eram todos imaginários, além de americanos.


Fim da transcrição. Meu palpite é de que Verissimo ainda vai se manifestar sobre esse texto falso em sua coluna. Normalmente ele procura ignorar o problema dos apócrifos sob o argumento de que "a Internet é uma terra de ninguém e não há nada a fazer." Mas desta vez o nome dele está sendo usado num tema polêmico e atual. E o que é pior: para apoiar uma posição contrária à dele. Vamos aguardar.

P.S.: Meu sobrinho Rafael Barcellos (do blog "Patente de Idéias") acaba de me avisar desta nota no Informe Especial da Zero Hora de hoje:

Ilustre vizinho de página 3, segundas e quintas-feiras, o colunista Luis Fernando Verissimo, recém chegado a Porto Alegre, felicíssimo com o seu Colorado, avisa que a crônica "Meu voto é NÃO", que circula pela internet com o seu nome, é totalmente falsa.

Ele garante:

"Prezado Zini: Muita gente já me falou dessa crônica.

Não é minha. Sou do Sim.

Um abraço".

Outro, Verissimo


Valeu, Rafael. Com isso, diminuem as chances de Verissimo citar o assunto em sua própria coluna. Mas eu ainda acho que ele vai fazer.

quinta-feira, outubro 06, 2005

Pensamento da hora

A ignorância se combate nas escolas, mas a burrice, só matando os burros.

Sem lógica

Não consigo entender por que algumas pessoas ficam com raiva quando são avisadas de que determinado texto não é do autor que elas pensavam. Deve ser algum trauma de infância associado ao momento em que souberam que Papai Noel não existe.

Diário de Notícias

Leio na Zero Hora que está saindo um livro sobre o saudoso Diário de Notícias. O autor é o jornalista Celito de Grandi e o título é "Diário de Notícias, o romance de um jornal", edição da L&PM. Segunda-feira, dia 10 de outubro, será feito o lançamento no Solar dos Câmara (Rua Duque de Caxias, 968), às 18:30. A obra tem 224 páginas e custa 35 reais.

Meu pai trabalhou no Diário de Notícias. Acho que foi no começo dos anos 40. Foi numa visita da escola à redação do jornal que minha mãe o conheceu. Segundo ela, foi publicada uma foto desse encontro histórico. Ainda vou tentar pesquisar para ver se encontro essa edição. Foi também no Diário, em 1976, que pela primeira vez foi publicado um texto meu, no caso, uma poesia. Mas nada disso está no livro, o que é uma falha imperdoável.

quarta-feira, outubro 05, 2005

Eu li!

Hoje na Zero Hora a notícia de que "Varig já está com 15 aviões parados" aparece com o subtítulo de "CRISE NO AR". Ora, se os aviões estão parados, a crise não seria em terra? Segundo a matéria, "Por dificuldades na reposição de peças devido a dívidas com fornecedores, companhia tem 15 aeronaves paradas.' Decola assim mesmo, ora! Se conseguir subir, a gravidade se encarrega de fazer descer. Pra baixo todo o santo ajuda.

Cuidado: falso plug-in do Orkut

Atenção integrantes do Orkut, não caiam nesta! Recebi hoje a seguinte mensagem com o título "Atualização Orkut":

Devido ao grande número de usuários com reclamações de erro no site estamos atualizando nossos servidores e pedimos para os usuários atualizarem os navegadores com o
Plugin de Navegação do Orkut 0.75. [Endereçamento do link modificado para sua segurança - Emílio.]

Mensagem de erro atual no Orkut com o maior número de reclamações

Bad, bad server. No donut for you Unfortunately, the orkut.com server has acted out in an unexpected way. Hopefully, it will return to its helpful self if you try again in a few minutes. It's likely that the server will behave this way on occasion during the coming months. We apologize for the inconvenience and for our server's lack of consideration for others. (502 Server Error)

Pedimos desculpas pelo problemas na comunidade Orkut estamos desenvolvendo novos servidores para o grande número de usúarios.

Por favor notificar a todos os amigos usuários de orkut sobre a correção para a comunidade Orkut continuar sempre servindo com os melhores conteúdos.

Essa mensagem é falsa! O link original que consta no e-mail leva para um executável hospedado em um site totalmente diferente do Orkut. O objetivo pode ser o de roubar dados sigilosos ou apenas infectar o computador, mas não vou testar para descobrir. Quando a imprensa fizer um estardalhaço em cima no "novo vírus do Orkut", não esqueçam que já tinham lido aqui. E fiquem espertos! Quem ainda não leu, leia o meu texto "Cavalos de Tróia".

terça-feira, outubro 04, 2005

Mudança no texto de apresentação

Como vocês podem ver, mudei o texto de apresentação do blog. Isso não significa uma mudança na diversidade de temas que tenho procurado abordar desde o começo. É apenas uma forma de colaborar nesse incansável combate às falsas autorias que circulam pela Internet. Colocando os "postulados" na apresentação, eles estarão visíveis para qualquer internauta que acessar este blog, seja na página principal ou nos arquivos. Sei que Luis Fernando Verissimo e Mario Quintana não são as únicas vítimas, mas resolvi citá-los porque conheço razoavelmente bem o estilo de ambos e fico estarrecido com os textos que se atribuem a eles. É só uma forcinha a mais que estou dando.

Guarda-chuva

É incrível a diferença que faz o tal "guarda-chuva gigante". Ele não é apenas maior (em largura e comprimento), mas mais firme, também. Não vira nem fica sacudindo de um lado para o outro com o vento. Pena que o cabo não é curvo, como os outros. Eu ainda me pego querendo pendurá-lo em meu pulso, de vez em quando. Impossível. Outro inconveniente é que ele não é automático. Não poderei estendê-lo para fora do carro e acioná-lo com um toque antes de sair, por exemplo. E sempre que vou abri-lo, uma haste se prende na manga do meu blusão.

Na minha infância, que eu lembre, guarda-chuva não era, como hoje, um produto descartável vendido por camelô. Ia-se a uma loja e comprava-se um guarda-chuva. Até para dar de presente. Hoje, o guarda-chuva de boa qualidade vendido em loja é um produto em extinção. É até mais prático comprar guarda-chuva barato, pois já se sabe que vai ser perdido, mesmo. E com isso acabou também a profissão do consertador de guarda-chuvas. Outra lembrança que eu tenho de infância e adolescência é que meus guarda-chuvas eram todos compridos, tipo bengala, e não retráteis como a maioria que se vê hoje. Eu costumava brincar de equilibrá-los na ponta do dedo. Com o guarda-chuva gigante eu posso tentar fazer isso de novo, mas não sei se ainda tenho prática.

segunda-feira, outubro 03, 2005

Homem em supermercado

Definitivamente, minha namorada é uma mulher à moda antiga. Ela disse que uma das coisas que admira em mim é o fato de eu ser um "homem que vai a supermercado". Ora, em pleno século XXI isso não deveria causar surpresa. E depois, morando sozinho, tendo dois excelentes supermercados perto de minha casa, eu seria um tolo se não aproveitasse. Ela precisa se atualizar. Homem não ir a supermercado é coisa do século retrasado.

Mas existe uma diferença. Homem entra no supermercado, segue direto às prateleiras certas, pega o que precisa, paga e volta. Mulher, não. Não importa se ela está indo comprar um rancho ou uma caixinha de fósforos: sempre tem que pegar o carrinho! Eu, no máximo, pego um cestinho e olhe lá. Carrinho é mau sinal. É sinônimo de um lento e interminável passeio em meio às prateleiras. Todas. Houve uma época em que eu era inexperiente e realmente acreditava quando uma mulher dizia que precisava passar no supermercado para comprar um litro de leite. Estranhava que ela pegasse um carrinho para levar tão pouca coisa.

Homem vai a supermercado, sim. Mas compra o que precisa e volta. Essa é a diferença.

sábado, outubro 01, 2005

Ainda o desarmamento

Este argumento de que dizer sim ao desarmamento é dizer "sim à vida" me lembra os que eram contra o divórcio antes de sua instituição no Brasil em 1977. Diziam que eram "a favor da união". Com certeza não foi a existência do divórcio que gerou as crises nos casamentos. Assim também, se houvesse um botão que fizesse sumir todas as armas do mundo por mágica eu seria o primeiro a apertá-lo. Mas o desarmamento é um truque ainda mais sofisticado: só faz desaparecer as armas das pessoas honestas. Por isso sou contra.