sexta-feira, abril 29, 2005

Eureka!

Agora tive uma idéia: em vez de contratar o serviço antispam que meu provedor está oferecendo, vou cobrar para servir de cobaia! Claro! Onde eles vão achar uma massa de testes como a que eu recebo, com cerca de 200 e-mails indesejados por dia? Se o produto funcionar com o meu e-mail, é porque é bom mesmo!

Teledramaturgia da Globo

Ontem acabei olhando o programa comemorativo da Globo sobre a teledramaturgia. Achei meio forçado. Preferia o velho e bom formato de documentário, mostrando farto material de arquivo. A historinha teve o seu lado romântico com o qual me identifiquei, mas pecou por excesso de fantasia e pieguice. Adriana Esteves continua linda, como sempre. Só fiquei em dúvida se a menção que ela fazia à "rosa rebelde" foi apenas coincidência ou era citação a uma antiga novela da Globo de 1969, estrelada por Glória Menezes.

quinta-feira, abril 28, 2005

Agenda Sunset Riders

Acabo de receber a agenda da banda Sunset Riders para o mês de maio. Em uma das datas aparece "Casamento Renata" e em outra "Festa de Aniversário Ronaldo". Podiam colocar também "Ensaio fechado", "Dia livre para compras", "Almoço na casa do Marco", "Passeio no Shopping", "Revisão médica do André" e por aí vai. Mas para nós o que interessa mesmo é que tem Especial Bee Gees no dia 19 no John Bull Pub e show de covers genéricos nos dias 5, 11, 13 e 14 no mesmo local.

Cinco mil acessos

Nesta semana o contador do blog passou da marca dos cinco mil acessos. A relativa rapidez com que a contagem chegou a esse número me faz pensar se ele não está computando também os acessos de raiva, de sono, de espirros e de tosse. É bem verdade que muitos desses acessos ao blog são meus próprios. Quando instalei o contador, no dia 24 de setembro, fui informado de que haveria uma forma de fazê-lo desconsiderar o computador de onde eu me conectava. Mas como não uso apenas uma máquina e meu provedor trabalha com alocação dinâmica de endereço IP, resolvi não me preocupar com isso. Noto que às vezes volto à página e o contador não é incrementado. Não sei se o número é somado para posterior exibição ou se só a primeira vez em cada sessão é que conta.

É gratificante constatar que o blog está sendo bastante visitado. Às vezes estranho a falta de comentários, mas o número não pára de subir. Os primeiros a freqüentarem o blog foram minha irmã, meus sobrinhos e os amigos virtuais com quem estava em contato na época (agosto do ano passado). Lembro que mandei um e-mail coletivo para divulgar o lançamento. Hoje sei que muita gente achou este endereço também pelo blog da Rosana Herrmann, o
Queridos Leitores. Não tenho culpa se volta e meia Rosana comenta algum assunto que já foi abordado por aqui. Sempre que ela faz isso, aproveito o gancho para postar um comentário com link para o meu texto em questão. Faço o mesmo também no Orkut e nos meus grupos do Yahoo, quando a chance aparece. Às vezes tenho a surpresa de ler mensagens de internautas que não tenho a mínima idéia de como me encontraram. Talvez pelo Google ou Alta Vista.

No começo, não era difícil achar assunto. A exemplo do que aconteceu quando comecei a escrever sobre música para o International Magazine em 1995, eu tinha várias idéias acumuladas que fui desovando aos poucos. Agora já começo a ter mais dificuldade de manter a mesma regularidade na postagem de textos. Mas a progressão com que aumenta o número de acessos me estimula a não parar. A Internet é um meio de comunicação de massa ao alcance de todos e eu procuro escrever aqui como faria numa coluna de jornal, por exemplo.

Obrigado a todos vocês que "batem o ponto" aqui. Voltem sempre. Vamos ver quanto tempo levamos para chegar aos dez mil.

quarta-feira, abril 27, 2005

Utilidade pública

Um alerta a quem está fazendo o Imposto de Renda de última hora: se você quiser transmitir os dados a partir do disco rígido, não deixe para instalar o Receitanet depois de concluir sua declaração. Instale o Receitanet antes. Aí, quando você terminar, o próprio programa de preenchimento dos dados constatará que o Receitanet já está instalado e fará a transmissão na hora. Se você deixar para executar o Receitanet depois, será obrigado a salvar os dados num disquete. O Receitanet, se executado separadamente, não "olha" para outra unidade que não a do disquete.

Aliás, sempre achei engraçadíssimo que houvesse dois programas separados, ainda mais que o programa principal tem um ícone chamado "transmitir pela Internet". Se você clica em cima, ele avisa: "favor usar o Receitanet".

terça-feira, abril 26, 2005

Espetáculos toscos

Hoje quando entrei no ônibus percebi que os passageiros tinham um olhar compenetrado, tenso, como se algo estivesse atraindo a atenção de todos. Depois notei que, do outro lado da rua, havia acontecido um acidente. Não sei se é porque não sou fanático por automóveis, mas se há algo que não me atrai é ficar olhando destroços de carros, ferro retorcido, lataria amassada e quetais. Não é uma questão de nobreza de espírito, necessariamente, apenas não me interessa. Há coisas bem melhores para se admirar por aí, com certeza.

Certa vez eu estava voltando da praia pela free-way quando teve início um engarrafamento. Logo imaginei que tivesse acontecido um acidente. Isso se confirmou mais adiante. Mas o que estava trancando o fluxo de carros não era nada obstruindo a pista em si e sim o interesse mórbido dos motoristas em examinar com calma os destroços no acostamento. Em vez de olhar para o carro destruído, resolvi prestar atenção no motorista da frente. Incrível, ele realmente olhava com atenção, como se saboreasse cada detalhe do que estava vendo.


Outra situação em que não vejo graça nenhuma é ver alguém cair no chão. Só se for um sujeito muito sisudo e fleumático. Aí, há um certo deleite em vê-lo tombar de sua pose. É uma questão de contexto. Mas o fato em si de alguém cair espetacularmente não me dá vontade nenhuma de rir. Mas noto que sou exceção, pois ao meu redor os espectadores mal contêm suas gargalhadas.

Tem gente que ri de qualquer idiotice, palavrão, piada de papagaio, careta. Outros adoram ver sangue, cenas de acidentes, e ficam repassando fotos grotescas pela Internet como se todos os destinatários de suas mensagens fossem ter o mesmo interesse. Ah, me poupem. Sei que pode não ser viável a curto prazo, mas acho que destroços de carros deveriam ser cobertos, como se faz com corpos de pessoas mortas em acidente. Pelo menos o trânsito fluiria melhor. Já as fotos de carnificina explícita que recebo, deleto sem olhar.

segunda-feira, abril 25, 2005

Frio

Hoje foi o primeiro dia do ano realmente frio em Porto Alegre. E bem em abril, como eu já sabia (leiam aqui). É o momento em que os gaúchos dizem: "o inverno este ano vai ser brabo!" Depois vem uma onda de calor comumente chamada de "veranico de maio". Depois volta o frio. Depois vem um "veranico de inverno", geralmente em julho, mas desse ninguém lembra, apesar de acontecer todos os anos. Impressiona-me a falta de atenção do gaúcho em relação a isso. É sempre igual e ninguém lembra. O mito de que o inverno gaúcho é frio o tempo todo prevalece sobre o fato. Mas eu já estou avisando antes.

sábado, abril 23, 2005

Pensamento da hora

Se existisse Internet no tempo de Mário Quintana, o Caderno H seria um blog.

sexta-feira, abril 22, 2005

O técnico

A notícia de que Hugo de León foi demitido de seu cargo de técnico do Grêmio me faz pensar em uma de minhas reflexões de leigo sobre o futebol. São pequenas coisas que eu, aqui de longe, questiono. Por exemplo: o que leva alguém a querer ser goleiro? Que graça tem ficar parado o tempo todo em um dos extremos do campo esperando o momento fatídico de ver a bola chutada em sua direção? E ainda levar a culpa se o time perder? E por que há jogadores que se identificam com posições como, por exemplo, a lateral esquerda? Como um atleta decide que vai jogar ali? Na infância, quase todos querem ser centroavantes. E eu até conheci alguns garotos que se fardavam de goleiros e se achavam bons no ofício. Mas a lateral esquerda? Não consigo nem imaginar um menino dizendo: "meu sonho é jogar na lateral esquerda!" Talvez, no tempo do Everaldo.

Mas o que realmente me intriga neste momento é: qual a verdadeira importância de um técnico? Até que ponto ele pode realmente ajudar ou prejudicar um time? Quem joga futebol não são os jogadores? Que culpa tem o técnico de um pênalti perdido? Qual a responsabilidade do treinador se o goleiro toma um frango? Ah, sim, quem mandou escalá-lo. Por outro lado, se um jogador protagoniza um lance espetacular e faz o gol, nunca vi ninguém elogiar o técnico por isso. Ora, por que não? "Parabéns por apostar nesse craque!" "Que bela jogada você ensinou a ele!" Tá, estou exagerando. Eu consigo imaginar a importância de um técnico. Ainda que os times improvisados das peladas que se jogam por aí consigam disputar partidas sem maestro, "tocando de ouvido". Eu me pergunto se, quando um jogador abandona o futebol profissional, consegue continuar jogando sem técnico. "Pô, Fulano, no Inter você jogava um bolão e aqui, no time dos veteranos do bairro, você não faz nada?" E o Fulano responde: "Ué, que culpa eu tenho se aqui não tem ninguém pra me dizer o esquema de jogo?"

Cada vez que um técnico é demitido, a impressão que eu tenho é que a diretoria gostaria mesmo é de demitir o time. Como isso é inviável, elege-se um bode expiatório. O único profissional que se relaciona em igualdade de condições com o time inteiro é o técnico. Logo, vai o técnico. E vem outro no lugar dele. Espera-se que, mais do que conhecimento tático, tenha também poderes mágicos. Que consiga transformar jogadores limitados em craques. Acham que é exagero? Pois foi exatamente isso que o Grêmio esperou de Cláudio Duarte às portas do rebaixamento.

Hoje se sabe que muito do supertime que o Internacional teve em 75 e 76 se deveu à visão de Rubens Minelli. Há quem diga também que a Seleção de 1970 teve um dedo de João Saldanha, demitido de última hora em meio a controvérsias. Outros minimizam a contribuição de Vicente Feola em 1958, sugerindo que sua função era apenas a de "distribuir as camisetas". A verdade é que, para entender realmente a importância de um técnico, eu teria que jogar futebol. E não jogo nem como amador. Se um técnico conseguisse me transformar num craque, eu ficaria convencido de sua capacidade. Não, não daria certo. Se ele me escalasse, já estaria comprovando sua incompetência.

quarta-feira, abril 20, 2005

Autoconfiança

Já aconteceu de você receber e-mails de vírus com endereços conhecidos como remetente? Muitas vezes o seu próprio? Isso é comum. Os programas mal-intencionados são bem sofisticados e espalham vírus com endereços diversos colhidos no disco alheio. Pois um dia o computador do português se infectou. O técnico veio ajudar e perguntou:

- Manuel, você executou algum programa recebido por e-mail?
- Sim, executei um programa que recebi num e-mail com o meu próprio endereço como remetente.
- Manuel, mas como você foi fazer isso?
- Ora, se não confiar em mim mesmo, vou confiar em quem?

Mais desmentidos de praxe

Lembram da lista de "Mentiras e Desmentidos de Praxe"? Pois resolvi fazer outra, desta vez com foco nos rótulos que ninguém assume. A maioria é genérica, mas alguns se aplicam só a homens ou só a mulheres. A saber:

Não é que eu seja preconceituoso...
Não é que eu seja de direita...
Não é que eu seja xiita...
Não é que eu seja fanático...
Não é que eu seja sonegador...
Não é que eu seja exigente...
Não é que eu seja antiquado...
Não é que eu seja quadrado...
Não é que eu seja formal...
Não é que eu só goste de mulheres complicadas...
Não é que eu só goste de cafajestes...
Não é que eu goste de sofrer...
Não é que eu ainda goste dela...
Não é que eu seja implicante...
Não é que eu seja covarde...
Não é que eu seja preguiçoso...
Não é que eu seja desinteressado...
Não é que eu seja imaturo...
Não é que eu seja vingativo...

Não é que eu tenha vergonha...
Não é que eu tenha medo...
Não é que eu não tenha capacidade...
Não é que eu não esteja preparado...
Não é que eu queira comprar briga...
Não é que eu sempre discorde de tudo o que você diz...
Não é que eu tenha alguma coisa contra ele...
Não é que eu esteja sem assunto para colocar no blog...

terça-feira, abril 19, 2005

De novo!

Caí no golpe da piada óbvia de novo. Eu não aprendo. Olhem lá no Blog da Rosana Herrmann um comentário com o título: "Será o Benedito?" E assim cem milhões de brasileiros devem estar tendo esse mesmo lapso de genialidade e originalidade.

Habemus Ratzinger

E eu até já recitei em voz alta o sermão do padre alemão em homenagem ao novo Papa. Parece haver controvérsias sobre a forma correta de traduzir o nome escolhido para o português. Bento XVI? Ou será o Benedito?

Os 75 segundos

Quando eu era colorado fanático, torcia até o último segundo de jogo. Até me irritava saber que alguns torcedores saíam do estádio antes do apito final. Se o adversário fizesse 3 ou 4 a zero, não lembro com quantos minutos de jogo eu perdia a esperança. Acho que aos 40 do segundo tempo. Não, aos 41. Aos 40 eu ainda torcia para que saísse o primeiro de uma série de quatro ou cinco gols relâmpago. Estranhamente, nunca chegou a acontecer.

Lembro também de um jogo contra o Cruzeiro no Mineirão em que o Inter venceu. (Quando eu disser que lembro de algum jogo, vocês já sabem que deve ter sido no começo dos anos 70, por ali. Depois que descobri David Bowie e Pink Floyd, nunca mais guardei sequer a escalação do Internacional.) O juiz apitou o final antes que o Cruzeiro pudesse cobrar um escanteio. A torcida, é claro, ficou furiosa. Porque aquele escanteio, é evidente, mudaria o destino da partida. Ali sairia o gol de empate que livraria o Cruzeiro da humilhação de perder em casa. Essa certeza os mineiros tinham e, portanto, o time só perdeu por culpa do juiz. Porque nos últimos segundos com certeza o Cruzeiro faria o que não fez em 90 minutos.

Agora imaginem como se sente a torcida do 15 de Novembro com o fato de Carlos Simon ter encerrado a prorrogação da final contra o Inter um minuto e 15 segundos antes do previsto. Ele já deu a desculpa de que cronometrou os 30 minutos de forma ininterrupta, sem descontar o tempo de troca de lado. E para quem está de fora talvez fique aquela idéia contemporizadora: ah, eles não teriam conseguido fazer mais nada, mesmo. Será?

Aí lembro da minha infância sonhando com gols relâmpago e viradas históricas que nunca aconteceram. Se eu achava possível que o Inter fizesse quatro gols em cinco minutos, que dificuldade teria o 15, com o apoio de sua torcida, em fazer um, só mais um gol em 75 segundos? Podia acontecer, não podia? Mas também pode ser que não. Nunca se saberá. Mas, para a torcida do 15, os 75 segundos que lhe foram roubados ficarão para sempre na memória. Junto com a certeza de que ali teria acontecido o empate que lhes daria o título.

segunda-feira, abril 18, 2005

Eu li!

"Ficastes todo o campeonato fora e viestes aprontar logo contra o meu time!"

Jogador Patrício, do 15 de Novembro, citado hoje em Zero Hora. Das duas, uma: ou Patrício é formal a ponto de tratar a todos por "vós", ou o jornalista que transcreveu não sabe conjugar a segunda pessoa do singular.

domingo, abril 17, 2005

Reflexões de um ex-fanático

Então o Internacional é tetracampeão gaúcho. Eu sou colorado, mas não consigo vibrar como nos velhos tempos. Meu fanatismo ficou lá nos anos 70. Talvez vocês pensem que era porque o time estava vivendo a melhor época de sua história. Não, isso foi apenas uma feliz coincidência. O que realmente me motivou a gostar de futebol foi a Copa 70. Aliás, o time do meu coração era o daquele ano, ainda antes da entrada de Figueroa e Falcão. Lembro até hoje da escalação: Gainete, Édson Madureira, Pontes, Valmir e Jorge Andrade; Carbone e Tovar; Valdomiro, Claudiomiro, Sérgio e Dorinho. A partir de então, passei a acompanhar todos os jogos do Inter. E tive muita sorte: tudo aconteceu como eu queria. O colorado foi campeão gaúcho oito vezes seguidas e superou a marca do Grêmio, que era o hepta. Como se não bastasse, venceu também dois Campeonatos Brasileiros, em 75 e 76. Venceria mais um em 79. Essas vitórias, especialmente as do Gauchão, me livraram de um trauma de infância. Se o Grêmio tivesse interrompido a série do Inter, digamos, em 1973, eu teria ficado arrasado, literalmente inconsolável. Não sei como eu teria lidado com aquilo.

Em 1975, quando o Inter venceu seu primeiro Campeonato Brasileiro, minha paixão pelo clube já não era a mesma. Eu ainda tinha entusiasmo o suficiente para comemorar, mas meu interesse maior já era outro: música. Tanto que, na época do tri, em 1979, lembro que eu estava mais preocupado com o Festival da Tupi, pela televisão, do que com o Brasileirão. Mas o Inter venceu. Depois, tive uma grande decepção com a perda da Libertadores, em 1980. Ali sepultei meu fanatismo por futebol. Lembro de um domingo à noite, no começo dos anos 90, em que fui ao Barranco com minha (hoje ex) esposa. Não me dei conta de que, naquela tarde, o Inter tinha sido campeão gaúcho. E, como se sabe, tanto o Inter quanto o Grêmio comemoram seus títulos no Barranco. Para complicar, quando chegamos lá, minha sobrinha me avistou e me convidou para sentar na mesa onde estava o meu irmão e sua família, no meio dos torcedores. O que era para ter sido uma noite tranqüila acabou sendo, para mim, uma irritante zoeira. Cada vez que chegava algum jogador ou dirigente, o pessoal da mesa se esgoelava como se não houvesse amanhã. E isso que era apenas um Campeonato Gaúcho. Não consegui me enturmar. O meu desconforto era visível, a ponto de um dos integrantes da mesa me chamar de "gremista".

Eu sabia que hoje era a final do Gauchão. Até queria ouvir, mas estava caminhando com o meu filho. Cheguei em casa a tempo de ver pela TV a prorrogação. Podem me chamar de traidor, mas em alguns momentos me peguei torcendo pelo 15 de Novembro. Solidarizei-me com aquela torcida de Campo Bom, aquelas crianças beijando a camiseta do 15 com alegria, aquele pequeno time que não só conseguiu trazer a final para o seu estádio mas ganhou de 2 a 0 no tempo normal. Como se não bastasse, na prorrogação, levou um gol e não se intimidou: foi lá e empatou com um tento belíssimo. Mas o Inter conseguiu marcar mais um e sagrou-se campeão. Só não entendi por que o juiz Carlos Simon encerrou a partida um minuto e 15 segundos antes do tempo regulamentar. Para quem estava lá, na torcida, deve ter sido frustrante. E se a imprensa for isenta, haverá de cobrar dele uma explicação.

Definitivamente, o futebol já não me entusiasma. Meu time é tetracampeão gaúcho, o arqui-rival ficou em terceiro no campeonato e está na segunda divisão do Campeonato Brasileiro, mas eu não consigo me alegrar. Pior: ainda fico com pena da torcida do 15 de Novembro. Continuo colorado, mas quero a minha parte da festa em dinheiro.

sexta-feira, abril 15, 2005

Gazzag

O Gazzag pode não estar dando o mesmo ibope que o Orkut, mas num quesito já começa a igualá-lo: começou a falhar. As mensagens somem, depois reaparecem, depois somem de novo... Ah, sim: "é assim mesmo". Eu tinha esquecido.

quinta-feira, abril 14, 2005

O casal do café

É comum enxergarmos sempre as mesmas pessoas quando cumprimos horários rígidos. Gente desconhecida, de quem não sabemos o nome, idade, profissão, nada. Mas estão lá, todos os dias, na parada do ônibus, no restaurante, ou passando por nós na rua no mesmo local e horário. Suas fisionomias se tornam familiares a tal ponto que, se um dia as vemos em outro local, nos lembramos delas. Já me aconteceu isso há muitos anos com duas moças que eu via todos os dias passando por mim na Siqueira Campos, quando ia pro trabalho. Um dia as conheci pessoalmente apresentadas por amigos comuns, falei que me lembrava delas e aí passei a cumprimentá-las. Mas isso foi lá no século passado.

Atualmente, estou acostumado a ver as mesmas caras no almoço e também no café, para onde eu e meus colegas sempre vamos depois da refeição. Certa vez, observei um casal de namorados que se encontrava todos os dias. Geralmente ele chegava primeiro, depois ela vinha, dava-lhe um beijo na boca e ficavam ali, conversando e tomando café. Chamavam a atenção pela diferença de idade (ele bem mais velho) e de aparência, mas não se importavam. Namoravam em público, felizes, sem ligar para o que os outros pudessem pensar.

Um dia, lá estava ele esperando a moça. Quando ela chegou, em vez do beijo, houve um distante aperto de mão. Não estavam mais juntos. E, pela frieza do cumprimento, deu para perceber que o clima entre eles estava tenso. Talvez por isso eu não os tivesse visto mais por lá recentemente. Mas agora, por alguma razão, estavam se reencontrando. Pelo menos, iriam conversar. Podia-se supor que, de um deles, havia o desejo de voltar. Se iriam se entender ou não, o tempo diria.

Alguns dias depois, vi-os novamente se encontrando. Ainda sem beijo, mas dessa vez o toque das mãos foi diferente, com um sorriso e muito carinho. Como se quisessem continuar de mãos dadas. Não havia mais mágoa. Naquele momento, desejei que se reconciliassem. Percebi claramente que ainda gostavam um do outro. Não sei por que motivo haviam brigado, mas quanto mais rápido deixassem o orgulho de lado, melhor seria para os dois.


Hoje, lá estava ele de novo, esperando. Ela chegou e, como nos velhos tempos, beijou-o na boca. Estão juntos novamente. Quando meu colega pediu licença para pegar uma cadeira da mesa deles, o sorriso com que o namorado consentiu mostrava um homem feliz, em paz, "de bem com a vida", como diz o surrado clichê. Não sei quem são, que nome têm, o que fazem ou como se conheceram, mas fiquei feliz por eles. Lamento que algum desentendimento os tenha afastado, ainda que por pouco tempo. Espero que tenham aprendido a lição. Sei que o amor por si só não resolve os problemas do mundo, mas não entendo como duas pessoas que gostam uma da outra possam arranjar motivo para não estar juntas.

Especial Bee Gees

Hoje (quinta-feira, 14/04) tem Especial Bee Gees com a Sunset Riders no John Bull Pub, no Shopping Total (antiga Brahma). O horário marcado é 22 horas, mas sempre atrasa um pouco.

terça-feira, abril 12, 2005

Exigência

Ouvi dizer que a diretoria do Internacional aceitava que a final do Gauchão fosse em qualquer lugar, contanto que fosse em campo bom.

(Tá, eu sei, deve ter um monte de gente fazendo essa mesma piada e se achando o máximo. Mas não custa arriscar.)

A crase

(Atenção: a nova ortografia de 2009 NÃO extinguiu o sinal de crase! Muita gente está chegando aqui querendo saber sobre isso. Outra observação importante: é impossível saber se um "a" tem crase sem saber o que vem antes e depois do "a". Por exemplo: "a amiga" tem crase? Depende do que vem antes! "Assistir a" tem crase? Depende do que vem depois! Também tem gente aos montes chegando aqui fazendo esse tipo de pergunta no Google. )

Às vezes penso em cursar a faculdade de Letras só para ensinar crase. Não entendo que tanta dificuldade as pessoas têm em saber se um "a" tem crase ou não. Tá, também não vou dizer que seja tão fácil assim e que eu também não me atrapalhe às vezes. Mas as confusões que vejo por aí também não se justificam. Recentemente vi uma consulta na Internet. Um jornalista queria saber se "entrega de prêmio a jornalistas" tinha crase e justificava pelo fato de a palavra "jornalista" poder ser feminina. Ora, é claro que se fossem todas jornalistas mulheres, o certo seria "às jornalistas", no plural.

Acho que o método de ensinar é que deveria ser revisto. Ficar decorando regrinhas não leva a nada. O aluno aprende a recitar os macetes na ponta da língua e continua errando na prática. A regra é uma só: ocorre crase quando houver a junção da preposição "a" com os artigos femininos "a" ou "as" ou com os pronomes demonstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo, aquiloutro, aqueloutro. Pronto! Quem conseguir entender isso não precisará decorar mais nada, não cometerá erros e sentirá a crase até quando fala.

Talvez uma das noções mais errôneas seja a de que a crase é um acento. Já ouvi muita gente dizer que tal nome ou palavra francesa "tem crase". Não! Aquele acento virado para a esquerda se chama, por padrão, "acento grave". Até a Reforma Ortográfica de 1971 (que entrou em vigor em 1972), era usado em português em palavras como "pràticamente", "matemàticamente", "sòzinho", enfim, palavras derivadas de outras que contivessem acento agudo (que é o virado para a direita, ainda hoje usado). Com a nova ortografia, restou ao acento grave em português apenas a função de indicar crase. Com isso, alguns desavisados pensam que crase é o nome do acento. E a tratam como uma mera questão de ortografia da palavra "a", sem realmente entender o fenômeno.

Lembro de uma prova sobre crase que fiz no segundo grau. Além de dizer se uma frase tinha crase ou não, precisávamos citar a regra. Que bobagem! Lembro que apareceu a expressão "passo a passo". Respondi que não havia crase porque inexistia o artigo "a" para fazer contração com a preposição. Essa é a única regra válida que conheço. Mas a professora considerou a resposta errada, porque eu teria que ter escrito: "Não há crase entre palavras repetidas". Ah, sim. Senão, vejamos:

Fui a pé da minha casa à casa do meu amigo.

Então? Essa frase é o pega-ratão perfeito para embananar o pobre decorador de regrinhas. Com um pouquinho de teimosia, consegui colocar uma crase válida entre palavras repetidas. Claro que a repetição da palavra "casa" é desnecessária. Vamos experimentar tirá-la para ver o que acontece:

Fui a pé da minha casa à do meu amigo.

Agora o decorador de regrinhas não entende mais nada, pois ele sempre soube dizer de cor a quem perguntasse que não há crase antes de palavras masculinas. Ele não enxerga nenhuma palavra feminina depois do "à" e jura pela Dona Matilde, a sua saudosa professora do primário, que essa frase não deveria ter crase.

Mais importante do que decorar os pecados da crase e outros macetes é saber a regência de verbos e substantivos. Especificamente, quais verbos são sucedidos pela preposição "a" e quais substantivos são antecedidos pelo artigo "a". Por exemplo: assistir, no sentido de olhar, pede a preposição "a". Assiste-se "a" alguma coisa. Já a palavra "luta" é antecedida do artigo "a". Assistir a + a luta = assistir à luta. Verbo ir: vai-se "a" algum lugar. Cuba: não tem artigo (não se diz "a" Cuba ou "o" Cuba). Ir a + Cuba = ir a Cuba. É tão fácil e, no entanto, ainda há quem faça da crase um mero ornamento da palavra "a".

É curioso que, em espanhol, não existe crase.* Em português dizemos: "Vou à farmácia". Em espanhol é "Yo voy a la farmacia". Nenhum nativo de língua espanhola fica em dúvida se deve escrever "a la" ou apenas "a" ou "la", então por que essa dificuldade dos brasileiros com a crase? Porque a encaram como um acento, ficam decorando regrinhas e não se preocupam realmente em entendê-la.



- * -

P.S.: Quando escrevi esse texto, ainda não havia lido o que ensina sobre o assunto o Professor Cláudio Moreno em sua página na Internet. E fico feliz de constatar que ele, que é realmente uma autoridade para discorrer sobre o tema, disse o mesmo que eu com outras palavras e muito mais propriedade. Vocês podem ler o que ele escreveu aqui, mesmo assim faço questão de citar um trecho que achei sensacional:

Ocorre que há dezenas de péssimos manuais, usados por professores de formação apressada, que tratam a crase como se fosse um sistema de regras determinadas por alguém - como se fosse uma lei, com artigos e parágrafos e incisos e casos especiais. Por causa disso, muitos se revoltam contra a crase, julgando-a uma imposição arbitrária; não poucos leitores já me escreveram perguntando quando é que vão "revogá-la"! Para piorar o quadro, esses manuais vivem chamando a atenção de seus desafortunados leitores (ou alunos) para os casos em que "a crase é proibida" [sic]!

Perfeito! Folgo em saber que há pelo menos um mestre - e um grande mestre - ensinando a crase de forma coerente.

*De vez em quando alguém chega neste tópico procurando se "existe crase em espanhol". Provavelmente querem saber se existe acento grave em espanhol. Pelo que acabei de pesquisar, não existe, mas sempre é bom consultar um professor desse idioma. Quando digo que não há crase em espanhol, refiro-me à junção da preposição com o artigo em uma única palavra. Nos casos em que escrevemos "à" em português, diz-se "a la" em espanhol. Por isso não ocorre crase. Mas acento grave em idiomas que não o português não tem nada a ver com crase. Como foi dito acima, crase não é o nome do acento.

domingo, abril 10, 2005

Outra da Sarinha

Hoje fiquei sabendo que Sarah Westphal, a catarinense de 21 anos que foi revelada como a verdadeira autora do "Quase", apareceu no Patrola ontem à tarde. É uma pena que eu não tenha visto, mas com certeza ela aparecerá bastante ainda na mídia. Ela colocou um poema no meu mural do Orkut, que ela escreveu no ano passado num caderno "durante outra aula chata". Vejam que bonito:

Ainda que desmanchem meu castelo
E todo "não" manche o meu vestido
Até quando eu duvido do que é certo
Se a minha carruagem já tiver partido...
Eu ainda sou uma princesa
Com meus sonhos, flutuando em mim mesma
Tecendo a minha renda com retalhos,
Procurando algum brilhante na tristeza
Querendo um final de purpurina
Pra essa tarde, pra essa história, pra essa vida.

Sarah Westphal

Dúvida

Tá bom como tá ou não vale a pena virar o barco?

sábado, abril 09, 2005

A crise dos 20 e poucos

Muito se fala nos problemas que os pais enfrentam com seus filhos adolescentes, a rebeldia, o choque de gerações e blá blá blá. No entanto, conversando com colegas, observando outras famílias e lembrando a experiência que eu mesmo vivenciei quando era jovem (mas não me chamem de velho), acho que existe uma outra faixa etária dos filhos que é mais crítica, que é a dos 20 e poucos anos. Isso tem muito a ver com a nossa cultura. No Brasil, é comum filhos morarem com os pais mesmo depois de adultos. Claro que não é regra geral: muitos vêm do interior estudar na capital e assumem desde cedo a sua independência. Mas cada vez mais ouço as mesmas histórias sobre os filhos de 20 e poucos anos que parecem não se preocupar com o futuro.

Eu mesmo passei por isso. Lembro das brigas com meus pais, eles querendo me abrir os olhos para o fato de que eu era temporão e iria perdê-los bem cedo. A verdade é que, após 20 anos de casa, comida e roupa lavada, fica a impressão de que tudo acontece de forma automática. A comida surge na mesa duas vezes por dia, as roupas deixadas no chão reaparecem no armário limpas e passadas e a bagunça do quarto se ajeita sozinha da manhã para a tarde. À noite, a cama estará arrumada. Acostumamo-nos que isso acontece dia após dia, tão certo quanto o sol estará brilhando de manhã e cairá à tardinha.

Até que um dia lá vêm os pais encher o saco com aquela conversa de trabalho. Que está na hora de assumir a independência, pensar no futuro, fazer uma faculdade e conseguir um emprego. Enquanto isso, a comida continua aparecendo na mesa nas horas certas. Talvez valesse a pena ter um pouco mais de dinheiro para o supérfluo, mas o essencial continua ali, como se caísse do céu todos os dias. Outros enfrentam problemas cada vez mais comuns, como a separação dos pais e conseqüente necessidade de contribuir para a caixinha da casa. Aí, sentem-se revoltados, onde já se viu, eu, Fulaninha, que só tenho 21 aninhos, trabalhando? Como ousam cometer esse crime contra a minha juventude? Que culpa tenho eu dos rolos dos meus pais?


Crescer é difícil. Eu próprio, aos 44 anos, ainda me pego esquecendo que a roupa que cai no chão não irá reaparecer automaticamente no armário limpa e passada. Mas agradeço aos meus pais o empurrão em direção à independência financeira. Hoje ouço histórias de amigos e colegas e seus marmanjos de 20 e poucos anos que não sabem se saem para revolucionar o mundo ou compram uma bicicleta. Uns ainda dependem financeiramente de seus pais, outros se revoltam por ter que trabalhar. A maioria ainda não se deu conta de que, um dia, eles mesmos terão que aprender aquela mágica que faz surgir comida na mesa duas vezes por dia. E quanto antes começarem a ensaiar o truque, melhor para todos.

sexta-feira, abril 08, 2005

Efeito retardado

Dependendo do ponto de vista, posso dizer que já fiz muita coisa na vida ou não fiz quase nada. Em 1976, aos 15 anos, ajudei a compor a letra de um jingle para a Prefeitura de Porto Alegre em parceria com um publicitário. Em 77 saiu um compacto duplo promocional com o meu nome creditado. No final de 78 houve um rolo de acusação de plágio que outra hora conto em detalhes, mas felizmente nada aconteceu.

Ontem cheguei em casa e tinha um recado na minha secretária eletrônica. Uma professora aposentada procurou meu nome na lista e queria saber se eu era o mesmo Emílio Pacheco que havia composto a Canção de Porto Alegre em parceria com Norberto Barcellos. Depois liguei de volta. Ela disse que estava fazendo um trabalho e queria conseguir o disco. Como o mundo dá voltas. Uma pessoa me encontra por um nome impresso numa contracapa de disco 28 anos antes.

quinta-feira, abril 07, 2005

Será?


Será que foi este o livro que saiu na França com o "Quase" como sendo do Luis Fernando Verissimo? Tudo indica que sim. Não quero de forma alguma desmerecer o texto ou a Sarinha, mas como os franceses se sentirão quando souberem que a verdadeira autora é uma jovem desconhecida de 21 anos que escreveu a crônica ainda na adolescência?

P.S.: Pelos demais autores, deu pra perceber que essa é uma coletânea de textos de cunho poético. Ou seja, se eles fossem procurar um verdadeiro texto do Verissimo que se enquadrasse no estilo, não achariam nenhum!

O fim do sentimento

Terminar um relacionamento é sempre uma tarefa complicada. Mas quem toma essa decisão deve assumi-la de forma plena e honesta. Na maioria das vezes o motivo é um só: acabou o sentimento. O resto é conseqüência. Quando pequenas coisas que antes eram toleradas passam a ser motivo de queixa, é porque não se gosta mais. Quem gosta, aceita.

Infelizmente, muitas pessoas têm dificuldade de admitir até pra si mesmas que deixaram de gostar. Então começam a reclamar de tudo, da bagunça, do ronco, dos horários, das coisas que o outro gosta de fazer, enfim, qualquer desajuste vira uma pedrinha no sapato. E um erro muito comum nesses casos é o parceiro "procurar acertar". É uma visão ingênua de quem quer salvar uma relação condenada. A pessoa começa a tentar mudar, a corrigir defeitos, só para ver surgirem outras críticas no lugar das anteriores. A verdade é que, quando um casal quer realmente continuar unido, consegue superar as desavenças.

Mas nada é mais cruel do que o joguinho da culpa. Consiste em esperar que o outro cometa algum deslize e usar aquilo como pretexto para terminar. Muita gente faz isso. Ou porque não quer bancar o vilão, ou porque não percebe que os sentimentos mudaram. Mas esse tipo de atitude é péssimo, porque deixa o outro com a sensação de ter agido mal. De ter posto tudo a perder por um detalhe. "Por que fui fazer isso? Se eu tivesse agido diferente, estaríamos juntos". E não é verdade.

É difícil levar a cabo uma decisão que vai fazer alguém sofrer. Mas é preferível assumir que o amor acabou a usar desculpas que não colam. Qualquer pretexto que se use para terminar com alguém é passível de contestação. Por isso é mais honesto dizer que se deixou de gostar. Pode machucar, mas é um argumento irrefutável. Alegar outros motivos só vai provocar revolta, confusão e indignação. "Somos diferentes", "não vou ter tempo para você", "nossos planos de vida não combinam", "você agiu assim ou assado", tudo isso tem solução quando se quer continuar junto. Só não tem solução o fim do sentimento.

Leia também:

Resposta a um comentário
Dando conselhos

Sunset Riders

Aqui está a agenda de shows da Sunset Riders, aquela banda de Porto Alegre que toca Bee Gees melhor que os Bee Gees:

07/04 - JOHN BULL PUB - Shopping Total - Porto Alegre

13/04 - JOHN BULL PUB - Shopping Total - Porto Alegre

14/04 - ESPECIAL BEE GEES
John Bull Pub - Shopping Total - Porto Alegre


16/04 - FACTORY BEER - São Leopoldo

20/04 - JOHN BULL PUB - Shopping Total - Porto Alegre

23/04 - JOHN BULL PUB - Shopping Total - Porto Alegre

28/04 - JOHN BULL PUB - Shopping Total - Porto Alegre

29/04 - JOHN BULL PUB - Shopping Total - Porto Alegre

30/04 - BAR DO JOE - Garibaldi


Somente o show do dia 14 é que terá apenas Bee Gees no repertório. Mas vale a pena conferir.

quarta-feira, abril 06, 2005

Pensamento da hora

O cúmulo da solidão é você sonhar que está... sozinho.
(Eu pensei em escrever outra coisa, mas este blog é "clean".)

Rapidinha

Tem gente aí dizendo que a morte do Papa tinha sido prevista. Pode haver algo mais ridiculamente óbvio do que prever a morte de alguém?

Bizz Awards 2005

Hoje recebi um dos SPAMS mais curiosos que já vi. Uma carta com timbre e formatação elegante, informando-me em português "estrangeirizado" (cheio de erros) que fui indicado para o "Bizz Awards 2005", "o prêmio empresarial mais importante do mundo". A mensagem continua:

"Este prêmio foi criado para reconhecer, ressaltar e condecorar as empresas, organizações e/ou personalidades líderes de cada país membro. Sua nomeação foi feita graças a um um trabalho árduo do comitê de nomeados, que por recomendações recebidas das instituições como as Câmaras de Comércio, os Ministérios de Produção e Economia, as recomendações de estudos em linha feitos por nossa organização, além das recomendações dos Institutos de Estatística privados contratados em alguns países, o comitê obteve a informação suficiente para fazer a seleção de nomeados de THE BIZZ AWARDS 2005."

Veio-me a pergunta de sempre: se eu caísse na conversa, quando e como eu seria lesado? Não era vírus, pois não havia link para nenhum executável. Mas tinha, sim, a indicação de um site. Resolvi fazer uma visita. Fiquei impressionado. O visual é bonito e bastante convincente, com animação de introdução e menus dinâmicos. O "Bizz Awards" é apresentado como uma criação da "World Confederation of Businesses", sediada no Texas. Constam nomes e endereços de responsáveis para contato. Ah, e também nomes dos patrocinadores. Um deles, sugestivamente, se chama "Logros Organization". Sério!

Depois de navegar um pouco no site, confiando que o sistema me avisaria se houvesse alguma tentativa de baixar algum programa nocivo, acabei descobrindo o furo da bala: os indicados, se aceitarem concorrer, devem pagar uma taxa de 500 dólares, pela qual receberão um código de usuário e senha. O pagamento pode ser feito por cartão de crédito. Além do calote consumado, já imaginou a festa que eles farão com os dados do seu cartão? Minha dúvida é se em algum momento realmente é fornecida uma senha. Os campos de preenchimento aparecem lá, bonitinhos. Se levam a algum lugar, não vou pagar para saber.

Resolvi dar uma pesquisada no Google para ver se aparecia alguma coisa. Além do site em si, achei uma única referência ao golpe, por sinal bem humorada, de outro "indicado". Ele diz que chegou a receber um telefonema pedindo uma contribuição. Mas o mais engraçado foram os sites de empresas que incluíram o "Bizz Awards 2005" em suas listas de premiações e certificações. Ou são sócios da "Logros Organization", ou caíram no conto. Se eu fosse realmente empresário, será que me deixaria enganar?

Pensando bem... acho que vou colocar no texto de apresentação que o blog foi indicado para o "Bizz Awards 2005". Não, é melhor, não. Podem achar que eu tenho alguma participação na "Logros Organization".

terça-feira, abril 05, 2005

Quase famosa

Ontem o Diário Catarinense publicou uma matéria sobre a Sarinha (Sarah Westphal Batista da Silva), verdadeira autora do "Quase", que era considerado por muitos o melhor texto de Luis Fernando Verissimo. Hoje a mesma reportagem saiu na Zero Hora, só que de forma resumida. Eu não me surpreenderia se ela ainda viesse a aparecer no Fantástico e no Jô. E se lançasse um livro de crônicas chamado "Quase" com prefácio do Verissimo.

segunda-feira, abril 04, 2005

Garantia de incomodação

Ninguém gosta de comprar um produto ou contratar um serviço sem garantia. Mas, infelizmente, existem certos incômodos para os quais não existe garantia nenhuma. Senão vejamos: quando você vai comprar alguma coisa – um televisor, por exemplo – você escolhe, em primeiro lugar, um dia e horário em que esteja livre. Em segundo, é claro que você vai comparar preço. Mas é provável que procure também um local de fácil acesso, com estacionamento próprio ou então que faça entrega a domicílio. Por fim, o momento de estrear o seu brinquedo novo é uma ocasião especial. Você levou isso em consideração também ao motivar-se para a compra. Talvez até tenha convidado alguém especial para partilhar desse instante.

Mas, na hora, acontece um problema. O aparelho está defeituoso. Você fica nervoso, olha o manual, encontra aquela lista de perguntas bobas que não resolvem nada ("Ligou na tomada?" "Apertou o botão ON?") até que conclui que terá mesmo que buscar uma solução com a loja. O grande momento para o qual você tinha se preparado já se perdeu e garantia nenhuma vai ressarcir isso. Mas suas incomodações estão apenas começando.

Você liga para a loja ou volta lá pessoalmente. O vendedor lhe tranqüiliza, lembrando que o televisor tem garantia e tudo será resolvido. Basta levar o aparelho na assistência técnica, que fica num endereço totalmente fora de mão para você, só abre em horário comercial e fecha ao meio-dia. Tudo bem, seu chefe é camarada e não se importará que você se ausente para resolver essa pendência. Aí você mesmo tem que desconectar tudo, carregar o televisor, colocá-lo no carro e descobrir que é difícil achar um lugar para estacionar próximo da oficina indicada. Mas você leva mesmo assim. E depois terá que percorrer o calvário novamente para retirar a mercadoria consertada. Todas as vantagens que você pesou ao fazer a compra se perderam nessa sucessão de incômodos.

Mas existe um tipo de garantia que é ainda mais ineficaz, que é a de serviços. Você contrata um pintor, encanador ou eletricista para fazer um serviço na sua casa. Ele vem e faz um belo estrago na instalação. Você o chama de novo para que conserte a besteira. Ele tenta, mas não tem condições de fazer melhor do que já fez. Quanto mais ele mexe, pior fica. Aí você percebe que foi sorteado com a contratação de um incompetente. E só o que a garantia permite é que você chame o mesmo incompetente para continuar fazendo presepadas. Depois de algum tempo você conclui que teve prejuízo mesmo e contrata outro. Até acertar.

Garantias são importantes, mas não asseguram um reparo pleno e satisfatório de seus prejuízos. O ideal seria que tudo funcionasse bem da primeira vez. O Código do Consumidor, felizmente, mudou a situação para melhor. Hoje as lojas já não se recusam a substituir a mercadoria, por exemplo. Mas só depois de terem certeza absoluta de que ela não tem conserto. Até lá, você foi premiado com pelo menos uma visita à assistência técnica. Que fica num endereço totalmente fora de mão para você, só abre em horário comercial e fecha ao meio-dia.

domingo, abril 03, 2005

Saco!

O gravador de CDs do meu computador agora só falha. Antes pelo menos ele gravava de vez em quando. Agora não, já perdi três CD-Rs. Chega lá nos 70% ele pendura e não dá maiores explicações. Se ao menos eu confiasse em alguém para tentar detectar a causa do problema. Mas não, só o que esses "especialistas" sabem fazer é mandar substituir, reinstalar, trocar HD, trocar gravador, trocar o computador todo... Ninguém tem tempo, conhecimento e paciência para realmente localizar o problema e saná-lo. Eu ainda fico com fama de leigo e intolerante por me irritar com algo tão comum, imagina, computador falhar? Errado sou eu por querer que ele funcionasse! Aparelho funcionando sempre é coisa do século passado, aquelas geringonças obsoletas em que era só teclar "Play" e curtir. Que sem graça! Emocionante mesmo é pegar o mouse, direcionar o cursor, clicar em "OK" e cruzar os dedos para que a operação siga até o fim sem falhas! Viva a tecnologia!

Acho engraçadíssimo quando uma software house diz que lançou uma nova versão de um software que "corrige os bugs da anterior". Traduzindo, isso quer dizer: "a diferença da anterior é que esta funciona". E eu tenho que aceitar isso como normal, senão sou leigo e intolerante. Então tá.

sexta-feira, abril 01, 2005

A pedido, o Quase

A revelação da verdadeira autora do Quase pelo próprio Luis Fernando Verissimo, a quem a autoria era erradamente atribuída, tem feito com que muita gente queira ler o texto. Eu pensei que todos já o conhecessem. Postei-o logo abaixo para que os que ainda não o leram possam fazê-lo agora. E podem estar certos que eu concordo com tudo o que a Sarinha escreveu.

Quase

Autora: Sarah Westphal

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.


É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.


Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.