sábado, abril 24, 2010

Rádio Continental na Revista de História

A última edição da Revista de História da Biblioteca Nacional (nº 55, abril de 2010) traz uma matéria excelente sobre a Rádio Continental de Porto Alegre dos anos 70, a 1120. Foi escrita por Lucio Haeser, autor do obrigatório livro "Continental, a Rádio Rebelde de Roberto Marinho". O texto da revista enfatiza os aspectos políticos da rádio, que ousou provocar o governo em pleno regime militar. Mas há um box contando resumidamente a história do movimento musical liderado pela emissora, incluindo o cartaz do primeiro show coletivo "Vivendo a Vida de Lee".
Links:
Site da Editora Insular (para comprar o livro)

sexta-feira, abril 23, 2010

Comentário

Nem sei por que ainda divulgo certos comentários que são postados aqui no Blog. Talvez porque, se todos só concordassem com o que eu escrevo e achassem tudo normal, não teria graça. Pois aqui um sujeitinho implicou com minha lanterna do Batman. Imaginem o que ele vai pensar quando eu finalmente comprar a miniatura 1:18 do Batmóvel de 1966 da Hot Wheels!

Estou pensando em compilar os comentários mais incríveis postados na fase do Haloscan (que foi desativado em 2010) e republicá-los com destaque. Certas pérolas ali são preciosas demais para serem perdidas. Mas é claro que vou acrescentar minhas próprias observações.

quinta-feira, abril 22, 2010

Ausência

Desculpem a ausência do Blog, mas desta vez é justificada: estou "de atestado". Alguma dessas muitas gripes que andam por aí me pegou. Ela ainda não me disse o nome.

sábado, abril 17, 2010

O primeiro Batman das telas

Com uma capa diferente da utilizada na edição americana, finalmente sai em DVD no Brasil o primeiro seriado a levar Batman para as telas. Outra diferença da versão nacional é a que pode ser observada na imagem abaixo:

Nós, colecionadores e entusiastas da série, de bom grado dispensaríamos o logotipo da Classicline que foi sobreposto nos créditos de abertura de todos os episódios. Mas pode ser uma medida anti-pirataria e, de qualquer forma, não atrapalha a visualização. Ele desaparece assim que a história recomeça.

Em seu livro "Batman and Me", o criador do herói, Bob Kane, não esconde sua decepção com essa filmagem. Ele visitou o set nos estúdios da Columbia e ingenuamente perguntou onde estava o Batmóvel. Mal pôde acreditar quando enxergou um conversível cinza comum que, em suas palavras, "tinha tanta semelhança com o carro dos quadrinhos quando Shirley Temple com Lana Turner". Também desaprovou os atores Lewis Wilson, por seu excesso de peso para representar o Homem Morcego, e Douglas Croft, por ter mais de 20 anos e não ser convincente como Robin.
Outro aspecto do seriado que hoje chama a atenção é o tom anti-nipônico, em plena Segunda Guerra. O vilão da história é o japonês Dr. Daka (J. Carrol Naish), com sua máquina de lavagem cerebral. Apesar das imperfeições, a série teve sua importância na evolução da saga de Batman. Em especial, uma mudança veio para ficar.

Quando surgiu pela primeira vez nas páginas dos gibis, o mordomo Alfred era um sujeito gordo e um tanto atrapalhado.

No seriado, ele foi vivido pelo ator William Austin, que acabou inspirando a sua imagem definitiva:

Sem dúvida, o Alfred dos quadrinhos adquiriu "feições próprias", por assim dizer. E é um personagem bem mais sério e inteligente do que o caricato mordomo de 1943. Mas a magreza, a careca e o bigode vieram de sua encarnação cinematográfica.

Mas há outro detalhe que merece ser destacado. Na clássica série de TV de 1966, um episódio memorável foi aquele em que a Mulher Gato submeteu Batman a uma série de reveses enquanto o observava por uma tela de TV em circuito fechado.


Pois bem: a cena a cores mostrada acima nada mais era do que uma citação a um dos episódios do seriado de 1943, como se vê abaixo.



Torçamos agora para que também saia no Brasil o segundo seriado, de 1949, que chegou a ser exibido na TV brasileira com o título de "A Volta do Homem-Morcego".
(Se tópicos sobre filmes de heróis lhe interessam, confira O "Superman II" de Richard Donner, também incluindo comparações de cenas.)

CDs falsificados

Incrível, mas mesmo os colecionadores sérios, que só se interessam por CDs originais, são vítimas de pirataria. Um exemplo é a caixa "Oh, By The Way", com a coleção completa do Pink Floyd. De vez em quando aparecem algumas a precinho bem camarada no eBay ou outros sites de comércio. Mas podem ser falsificadas. Quem sabe inglês não terá dificuldade de identificar os erros de ortografia que aparecem na imagem acima (cliquem para ampliar): "recotding", "sebere" e "reprodyction" (ironicamente, as incorreções aparecem nas observações de que é proibida a reprodução não autorizada). Para quem valoriza itens legítimos, é o mesmo que comprar a falsificação de um quadro famoso: visualmente, pode não fazer muita diferença, mas não tem valor nenhum. No caso, as músicas estão todas aí, provavelmente com a mesma qualidade dos CDs originais. Mas o colecionador de verdade se sente lesado.

sábado, abril 10, 2010

O primeiro baterista dos Beatles

Responda rápido: quem foi o primeiro baterista dos Beatles? Se você disse Pete Best... errou! O primeiro músico a assumir as baquetas do quarteto de Liverpool em caráter oficial chamava-se Tommy Moore. De certa forma era previsível que ele não durasse muito tempo no posto, tendo cerca de dez anos mais do que seus colegas de grupo. Mesmo assim, foi ele quem quis sair. John e Paul ainda tentaram convencê-lo a ficar, mas a namorada de Moore os enfrentou, dizendo que ele iria em busca de um emprego mais seguro.
Veja abaixo matéria publicada em um exemplar de Fatos e Fotos de 1970, mostrando como estava Tommy Moore dez anos depois de sair dos Beatles (clique para ampliar e ler). Ele viria a falecer em 1980, o mesmo ano em que John Lennon foi assassinado. Este foi outro achado meu em minhas pesquisas no Museu de Comunicação Hipólito da Costa, em Porto Alegre.

quinta-feira, abril 08, 2010

Chico Xavier

O filme sobre a vida de Chico Xavier me surpreendeu. Melhor do que eu esperava. O roteiro mostra as passagens mais interessantes da biografia do médium, sem exagerar na pieguice ou no sensacionalismo. Embora sejam departamentos bem diferentes (antes que alguém venha me criticar pela comparação), arrisco dizer que todos os que gostaram de "Ghost" vão adorar este filme. Os dois têm em comum o fato de provocar no espectador a "torcida" para que os espíritos consigam se comunicar e sejam levados a sério. A diferença é que este não é uma comédia romântica e sim uma história real. Eu não a conhecia, então tudo pra mim foi novidade. Sem dúvida um dos melhores filmes brasileiros a que já assisti. Merecia ser exibido no exterior.

Só um comentário à parte: ao contrário de alguns críticos que se manifestaram, não vi surpresa alguma no fato de o filme sobre Lula ter sido um fracasso e o de Chico Xavier, um sucesso. Mesmo que o do Presidente tivesse sido bem feito, o que é discutível, no atual momento político, assistir a uma produção dessas é mais ou menos como pagar para ouvir a Voz do Brasil. Eu fui ver por curiosidade, mas é até covardia querer comparar o interesse pelos dois filmes.

domingo, abril 04, 2010

The Guritles


Dica do Juarez Fonseca em sua coluna "Aldeia", do Jornal ABC: The Guritles cantando "Help!" com a letra do "Canto Alegretense". Não percam os "créditos" ao final, onde aparecem umas sacadas legais.

Ah, sim: FELIZ PÁSCOA aos visitantes do Blog!

sexta-feira, abril 02, 2010

Título trocado

Agora há pouco eu estava participando de um chat em um site de uma rádio on-line, dessas que ficam lendo o que se escreve, comentando no ar e atendendo a pedidos. Entrei por indicação da Janete e suas amigas. Um dos ouvintes escreveu que queria ouvir "Amigo" com Milton Nascimento. O primeiro pensamento que me veio à cabeça foi do operador bem desesperado procurando um CD onde constasse uma música com esse nome. Para ajudar, esclareci que o título correto era "Canção da América".

Dali a pouco, entra a música. E o locutor a anuncia com o nome de "Amigo", mesmo. Só então caiu a ficha: CD é coisa do passado! Hoje em dia tudo funciona na base do mp3. E como tudo se baixa da Internet, até os nomes das músicas podem ser trocados. Assim, pouco importa que o título correto seja "Canção da América". Se o mp3 circula como "Amigo", que seja "Amigo". Pra que aprender o nome certo, se é mais fácil inventar um apelido? Bem-vindo à geração "baixa tudo"!

quinta-feira, abril 01, 2010

Genocídio de Primeiro de Abril no Orkut

A falta de imaginação dos internautas é algo impressionante. O que mais se vê nas comunidades do Orkut hoje são tópicos "matando" os ídolos. Tudo Primeiro de Abril, é claro, mas será que ninguém pensa em algo mais criativo?

Discófilos e audiófilos

[Hoje dei uma folheada em antigos exemplares do International Magazine onde constavam minhas primeiras colaborações. Bons tempos. Revivi a emoção de ver meu nome creditado como autor das matérias. Decidi transcrever aqui um de meus textos preferidos. Saiu no IM nº 22, em um mês qualquer de 1995. Resisti à tentação de atualizá-lo. Vai aqui tal e qual foi publicado na época. Até porque, em muita coisa, permanece atual.]

Os fanáticos por música podem ser divididos em duas categorias: discófilos e audiófilos. Talvez sejam poucos os que possuem características exclusivas de uma ou outra definição, mas sempre existe uma tendência. É curioso que ambos tenham essa grande paixão em comum, mas sejam tão diferentes. Você é um discófilo ou audiófilo? Confira a seguir.

O discófilo, como diz o nome, é o colecionador de discos. Seu quarto está transbordando de LPs, compactos e CDs. Quanto mais ele tenta se organizar, mais se vê colocando discos sobre a estante, na mesa, na cadeira, no sofá e até no chão. Seu equipamento de som é o mesmo há cinco ou dez anos e está instalado de forma improvisada: uma caixa em cima do armário, outra virada para a parede, o amplificador num buraco qualquer. Um dia ele pretende melhorar a aparelhagem. Mas isso nunca vai acontecer, pois todo o dinheiro miúdo que sobra é imediatamente convertido em CDs. O graúdo, quando aparece, vai em boxed sets ou mais CDs.

O audiófilo é o entusiasta dos equipamentos. Tem uma sala reservada como estúdio de som, com os aparelhos brilhando de tão conservados - ou porque foram comprados ontem. Cada detalhe da acústica foi rigorosamente planejado. O sistema inclui todos os módulos possíveis e imagináveis: pré, power, equalizador, subwoofer e o escambau. A potência é cerca de dez vezes maior do que a necessária para o ambiente. Discos? Uma quantidade razoável. Via de regra, o audiófilo ouve sempre os mesmos, para testar equipamentos novos.

O discófilo é jovem - ou aparenta ser - e se veste à sua maneira. Pode ter um visual meio exótico, neo-hippie, punk, yuppie ou nerd. Vive de mesada ou salário. O audiófilo tem mais de 30 (em alguns casos, bem mais), traja roupas impecáveis (visual clean), é empresário ou profissional liberal.

O discófilo acha que o audiófilo é um esnobe que adora ostentar o luxo de seus equipamentos, mas não entende nada de música. O audiófilo considera o discófilo um desleixado que só acumula discos, sem investir na melhor forma de desfrutá-los.

O audiófilo eclético ouve jazz, música clássica, new age, orquestras e Frank Sinatra. O discófilo eclético gosta de punk, heavy metal, grunge, hard rock, progressivo, pop e MPB.

O único disco que o audiófilo e o discófilo ouvem juntos é "The Dark Side of The Moon", do Pink Floyd. Mas a experiência de cada um é diferente. O audiófilo chama a atenção para a resposta do subwoofer aos graves durante as batidas de coração em "Speak to Me". O discófilo quase grita junto antes de começar "Breathe". O audiófilo observa o voo de helicóptero de um canal para o outro em "On The Run". O discófilo comenta que "Time" é cantada primeiro por David Gilmour, depois por Rick Wright. O audiófilo diz que a cantora de "The Great Gig in The Sky" tem boa voz, mas não precisava se esgoelar tanto. O discófilo ouve o baixo em "Money" e lamenta que Roger Waters tenha saído do Pink Floyd. O audiófilo encerra a conversa dizendo que não ouve muito o resto do disco e o discófilo se indigna por ele estar perdendo "o principal", que são as músicas em homenagem a Syd Barrett.

Difícil mesmo é quando o discófilo e o audiófilo são apresentados em uma festa. O anfitrião, ingênuo, pensa que eles são almas gêmeas. Com uma mão no ombro de cada um, tenta enturmá-los:

- Fulano, este aqui é o Beltrano, que também é louco por música. Acho que vocês vão se dar bem.

E o Fulano, discófilo, pergunta:

- É mesmo? Que tipo de música você ouve, Beltrano?

- Qualquer tipo. Que equipamento você tem, Fulano?

- Um toca-disco a laser. Mas quantos discos você tem?

- Ah, vários, Mas você não entendeu a minha pergunta. Qual a marca do seu amplificador, quantos watts, que tipo de equalizador você usa?

- Tenho só um amplificador, não uso equalizador. Mas quais os discos que você mais ouve?

- Ouço de tudo: orquestras, música clássica...

- Não gosta de rock?

- Alguma coisa dos Beatles e Pink Floyd.

- É mesmo? O que achou do último do Pink Floyd?

- Qual é o último? "The Wall"?

- Não!!! Esse é de 79!

- Não sei qual é. Não tenho tido dinheiro para comprar muitos discos ultimamente. Comprei um receiver Dolby Pro-Logic com subwoofer...

- O que é isso?

- Não sabe???

A conversa termina quando um dos dois for salvo por um terceiro que interrompa para perguntar as horas, onde é o banheiro, há quanto tempo, qualquer coisa!