sábado, março 26, 2011

Paul estava errado

Quem lê este Blog já sabe que eu tenho uma certa obsessão por tirar informações a limpo, por mais banais e irrelevantes que sejam. A verdade, sempre! Pois na época em que Zeca Camargo entrevistou Paul McCartney, chamou-me a atenção quando o ex-Beatle comentou que não parava para tomar água no meio da apresentação e ainda citou como exemplo: "Imaginem Elvis Presley interrompendo o show..." e fingiu pegar um copo e beber seu conteúdo. Eu já tinha contestado a comparação de Paul pelas frases contidas no LP "Having Fun with Elvis on Stage", em que se ouvia o saudoso cantor americano pedindo água. Mas a imagem abaixo, capturada do DVD "Aloha From Hawaii", não deixa dúvidas:
Informe-se melhor sobre o "Rei do Rock", Paul! Ele bebia água no meio dos shows, sim! Mais uma informação errada corrigida, para o bem da humanidade. Para verem a entrevista de Paul no YouTube, cliquem aqui

P.S.: Segundo verifiquei posteriormente, a imagem acima não apareceu no programa que foi ao ar originalmente nos Estados Unidos em janeiro de 1973. O momento em que Elvis bebe água foi sutilmente coberto por uma tomada da plateia. Mas a edição especial em DVD inclui várias edições e gravações brutas e uma delas contém a cena que capturei para divulgar.

quarta-feira, março 23, 2011

Alice Cooper por ele mesmo

Matéria publicada originalmente no International Magazine, em 2007, quando Alice veio ao Brasil, mas cancelou a maioria dos shows que estavam anunciados, inclusive o de Porto Alegre.

Pensando bem, não foi um bom marketing para Alice Cooper intitular sua nova autobiografia "Alice Cooper, Golf Monster" (escrita com Keith e Kent Zimmerman). Não fosse a dica de alguns colecionadores da Internet, eu continuaria pensando, como achei da primeira vez que vi a capa, tratar-se de um livro sobre golfe. E é também. Mas os capítulos sobre o assunto são pequenos e se alternam à história desse roqueiro seminal. Na verdade, esse livro foi parte de um "pacote" que eu montei para me preparar para a vinda de Alice [em 2007]. Comprei também todos os DVDs dele, que eram em maior número do que eu pensava. De última hora, vários shows foram cancelados, inclusive Rio e Porto Alegre. Restou-me a consolação dos vídeos e do livro. De qualquer forma, assisti a uma rápida apresentação de Alice em 2000 como parte do show British Rock Symphony. E ele cantou "School's Out", a música que representou para mim nos anos 70 o mesmo que o álbum "Sgt. Pepper's" dos Beatles para a geração dos anos 60: mexeu com minha cabeça e me deixou irreversivelmente contagiado por um gênero que eu ainda não conhecia. Todo o hard rock que eu descobriria depois, de David Bowie aos Sex Pistols, teve a semente plantada por aquela faixa-título.

No começo, Alice Cooper era uma banda. E como tal, ganhou projeção com sucessos como "I'm Eighteen", "School's Out", "No More Mr. Nice Guy" e "Elected". As últimas apresentações de Alice Cooper, o grupo, aconteceram justamente no Brasil. Numa época em que shows internacionais eram raríssimos, Alice causou furor. No livro, ele dedica um capítulo inteiro para relembrar essa turnê e retoma uma tese que na época foi explorada em matéria da revista Circus: de que sua popularidade no Brasil estaria ligada à semelhança de seu show com os rituais de macumba. Fora esse detalhe discutível, o que ele conta sobre a "Coopermania" que presenciou nestas plagas é uma narrativa bastante fiel. Um detalhe que ele omite, embora tenha citado em sua autobiografia anterior, "Me, Alice" (com Steven Gaines, de 1975), é que o fim do grupo foi precipitado pelo livro de Bob Greene, "Billion Dollar Baby". O jornalista excursionou com a banda no final de 1973 como o Papai Noel que levava uma surra ao final do show e contou todos os podres em seu relato. A obra de Greene é hoje uma raridade e de vez em quando aparece a preços bem salgados em sites como Ebay e Abebooks.

Outra diferença é que Alice encerra o livro de 1975 dizendo que está "bebendo menos", a eterna ilusão dos alcoólatras. Já no atual ele conta tudo sobre seu vício e recuperação. Em outubro de 1977, seu estado era deplorável. Foi sua esposa Sheryl e seu fiel empresário Shep Gordon que tomaram a iniciativa de interná-lo. Sua experiência no Centro Médico Cornell serviu de tema para o álbum "From The Inside". Aparentemente, Alice estava curado. Mas tempos depois teve uma recaída, após beber um gole de vinho que sua esposa pedira num restaurante. Voltou ao fundo do poço. Em 1983, a situação estava crítica e Sheryl pediu o divórcio. O casal e seus respectivos advogados estavam a caminho do tribunal quando Alice deu um basta: "nosso casamento não pode terminar assim!" Dispensaram os advogados e o cantor se comprometeu a largar o álcool em definitivo. E assim fez, após novo tratamento. Mas atribui boa parte de sua reabilitação à paixão por golfe. Diz ter mudado para um "bom" vício – daí o subtítulo do livro: "12 Passos de um Roqueiro para Tornar-se um Viciado em Golfe".

Talvez os fãs estranhem saber que Alice é hoje um cristão convicto – um caminho que ele considera natural, como uma volta ao começo, já que seu pai era pastor protestante – e também um abstêmio consciente dos malefícios do álcool. Ele comenta, por exemplo, sobre o "falso crédito" que muitos alcoólatras dão à bebida por suas conquistas, achando que, sóbrios, não obterão o mesmo êxito. "Eu gravei cinco álbuns de platina e cheguei duas vezes ao número um nas paradas sob a influência. (...) Eu teria gravado dez álbuns de platina se não tivesse bebido!" Ele também explica que o fato de ter-se convertido não mudou sua personalidade de músico. "Sou apenas um astro de rock que é cristão". Embora o livro seja narrado na primeira pessoa, o nome "Alice" é várias vezes citado como um personagem à parte. Ainda assim, ele conta que mudou oficialmente o seu nome de Vince Furnier para Alice Cooper em 1974, para ter direito usar essa alcunha na carreira solo. Mesmo tendo se tornado uma lenda, ele preserva o deslumbramento por ter conhecido celebridades como Salvador Dali, Groucho Marx, Peter Sellers, Fred Astaire e Frank Sinatra, com quem tirou uma foto e enviou à sua mãe. Foi aí que ela percebeu que o filho era um vencedor. Ao final, ele lamenta o estado a que chegou a indústria da música, em que os artistas são promovidos de forma efêmera e as gravadoras esperam que eles se enquadrem em um tipo específico de público. "Não acredito que tenhamos mais caras como David Bowie e Elton John, artistas que ficaram no topo por muito tempo", ele prevê. O último capítulo traz dicas de jogadas de golfe, para quem se interessar.

segunda-feira, março 21, 2011

Alice Cooper em Porto Alegre

P.S.: Para ler o comentário e ver imagens do show (25 minutos de vídeo), clique aqui.

Dica quentíssima do Cadão (Ricardo Seelig) no Collector's Room: Alice Cooper em Porto Alegre, no dia 31 de maio, no Pepsi on Stage. Alice deveria ter vindo antes, em 2007, para inaugurar o teatro do Bourbon Country, mas cancelou várias datas de última hora. Pois vamos torcer para que desta vez dê tudo certo. Na verdade Alice já se apresentou em Porto Alegre, mas somente numa participação rápida no show "British Rock Symphony", no Gigantinho, em 2000. Cantou "Another Brick in The Wall" do Pink Floyd e a sua clássica "School's Out". Eu estava lá, bem próximo ao palco, vendo tudo de perto.

Podem conferir no site oficial do cantor: depois de Porto Alegre ele leva o show para São Paulo, no Credicard Hall, em 2 de junho e fecha a turnê brasileira no Curitiba Master Hall no dia 3, na capital paranaense. Eu já vou começar a ensaiar os "backing vocals" que farei na plateia: "I used to be such a sweet, sweet thing till they... got a hold of me..." Yessss!!!!

Telegrama on-line

Acabo de receber por e-mail um suposto "telegrama on-line". Obviamente é uma armadilha para me induzir a clicar em um link de vírus. Eu sempre digo que esse tipo de mensagem normalmente contém algum erro de ortografia, mas esta se superou:

Você acabou de receber um Telegrama Online dos Correios O "Novo Telegrama" está cheio de novidades, mais uma coisa nao mudou, quem recebe, le!

Não bastasse a falta do ponto depois de "Correios" e o monossílabo tônico "lê" sem acento (e a vírgula depois de "mudou" é discutível: o recomendável seria usar dois pontos), o mal-intencionado redator ainda incorreu num erro primaríssimo dos internautas: escreveu "mais" quando o certo seria "mas". Vai aprender a escrever antes de querer me enganar, seu trouxa!

domingo, março 20, 2011

Nuvem encostando na lua

Fotos tiradas há alguns minutos, aproximadamente às 21 e 15. É na subida da rampa da garagem onde guardo meu carro. Cliquem para ampliar.

quinta-feira, março 17, 2011

Para gravar

Hoje tem filme para gravar na madrugada, no Canal Brasil: "Pixote In Memoriam". Eu já sou um entusiasta de documentários ao natural, pois então imaginem sobre um tema que me interessa. O filme é um reencontro com os atores de "Pixote, a Lei do Mais Fraco", finalmente lançado em DVD no final do ano passado como parte da "Coleção Hector Babenco", numa caixa com oito filmes. O foco só pode ser a figura de Fernando Ramos da Silva, o ator principal que viria a morrer num confronto com a polícia. Outro título relacionado é "Quem Matou Pixote?", que encena a vida do menino Fernando de forma romanceada.

O horário marcado na grade de programação é 3:10 a 4:30 (de sexta-feira dia 18, atenção à data na hora de ajustar o gravador de DVD ou videocassete), mas eu já previ uma ampla folga, por segurança.

quarta-feira, março 16, 2011

"Audio books" e a personalização das compras

Embora o meu amor pelos livros seja no formato tradicional, ou seja, em volume impresso, não sou totalmente avesso a algumas novidades. O que me torna resistente ao Kindle é muito mais o fato de ser um produto fechado do que propriamente o meio de leitura. Por exemplo, eu já instalei no meu computador o Kindle for PC, que é gratuito. Assim, posso comprar um e-book da Amazon e lê-lo aqui mesmo, no monitor. Mas só vou conseguir visualizá-lo se tiver o Kindle for PC instalado. Não posso copiar o arquivo para levá-lo a outro computador, por exemplo. E, se esse outro computador também tiver Kindle for PC instalado, no mínimo eu vou ter que informar minha senha. Ou seja: o produto comprado é personalíssimo. Só eu posso usá-lo.

Pois hoje resolvi dar uma chance a um "audio book", ou livro gravado. Na verdade eu já comprei alguns "audio books" em CD. Mas este de hoje eu adquiri do Audible, que é um site parceiro da Amazon. Ingenuamente eu pensava que iria baixar um arquivo mp3. Por que não? Os livros em áudio editados no Brasil, em sua maioria, contêm arquivos mp3 em CD. Em vez disso, tive que baixar e instalar um programa específico para só depois conseguir fazer o download dos arquivos em formato proprietário. Não é possível convertê-los para mp3. O programa recomendado para ouvi-los é o iTunes, que felizmente eu já tinha, mas outros podem ser usados, também. A gravação pode ser ouvida em iPod (aí pode), BlackBerry ou celular com iPhone, mas não em celular com webOS (aí não pode). Ainda tenho que examinar com calma todas as compatibilidades. Mas o que mais me entusiasmou é que é possível gravar o "audio book" em CD de áudio. Só que é preciso um CD para cada 70 minutos, aproximadamente. E alguns títulos chegam a ter mais de 20 horas. Fico pensando na longa jornada do narrador, sem contar os erros e repetições.

Eu preferiria mil vezes poder baixar um arquivo em PDF em vez de ter que instalar o Kindle for PC para ler um livro na tela. Assim também, seria muito mais simples adquirir um "audio book" em mp3. Isso me daria a vantagem da portabilidade. Não, eu não sou ingênuo, nem estou me fazendo de bobo. Sei muito bem que, se isso fosse possível, a pirataria correria solta. Em menos de uma semana os livros digitalizados estariam disponíveis gratuitamente para o "povo" baixar. E lá se iriam os lucros de quem investiu nos novos formatos. Mesmo assim, eu fico decepcionado com essa "amarração" ao usuário comprador. A era digital permite isso, mas a que ponto chegaremos? Com o avanço dos leitores de impressões digitais (que pode dar um novo significado à expressão "era digital", ao menos em português), pode vir uma época em que televisores, automóveis, computadores, DVD players e outras geringonças funcionarão exclusivamente para a pessoa que os comprou. Você não estará adquirindo apenas um produto, mas também uma licença personalíssima para o seu uso. Não sou muito simpático a essa ideia, mas enfim, sabe-se lá o que o futuro nos reserva.

Um atrativo adicional do "audio book" para mim é exercitar minha compreensão auditiva de inglês, além de "recarregar as baterias" da pronúncia. Sinto falta de treinar conversação, mas a leitura e a escuta do idioma ajudam manter a fluência.

terça-feira, março 15, 2011

Bom dia

Com pouco tempo e falta de inspiração, fiquei uma semana sem postar nada. Então aqui vão pelo menos algumas imagens da Praça Itália hoje às 7 da manhã. Cliquem para ampliar.





terça-feira, março 08, 2011

Eu na Zero Hora

Esta eu também poderia incluir na série "você sabe que está ficando velho quando..." No caso, quando sua foto aparece na seção "Túnel do Tempo", da Zero Hora. Mas foi apenas uma casualidade. No dia em que faleceu Fernando Westphalen, o Judeu, criador da antológica Rádio Continental dos anos 70, imediatamente meu amigo Lucio Haeser, autor do livro "Continental, a Rádio Rebelde de Roberto Marinho", entrou em contato comigo. Ele queria saber se por acaso eu tinha uma foto do Judeu para mandar para a Zero Hora, como ilustração do obituário. A única que eu tinha era essa aí, da noite do lançamento do livro citado. E foi a que mandei. A Zero Hora publicou a foto na edição de 16 de julho de 2009, porém mostrando apenas o rosto do homenageado (como se vê aqui). Pois desta vez a foto saiu inteira. Eu estou à esquerda. Quem aparece à direita é Francisco Anele Filho, ex-técnico de som da rádio.

Vale repetir a dica: confiram o site renovado em homenagem à Continental clicando aqui. E quem ainda não comprou o livro não sabe o que está perdendo.

Leiam também:

A grande noite (lançamento do livro, onde aparece a foto acima e muitas outras)
As músicas do CD da Continental (que acompanha o livro)

Madrugadão

Algum espírito carnavalesco tomou conta de mim, hoje. Não, não fui a nenhum baile. Continuo não gostando de Carnaval. Só fui ao desfile de Pelotas no ano passado para acompanhar a namorada. Mas, sei lá por que, hoje passei a noite em claro. Aproveitei para editar alguns programas no gravador de DVD. Daqui a pouco vai me dar sono. E eu vou acabar dormindo no mesmo horário dos foliões.

sexta-feira, março 04, 2011

Mais livros sobre David Bowie

Minha coleção de livros sobre David Bowie em inglês está praticamente completa. Um ou outro título menos expressivo até pode faltar, mas não deve ser difícil de conseguir.

"Never Get Old" são dois volumes publicados em 2004 pelo holandês Wim Hendrikse. Desde aquele ano eu pensava em encomendar esses livros, mas dois fatores me desestimulavam: o preço um tanto salgado e a escassez de opções de pontos de venda. No anúncio original, constava como se eles só pudessem ser comprados diretamente da editora, na Holanda. Em nenhum momento eu os vi nos sites da Amazon, por exemplo. Acabei conseguindo via Abebooks.

Já na chegada, o tamanho dos livros me decepcionou. Pelo valor que custaram, imaginei-os gigantescos. São grandes, sem dúvida, mas nada descomunal. Tenho volumes bem maiores em minhas prateleiras. Mas o conteúdo, para quem é fã "obstinado", é interessante. É uma cronologia da carreira de Bowie com ênfase nas gravações de shows e participações em programas que acabaram de alguma forma circulando em fita, CD-R ou "bootleg". No topo de cada página aparecem três títulos, como cabeçalhos de uma tabela. O primeiro deles é "Date/Event". Essa coluna informa onde e quando David se apresentou e informações adicionais (músicas, curiosidades), quando disponíveis. O título "Audio/Video" indica o formato em que o registro foi disponibilizado (CD, CD-R, fita, VCD, etc). Por fim, "Title" é o título do item em questão.

Mas não só isso. Quando há algum fato interessante sobre Bowie no ponto relevante da cronologia, o autor despreza as colunas e escreve por toda a extensão da linha para relatá-lo. O final do volume 2 traz uma extensa discografia, chegando ao exagero de reservar um capítulo para todas as gravações de músicas de outros autores não só gravadas por Bowie ("Amsterdam", "It Ain't Easy", "I Keep Forgettin'", etc.) mas também as que de alguma forma lhe tenham servido de inspiração. Ufa!

Mas claro que há algumas falhas. Um equívoco que me deixou bastante intrigado foi no verbete do show de 25 de setembro de 1990 no Olympia, em São Paulo. Ele consta exatamente assim: "Porto Allegre (Sao Paulo) Olympia". Escrever Porto Alegre com dois "ll" é um erro comum dos estrangeiros, mas... como e por que a cidade foi citada? Bowie nunca se apresentou aqui! Eu estive nesse show em São Paulo e tenho uma vaga lembrança de tê-lo comentado inúmeras vezes nos fóruns sobre David Bowie de que participei assiduamente na Internet entre 1996 e 2000, mais ou menos. E eu fazia questão de dizer que era de Porto Alegre. Então pode ser que o autor, em suas pesquisas na Internet, tenha misturado as coisas. De que outra forma a capital gaúcha entraria "de graça" no livro? Quem acompanhava minhas participações na época sabe que não é presunção nenhuma eu cogitar essa hipótese. Havia um grupo de fãs mais atuantes na divulgação de informações e curiosidades (em outras palavras, que não ficavam apenas dizendo que Bowie é sensacional, maravilhoso, "liiiiindo") e eu era um deles.

Visualmente, os livros não chamam muito a atenção e são pobres em ilustrações. Quase só aparecem capas de bootlegs e, mesmo assim, de forma esparsa. E com certeza, como leitura, são bem menos interessantes do que, por exemplo, "David Bowie, a Chronology", de Kevin Cann (que também é uma cronologia), "David Bowie, The Concert Tapes", do também holandês Pimm Jal de La Parra (que igualmente é uma relação de gravações de shows, só que bem mais rica em comentários) e a verdadeira bíblia que é "The Complete David Bowie", de Nicholas Pegg. Mas, para quem quer ter boas fontes de consulta sobre os shows e suas respectivas gravações, até podem ser indicados. Eu os comprei de uma livraria na Holanda via Abebooks. Mas já estão avisados de que o preço é desproporcional à mercadoria. Pode valer pela raridade, num futuro bem próximo.


Este, sim, é um trabalho precioso, uma obra de referência. Se você é fã de Bowie, só está dispensado de adquiri-lo em duas hipóteses: se não entender absolutamente nada de inglês (mas acho que, no mínimo, você sabe dizer "let's dance") ou se não tiver interesse pelo período abrangido da carreira dele, que é até 1974 inclusive. No meu caso, essa é exatamente a minha fase preferida.

Kevin Cann é um notório especialista em Bowie, autor do já citado "David Bowie, a Chronology" e ex-colaborador do saudoso fanzine "Starzone", talvez o único fora do triunvirato Elvis-Beatles-Stones a ser publicado por uma grande editora (seus últimos números saíram pela Omnibus Press). "David Bowie, Any Day Now, The London Years: 1947-1974" também é uma cronologia, mas valorizada por farto material de arquivo e um esmerado trabalho de diagramação. Fotografei algumas páginas para que vocês tenham uma ideia (desculpem, mas eu jamais iria prensar meu livro novinho na tampa de um scanner!).

O interesse do jovem inglês David Jones por futebol americano é notícia no Bromley & Kentish Times de 11 de novembro de 1960. David tinha 13 anos.

Aqui, outra curiosidade. Embora o livro não faça qualquer referência, aquela foto menor em que Bowie está cantando foi tirada pelo brasileiro Alécio de Andrade quando era correspondente da Editora Bloch na Europa. Eu a descobri por acaso em uma revista de 1970, na sala de espera de meu dentista, e acabei arrancando as páginas. Bowie nem mesmo era citado, pois ninguém o conhecia no Brasil, na época. Em abril de 2000 eu mandei a imagem para o site Teenage Wildlife, que a publicou como uma raridade. Depois o próprio Bowie se manifestou em um chat, dizendo que a foto "do Emílio" era "hilária" e complementando: "É Peter Frampton? Nããããão..." O negativo, se ainda existir, deve estar nos conturbados arquivos da Bloch. A revista não é fácil de achar, até porque não lembro exatamente o título (Fatos e Fotos, talvez). Então presumo que o autor copiou a própria imagem publicada no site e a "consertou" com Photoshop ou similar.
Ah, sim: sobre esse show na Roundhouse, o livro cita o encontro de Bowie com o baiano Caetano Veloso. E não é pra menos: um dos consultados foi o produtor Ralph Mace, o mesmo que Marcelo Fróes e eu entrevistamos por e-mail no ano retrasado. Foi ele quem apresentou os dois músicos naquela noite.
Cada álbum lançado por Bowie nesse período ganha uma reportagem à parte, esmiuçando todos os detalhes e curiosidades. Aparecem, por exemplo, fotos não usadas (outtakes) das sessões para as capas. Fica-se sabendo, entre outras coisas, o que é o "K.West" da capa de Ziggy Stardust. Além dos discos, o livro reserva páginas especiais também para os personagens de destaque nessa época, como a primeira esposa Angela Barnett e o empresário Tony Defries. Em suma, este, sim, é um livro obrigatório. Ainda mais para quem, como eu, prefere essa fase da carreira de Bowie. Alguns estão torcendo por uma continuação. Eu desconfio que Kevin Cann escolheu esse período por também preferi-lo e não irá adiante. Mas quem sabe?
Leiam também:

quinta-feira, março 03, 2011

Aos que aqui chegam via Whiplash

Todo o dia 3 de março é "aniversário" de publicação de um texto meu no Whiplash. Eles relembram as principais matérias da data e a minha geralmente é listada. Aí, de link em link, acaba vindo gente dar uma conferida aqui no Blog. Eu já sugeri ao Whiplash que substituísse o texto que está lá por sua versão atualizada. Com as novas informações que obtive depois, muitos dos argumentos que estão lá perderam a razão de ser - e surgiram outros bem mais sólidos em seu lugar. Também é uma pena que o principal link que eles fornecem seja para o Blog e não especificamente para a matéria onde se encontra aqui. Em todo o caso, aos que aqui chegam via Whiplash eu indico: leiam a versão atualizada daquele texto clicando aqui. Inclusive eu estava bem mais calmo quando redigi esse novo texto. Já tinha me acostumado com a ideia de que certos fãs são cabeçudos e não se convencem mesmo. E vou tentar me lembrar dessa data no ano que vem, para me antecipar à indicação do texto atualizado.

terça-feira, março 01, 2011

A invasão dos jovens nerds

Poderosa aquela "chaminé", hein? Foi o pico de acessos ao Blog no dia 25 de fevereiro, sexta-feira. Todos vindos deste endereço aqui e caindo neste aqui. O site Jovem Nerd é frequentadíssimo, pelo que se constata. Aqueles 1.716 visitantes de sexta-feira foram só os que resolveram clicar no link fornecido. É que alguém enviou para eles um e-mail indicando o referido texto do meu blog (evito citar especificamente o título para não dispersar as ocorrências do Google no caso de uma busca), eles o mencionaram no podcast e deixaram um link na página. Um abraço aos jovens nerds. Hoje eu não sou mais jovem, mas nerd, talvez. Na juventude eu era, com certeza. É uma pena que ainda não se usasse o termo no Brasil. Na falta dele, usavam-se qualificações bem mais pejorativas, como crente ou "moscão".

Esta é a segunda vez que um link externo leva o ibope do Blog às alturas. A outra foi em outubro de 2007, quando uma minúscula foto da Alessandra Negrini passou a aparecer em pesquisas da ferramenta de busca do MSN. Daquela vez a quantidade de acessos saltou para 1.278 em um dia - menos do que os 1.716 de sexta-feira - mas se manteve alta nos dias que se seguiram. Não é o caso agora, em que a média de acessos está aos poucos voltando ao normal. Em compensação, desta vez houve realmente a recomendação de um texto e não a aparição de uma pequena foto em uma pesquisa. Isso é legal. Mas apenas três visitantes postaram comentários.