quarta-feira, maio 30, 2007

De novo!

Ana Maria Braga leu um texto atribuído a Arnaldo Jabor em seu programa de hoje. Como sei disso? Pelos argumentos de busca que acabaram chegando ao blog. Nem que eu quisesse poderia assistir ao programa dela, pois não estou em casa no horário. Mas fui conferir naquela comunidade do Orkut e, mais uma vez, é um apócrifo. Ou seja, o texto não é do Jabor.

Até quando, Ana Maria? Até quando? Até quando você vai continuar acreditando em qualquer autoria que recebe por e-mail e divulgando em seu programa? De que adiantou entrevistar Cora Ronai sobre o livro "Caiu na Rede" se você não aprendeu a lição? Você está espalhando desinformação para todo o Brasil pela vitrine da Globo! Uma fã sua disse no Orkut que você "toma o cuidado de pedir que os textos sejam enviados com indicação do autor". Puxa, é tão difícil assim entender que isso só piora a situação? Que o fato de os telespectadores indicarem o autor não garante a correção da autoria? Pelo contrário! Aí mesmo é que eles vão pegar qualquer coisa em blogs ou e-mails e reenviar.

Quer ler mensagens bonitas? Esqueça os e-mails. Peça para sua equipe pesquisar em livros! A literatura e seus autores agradecem.

terça-feira, maio 29, 2007

Mutantesmania em Porto Alegre

Que Londres, que nada! Os Mutantes deviam ter gravado seu DVD em Porto Alegre. O público da capital gaúcha os recebeu no dia 26 de maio, sábado, com a euforia de quem realizava um sonho impossível. Sim, havia cinqüentões que provavelmente viram o grupo quando esteve na cidade ainda na fase com Rita. Mas a predominância era de jovens. Para esses, o nome Mutantes representava uma lenda que existiu antes de eles próprios nascerem. E ainda que a nova formação trouxesse Zélia Duncan no lugar de Rita Lee, a presença mítica de Sérgio, Arnaldo e Dinho conferia autenticidade à viagem no tempo.



A platéia foi chegando aos poucos, sem muito alarde, ocupando integralmente os assentos do Teatro do Sesi. Mas quando as luzes se apagaram e a mensagem pré-gravada de apresentação pronunciou "Mutantes", foi como se uma palavra mágica os libertasse de um feitiço que os mantinha em silêncio. A vibração tomou conta do ambiente. Logo se ouviu a introdução de "Dom Quixote", enquanto a banda tomava seu lugar. A proibição de que se usassem máquinas fotográficas foi ineficaz: o que mais se via eram braços erguendo caixinhas prateadas onde o brilho do visor LCD miniaturizava as luzes do palco. Mesmo os fotógrafos credenciados haviam sido instruídos a fotografar somente as três primeiras músicas e não se posicionarem diante do palco, mas também não adiantou: logo o espaço em frente às cadeiras foi invadido. Com certeza uma quantidade significativa de fotos e vídeos foi captada naquela noite, dos mais diversos ângulos. Registre-se que alguns dos que pagaram 120 reais por uma cadeira de platéia baixa reclamaram dos que ficaram de pé à sua frente.


Zélia Duncan pode não ser Rita Lee, mas é perfeita para os Mutantes do novo milênio. Tem carisma, ótima presença de palco e sua voz grave e límpida se adapta com perfeição às músicas. O guitar hero Sérgio era o mais entusiasmado, sorrindo com notável felicidade pelo carinho dos gaúchos. Sua voz continua a mesma, como se pôde constatar em "Virgínia" e "2001", entre outras. Mas as atenções maiores são para Arnaldo, que literalmente nasceu de novo após um acidente em 1981. Depois de um longo período de reclusão a la Syd Barrett, ele está de volta. Tranqüilo nos teclados, ele tinha diante de si um monitor onde apareciam as letras das músicas com as cifras e as partes que ele teria que cantar destacadas em amarelo. Seu nome era o mais chamado pela platéia e ele retribuía às reverências com jeito de menino. O baterista Dinho mantinha o pique com a mesma vitalidade dos velhos tempos. Quanto aos músicos e vocalistas adicionais, é um recurso que lembra o Pink Floyd quando voltou sem Roger Waters. O objetivo é reconstituir da melhor forma possível a sonoridade original. Se para isso for preciso reforçar o grupo, que seja. O importante é dar um bom show e isso os novos Mutantes fazem bem demais.

A letra de "Caminhante Noturno" com cifras e trechos destacados no monitor de Arnaldo (clique para ampliar)


O repertório foi o mesmo do DVD gravado em Londres, exceto que as músicas que haviam sido apresentadas em inglês no show britânico aqui ganharam uma versão bilíngüe (menos, obviamente, "Tecnicolor", que foi composta originalmente em inglês). Por exemplo, "Panis et Circensis" foi toda cantada em português, até que no final, depois de repetirem algumas vezes "as pessoas na sala de jantar", mudaram para "the music lighted with the heat of the sun". O público cantou junto em todas as composições e, no espaço frontal invadido, todos pulavam a ponto de deslocar a emenda do piso com o palco ao ritmo da música. Logo, não é exagero dizer que os Mutantes literalmente sacudiram o teatro. As luzes deram um show à parte que pôde ser mais bem apreciado por quem estava para trás, com uma visão global do jogo de fachos. Enfim, foi uma noite gloriosa para todos. Os mais velhos reencontraram uma parte de seu passado que pensavam que nunca voltaria e os jovens poderão dizer a seus netos que assistiram a um show dos Mutantes.

Compareci ao show representando o International Magazine, jornal mensal de música publicado no Rio de Janeiro. O IM ainda não tem página na Internet, mas alguns textos são publicados no site Let's Rock. Conheça também o Portal da Jovem Guarda, organizado pelo editor do IM, Marcelo Fróes. Para assinar o IM, que publica 11 números por ano, envie um e-mail para magainter@yahoo.com.br .

domingo, maio 27, 2007

Mau exemplo

Hoje recebi uma apresentação em Power Point bem engraçada. Mostra anúncios e nomes de pequenos estabelecimentos escritos das formas mais absurdas possíveis. Alguns eu tive que pensar um pouco para decifrar, como o "Tiakenores". A gente sempre fica em dúvida se todas as imagens são autênticas ou editadas. Mas esta foto acima deve ser legítima. E o que é pior: eu reconheci a localidade! Comparem com a foto abaixo, publicada originalmente neste blog em um tópico intitulado "Capão da Canoa by Night":

Há muitos anos, vi em Atlântida, o balneário logo ao lado, um monte de lixo com um cartaz por cima contendo exatamente os mesmos dizeres. Que chato, hein?

sexta-feira, maio 25, 2007

Googladas portuguesas

Pensei que eu tivesse lançado o conceito de "googladas incautas" na Internet, mas hoje descobri que já havia outros blogs mostrando os mais engraçados argumentos de busca usados por internautas para chegar até eles. E uma curiosidade: todos de Portugal! Divertir-se com os incautos deve ser uma característica lusa que se manifestou nos glóbulos Pacheco do meu sangue. E faça-se justiça: eles começaram primeiro. Talvez eu ainda possa patentear a expressão "googladas incautas", mas a idéia que eles tiveram foi exatamente a mesma. Apenas usaram outras denominações: "googladas ensandecidas", "googladas danadas", "googladas curiosas" e "googladas que vieram cá dar". Vejam e se divirtam:

Blog A Lei de Murphy
Blog Desejo Casar

Batendo o ponto

TLEC!

quarta-feira, maio 23, 2007

Golpe baixo

Nesta madrugada, fui acordado várias vezes pelo barulho de fogos num altíssimo nível de ruído. Lembrei que há um hotel de luxo aqui perto e pensei: será que os adversários do Grêmio estão hospedados ali? Pois agora ouvi dizer que sim. Isso é golpe baixo, gente!

terça-feira, maio 22, 2007

Filas

A despeito da evolução e das maravilhas tecnológicas de que hoje dispomos, o ser humano ainda não descobriu uma forma eficaz de gerenciar filas. Acho que a distribuição de senhas com cadeiras para espera ainda é a mais racional. Você não fica de pé e pode levar um livro para ficar lendo, se quiser. O ideal seria você ser chamado pelo celular quando sua vez estivesse chegando. Assim, ficaria livre para circular e voltar mais tarde. Mas poderia haver confusões com atrasos e perda de vez. Parece que um salão de cabeleireiros usa um sistema semelhante em um shopping, distribuindo uma espécie de bip. Nunca experimentei.

Fora isso, qualquer outro sistema é antiquado e incômodo. Mas nada é mais utópico do que "não precisar entrar na fila". Isso não existe. Na prática, cria uma segunda fila sem qualquer organização. Como um balcão de atendimento vai administrar, por exemplo, mais de um cliente que "não precisa entrar na fila"? Onde o segundo vai aguardar? Certa vez tive problema numa praça de alimentação. Embora não houvesse qualquer sinalização, aparentemente eram duas filas: uma para quem iria se servir do buffet, outra para quem iria pedir diretamente no balcão. Até que surgiu uma cliente dizendo que "só ia pagar a torta que tinha encomendado" e com isso se julgava isenta de esperar sua vez. Fiquei tão desconcertado com a confusão que desisti de comprar o que queria e fui embora.

Uma tendência curiosa que todos temos é a de, quando enxergamos uma fila enorme, achar que não precisamos entrar nela. Afinal, o que temos que fazer é tão rápido e simples! Aí, invariavelmente, perguntamos a alguém: "só pra fazer isso precisa entrar na fila?" Ou então: "esta não é a fila para tal coisa, né?" Mas sempre é. A fila é inevitável.

Os supermercados têm seus "caixas rápidos", mas o único critério é a quantidade de mercadorias. Já é um avanço, mas não basta. A forma de pagamento também é uma variável que influi na demora. Muitas vezes, prefiro entrar numa fila onde haja apenas um cliente com um carrinho cheio a esperar três ou quatro no caixa rápido pagarem suas compras miúdas com cheque, tíquete ou cartão. E se são várias filas grandes, não adianta escolher muito: em qualquer uma delas, invariavelmente, alguém vai trancar tudo. Ou porque esqueceu alguma coisa e pede que o empregado vá buscar, ou porque a mercadoria está sem preço, ou porque o cartão não está passando, enfim, podem observar: em horário de movimento, sempre tem alguma fila parada em supermercado. Ficam o caixa e o cliente olhando para os lados com cara de desânimo, esperando alguma coisa se resolver.

Nas paradas de ônibus da Rua Uruguai, em Porto Alegre, a substituição dos antigos postes com o nome da linha por cartazes suspensos criou um problema. Antigamente, o primeiro da fila se encostava no poste e ficava facílimo de saber a que ônibus se destinava. Hoje o que existe é um aglomerado de filas sobrepostas. Não se enxerga com clareza o começo e o fim, de forma que é comum perguntar-se "que fila é esta", "o senhor está na fila", "o fim da fila é aqui" e assim por diante.

Mas uma melhora inegável foi a criação da fila única nos bancos. Num primeiro momento os clientes se assustaram, mas depois perceberam que ela ia mais rápido e era mais democrática, também. Acabou a "loteria das filas", que às vezes nos premiava com um boy pagando as contas de toda uma empresa enquanto aguardávamos parados. E os caixas também podem se revezar sem precisar pedir a um colega ou vigia que "feche" a fila para que ele termine de atendê-la e possa sair para o almoço, por exemplo.

Enfim, estamos em pleno Século XXI, na era digital, mas ainda não conseguimos acabar com as filas. Acho que é porque existem outras questões prioritárias sendo atendidas primeiro. As filas têm que esperar a vez delas.

segunda-feira, maio 21, 2007

Links

De vez em quando alguém pede para ser "linkado" aqui no blog. Infelizmente tá difícil achar tempo para realmente organizar uma lista de links. Já decidi que, quando fizer, vou colocar todos os que pedirem, como fez a Rosana Herrman (menos os que por algum motivo forem impróprios, se for o caso). É melhor assim. O último que pediu para ter link por aqui foi o blog Música Popular do Brasil. Enquanto a lista de links não sai, cliquem aqui para visitar o site.

sábado, maio 19, 2007

Pelo telefone

Duas rapidinhas. A primeira foi um amigo meu quem contou, mas deve ser verdadeira. Uma família estava interessada em contratar uma cozinheira. Achou o telefone de uma e ligou. Perguntou o preço. Resposta:

- Olha, com "penso" é tanto, mas sem "penso" é menos, é tanto.

Brilhante, não? As empregadas costumam reclamar da dificuldade de ter que pensar no que cozinhar nas refeições. Pois essa achou a solução perfeita, que foi cobrar um adicional de "penso". O que afinal é justo, pois as nutricionistas não devem cobrar barato por elaboração de cardápio. A diferença é que o "penso" não inclui compromisso com dietas balanceadas e similares.

Já esta aconteceu comigo mesmo. Eu devia ter 19 anos quando liguei para um amigo e perguntei:

- O Daniel está?

Quando a empregada respondeu, achei ter entendido mal. Mas depois liguei de novo e a resposta foi a mesma. Eu tinha entendido certo. Ela disse:

- Não, não chegaste.

Como assim, não chegaste? Não estou perguntando se eu cheguei! Então percebi que ela devia ter uma patroa exigente, dessas que vivia corrigindo:

- Não é tu chegou, é tu chegaste!

Aí ela aprendeu que "chegou" é errado, o certo é "chegaste". Tem lógica, não tem?

Visitas ao blog

Eis o gráfico de visitas aos blog nos últimos 30 dias. Aquele pico acima de 300 foi no dia em que Ana Maria Braga declamou o poema de Adriana Britto ("Não quero alguém que morra de amor por mim, etc") como se fosse de Mario Quintana.

quinta-feira, maio 17, 2007

Bem que eu falei

Confesso que, num primeiro momento, não acompanhei a fundo o caso da menina inglesa Madeleine, que desapareceu em Portugal numa viagem com a família. Mas lá pelas tantas fiquei intrigado: como ela sumiu? Quando soube, mal pude acreditar: seus pais a haviam deixado sozinha no quarto do hotel com seus irmãos gêmeos de dois anos enquanto almoçavam num restaurante próximo. Estou realmente chocado em saber disso. Como puderam ser tão relapsos com filhos pequenos?

Eu sei que agora não adianta censurar ou criticar. É irritante quando se está desesperado, precisando de socorro, e os outros, em vez de ajudar, ainda põem o dedo na ferida, fazendo-nos sentir muito pior pela falha cometida. Mas é impossível para mim não me revoltar com a atitude dos pais em razão da opinião que sempre tive sobre situações com esta. Há dois anos, no dia 10 de maio de 2005, escrevi um comentário aqui no blog intitulado "Crianças Soltas". Ali, deixei bem claro o que eu pensava sobre a segurança de infantes ainda despreparados para zelar por si mesmos. Alguns pais parecem realmente não ter noção da hora e da situação certa para soltar seus filhos. Agora estão aí, desesperados, oferecendo milhões para quem achar a menina. Eu espero que encontrem. Mas já que a notícia está tendo uma repercussão descomunal, como se desaparecimentos não fossem freqüentes no mundo inteiro (infelizmente), que sirva de lição para que os pais em geral sejam mais precavidos com a segurança de seus filhos.


Quanto ao meu texto anterior citado, leiam-no clicando aqui.

terça-feira, maio 15, 2007

O meu?

A Metroplan e o Governo do Estado do Rio Grande do Sul lançaram o "TEU!" É um sistema de bilhetagem eletrônica para uso no transporte metropolitano. A página 19 da Zero Hora de hoje está inteiramente tomada por um anúncio da campanha. Ali se lêem frases como:

"O que é Teu?"

"Quais são as vantagens do Teu?"

"Agilidade no embarque: basta encostar o Teu no leitor para liberar a roleta."

(E se houver alguém lendo livro ou jornal dentro do ônibus? Não corre riscos?)

"Quando você usará o Teu?"

Epa! Tem um erro de concordância aí!

Mais detalhes no site abaixo:

http://www.teubilhete.com.br

segunda-feira, maio 14, 2007

Recomendação

Leiam o texto "Eu Quero Ser Excomungado!" no Bonowblog. Como já ressalvei uma vez, nem sempre concordo com as idéias de meu amigo Luiz Bonow. Temos algumas divergências, talvez muitas. Mas independente de qualquer coisa ele é um cara muito inteligente e criativo. E esse texto ficou legal.

domingo, maio 13, 2007

Confusão

Não lembro quanto tempo faz que assisti a um filme americano em que a personagem pedia uma pizza pela Internet. Achei um método bem interessante e pensei: será que eu confiaria? Já fiz muitas compras on-line, mas o tempo entre o pedido e a entrega é suficiente para que haja trocas de e-mails de confirmação. Já uma pizza é algo que você espera que chegue logo, o mais depressa possível. Funcionaria na prática?

Pois hoje, com a chuva caindo bem ao meio-dia, meu filho aqui comigo querendo almoçar, resolvi pedir um "tele". Mas fazia tempo que não encomendava nada por telefone, então fui procurar os números pela Internet. Para minha surpresa, encontrei um portal congregando vários restaurantes de Porto Alegre que atendiam via web. Uma vez escolhido o estabelecimento, aparecia o respectivo cardápio. O restante do procedimento era idêntico ao de uma compra normal via Internet: tive que me cadastrar, depois escolher a forma de pagamento e ainda me foi oferecida opção de receber um telefonema para confirmação. No final, saiu o número do meu pedido. Fiquei verdadeiramente impressionado.

Mas, passados alguns minutos, veio a apreensão. O telefonema não chegava. Acabei eu mesmo ligando. (Os nomes de fantasia serão trocados para evitar incomodações desnecessárias.)

- Restaurante Spelunka.
- Bom dia. Acabei de fazer um pedido via Internet e, como não recebi telefonema para confirmação, estou ligando para saber se chegou OK.

Depois de pedir meu nome e confabular rapidamente com seus colegas, o atendente retornou.

- Não, senhor, não recebemos.
- Mas vocês não atendem pedidos pelo site Clique-comida?
- Não, senhor. Nossos pedidos são pelo E-peça-já. O telefone deles é...

Anotei. Liguei.

- E-peça-já, às suas ordens...
- Estou telefonando porque fiz um pedido para o Spelunka pelo site Clique-comida e eles disseram que só atendem pelo E-peça-já. Vocês têm algum vínculo com o Clique-comida?
- Não, senhor. Os pedidos do Spelunka são todos feitos por nós.

Depois de confirmar preço e constatar um absurdo tempo de espera, resolvi desistir. Mas depois voltei a ligar para o Spelunka, pois alguma coisa devia estar errada.

- Estou ligando novamente porque telefonei para o E-peça-já e eles me disseram que não têm nenhum vínculo com o Clique-comida. Vocês não aceitam pedidos pelo Clique-comida?
- Não, nossos pedidos são todos pelo E-peça-já.
- Então alguma coisa está errada! O site Clique-comida tem o nome de vocês, o endereço de vocês, o logotipo de vocês, o slogan de vocês e o cardápio de vocês! Não tem no menu um filé à moda Spelunka? Xixo à moda Spelunka? Lombinho de porco ao queijo? Tá tudo aqui, na minha tela! Se realmente vocês não têm vínculo com esse site, isso é muito grave! Estão usando o nome de vocês indevidamente e deve ter mais gente fazendo pedidos sem ser atendido!

A conversa ainda se arrastou um pouco mais, pois ele demorou a entender que minha reclamação, em princípio, não envolvia o E-peça-já, do qual só tomei conhecimento pelo telefone. Ocorre que eu havia feito um pedido completo, nos mínimos detalhes, via Clique-comida, e do outro lado ninguém sabia do que eu estava falando. Confusão! Burburinho, um fala com outro, ninguém se entende. Ele pede meu número e diz que ligará em dois minutos. Demorou um pouco mais, mas o que importa é que telefonou.

- Senhor, realmente o Clique-comida faz seus pedidos através do E-peça-já. Mas não consta nenhum pedido no seu nome aqui conosco!

O desastre só não foi maior porque o site não oferecia a opção de pagamento por cartão de crédito. Do contrário, sem o menor receio eu teria fornecido meus dados. Estou habituado a fazer compras on-line e nunca tive problema com hacker ou similar. E mesmo aqui talvez não tivesse. Percebi que não havia má-fé por trás do esquema, apenas a velha e incômoda desorganização de principiante. O restaurante Spelunka oferece serviço completo de pedido on-line, mas ninguém lá dentro está sabendo disso. Nada de mais, eu é que não tenho paciência, como sempre...

Apenas para reiterar, não existe nenhum restaurante com nome de Spelunka. Nem sites denominados Clique-comida ou E-peça-já. Mas o fato descrito realmente aconteceu. E no fim enviaram meu pedido direto e sem escalas, para compensar a confusão.

E antes que eu me esqueça... FELIZ DIA DAS MÃES!

sábado, maio 12, 2007

Palmas!

Esta imagem me fez rir muito no Orkut. Não sei se é nova, mas deve fazer muito sucesso!

sexta-feira, maio 11, 2007

Novos tempos

Quando foi anunciado o lançamento da biografia "Roberto Carlos em Detalhes", em novembro do ano passado, eu já previ tudo o que iria acontecer. Quem conhece a carreira de Roberto Carlos sabe que ele não tolera que invadam sua privacidade. Ele pode falar de episódios delicados de sua história, como já fez em "Traumas" e "O Divã". Mas não aceita que outros o façam. Ruy Castro foi condenado por matéria de uma página publicada na saudosa revista Status. O ex-mordomo Nichollas Mariano também lançou um livro de memórias indiscretas que foi imediatamente recolhido em 1979. Sem contar as iniciativas que o cantor bancou sozinho, como a destruição de fotos eróticas de sua ex-esposa Míriam Rios. Por isso, quando começaram a aparecer reações surpresas de fãs com as medidas tomadas por Roberto contra o livro de Paulo César de Araújo, pensei comigo mesmo: que gente desinformada!

Por outro lado, agora vejo que eu próprio não havia atentado para um dado importantíssimo: os tempos mudaram. Já se foi a época em que a proibição era vista como algo normal. Naqueles tempos, minha mãe freqüentemente dizia uma frase que eu muitas vezes me peguei repetindo: "Isto devia ser proibido!" Ou então se questionava: "Como a censura deixou passar isso?" Em anos de repressão, o que causava estranheza era o que vinha à tona, não o que era barrado. Certa revista publicou uma notícia embaraçosa envolvendo familiar de autoridade no exterior e naquela semana, no estado da pessoa em questão, só os assinantes a receberam. Nas bancas, o exemplar sumiu. O poder informal e a influência conseguiam abafar qualquer informação incômoda. E a Internet ainda estava longe de existir.

Pois o que chama a atenção, em pleno Século XXI, é que a atitude de Roberto Carlos desagradou aos próprios fãs. Na época anterior citada, ele teria tido apoio incondicional da unanimidade de seus admiradores. "Se o Rei não gostou, nós também não gostamos", teria sido a postura. Hoje, não. Em 2007 as pessoas tratam de se informar primeiro antes de tomar uma posição. E pensam por suas próprias cabeças. Como o livro ficou cinco meses à venda, foi tempo mais do que suficiente para que todos o lessem e formassem uma opinião. E a resposta dos fãs foi de desaprovação às medidas tomadas por seu ídolo. Como se não bastasse, o recolhimento do livro atiçou ainda mais a curiosidade de quem não o leu. O resultado é que cópias do texto circulam furiosamente pela rede. Ou seja: não adiantou nada o processo. Quem quiser, vai ler a obra. E com interesse redobrado pela polêmica.

Enquanto as cópias de "Roberto Carlos em Detalhes" se encaminham para a fogueira, a chamada de capa de Zero Hora é uma frase do Papa Bento XVI, em visita ao Brasil: "Façam da castidade um baluarte." Sem dúvida, tem mais gente que precisa se atualizar.

quarta-feira, maio 09, 2007

Gripe

Acho que a gripe me pegou. Qual é o nome da gripe neste ano? Que tal "texto apócrifo"? "Tanto faz de quem veio, o que importa é que me tocou profundamente e vou passar para o maior número de pessoas!"

segunda-feira, maio 07, 2007

Ana Maria ataca novamente

Para meu orgulho, o texto "Os falsos Quintanas" é um dos mais visitados do blog. Alguns o lêem a partir de alguma indicação no Orkut, outros chegam nele por acaso, via ferramenta de busca, o que me deixa ainda mais satisfeito. Afinal, estão procurando um falso Quintana acreditando ser verdadeiro. E acabam se instruindo.

No entanto, algumas vezes, ao relê-lo, pensei comigo mesmo se não tinha sido muito ríspido com Ana Maria Braga no final. Depois que a apresentadora do "Mais Você" abordou a questão dos apócrifos em seu programa, entrevistando Cora Rónai e Martha Medeiros, achei que tinha-se redimido de todas as vezes em que divulgou falsas autorias. Imaginei que seria mais cuidadosa a partir de então e cheguei a pensar em tirar o nome dela do meu blog. Mas acabei deixando.

Como os freqüentadores assíduos desta página já sabem, estou sempre conferindo no Site Meter os argumentos de busca usados pelos internautas que aqui chegam. Se aparece algum mais engraçado, eu copio para listar depois nas "googladas incautas". Pois hoje surgiu um número surpreendente de procuras por "Mario Quintana", "Ana Maria Braga" e trechos daquele poema que diz "não quero alguém que morra de amor por mim", cuja verdadeira autora é Adriana Britto. Logo desconfiei: Ana deve ter lido esse texto hoje no programa. Não foi difícil encontrar no Orkut uma comunidade que me confirmasse isso: lá está em "
Mensagens de Ana Maria Braga" um tópico intitulado ”Não quero...", em que a integrante posta "mensagem que foi ao ar no dia 07/05/07". Na mosca. E com o nome de Mario Quintana.

As atitudes dos internautas com relação aos apócrifos se dividem em três grandes tipos. Um deles é a ignorância total. São pessoas que acreditam piamente em tudo o que lêem em e-mails ou em blogs, sejam apócrifos, notícias falsas, alertas, enfim, o que aparecer na telinha do computador é a verdade absoluta. Não raro, é inútil tentar esclarecer esses incautos (vocês já viram que eu gosto dessa palavra). Se a gente avisar, por exemplo, que tal texto não é do autor que pensavam, eles respondem "é dele, sim", e ainda cometem a suprema ingenuidade de enviar um link de blog para "provar". Esses, infelizmente, estão no Jardim de Infância da Internet. Ainda têm muito o que aprender sobre o que é e o que não é realidade no mundo virtual. Alguns talvez evoluam. Mas nem todos.

O segundo tipo é o dos internautas que conhecem casos isolados de apócrifos, mas continuam acreditando em blogs e e-mails. São aqueles que já ouviram falar que o "Quase" não é de Luis Fernando Verissimo e sim de Sarah Westphal, mas pensam que casos assim são minoria e que todas as autorias são verdadeiras até prova em contrário. Como uma amiga virtual que depois de receber um terceiro aviso meu de que o texto que estava mandando não estava creditado ao autor correto, desabafou: "Eu não dou sorte contigo, mesmo!" Pessoas assim acham que, com tantos textos de Verissimo, Quintana e Jabor dando sopa por aí, "por azar" foram escolher justamente um falso para divulgar. Esses têm mais chance de aprender um dia. Ou assim espero.

Por fim, existem os que já estão plenamente conscientizados. Já sabem que, quando alguém diz que nenhum texto recebido com o nome de Luis Fernando Verissimo é realmente dele, não é exagero, é nenhum mesmo. O que de certa forma também vale para Mario Quintana e Arnaldo Jabor. E muitos outros. E-mails e blogs não são confiáveis para consultas literárias. A Internet criou um verdadeiro universo paralelo em que autores famosos ganharam obras à parte. Felizes os que já se convenceram disso, pois enxergam a verdade.

Lamentavelmente, Ana Maria Braga se enquadra no segundo tipo. Ela sabe da existência dos apócrifos, mas ainda não percebeu que eles compõem praticamente a totalidade dos textos que circulam por e-mail. Mesmo depois de entrevistar Cora Rónai para divulgação do livro "Caiu na Rede", ocasião em que também conversou com Martha Medeiros, ela continua divulgando falsas autorias. Os "Quintanas" indevidos ainda aparecem no site do "Mais Você". E tudo isso com o aval da Globo. Como convencer os desavisados de que Quintana não escreveu nada daquilo se "deu na Globo" e "está no site"?

Enfim, só me resta pensar que foi melhor mesmo não ter excluído a referência a Ana Maria Braga em meu comentário sobre os falsos Quintanas. Serviu para que os internautas que assistiram ao programa de hoje descobrissem o texto e se informassem sobre as verdadeiras autorias. A luta continua.

Conheça as seguintes comunidades do Orkut:

O verdadeiro Mario Quintana
Afinal, quem é o autor?
Eu ABOMINO textos apócrifos

Conheça também o blog:

Autor Desconhecido

domingo, maio 06, 2007

Partido Alto

Já faz tempo que conheço o site IMBD (International Movie Database), na Internet. É um portal fantástico sobre cinema. O que é surpreendente é que também contém informações sobre antigas novelas brasileiras, incluindo elenco e nomes dos personagens. De onde eles tiraram os dados sobre a novela "Os Estranhos", por exemplo? Está tudo lá, mas ninguém mais tem. E assim também, o site inclui títulos de filmes antigos e obscuros, citando no mínimo o diretor. Geralmente os atores também. Onde conseguiram tudo isso?

Na semana passada, descobri outra maravilha: o fórum de discussão do IMDB. Tudo em inglês, como os primeiros que freqüentei na Internet. Ainda terei muito o que explorar, mas procurando ao acaso os debates sobre o "King Kong" de 1976, uma dúvida de um membro me chamou a atenção. Ele queria saber por que, na cena final, Jack (Jeff Bridges) não atende ao chamado de Dwan (Jessica Lange). Kong acaba de morrer caindo de uma das torres gêmeas do World Trade Center. Os repórteres a cercam. Ela chama: "Jack! Jack!" Ele olha hesitante, mas não se aproxima. Quando vi o filme pela primeira vez, achei que a multidão o impedia. Hoje percebo que não é bem isso. Dwan fez sua opção pela caça ao estrelato. Jack é um pesquisador, um idealista. Eles pertencem a mundos diferentes. A escolha de Dwan os coloca em caminhos incompatíveis. Ele percebe isso e por esse motivo não atende a seu chamado.

Isso me faz lembrar de uma novela da Globo que não acompanhei, mas casualmente assisti a parte do capítulo final. Era "Partido Alto". Não recordo o nome dos personagens, mas dos atores, sim. Beth Faria é uma carnavalesca que acaba se envolvendo com seu advogado Armando Bógus. Os dois saem para um passeio de barco casualmente num dia de desfile. Beth aceitou o convite do pretendente, mas não larga o radinho de pilha. E por ele fica sabendo que sua escola não vai bem na avenida. Lá pelas tantas, não se agüenta. Pede desculpas, diz que precisa ajudar seus colegas. Sai do barco e logo a seguir já aparecerá de fantasia em meio aos foliões aos gritos de "pra cima, pra cima", tentando reverter o quadro de desânimo. Mas antes disso, na cena anterior, há um momento que é simbólico. Quando Armando Bógus se vê sozinho no barco, pega os dois copos – o dele e o que Beth largou – e bate um contra o outro, num "brinde" de resignação.

No dia seguinte, no ambiente de trabalho, era inevitável que as colegas mulheres não falassem de outra coisa. Até que veio o assunto da cena de Beth e Armando. Comentei de passagem que no final eles não tinham ficado juntos e uma de minhas colegas contestou: "Claro que não, depois do Carnaval eles se reencontraram!" Achei meio forçada essa interpretação e, para tentar entendê-la, perguntei se eram casados (lembrem-se: eu não tinha acompanhado a novela). Pronto, foi o que bastou para começarem a debochar de mim. "Parece a minha sobrinha", "parece o meu filho", enfim, eu virei o sujeito mais ingênuo do mundo por fazer essa pergunta. Ora, eu só estava tentando entender a lógica para chegar a uma conclusão, na minha opinião, totalmente equivocada.

Este é um dos lados fascinantes da ficção: aquilo que não aparece. Na fantasia, em princípio, tudo pode se supor. Mas acho que certas intenções do autor são óbvias. No momento em que Armando Bógus brindou sozinho com dois copos, estava selado o fracasso do relacionamento dele com a foliã. Como Jack e Dwan do "King Kong" de 1976, eles também pertenciam a mundos diferentes. Isso pra mim ficou evidente. Mas não, minha colega achava que, depois do Carnaval, eles se reencontrariam. E ainda riu de mim quando fiz uma pergunta para tentar entender como ela, que eu considerava uma pessoa inteligente, poderia ter entendimento diverso.

Nesse aspecto, aliás, muitas continuações de filme acabam mostrando um seguimento diferente do esperado exatamente para poder prorrogar a história. Se a novela não tivesse acabado ali, eu até poderia supor que os dois personagens se reencontrassem. Não vai muito longe: o produtor Dino de Laurentiis fez uma continuação para o "King Kong" de 1976 e mudou retroativamente o final do anterior: a fera não morreu. Ora, quem tinha visto o primeiro filme lembrava bem das batidas de coração que por fim cessaram. Mas não, ele sobreviveu. "King Kong 2" o salvou.


Estou até hoje com o final de "Partido Alto" engasgado. Acho que a interpretação de que os personagens de Armando Bógus e Beth Faria continuariam namorando depois do Carnaval é primária, típica de quem não faz uma leitura mais ampla da trama. Enfim, esse é o público de novela.

Comentário rápido

Quando o Grêmio fez o quarto gol, eu tive um pressentimento de que o Juventude não seria campeão.

sábado, maio 05, 2007

CD do André Damasceno

Talvez eu seja suspeito para opinar, mas considero André Damasceno um humorista genial, diferenciado e inteligentíssimo. Ele não é um simples imitador: "incorpora" os personagens e cria textos próprios mantendo o que ele define como "sotaque das idéias". Este CD é a prova disso: são 40 minutos de tiradas fantásticas sem apelar para o escracho ou palavrão. É uma pena que ele não tenha incluído a minha imitação preferida em sua versão completa, que é a de Ruy Carlos Ostermann. Entrou o primeiro beijo do comentarista esportivo, mas ficou faltando a sua trajetória da Filosofia para o futebol, que é impagável. Aliás, observo que a voz normal de Damasceno se assemelha à de Ostermann. Quando imita, então, fica igual. Pode ser uma seqüela dos 20 anos de carreira, também: talvez agora ele não consiga mais "desincorporar" o personagem.

Identifiquei-me muito com a faixa "Ninguém Assume o Sotaque". Eu sempre digo que o Brasil todo fala cantado, só o que muda é a linha melódica. Pois ele falou a mesma coisa com outras palavras e ainda fez uma imitação de catarinense que é divertidíssima. O CD não está caro, está à venda na Multisom por 14 reais. Comprem e aproveitem para pegar um autógrafo no show que ele vai apresentar nesta semana no Teatro da Amrigs, em Porto Alegre, onde foi feita a gravação ao vivo no ano passado. Talvez eu apareça por lá, se os compromissos deixarem. E se puder falar com ele, quero dizer que ele me deve uma. Afinal, fui eu quem divulguei o "vídeo da profecia" (vejam
aqui). Aliás, meu colega Edson, que foi quem digitalizou a imagem para mim, aventou uma hipótese que não é de todo descartável: ele acha que a volta de Maria do Carmo à televisão (na TV Ulbra) pode ter sido incentivada pelo sucesso do vídeo. Quem sabe?

(Vejam também "As duas estréias de André Damasceno", incluindo a primeiríssima aparição do humorista na TV e a estréia do Magro do Bonfa na Escolinha do Professor Raimundo.)

sexta-feira, maio 04, 2007

Auto-aplauso

Assistindo agora a Jô Soares anunciando seus entrevistados, observo que já está praticamente consagrado em programas de auditório um hábito que, quando vi pela primeira vez, considerei uma gafe: a própria pessoa aplaudir junto quando é chamada. Está batendo palmas para si mesma, na verdade. Acho que o certo deveria ser ela acenar com a cabeça em agradecimento, mas nunca mais vi ninguém fazer isso. Todos aplaudem a si próprios. Estranho.

quinta-feira, maio 03, 2007

Inglês mal adaptado

Há muito tempo, meu amigo Luiz Bonow, que morou uma temporada nos Estados Unidos, me enviou uma lista compilada por ele e uma amiga do que ele chamou de "inglês metido a besta". São aqueles termos tipo "outdoor" e "water closet" que a gente usa de forma corriqueira, mas que em inglês de verdade não são usados com o mesmo significado. Lembro que mandei para ele algumas sugestões de acréscimos, que ele aceitou. Eu vinha pensando em publicar essa lista (com devido crédito), mas ele já o fez no blog dele. Cliquem aqui para ler. Já enviei para ele mais uma sugestão e uma correção que oportunamente talvez ele faça.

quarta-feira, maio 02, 2007

Diversos

Vou experimentar o formato de "pílulas", pelo menos hoje. E assim jogar um pouco de conversa fora.

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Enfim, parece que agora recolheram mesmo o livro "Roberto Carlos em Detalhes", de Paulo César de Araújo. Uma pena. Mas, apesar da surpresa de alguns fãs, quem acompanha há mais tempo a trajetória do cantor já esperava essa reação. Roberto nunca gostou que publicassem nenhuma matéria mais íntima sobre ele. Embora o livro seja excelente, avança em terreno que em geral a imprensa evita abordar. Tenho certeza que o autor já previa a polêmica. Pagou para ver. Ele próprio cita o processo movido por Roberto Carlos contra Ruy Castro em razão de matéria publicada na Revista Status. E outro caso que o livro não menciona, mas os fãs mais antigos lembram, é o do livro do ex-mordomo Nichollas Mariano, "O Rei e Eu", esse, sim, um texto leviano e indiscreto. Não recordo se houve proibição legal daquela publicação. Acho que, naquela época (1979), o bom relacionamento de Roberto Carlos com o poder era suficiente para conseguir o abafamento de qualquer manifestação que o desagradasse. O mais irônico é que, enquanto o muito bem escrito "Roberto Carlos em Detalhes" é recolhido para (dizem) ser queimado, o sensacionalista "O Rei e Eu" aparece de vez em quando para venda em sebos do portal Estante Virtual.
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Há que se perdoar os jovens que não vivenciaram a história, mas de qualquer forma é impressionante que a crônica "Sacanagem", de Martha Medeiros, esteja circulando na Internet com o nome de ... John Lennon! A "Geração Internet" quer tanto acreditar que o ex-Beatle seria capaz de escrever um texto como esse que alguns reagem de forma agressiva quando são corrigidos. Preferem ser felizes em sua ignorância. Aliás, o que me deixa perplexo no caso de autorias erroneamente atribuídas a músicos como Rita Lee, Herbert Vianna, John Lennon, Freddie Mercury e outros é pensar: em que momento eles teriam achado tempo para escrever uma crônica e para publicar onde? Eles não são escritores! Alguns músicos até colaboram com artigos para jornais, como é o caso de Nei Lisboa e Kledir Ramil. Mas John Lennon? E escrevendo como Martha Medeiros? Logo ele, que era mordaz e implacável em suas cartas e poemas? Aquilo que se via em filmes de ficção científica já está acontecendo: a Internet criou uma realidade virtual feita de apócrifos, lendas urbanas, falsos alertas e tem um monte de gente acreditando. "Matrix" é aqui mesmo, na rede.
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Oba! Nesta semana estréia "Homem Aranha 3"
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Hoje a Zero Hora publicou uma matéria sobre os problemas enfrentados pelo festival Califórnia da Canção Nativa, de Uruguaiana. Nunca fui exatamente fanático por música nativista mas, sendo gaúcho, é óbvio que conheço os "clássicos" do gênero. E aí percebi que, desde o começo dos anos 80, com "Tertúlia" de Leonardo e "Desgarrados" de Mário Barbará e Sérgio Napp, a Califórnia não gerou mais nenhuma canção imortal, dessas que os gaúchos de todas as idades cantam ao violão.
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De vez em quando alguém chega ao blog pesquisando pelo nome de Hermes Aquino. Não prometo que será logo, mas vou preparar, sim, uma biografia dele incluindo discografia. Tem muita gente querendo saber mais sobre o autor de "Nuvem Passageira", o grande sucesso de 1976.
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E segue o baile.