terça-feira, abril 29, 2008

O ídolo e o fã

Não é montagem, gente: o jovem Marco Giustino, de Botucatu, está em Miami, nos Estados Unidos e se encontrou pessoalmente hoje mesmo com Barry Gibb, dos Bee Gees. Acompanhem a narração dele, começando pelo que contou ontem no Orkut:

Com muita alegria, venho mostrar as fotos do meu encontro com Barry Gibb hoje aqui em Miami. Tivemos a honra de estar na companhia da amiga Ana Ortiz, uma cidadã americana e fã de Bee Gees que nos guiou por vários pontos importantes da carreira dos Bee Gees em Miami. Fomos direito para a casa do Barry e aguardamos por volta de 30 minutos, até que de repente surge na porta da frente Mr. Barry Gibb! Não tenho como explicar a sensação de estar na frente desse cara, foi tudo muito incrível!! Barry foi muito atencioso, disse para nós que estava com muita pressa para buscar a filha na casa de uma amiga e pediu para voltarmos amanhã. Com mais calma ele vai posar pra fotos, dar autógrafos e conversar um pouco mais.

Aqui o relato de hoje:

Bom, como postei anteriormente, Barry pediu para voltarmos hoje porque ontem estava com pressa para buscar a filha Alexandra na casa de uma amiga ontem. Hoje, com mais calma, conseguimos tirar algumas fotos. Ele autografou alguns CDs e conseguimos conversar com um pouco mais de calma.

Chegamos na frente da casa dele às 2 da tarde, esperamos cinco minutos e logo chega uma Escalade preta: era Ashley Gibb. Estava falando ao celular e fumando! Esperamos que desligasse o telefone e nos aproximamos. Conversamos uns dois minutos e ele disse que ia guardar o carro e voltar para tirar algumas fotos. Nesse meio, tempo chega outra Escalade preta. Dessa vez era Barry Gibb! Parou e logo nos aproximamos dele. Me apresentei e falei sobre a quantidade de fãs que temos aqui na nossa comunidade, a maior em homenagem aos BEE GEES. Convidei-o para vir ao Brasil. Ele disse que tem vontade e prentende passar por aqui algum dia. (...)

Não perguntei sobre a volta de Barry e Robin. Ana Ortiz orientou a não comentar sobre isso, pois já notou que ele se sente incomodado quando é questionado sobre esse assunto. Tudo durou cerca de uns dez minutos. Parecia que o tempo tinha parado naquele momento! Para fechar, Ana Ortiz me presenteou com duas lembrancinhas: um pedaço do carpete do Middle Ear que ela tirou no momento em que o estúdio era desocupado para venda (todos que conhecem Barry recebem esse presente dela) e também duas amostras do perfume que Maurice usava.

Por fim, um vídeo do encontro:



Meu amigo Luiz Carlos Lasek, leitor deste blog e antigo fã dos Bee Gees, deve ter ficado com uma pontinha de inveja. Eu também fiquei.

segunda-feira, abril 28, 2008

Jardel


Graças a esta maravilha que é a Internet, pude assistir à matéria do Globo Esporte sobre Jardel. E a história me comoveu. Lembro do tempo em que o repórter Régis Rösing estava em Porto Alegre e Jardel, jogando pelo Grêmio, vinha comemorar os gols com ele, na linha de fundo. A reportagem mostra um desses momentos. Depois disso, tanto Régis quanto Jardel foram embora para crescer profissionalmente. Régis se deu bem. Jardel acabou no fundo do poço. Nesta matéria, os dois se reencontram.

domingo, abril 27, 2008

Roque Santeiro

Já escrevi aqui sobre a novela "Roque Santeiro", que deveria ter ido ao ar em 1975, mas foi censurada. Dez anos depois, foi liberada e tornou-se um marco na telenovela brasileira. Uma de minhas grandes curiosidades, como apreciador de música, é saber como teria sido a trilha sonora do "Roque Santeiro" original. Conforme se verifica no arquivo da Folha de São Paulo (e confirmado por Ricardo Alves dos Santos nos comentários), estas seriam as músicas:

01 - TROVOADA - De Sérgio Ricardo

02 - UM POR TODOS - Elis Regina

03 - BANANEIRA - João Donato

04 - NOITE CHEIA - Erasmo Carlos

05 - LÁ E CÁ - Dominguinhos

06 - A FABULOSA ESTORIA DE ROQUE SANTEIRO - De Nelson Motta e Guto Graça Mello - DJAVAN

07 - NOITE VAZIA - Ângela Maria

08 - REI DAS MARAVILHAS - Walker e Piry

09 - COMEÇO DA FESTA - Gonzaguinha

10 - CIDADE ABERTA - Dori Caymmi

11 - SABOREAREI - Luli e Lucinha

12 - BARRIGA DE FORA - Grupo Veludo

Seguem abaixo imagens capturadas de uma matéria do Vídeo Show comparando cenas do Roque Santeiro de 1975 (que não foi ao ar) e da versão de 1985. Elas já tinham sido publicadas aqui no Blog, mas fotografadas diretamente da TV. E mais abaixo, novamente, o vídeo.



sábado, abril 26, 2008

Rogério Ratner

Rogério Ratner foi entevistado pelo programa "Congestão", da FAMECOS (Faculdade dos Meios de Comunicação Social da PUC/RS), na semana passada, e citou este blog. Errou o endereço, mas tudo bem, quem quiser, vai achar. O endereço para ouvir a entrevista (que também pode ser baixada em MP3) é:

http://programacongestao.blogspot.com/2008/04/congesto-entrevista-rogrio-ratner-rock.html

A partir do link acima vocês acham tudo. Confiram também o site oficial do Rogério, que inclui links para outros blogs que ele criou:

http://www.rogerioratner.com/

Valeu, amigo! Rogério Ratner é músico, já tem dois CDs lançados, prepara o terceiro e também está escrevendo um livro sobre a música de Porto Alegre a partir dos anos 70. A foto acima é da participação dele em um Jornal do Almoço de 1997. Naquela época ele estava promovendo o seu primeiro CD e aproveitou para divulgar uma música nova, "Mau Humor", que viria a ser a faixa de abertura de seu segundo CD, "Crendices Vãs", lançado em 2004. Infelizmente a música foi cortada antes do final. Coisas de RBS... Quem quiser ouvir a música completa vai ter que comprar o CD. Confiram o vídeo abaixo:

sexta-feira, abril 25, 2008

Garotos da Rua

Mais um clip pra vocês: "Você É Tudo Que Eu Quero", faixa do primeiro LP dos Garotos da Rua, lançado em 1986. Eu acho que o disco tinha faixas melhores para se destacarem, como o ótimo rock "Gurizada Medonha", por exemplo. Mas o grupo deve ter optado por esta por ser uma balada (entenda-se "música lenta", não esse novo significado que inventaram para a palavra). Provavelmente imaginaram que teria mais chance de tocar no rádio. Os Garotos da Rua foram uma de cinco bandas gaúchas em que a RCA brasileira investiu nos anos 80. As outras foram Engenheiros do Hawaii, TNT, De Falla e Replicantes. Cada uma teve direito a duas faixas na coletânea "Rock Grande do Sul", depois lançaram seus próprios álbuns em 1986. Os Garotos da Rua faziam um rock mais básico, com influência de bandas dos anos 70, como Made in Brazil, Bixo da Seda e Casa das Máquinas da fase "Casa de Rock". A propósito, espero que a censura do YouTube não implique com uma cena mais... provocante. Confiram! Visitem também a página oficial dos Garotos da Rua.

terça-feira, abril 22, 2008

Relíquia do Sampaulo

Em 22 de fevereiro de 1992, o chargista Sampaulo estava no balneário de Capão da Canoa, à noite, autografando seu livro "Como Eu Ia Dizendo...", na saudosa Livraria Praiana, na Rua Sepé. Peguei o autógrafo abaixo:


Aproveitei para falar:

- Queria conseguir o seu primeiro livro.
- Nem eu tenho.
- É da Editora Globo, né?
- É, sim, da Coleção Catavento.

Infelizmente, Sampaulo, que se chamava na verdade Paulo Sampaio (irmão do chargista conhecido como Sampaio), já faleceu. Senão eu poderia dizer a ele como naquele comercial de tesouras infantis que depois teve que ser tirado do ar: "Eu te-nhooooo, você não te-eeeeeem..." Graças a esta maravilha que é a
Estante Virtual, depois de meses de buscas incansáveis, finalmente o primeiro livro de Sampaulo, "Humor do 1º ao 5º", já está comigo. O exemplar se encontra em ótimo estado, tendo inclusive um anúncio do curso de inglês Linguaphone encartado e intacto. O conteúdo é muito melhor do que eu esperava e não é difícil entender por que o livro desapareceu tão rápido: foi editado em 1963 e era farto em piadas políticas. Sampaulo publicava seus cartuns no Diário de Notícias e, aparentemente, ainda não havia criado o antológico personagem Sofrenildo.

Tomei conhecimento desse livro na minha adolescência, por um amigo que o tinha. Ele era rádio amador PX (Faixa do Cidadão) e, quando a nossa rodada ficava realmente uma gandaia (o que acontecia com uma freqüência acima da normal, devo dizer), ele lia um poema do livro. Eu achava curioso o título: "O Pingüê". Se fosse hoje eu viria correndo pesquisar o significado de "pingüê" na Internet. Na época, nem me preocupei. Deveria ser um termo gauchesco. Ou uma palavra de origem indígena. Ou talvez francesa: "Le Pingouet". Só sei que parecia um nome bem sonoro e exótico. Lembro bem da voz do meu amigo, em tom caricato, anunciando: "O Pingüê". E seguia: "Quando a chuva pinga no meu pago..." Às vezes nós mesmos pedíamos: "Lê aí o Pingüê!"

Anos depois, na Faculdade de Jornalismo, o professor Marques Leonam trouxe o primeiro livro do Sampaulo para a aula. Quando vi do que se tratava, imediatamente pensei em impressonar o mestre com o meu conhecimento de uma obra tão rara. E perguntei

-É esse que tem "O Pingüê"?

Ele confirmou e inclusive trouxera o livro para ler exatamente esse poema, mas deve ter estranhado minha pergunta. Porque o nome não era apenas esse. Por uma limitação de diagramação, o título do poema acabou se dividindo em duas páginas. Na página 71 estava o texto e a primeira parte do título:


Virando a folha, na página 72, estava o complemento com a ilustração:

Ou seja: o pingüê que sempre me soara tão exótico nada mais era do que a primeira parte do título "O PINGO E A PINGA." Mesmo assim, convenhamos, faltou uma certa "faísca" ao nosso amigo para perceber que o título não poderia ser apenas "O PINGO E". Mesmo quem não conhece a expressão "conjunção aditiva" sabe que o "e" junta duas coisas. Eu e você. A corda e a caçamba. O côncavo e o convexo. O pingo e a pinga. Fiquei um tanto decepcionado em saber que o misterioso pingüê não existia. Era "o pingo e". A pinga estava no verso da página.

Deixo vocês com mais uma amostra desse livro fantástico. O título da charge é "Coisas de Carnaval":


Viajando nas músicas

Agora há pouco estava ouvindo o CD "Body Wishes", de Rod Stewart, relançamento do LP que ele lançou em 1983, e imaginando o que eu teria achado do disco se o tivesse escutado na época. Na verdade só não o comprei no ano do lançamento porque não curti muito a faixa "de trabalho", no caso, "Baby Jane", que tocava direto no rádio. Rod já gravou coisas bem melhores - antes e depois. Mas tive a surpresa de constatar que o disco é bom, talvez melhor do que o anterior, "Tonight I'm Yours", que eu acabei comprando por gostar da faixa-título. Mas, na soma geral, "Body Wishes" sai ganhando. Inclusive, ele tem algumas músicas que eu lembro de ter ouvido bastante no rádio, como "What Am I Gonna Do (I'm So In Love With You)" e "Strangers Again". Em 1983 com certeza eu teria ouvido esse disco trancado no meu quarto, aos 22 anos, de pé na frente do toca-discos e não sentado diante do computador, como agora. Se iria gostar? Acho que sim, mas sem exageros.

Não é a primeira vez que faço esse "exercício de imaginação" com relação a um disco e uma época. Eu lembro que, logo depois do Festival da Tupi, em dezembro de 1979, apaixonei-me por "Bandolins", de Oswaldo Montenegro, que ele gravou em dueto com José Alexandre. Tive meu breve período de fã do cantor e até hoje considero "Oswaldo Montenegro" (1980) e "Asa de Luz" (1981) dois discos excelentes. Vai daí que, um dia, vi na saudosa Somtrês o anúncio de que José Alexandre lançaria ele próprio um LP. Naquele tempo ele ainda não era o "cantor de festivais" em que viria a se transformar. Gravava músicas de Oswaldo Montenegro e outros do mesmo estilo. Só que, como eu não encontrei o LP nem na Pop Som, achei que o lançamento tinha sido cancelado. Ora, a Pop Som tinha tudo! O que não estivesse lá, não existia. Mesmo que tivesse tido o seu lançamento anunciado na melhor revista de som do Brasil. Com certeza eles estavam delirando. Até que, anos depois, já na era do CD, encontro o LP de José Alexandre, "Alma de Músico", em uma loja de discos usados (mas estava novo). Comprei na hora. Tentei escutá-lo com os ouvidos de 1981, mas não foi a mesma coisa. Mesmo assim, é um disco bonito que mereceria relançamento em CD.

Por outro lado, já aconteceu o contrário, ou seja: de eu ouvir um disco "antes" do momento certo. Em 1977, Fernando Vieira, que tinha um programa de música no canal 10, fez uma promoção para dar LPs de brinde. Nem lembro como fui contemplado, já que ganhei quatro LPs do programa em ocasiões diferentes. Se não me engano daquela vez ele mostrou o trecho de um episódio de "O Rei dos Ladrões" e perguntou quem era o grupo que estava cantando. "A resposta, em forma de carta, representa ganharem LPs." (Bem assim ele falou!) Peguei uma folha de papel e escrevi: "O grupo que apareceu no programa de domingo, que é exclusivamente de som e tem uma hora de duração, foi o FIFTH DIMENSION." Não pude resistir à citação de um clichê do apresentador. Coloquei meu nome e endereço, assinei, envelopei e mandei a carta pelo correio.

Quando fui buscar o disco na TV Difusora (atual Bandeirantes Porto Alegre), depois de uma aula de Educação Física, pela manhã, fiquei em dúvida entre o primeiro LP do Yes e o disco solo de Jon Anderson, "Ollias of Sunhillow". Acabei escolhendo o segundo, mais pela capa. Não gostei muito. Hoje eu penso que, se tivesse levado o do Yes, no mínimo teria curtido as faixas "Sweetness" e "Yesterday and Today". Quanto ao álbum do Jon Anderson, agora é que seria o momento certo de ouvi-lo, pois já conheço melhor o trabalho dele com e sem o Yes. O mais engraçado é que, depois que escolhi meu disco, o assistente do programa me colocou às pressas para dentro do estúdio sem que eu entendesse o que deveria fazer ali. E em menos de um minuto começaria o Portovisão, programa concorrente do Jornal do Almoço que Fernando Vieira abria todas as manhãs (depois vinham Renato Pereira, Tânia Carvalho, notícias, esportes e muito mais). O tema de abertura ("Vento Negro", com os Almôndegas) já estava terminando. Um tanto assustado, sentei-me ao lado de outros adolescentes que também seguravam seus LPs. Cochichei para uma garota ao meu lado: "O que é pra fazer?" Ela respondeu: "Sorrir..." Só então comecei a perceber que Fernando Vieira iria mostrar os felizes ganhadores da promoção do programa exibindo orgulhosamente seus brindes. Dois amigos meus chegaram a me ver.

E assim também ouço discos de Tears for Fears, Madonna, A-ha e fico imaginando como os escutaria se os tivesse comprado na época do lançamento. Esses, no caso, são dos anos 80. Mas quando algum disco é dos anos 70, eu o ouço com curiosidade redobrada, pois considero essa a "minha" década na música. Começo a lembrar quando vi o LP na loja ou quando li os comentários na revista Pop e na Rock, a História e a Glória. Como disse o editor da Starlog na época do sucesso do filme "De Volta Para o Futuro", a verdadeira viagem no tempo se faz através da música. Mas ele se referia a músicas que já se conhecem. No caso, ouvir o que não se ouviu na época é o mesmo que voltar para ver o que não se viu - ou para fazer o que não se fez.

sexta-feira, abril 18, 2008

Gibi dos Beatles

Meu primeiro contato com a história dos Beatles foi em um gibi lançado em 1966 pela editora O Cruzeiro, a mesma que publicava Bolinha, Luluzinha, Manda Chuva e outros de saudosa memória. Na verdade a revista foi comprada por um amigo da família que fazia faculdade em Porto Alegre e ficava hospedado em nossa casa. Ele viria a falecer pouco depois da formatura, num acidente, logo no começo de minha redescoberta dos Beatles. Ele era fã dos Bee Gees também e nem chegou a conhecer a fase "disco music" do grupo. Herdei dele o raríssimo LP "Massachussets", com lista de faixas compilada especialmente para o Brasil. Às vezes fico pensando em quantas conversas ainda viríamos a ter sobre música se ele não tivesse partido tão cedo.

Essa história em quadrinhos foi publicada nos Estados Unidos pela editora Dell. Vi o gibi original para vender em Nova York em 1990 por 50 dólares, na loja "It's Only Rock and Roll", do Village. Esse que aparece acima não é o que eu tinha. Aquele ficou sem capa com o tempo, depois extraviou-se. Consegui outro pela Estante Virtual a preço bem acessível. Os desenhos são de Joe Sinnot, mais conhecido por seu trabalho com o Thor e outros personagens da Marvel. Quanto ao enredo, é obvio que algumas passagens foram romanceadas. Hoje todos sabem que John Lennon só casou porque sua namorada, Cynthia, estava grávida. Já o gibi conta uma história bem mais romântica. Vejam aqui John em Hamburgo, com saudade da namorada:
Já o casamento é ainda mais fantasioso. John e Cynthia aparecem na igreja:
A cena verdadeira foi desenhada pela própria Cynthia e publicada em seus dois livros, "A Twist of Lennon" e "John". A cerimônia foi num cartório, apenas com os padrinhos, além de Paul e George. Do lado de fora, o ruído de uma britadeira abafava os votos do casal:

Alguns episódios contados no gibi, não vi confirmados nos diversos livros que já li sobre os Beatles. Por exemplo: em um dos shows, o grupo teria deixado o disco "Twist and Shout" tocando enquanto os quatro fugiam com barbas postiças. No show seguinte, George Harrison teria esquecido de tirar a barba ao entrar no palco. A partir de então, todos os jovens de barba se tornaram suspeitos de ser Beatles disfarçados. A saída de Pete Best não é explicada, simplesmente Ringo surge em seu lugar na hora de gravar "Love Me Do". E a música informada como constando no lado B do compacto é "Please Please Me" (foi na verdade "P.S. I Love You"). Na época, essa era a versão da biografia dos Beatles que se divulgava na maioria das revistas "teen". Brian Epstein é um dos personagens principais da história, mas George Martin não aparece. Eu teria curiosidade de ler outro gibi dos Beatles que foi publicado nos anos 70 pela Marvel. Esse, que eu saiba, não teve tradução no Brasil.

segunda-feira, abril 14, 2008

Dia histórico

Hoje estive no Hospital de Clínicas para conversar com um médico sobre o meu filho Iuri. No fim acabou acontecendo um desencontro e nossa entrevista mesmo teve que ser remarcada, mas nos falamos rapidamente. Enquanto estava na ala de espera, fiquei observando outras crianças especiais acompanhadas dos familiares. Algumas pareciam ter uma condição mais amena enquanto em outras o comprometimento era um tanto severo. Mas as mães e avós estavam ali, firmes, batalhando por seus anjinhos. Um menino magrinho, com cerca de 12 anos se aproximava de todos para saber o nome. Sorridente, simpático, ele estendia a mão: "Sou o Cacá." Em seguida dava o verdadeiro nome: "Cassiano." Quis saber o meu nome e foi contar para a mãe dele. Depois se despediu de todos com um abraço e um beijo. Quando chegou a minha vez, disse: "Tchau, vovô!"

Cacá, continue assim, feliz, amoroso e de bem com a vida. Muita luz para sua mãe, também. Você foi o primeiro a me chamar de "vovô".

domingo, abril 13, 2008

Manipulação de informações

Para entender melhor por que digo que não tem nem graça passar Primeiro de Abril em internauta, vejam este caso. No dia 15 de março de 1994, o Jornal Nacional divulgou um direito de resposta do então Governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola, que foi lido por Cid Moreira. Vejam o vídeo no YouTube:



Pois bem: alguém pegou essa gravação, editou-a, removendo os trechos que identificavam Leonel Brizola, e acrescentou "esclarecimentos" no começo, dando a entender que foi o próprio Cid Moreira o autor da mensagem, desabafando contra a empresa que o emprega. "Sabendo que estava prestes a deixar a bancada do Jornal Nacional, Cid Moreira resolveu desabafar. A Globo o tirou do ar, logo após as primeiras palavras. Veja na ÍNTEGRA o desabafo de CID MOREIRO (sic) no JN. As imagens foram cedidas por um editor da Rede Globo."



Agora cliquem aqui para acessar o site do YouTube e ver a quantidade enorme de mensagens parabenizando Cid Moreira por sua atitude. "Virei fã dele. Mostrou coragem, seriedade, honra."

Como já disse uma vez aqui no blog, eu ainda vou dar um jeito de ficar rico com essa credulidade inesgotável de nossos internautas...

sábado, abril 12, 2008

Kleiton e Kledir entrevistados ao vivo

Quinta-feira, dia 10, às 19:30, teve entrevista com Kleiton e Kledir no já tradicional evento "Encontros com o Professor", no caso, o jornalista Ruy Carlos Ostermann, no StudioClio (José do Patrocínio 698). Eu cheguei antes e vi quando Tatata Pimentel os entrevistou para a TV Com. O apresentador começou falando com Kleiton, mas esclareceu que nunca sabia quem era quem, então sempre os chamava de "Kleiton e Kledir". O músico se identificou e respondeu às perguntas sobre o que mais gostava em Porto Alegre ("as pessoas") e o que mais detestava ("as picuinhas, as fofocas..."). Depois, ao entrevistar Kledir, Tatata já não lembrava quem era quem e teve que perguntar de novo. Essa confusão já se tornou parte da mística em torno da dupla. Kledir certa vez comentou para a Playboy que era comum os fãs o chamarem de Kleiton. (Caso vocês também não saibam quem é quem, o Kleiton é o de óculos.)

Ao entrar no auditório, verifiquei que quase todos os lugares das duas primeiras filas tinham uma etiqueta de "reservado", menos dois assentos na segunda. Sentei em um deles. Depois vim a saber que aqueles também estavam reservados, mas uma das moças da organização disse "mas agora fica aí". Ótimo! Depois sobraram mais cadeiras que foram devidamente ocupadas ao meu lado. Aproveitei para conversar com a esposa de Ruy Carlos Ostermann, Nilse, que foi minha professora de História em 1976 e 1978, no saudoso Colégio Pio XII. Confessei para ela que, na época, eu não gostava da matéria, pois era ainda um alienado. Mas alguns anos depois me interessei pelo tema e me arrependi amargamente das aulas que poderia ter aproveitado.



Curiosamente, Ruy iniciou a entrevista perguntando sobre o período de quase dez anos em que Kleiton e Kledir estiveram separados, a partir de 1986, logo após o lançamento do quinto LP. Mas o assunto logo mudou quando, primeiro Kledir, depois Kleiton, vestiram seus blusões. Ora, a noite estava quente! Kledir tinha uma desculpa: estava se recuperando de uma virose que lhe tirara cinco quilos (onde se pega???). Se ele já é magro ao natural, imaginem como ficou. Kleiton explicou que é normal que cantores tenham uma preocupação exagerada com ar condicionado ou qualquer coisa que possa afetar a voz. Kledir lembrou de um único cantor que ele conhece que não sofre desse mal: Emílio Santiago. Segundo ele, meu xará costuma fumar um cigarro e tomar um copo de água com gelo antes de começar a gravar. E a gravação sai toda perfeita na primeira tentativa. Sobre gravar em um único take, sem precisar refazer nenhum trecho, disse Kledir que o mesmo acontece com Cauby Peixoto e ocorria também com Nélson Gonçalves. Inclusive, ele citou uma história de que Nélson teria ido de táxi até a gravadora e pedido que o motorista esperasse na frente, que ele só ia gravar um LP e já voltava. Uma hora depois, estava de volta. Tem jeito de lenda urbana, mas que é uma boa história, isso é.


Kleiton recordou seu namoro com Nara Leão, que durou dois anos. Ela brincava com ele: "Que tal é namorar o joelhinho da Bossa Nova?" Ele disse que a Nara foi importante para os dois por ensinar a eles a questão da simplicidade. Nara não tinha uma voz tão potente quanto a de Elis, por exemplo, mas tinha muita personalidade para cantar. Citaram também o MPB4 e a Mercedes Sosa como exemplos de artistas de destaque que os ajudaram bastante, inclusive lembrando a participação que fizeram no show do MPB4 em 1980 (esse eu cheguei a ver, em Porto Alegre).

O Prefeito José Fogaça estava presente, na primeira fila, e eles ficaram lembrando os tempos de parceria, o começo em Porto Alegre no início dos anos 70. Kledir disse que havia um grande interesse em fazer música com Fogaça naquela época por um motivo especial. Pensei que ele fosse falar no IPV, cursinho pré-vestibular que estava em evidência e garantia bons patrocínios e espaços na mídia. Para minha surpresa, ele disse que Fogaça desenvolvia um trabalho com o coral das meninas do Colégio Bom Conselho, onde também lecionava. "Imagina nós, vindo do interior, no meio daquelas meninas todas!" Mais adiante, Fogaça pediu a palavra e afirmou que a dupla havia feito duas importantes revoluções. A primeira foi a de abrir espaços para compositores gaúchos em sua própria terra, já que, na época, mesmo os cantores de Porto Alegre interpretavam autores do Rio de Janeiro. Imaginei que a segunda revolução de que ele iria falar fosse o sucesso nacional da dupla como legítimos representantes da música riograndense, com sotaque e tudo, mas errei mais uma vez: "A segunda revolução foi uma revolução sexual junto às meninas do colégio Bom Conselho", disse Fogaça, para as gargalhadas da platéia.

No meio dessa conversa, uma lembrança importante foi a da "primeira mostra de música não competitiva" organizada por Fogaça em 1972. No ano passado, em minhas pesquisas para o livro de Lucio Haeser sobre a Rádio Continental, encontrei esta relíquia (cliquem para ampliar):



Observem que, hoje, examinando a lista de compositores, identificamos que ali já estavam os Almôndegas. Eurico Castro Neves é o Quico, "Cleiton" e "Cledir" são Kleiton e Kledir, Peri Alves Souza é o Pery Souza e José Flávio Alberton de Oliveira é o Zé Flávio. Aliás, Zé Flávio integraria primeiro o Mantra, do qual Inácio do Canto também faria parte. E reconhecemos também várias músicas que depois seriam gravadas, como "Gô", "Quadro Negro" e a clássica "Vento Negro". No caso, "Ruídos", uma das primeiríssimas composições de Kleiton, chegou a ser gravada para o primeiro LP dos Almôndegas, mas quando o disco ficou pronto, cadê a música? Ninguém sabe dizer que fim levou a gravação. Kleiton a gravou novamente e incluiu como faixa-bônus da edição em CD de seu disco solo "Sim".

Voltando à entrevista: quando Kledir começou a elogiar Kleiton por sua proficiência como músico, Kleiton interrompeu dizendo que a diferença entre eles é que o Kledir já nasceu pronto, já compunha músicas ao natural desde o começo (e é verdade, há várias músicas de Kledir no primeiro LP dos Almôndegas e nenhuma do Kleiton, embora "Ruídos" devesse ter entrado) enquanto ele, Kleiton, teve que estudar, se dedicar, e que por isso acabou aprendendo a fundo o violino e outros instrumentos. Kledir lembrou também que, no começo, ele nunca compunha em parceria com Kleiton. Era sempre com outros, Fogaça, Gilnei, Pery Souza, até que, lá pelo final da fase com os Almôndegas, eles começaram a se entrosar e se descobrir realmente como parceiros.

No momento em que abriram para perguntas, o compositor Giba Giba pediu a palavra apenas para fazer uma homenagem e a dupla imediatamente começou a cantar "Tassy", música do Giba que está no primeiro LP de Kleiton e Kledir, de 1980 (letra em tupi-guarani). Na hora da canja musical, eles voltaram com violões plugados e cantaram "Vento Negro", "Vira Virou", "Capaz", "Deu Pra Ti" e "Maria Fumaça". As fotos acima foram tiradas por mim, mas as postadas abaixo eu roubei descaradamente do site "Encontros com o Professor" por um motivo: eu apareço nelas. Muito mal, mas estou lá, de branco, na segunda fila. Na última, estou com a máquina fotográfica na mão. Então ficamos assim: vocês, do site, não cobram direitos autorais e eu não cobro direitos de imagem. Combinado?





-*-

Na saída, aproveitei para perguntar a Ruy Carlos Ostermann se ele tinha "se visto" em um DVD sobre as Copas do Mundo. A princípio, respondeu que não, mas quando expliquei melhor ele disse: "Ah, sim, vi ontem!" Foi muita casualidade que ele tivesse visto justamente no dia anterior, pois o DVD "O Melhor do Brasil nas Copas - De 1950 ao Tetra" saiu em 2002. No caso, refiro-me a esta imagem:

Ruy é o da esquerda, ao microfone. Não sei quem é o do meio. O da direita é o saudoso Pedro Carneiro Pereira, o melhor locutor esportivo de todos os tempos no Rio Grande do Sul e um dos melhores do Brasil. Esse trecho supostamente foi filmado na Copa 70, durante o jogo Brasil x Inglaterra.

domingo, abril 06, 2008

O Superboy de 1990

Muito antes do sucesso da série "Smallville", já existia um Superboy na TV. A produção começou nos Estúdios MGM em Orlando, depois mudou para os Estúdios da Universal, na mesma cidade da Flórida. Eu e minha esposa estávamos visitando os Estúdios da Universal no dia 14 de setembro de 1990 quando vimos a filmagem de um episódio da série "As Aventuras de Superboy". Gravei alguns trechos em vídeo. A primeira temporada da série chegou a ser exibida no SBT, mas acho que a segunda, da qual este episódio específico fazia parte, nunca passou aqui. Mas está tudo saindo em DVD. Cheguei a pensar em oferecer estas imagens para serem incluídas nos extras, mas não achei com quem fazer contato. Na verdade é um registro bem amadorístico, típico de turista, e não foram permitidas gravações em vídeo durante a filmagem propriamente dita. Mas vale pela curiosidade. Aliás, foi uma tomada bem curta e não mostrou praticamente nada, só Superboy de pé olhando para a frente. Imagino que estas cenas mais rápidas eles filmem na frente dos turistas, apenas para "dar o gostinho", mas os trechos mais elaborados devem ser produzidos a portas fechadas. O empregado do estúdio explica que, neste episódio, Superboy viaja no tempo e chega aos anos 30, onde é chamado de "líder do mundo". Segundo me foi informado por colecionadores, seria o episódio em duas partes "Roads Not Taken", que foi ao ar em 3 e 11 de outubro de 1990. A data confere, embora eu não imaginasse que um episódio ficasse pronto tão depressa. Já devia estar nas cenas finais.

A cor ficou um pouco distorcida (com certeza o uniforme do Superboy não é verde!) porque não consegui localizar a fita original em NTSC. Essa é uma cópia que fiz em PAL-M com os melhores momentos da viagem. Na época, com os dois videocassetes que eu tinha (um deles herdado de minha mãe), essa era a única forma de fazer a cópia, já que os dois eram transcodificados.

sábado, abril 05, 2008

O Vigilante Rodoviário

A série brasileira "Vigilante Rodoviário" começou a ser produzida em 1961. Dizem meus irmãos que eu assistia aos episódios e chamava de "voiante voiaio". Tenho mesmo uma vaga lembrança. Mas recordo é das reprises que aconteceram até 1975, inclusive da participação de Juca Chaves em uma das histórias. Nesta reportagem do Vídeo Show em 1986, o Major Carlos Miranda aparece lembrando seus tempos de ator. Num caso raríssimo de "a vida imita a arte", ele viria mesmo a se tornar vigilante rodoviário, como explica em seu depoimento. Aparece também o produtor Ari Fernandes, que inclusive mostra cenas inéditas de uma curiosidade: uma nova produção do "Vigilante Rodoviário" a cores, como se vê na foto abaixo.

De um lado, as emissoras de TV afirmam que os episódios da série não foram preservados. Do outro, circulam cópias piratas da série completa entre os colecionadores. Logo, algum material com certeza foi guardado. A questão agora é saber quem se habilita a relançá-lo em DVD. Como curiosidade, poderiam incluir também esses episódios inéditos a cores, sobre os quais pouco se sabe.

Mau exemplo

Sinceramente, não vejo com bons olhos o mito que está se criando em torno do rapaz de 16 anos de Porto Alegre que se matou com orientação de internautas do exterior. O fato aconteceu em 2006, mas voltou à baila porque as músicas que ele deixou gravadas em seu computador serão lançadas em CD. E com o aval de músicos e críticos renomados, que garantem que o menino era um fenômeno, um talento verdadeiramente precoce. O jovem já foi matéria da Época (com chamada de capa), da Rolling Stone e agora está na capa da revista gaúcha Aplauso. Em vida, era um desconhecido. Depois da bobagem que fez, está virando uma lenda.

Já escutei as músicas do garoto. São realmente boas. Ele talvez conseguisse se lançar como músico. Mas entraria na fila normalmente, enfrentando as mesmas dificuldades de qualquer iniciante. Da forma como a imprensa está exaltando o trabalho dele, parece que era um gênio, um Mozart em potencial. Honestamente, fiquei mais impressionado com a fluência em inglês do menino do que com sua habilidade musical. Sem dúvida, tinha talento. Mas sem exageros.

Isso me faz lembrar uma experiência que eu e um grupo de amigos vivemos na Internet. Em 1997, um fã de David Bowie do interior de São Paulo teve a idéia de criar um grupo de discussão sobre o cantor. E assim formou-se uma turma virtual, a princípio com apenas cinco integrantes. Mas foi crescendo rapidamente e logo éramos uma verdadeira comunidade. Quando Bowie veio ao Brasil em setembro do mesmo ano, tivemos oportunidade de nos conhecer pessoalmente. Depois houve mais dois encontros do grupo, mas desses não participei.

Um dia, em 2002, uma integrante do grupo divulgou uma notícia inacreditável: o criador de nossa comunidade havia se suicidado aos 29 anos. Era difícil de entender. Ele parecia uma pessoa feliz, realizada, o último sujeito que imaginaríamos que poderia tomar uma atitude dessas. Pelo carinho que tínhamos por ele, e pela liderança que ele exercia nas nossas conversas, decidimos divulgar a notícia nos principais sites dedicados a David Bowie. O próprio cantor tomou conhecimento, pois o fato foi registrado em seu site oficial, a BowieNet, com foto e tudo.

Um ano depois, praticamente na mesma época, outro membro do grupo, também atuante, seguiu o mau exemplo. Foi então que percebemos o erro que havíamos cometido. Nossa intenção havia sido apenas a de homenagear um amigo querido. Não percebemos o risco que é divulgar esse tipo de notícia. Em jornalismo, só se noticiam suicídios de pessoas realmente famosas, como Getúlio Vargas ou Kurt Cobain. De resto, se um João Ninguém se atirar do Empire State, os jornais não publicarão uma só linha a respeito. De qualquer forma, é difícil para nós mensurar o quanto a atitude do primeiro colega de grupo pode ter influenciado a imitação pelo segundo. A única certeza que tivemos é a de que, desta vez, ficaríamos quietos. Não divulgaríamos nada. E também nunca mais iríamos "homenagear" ninguém por fazer uma besteira como essa.

Entendo o quanto a promoção da obra musical desse rapaz deve estar sendo importante para os pais, que assim mantêm o filho vivo através de sua arte. Mas, por mais talentoso e bom caráter que ele fosse, o fato é que tomou uma atitude estúpida que não pode, de forma alguma, servir de exemplo para ninguém. Por que a família dele não se engaja em campanhas de prevenção de suicídio? Seria uma atitude de nobreza semelhante à de Diza Gonzaga, que hoje procura evitar que outros jovens morram em acidentes de trânsito, como aconteceu com o filho dela. Acho que as gravadoras, e os próprios jornalistas, deveriam dar preferência à divulgação de talentos que ainda estão aí, de bem com a vida e dispostos a apostar no futuro. Porque, queiramos ou não, o que fez este garoto passar de ilustre desconhecido a celebridade não foi apenas a qualidade do seu trabalho, mas a curiosidade sobre sua morte. E isso é temerário valorizar.

sexta-feira, abril 04, 2008

Googladas incautas de março

Com um pequeno atraso, aqui vão as googladas incautas do mês de março, ainda que um tanto prejudicadas por aqueles quase dez dias em que fiquei sem Internet. Em razão disso, quebrei um pouco a regra e incluí algumas googladas do começo de abril, para a lista não ficar muito pequena. Recapitulando: "googladas incautas" foi o nome que eu criei para os argumentos de busca que aqui chegam por linhas tortas. Eu os consulto via Site Meter. Algumas pessoas pensam que o Google é uma espécie de gênio da lâmpada virtual, capaz de atender a pedidos. Só o que o Google faz é procurar páginas na Internet onde apareçam as palavras digitadas, mas há quem acredite que ele consegue obedecer a ordens. Aí a combinação de palavras digitadas acaba trazendo os incautos para cá. Eu me divirto publicando mensalmente as consultas mais hilárias. Por exemplo:

achar uma imagem para colocar na foto do orkut
procurar alguma coisa pra mim coloca no meu perfil do orkut

Ora, o que mais uma ferramenta de busca seria capaz de fazer que não "achar" ou "procurar"? Do contrário, eu viveria mandando o Google creditar dinheiro na minha conta!

a luz da data do meu modem esta apagada o que eu faço

Oh, céus, o que faço? Que suporte técnico, que nada! É mais fácil perguntar pro Google! Este, por exemplo, escreve como se a Internet fosse um recinto e ele tivesse acabado de adentrá-lo:

aqui tem algum site que eu possa fazer uma montagem em minha foto

"Aqui" deve ter, sim, mas dessa forma vai ser difícil achá-lo.

como deixar recado no orkut mesmo estando ignorada pela pessoa?

Ah, sim, é só perguntar para o Google, que ele vai ensinar a burlar qualquer segurança!

como faço para montar um video com minha musica preferida e colocar no youtube
como faço pra colocar várias fotos em uma só e escrever frases
Como se chama aqueles desenhos que você pode colocar no perfil do seu orkut?


Responde aí, Google! "Aqueles" desenhos, sabe?

estou inadimplente com a claro a 11 dias

E o Google com isso?

a melhor poesia que se pode escrever para uma professora

Capricha aí, ó Google poeta!

onde acho um site de pessoas bonitas que poso colocar minha foto

Você é tão feio assim que precise colocar foto de outro?

ele conhece a lei- tem crase?

O que você queira que o Google dissesse? "Não, não tem crase, ó consulente!" Realmente não tem.

FRASES PARA COLOCAR EM PERFIO DE ORKUT

"Perfio"??? Óia, meu fio, achu mió caprichá mais na urtugrafia, tá bão?

mensagem para colocar no orkut na foto da minha irmã dizer que a amo

É tão complicado assim dizer para uma irmã que a ama? Neca, eu te amo! Viu como é fácil?

mensagens bonitas digitadas

Não, Pedro Bó! (Epa, essa revelou minha idade!) Você quer mensagens bonitas que tenham surgido espontaneamente na Internet. Simplesmente brotaram na página!

método de ensinar crase para alunos da quarta série

Específico para a quarta série? A crase muda de série para série?

o que mário quintana sentia ao escrever os poemas

Ó Google, venha do espaço profundo, invada a alma do poeta e revele esse detalhe tão íntimo: o que ele sentia?

pessoa coagida como se sente

Outra revelação íntima. Conta aí, Google, vai!

preciso de um programaque eu possa fazer o download para fazer lembranças de aniversario com foto e personagens

E o Google com isso? (2)

produção de texto com final aberto numa boa tarde,angelica saiu para comprar sorvet...

Putz, não entendi nada! Mas vamos à turma do quero-quero. São os que pensam que precisam dizer ao Google que "querem" tal coisa.

quero a relaçao dos apocrifos

Disse tudo!

quero abrir empresa de digitalização de documentos

Então abra, ora!

quero achar perfil da hora pra por no orkut

"Da hora" é ótima! Será que o Google entende gírias?

quero coloca musica nas minhas fotos e motagem
quero colocar uma foto minha em meu perfil no orkut
quero fazer montagem nas minhas fotos pela internet

quero montar uma loja mas nao sei do que

E quer um palpite do Sr. Google? Vai ser difícil...

quero saber quem quem dos irmaos do bee gees
quero saber sobre inflamações na Faringite

"Inflamação na faringite" não existe. Ou é faringite, ou é inflamação na faringe.

quero um site que eu possa fazer montagens estilo mural de fotos
quero ver placas escrita erradas
QUERO SITE DE FOTOS DE GOSTOSAS PELADAS DO ORKUT

Tarado! Pervertido! E quer que o Google lhe mostre de bandeja, é? Pior é que ele entrou no meu blog. Deve ter ficado muito decepcionado.

EU QUERIA APRENDER A COLOCAR UMA FOTO MINHA NO SITE DO GOOGLE
queria colocar uma frase criativa no meu orkut

Capricha na criatividade, Sr. Google!

queria saber quem canta all out of love em portugues

Não sei. Um ótimo mês de abril a todos!

terça-feira, abril 01, 2008

1º de Abril

Este blog tem por norma não passar trotes de 1º de abril. Motivo: não tem nem graça. Internauta tem uma tendência inexplicável de acreditar em mentiras e duvidar de verdades. Em todo o caso, a todos aqueles que repassam sem o menor critério falsos alertas e textos com autoria incorreta (geralmente acrescidos de observações elogiosas, tentando demonstrar um conhecimento que não possuem), fica aqui a minha homenagem nesta data.