sexta-feira, março 30, 2007

Googladas incautas da semana

Conforme prometido, aqui vão os mais incríveis argumentos de busca usados por internautas para chegar a este blog na semana que está terminando. Como já comentei, são pessoas que acham que o Google é um programa de inteligência artifical capaz não apenas de entender o que se explica, mas também de trazer de bandeja o que foi solicitado.

Da série "Pergunte ao Google":

em que ano nasceram beatles e quais eram os elementos e em que ano se separaram

É só isso que você quer saber? Já experimentou digitar apenas "Beatles"? A chance de achar o que você procura será bem maior. Quanto à sua desinformação, isso tenho que aceitar. Infelizmente nós, Beatlemaníacos, estamos todos ficando velhos. As gerações atuais pouco sabem sobre o maior grupo musical de todos os tempos. Menos mal que estão tentando aprender, mesmo que seja fazendo uma pergunta informal nos mínimos detalhes ao Google. Nunca esqueço quando a vendedora em uma loja disse que os únicos bonecos da série Submarino Amarelo que eles tinham eram o do John Lennon e o do George Michael (sic).

Outra:

onde moram os bee gees

Google, Google meu, venha do espaço profundo e diga onde aquele grupo se escondeu! Robin mora em Thame, na Inglaterra, e Barry parece que está em Miami, nos Estados Unidos.

Outra:

em que situacoes o verbo existir vai paro o plural

Ué? Quando o sujeito estiver no plural, ora! Não existe nenhum caso especial. Esse deve ser o típico "decorador de regrinhas", daqueles que recitam na ponta da língua tudo o que aprenderam na aula de português, mas continuam não entendendo nada. Em época de concursos ele fica repetindo: "O verbo haver, no sentido de existir, não vai para o plural. O verbo haver, no sentido de existir, não vai para o plural." Depois da segunda ou terceira cerveja ele já começa a embaralhar: "O verbo existir, no sentido de haver... Não, peraí... O verbo haver no plural... Não... O verbo existir..." E aí resolve consultar o mestre Google. Certa fez escrevi de brincadeira que a solução para acabar com as dificuldades de português seria "liberar geral", passando a aceitar os erros mais freqüentes como corretos. Uma de minhas sugestões foi de que a palavra "excesso" poderia ser escrita das mais diversas formas, respeitando apenas os fonemas, donde não se aceitaria, por exemplo, "eseso". Por ter escrito isso, possibilitei que a consulta abaixo chegasse a este blog:

agua em eseso faz mal

Faz, sim. A morte por overdose de água é popularmente conhecida como afogamento.

Esta (provavelmente é mulher) explicou bem ao Google o que está procurando:

frases bonitas de consolo para uma amiga

Além de confiar no senso estético de uma ferramenta de busca, para que encontre somente mensagens bonitas, ela ainda fez questão de explicar ao Sr. Google que o consolo não era para ela e sim para uma amiga. Isso me lembra as pessoas que perguntam para atendentes de locadora de vídeo: "Este filme é bom?" Uma avaliação que deveria ser totalmente subjetiva já está se tornando tão incontestável que até o Google consegue reconhecer! Ou pelo menos era o que esperava essa "consulente".

É impressionante a quantidade de gente que inicia uma consulta com a palavra "quero". Estão expressando seus desejos ao Sr. Google, na esperança de que ele se sensibilize. Por exemplo:

quero um site com mensagens em power point diferente

Diferente do quê?

quero saber do cantor nei lisboa do rio grande do sul sobre sua vida e carreira

Bem explicadinho! Parabéns por seu interesse. Esse mais ou menos se enquadra no caso em que "às vezes dá certo". Algumas informações sobre Nei Lisboa o meu blog até tem. Mas não todas.

quero ouvir musicas de b.j.thomas

Ué, o Google virou DJ agora? Quer oferecer a música para alguém?

Por outro lado, fico feliz em verificar que uma quantidade significativa de visitantes aqui chega procurando os textos falsamente atribuídos a Mario Quintana. Digitam, por exemplo, poema borboletas de Mario Quintana e bingo! - caem no texto "Os falsos Quintanas". Espero que aproveitem para se instruir um pouco. Mas não posso deixar de citar esta consulta:

poemas em forma de versos de Mario quitana

Existem "poemas em forma de prosa"? Bem, há quem diga que é o caso de "Iracema", de José de Alencar. Mas acho que essa redundância tem mais a ver com a mania de algumas pessoas de chamar qualquer texto de "poema".

Essas foram as melhores "googladas incautas" da semana. Até a próxima e não deixem de ler o "Curso rapidíssimo de Google" para evitar de cometer essas mancadas.

Ainda a polêmica Kiss x Secos e Molhados

José Carlos Lima, do blog "Mensário de Júpiter", publica uma resposta enfurecida a meu texto "Secos e Molhados e Kiss: fim de polêmica", chamando-me de "gente de plantão=pronta=colonizada=idiota". Ele está tão exaltado que já mudou o texto no mínimo três vezes nesta manhã. Por exemplo, agora ele tirou a frase em que questionava: "Que interesse tem um jornalista que faz isso?" Postei uma resposta no site dele. Os comentários lá são moderados, de forma que não é certo que minha resposta seja publicada. Mas de qualquer forma eu a copio aqui:

-*-

Se você tivesse lido com calma o que eu escrevi em vez de sair me ofendendo e batendo pé feito criança mimada, você teria visto que EM MOMENTO ALGUM QUESTIONEI QUEM VEIO PRIMEIRO! É óbvio que os Secos e Molhados vieram antes, tanto que lançaram disco primeiro. O que eu digo, em primeiro lugar, é que Ney Matogrosso está equivocado quando afirma que os empresários que o procuraram no México levaram a idéia da maquiagem para o Kiss. O Kiss já tinha disco nas lojas quando os Secos se apresentaram lá. O que eu digo é que a única hipótese de o Kiss ter copiado os Secos e Molhados seria eles terem tomado conhecimento do grupo brasileiro antes do disco. E aí, me desculpe, acho que você deve ser bem mais jovem do que eu. Eu tinha 12 anos em 1973 e lembro bem: naquele tempo não existia Internet, TV a cabo (pelo menos não no Brasil), telefone celular e outros recursos que hoje sim colocam em prática a tão propalada "aldeia global". Não vai muito longe: NEM NO BRASIL os Secos e Molhados eram conhecidos antes do primeiro LP. Tinham seu público local, a revista Pop publicou duas notinhas sobre o grupo com fotos minúsculas (em uma delas sem maquiagem e citando apenas Zé Rodrix no título, por sua participação no LP), mas não eram amplamente conhecidos. E no entanto você quer acreditar, para manter essa sua fantasia, que lá em Nova York um grupo que não tinha nem grana para comprar equipamentos decentes iria tomar conhecimento de um grupo brasileiro que nem o grande público do Brasil conhecia ainda? Lamento, mas quem está redondamente enganado é você quando diz que "foi publicado nos jornais e TV que, pelo que se sabe, são lidos=vistos mundo afora." Naquela época não era assim, ainda mais em se tratando de jornais do Brasil.

Por fim, "que interesse tem um jornalista que faz isso?" ÓBVIO: esclarecer os fatos. Sem paixões, sem xenofobia, sem exaltações. Sou fã de vários grupos, inclusive dos Secos e Molhados. Assisti aos Secos e Molhados ao vivo no Gigantinho em dezembro de 1973. Mas certos fatos são óbvios e não serão discursos infantis, exacerbados e carregados de complexo de inferioridade terceiro-mundista que irão mudá-los. Além do que, nem os Secos e Molhados foram os primeiros. Teve Roy Wood e o grupo italiano Osanna.

Melhoras à sua mãe.

quinta-feira, março 29, 2007

Aguardem

Talvez já nesta sexta eu dê início a uma série semanal neste blog: "Googladas incautas da semana". Apresentarei uma lista comentada dos mais incríveis argumentos de busca usados por internautas para chegar a meu blog. Não prometo que será sempre no mesmo dia da semana, mas pretendo manter uma certa regularidade.

Mania

Já faz tempo que inventei uma mania: a "sesta noturna". Um cochilo lá pelas 7 da noite, por aí, geralmente já tendo jantado. Não é hábito, mas é algo que faço de vez em quando há mais de 20 anos. Durmo profundamente, sinto-me "afundar" na cama. Parece que o sono fora de hora é mais gostoso, pois é um prazer e não uma obrigação. Depois de uma ou duas horas (!), acordo revigorado. Aí, claro, só vou ter sono de novo bem mais tarde. Mas é bom ficar acordado no silêncio da madrugada. Seria tudo perfeito se eu não tivesse que levantar cedo pela manhã.

quarta-feira, março 28, 2007

Curso rapidíssimo de Google

Em virtude da constatação de que muitos internautas não sabem usar o Google, decidi elaborar este curso rapidíssimo. Sim, eu sei que há extensos e detalhados tutoriais não só no próprio site da ferramenta mas também em publicações de revistas especializadas. Mas não adianta querer ensinar comandos avançados para quem ainda nem entendeu o que é realmente o Google. Este texto é para aqueles que estão completamente perdidos no ciberespaço, achando que o Google é um programa de inteligência artificial capaz de entender tudo o que se digita e trazer exatamente o que se pede.

O Google não é um programa inteligente. Pelo contrário: é bem burro. Só o que ele faz é procurar na Internet as palavras e expressões que você digitou. Só isso. Nada mais. Se você escrever procurar apresentações em Power Point, ele vai buscar todos os endereços em que apareçam as palavras "procurar", "apresentações", "em", "Power" e "Point", em qualquer ponto da página, independente de ordem. Se você teclar quero fazer o simulado do Detran, ele trará todas as páginas em que constem "quero", "fazer", "o", "simulado", "do" e "Detran". Ou seja, a palavra "quero", além de não ter nenhum efeito de comando, pode até atrapalhar. Se ela não aparecer no site do Detran, você não vai achar o que procura.

Não adianta "explicar" nada ao Google. Palavras como "procurar", "quero achar", "todas as páginas", etc, são apenas seqüências de caracteres que ele tenta encotrar na Internet. "Fazer pedidos" ao Google é um mico tão grande quanto parar na frente de um caixa automático e dizer: "Quero sacar 50 reais em notas de 10!" Ou ligar para o 130 e perguntar que horas são em voz alta.

Ao contrário do que vocês possam imaginar, não sou expert em Google. Não conheço a metade dos parâmetros que ele aceita para restringir a pesquisa. Mas também não sinto falta deles. Mais importante do que conhecer as opções avançadas é saber definir o argumento de busca. Você tem que achar a combinação certa de palavras e expressões para chegar exatamente onde quer. Palavras muito comuns em geral não ajudam muito. Os termos têm que ser bem específicos. Fazer uma pesquisa muito genérica é o mesmo que mandar chamar o João no colégio onde ele está prestando vestibular.

Falando nisso, citei uma questão de meu primeiro vestibular quando escrevi "Objetividade Verbal", lá nos primórdios do blog. Não tive dificuldade de encontrá-la na Internet porque eu lembrava de uma expressão não muito comum, que dificilmente teria muitas ocorrências: "abafava o mesmo". Digitei "abafava o mesmo" entre aspas, mandei o Google varrer a Internet e ele me trouxe exatamente o que eu queria. Hoje a questão de Vestibular não está mais na fonte em que a achei, mas se vocês fizerem a pesquisa, chegarão meu blog. Agora imaginem se eu tivesse escrito como faz a maioria: questão de vestibular sobre clareza na redação. Encontraria 47 mil páginas (acabei de testar) e nenhuma delas seria a desejada.

A propósito: é importante saber usar aspas quando se quer achar uma expressão. Ou seja, quando se quer que o Google procure uma seqüência exata de palavras. Tenho observado que alguns dos que chegam por engano a este blog até formularam uma consulta mais ou menos enxuta, mas não delimitaram as expressões relevantes com aspas. Em geral as ferramentas de busca mostram em primeiro lugar as páginas em que as palavras estão na ordem digitada. Mas se não houver nenhum caso assim, vêm todas as outras em que os termos estão dispersos. Aí este blog acaba aparecendo para quem procura assuntos que nunca abordei, mas as palavras se encontram espalhadas no arquivo de algum mês. Portanto, use aspas para "amarrar" as palavras que você quer que apareçam sempre juntas.

Talvez alguns dos que costumam fazer "consultas informais" ao Google se defendam com a frase clássica dos que acreditam em horóscopo de jornal: "às vezes dá certo". Sim, é verdade. Se a página que você busca contiver as palavras que você usou na sua frase, você acabará chegando onde queria por linhas tortas. Isso pode acontecer, por exemplo, no caso de letras de música. As páginas com letras quase sempre contêm o título da música e a palavra "letra". Logo, se você escrever letra de Wish You Were Here, encontrará com facilidade a música do Pink Floyd, que é bastante conhecida por ser também título de álbum. Mas se você queria a dos Bee Gees, talvez tenha que incluir "Bee Gees" em sua pesquisa. Por outro lado, se não era nenhuma dessas, mas a do Fleetwood Mac ou Alice Cooper que você buscava, aí fica mais complicado. Comece usando aspas para delimitar as expressões "Wish You Were Here" e "Fleetwood Mac", por exemplo. Apareceram citações à música mas não a letra? Tente lembrar um trecho que não seja tão comum. Vamos encurtar a história e dizer que, se você digitar "rain on my window" e "I can count the drops" lado a lado, exatamente assim, com aspas, chegará direto na letra. Já para a letra da música homônima de Alice Cooper, basta digitar "spot and jerome", também com aspas, e mais nada. A letra vai aparecer na hora. Experimente. (Nota: fatalmente essas pesquisas indicarão também este texto do blog, exceto, talvez, no dia da publicação. Isso é lógico e inevitável.)

Entendeu? Não adianta "esclarecer" o que você quer para o Google. Ele não é um gênio da lâmpada. Para ele, a sua frase toda elaboradinha é apenas uma seqüência de caracteres que ele vai tentar achar na Internet. Fique esperto e entenda melhor a ferramenta de busca. Escolha as palavras certas. Use aspas quando quiser que um grupo de palavras seja procurado em conjunto, na ordem certa. Depois que entender tudo isso, aí sim, você pode aprender as opções avançadas. Mas acho que não vai precisar. Quem sabe formular um bom argumento de busca acha qualquer coisa na Internet procurando apenas por palavras e expressões.

terça-feira, março 27, 2007

Amostra da Sunset Riders

Eu vivo elogiando a banda Sunset Riders, aqui de Porto Alegre, dizendo que toca Bee Gees melhor do que os Bee Gees, mas acho que ninguém acredita. O problema é que os chamados "fãs incondicionais" costumam fazer farta distribuição de elogios, geralmente com uma forte dose de exagero, então a credibilidade dos elogios anda em baixa, ainda mais na Internet. Assim, da última vez em que fui vê-los no John Bull, gravei alguns trechos do show com minha câmera. Como as imagens ficaram muito escuras, fiquei em dúvida se mostrava ou não. Mas o que vale é a qualidade da performance musical. Fechem os olhos e digam se não estão ouvindo os Bee Gees.


Adendo

Acabo de acrescentar um adendo a meu texto "A crase" para incluir uma citação do Professor Cláudio Moreno. Achei fantástico o que ele escreveu. Eu não tinha lido a página dele quando redigi o meu comentário, mas diria que ele pensa como eu sobre o assunto.

sábado, março 24, 2007

Constatação

Se eu tirar do blog aquele comentário sobre o simulado do Detran e as duas frases que escrevi sobre Alessandra Negrini (e todas as referências posteriores àquelas postagens), a visitação cairá para menos da metade. E eu achando que meus textos estavam agradando!

P.S.: Está havendo uma incidência significativa também de pesquisas sobre a morte de Daniella Perez, que é um fato antigo. Será que a Globo andou fazendo alguma reportagem?

sexta-feira, março 23, 2007

Mais googladas incertas

Já vi que os argumentos de pesquisa usados por quem aqui chega via Google vão virar um assunto constante deste blog. Estou-me divertindo feito criança que descobriu brinquedo novo. Vejam como um incauto acabou chegando na página de março de 2005 (atentem para os negritos):

- No texto "O Verissimo da Internet" eu começo dizendo: "Eu sei que já comentei o assunto das falsas autorias várias vezes por aqui, mas desta vez quero dar um enfoque mais específico."

- Em "Desvendando o Quase", torço para que haja um encontro entre Luis Fernando Verissimo e Sarah Westphal, a verdadeira autora do "Quase", "devidamente documentado em reportagem com fotos".

- Em "A Força da Internet", defino a rede como "uma verdadeira suruba comunicativa".

- Em "As mulheres", publicado no Dia Internacional da Mulher, eu digo: "Que sexo frágil, que nada!"

- Em "Ah, mulheres...", que retoma o tema anterior, cito uma frase de Vanusa: "O mundo é masculino".

Bem, agora vejam o que alguém digitou para chegar naquela página:

blog especifico com fotos de suruba entre sexo masculino

E ainda teve o desplante de entrar para conferir! Deve estar até agora tentando achar o que procurava.

Entenderam agora por que é importante saber delimitar palavras-chave e expressões ao fazer uma pesquisa?

Já outro pesquisou assim:

video que paulo santana levou choque

Meu caro, se não for alertado a tempo, vai morrer procurando. Não foi Paulo San'tana quem levou choque no ar, foi Lasier Martins. E se vocês continuarem pesquisando de qualquer jeito, sem aspas, vão continuar não achando o que buscam.

Perdidos no Google

Como vocês devem ter notado, mudei o texto de apresentação do blog. É que eu ainda não me refiz completamente da surpresa de constatar, via Site Meter, a forma como os internautas fazem pesquisas no Google. Eu pensava que os agora 140 visitantes por dia aqui chegassem porque gostam do blog, porque o acham legal, querem conferir as novidades, etc. Que nada! A maioria vem parar aqui por engano, mesmo, porque não sabe usar o Google! Escreve como quem faz um pedido e espera que o "Gênio Google" o atenda.

Vejamos algumas argumentos de pesquisa usados recentemente:

Procurar apresentação power point corrida da canoa

Esse aí pensa que, se não escrever "procurar", o Google vai fazer outra coisa. Ora, sabe lá? Vou experimentar escrever "creditar dinheiro na minha conta" e ver o que acontece. Quanto à corrida da canoa, nem sei do que se trata. É óbvio que a palavra "canoa" aparece várias vezes aqui no blog porque freqüentemente falo de meus veraneios em Capão da Canoa. Só que, como sempre, a pesquisa foi feita sem aspas. Por outro lado, não se iludam: colocar a frase entre aspas faz com que o Google busque a expressão exata, sem a mínima variação. O segredo está em escolher a combinação certa de palavras e expressões. Existem também comandos avançados que podem ser aprendidos no próprio site do Google.

Vejamos outra pesquisa:

posso pedir outra via do meu ipva 2006

Esse entrou numas de "Pergunte ao Google", como se fosse uma central universal de informações. Acabou encontrando, no topo da lista, um comentário meu sobre os problemas que tive para receber meu IPVA por nunca estar em casa em horário comercial.

Outra:

resposta do teste reconheça os jogadores globo .com

Nesses casos, o que o Google faz é procurar páginas em que todas essas palavras apareçam. Casualmente todas elas estão na página do arquivo de dezembro de 2006 aqui do blog. Mas, a exemplo da corrida da canoa, não tenho a mínima idéia do que seja esse teste da Globo.

Além da Alessandra Negrini, que já citei em outro tópico, muita gente está chegando aqui também procurando pelo simulado do Detran, já que fiz aquele comentário sobre as perguntas. Mas este foi mais específico:

simulado do detran em sao paulo para fazer que esteja disponiveis

Eu me pergunto se o Google conseguiria encontrar um simulado - ou qualquer coisa - que não estivesse "disponíveis".

Para não dizer que a ferramenta de busca não faz qualquer tipo de interpretação do que é digitado, ela redireciona para a ortografia correta quando a palavra é mal escrita. Do contrário, a pesquisa abaixo jamais teria chegado a este blog:

reportagens que mostre auguém procurando preserva o mudo

Assim também, alguns procuram por "Detram" e pelo menos um digitou "cimulado".

Infelizmente o Site Meter só mostra os últimos 100 acessos, pois eu lembro que havia outros bem engraçados. "Foto da secretária nua na cidade tal", por exemplo. Por outro lado, fico satisfeito de ver que há uma incidência bem alta de gente procurando os textos falsamente atribuídos a Mario Quintana. Aí, cai justamente em "Os falsos Quintanas" e aproveita para se instruir um pouco.

Vai daí que decidi mudar o texto de apresentação do blog, para ver se dou uma "sacudida" no pessoal. Vamos ver se funciona.

Eu li!

"Dunga será mais discreto, promete a filha"

Chamada de capa de Zero Hora para uma matéria importantíssima sobre a roupa que Dunga usará amanhã no jogo contra o Chile. Tem até uma entrevista com Gabriela Verri. Em matéria de futebol, Dunga está dando o que falar.

quinta-feira, março 22, 2007

Eureka

Descobri como contornar o problema do "novo Blogger, agora com mais recursos, porém funcionando pior": é só apagar os arquivos temporários da Internet (a popular "cache"). Pelo menos é mais rápido do que desligar e ligar o computador cada vez que eu quiser fazer uma nova postagem. O que acontece é que, quando tento postar pela segunda vez, a tela de edição aparece sem a barra de comandos de formatação. Eu até consigo escrever, mas se tento publicar, só aparece o título. É algum problema que acontece que faz com que a barra de comandos desapareça. Ela provavelmente deveria vir da "cache", mas por algum motivo não carrega. Apagando os arquivos temporários, obrigo o navegador a buscar a tela novamente na origem. Aí ela vem completa.

A única mudança que vejo em relação à versão anterior é que o menu de cortina do tamanho da fonte ficou diferente, mais estilizado, mostrando nele próprio os tamanhos. Essa mudança puramente cosmética resultou num problema funcional para mim. Pelo menos descobri como contorná-lo, mas a rigor, solucionado não está.

Livro do Kleiton

Depois de Kledir (à direita na foto) já ter lançado dois livros ("Tipo Assim" e "O Pai Invisível"), agora é a vez de Kleiton (à esquerda, de óculos). A obra se chamará "Sonhos e Sonhadores" "É sobre a linguagem dos sonhos", explica ele em sua comunidade do Orkut. "Aqueles que a gente tem à noite, mesmo! Fazia isso por prazer e agora virou livro. Na primeira parte (Os sonhadores), passo muitas informações sobre muitas coisas que li e aprendi sobre esse assunto, e na segunda (Os sonhos), o leitor pode mergulhar em 23 sonhos que escolhi, com comentários sobre a busca de seu significado."

Em 1986, Kleiton anunciou que estava escrevendo um livro contando toda a sua história, de Pelotas a Almôndegas a Kleiton & Kledir. Em entrevista para o International Magazine em 1999, disse que chegou a concluir o texto, mas ficou muito pessoal e por isso preferiu não lançá-lo. Quando surgiu a notícia de que finalmente Kleiton publicaria um livro, fiquei curioso para saber se era autobiográfico. "De certa forma é, pois os sonhos são espelhos profundos de nós mesmos, porém não é um livro que fale de minha vida no cotidiano, a não ser em poucas situações. O assunto central é da área de psicologia, mas escrito de forma coloquial, por um autodidata, apaixonado pelo assunto." O lançamento está previsto para o dia 8 de agosto no Rio de Janeiro. Até lá, não esqueçam que souberam primeiro por aqui.

quarta-feira, março 21, 2007

Constrangedor

Hoje estou me sentindo mal. Soltei os cachorros em quem não tinha culpa, mas só depois fui descobrir isso. Não vou entrar em detalhes, mas imaginem uma situação de reincidência. Um problema que você costuma ter periodicamente, envolvendo sempre as mesmas pessoas. Algo que deveria ser feito rotineiramente, mas na prática você tem que "ficar em cima". Quando chega o momento, você já vai ficando apreensivo, pensando: será que vai dar tudo certo? Ou vou ter que cobrar de novo? Aí, um dia, acontece de novo e você perde a paciência. Se descontrola. Solta tudo o que estava trancado. Questiona por que tudo é tão difícil. Diz que não sabe mais o que fazer, que precisa confiar no sistema mas não consegue. A sensação de impotência é desesperadora, pois você depende das pessoas. Depois do desabafo, uma investigação mais detalhada revela que desta vez não foi culpa delas. E justamente nesta vez você descarregou toda a angústia que estava represada. E agora? Até liguei para pedir desculpas, mas a ligação ficou muda. Acho que a pessoa não quis me atender.

Eu não estou acostumado a "não ter razão". Eu sou daqueles que sempre tem razão. Mas desta vez só me resta me encolher aqui no meu cantinho e esconder o rosto, como aqueles sujeitos que aparecem na TV envergonhados do que fizeram.

terça-feira, março 20, 2007

Apelo verdadeiro

Gente, este apelo me foi repassado por uma pessoa muito esclarecida, que sabe diferenciar verdades de mentiras. Ela, por sua vez, o recebeu do jornalista Ney Gastal, que em 1992 dispôs de horas preciosas de seu horário de descanso para me conceder uma entrevista sobre videocassete, para minha monografia de conclusão de curso. Se vocês usarem o recurso de busca do blog no topo da página, encontrarão um texto meu em que ele é citado (procurem por "Gastal" - acho que errei a grafia do primeiro nome dele). Então, movido pela sensação de estar agindo bem, reproduzo aqui a mensagem recebida. A ajuda não é para ele, é para outro colega de Porto Alegre.

-*-
Gente, leiam, é URGENTE:

Alguns de vocês, destas listas para onde envio mensagens, são jornalistas; outros não. Os que não são provavelmente fazem parte de uma imensa maioria de pessoas que acreditam que jornalistas sempre "dão um jeito" para resolver seus problemas com mais facilidade que o resto dos mortais. Não é verdade, e a mensagem abaixo deixa isto bem claro. Paulo Franken é um jornalista, fotógrafo do mais importante veículo do Rio Grande do Sul, e está às portas da morte porque precisa de um fígado e não há, nas últimas semanas, registro disponibilidade deste órgão para doação.

Então Paulo, fotógrafo que registrou milhares de fatos, personagens, acontecimentos, tragédias e alegrias, através de suas fotos (algumas das quais certamente você já viu) está lá, no hospital, à espera de quem surgir primeiro: o fígado ou a morte. E de nada adianta ser jornalista, conhecido, reconhecido ou o que for. Ele é igual a qualquer outra pessoa à espera de solidariedade. E, atentem bem, Paulo não está conquistando qualquer privilégio por ser jornalista. Se está, como está, em primeiro lugar na lista de transplantes, é porque seu caso é o mais grave de todos os que se encontram na mesma espera, coisa que dificilmente poderá ser considerada um privilégio.

Anália, mãe e esposa, na angústia da espera, lançou este apelo na rede, exatamente como fazem diariamente dezenas (só?) de outras pessoas que enfrentam problemas semelhantes. Sei que todos recebem apelos como este, sei que ninguém, pode dispor do próprio fígado, mas semanalmente topamos com a realidade de um parente, um amigo, um conhecido ou um vizinho que morrem inesperadamente por razões não patológicas. Infelizmente, na grande maioria das vezes estes mortos não estão registrados como doadores, nem suas famílias, na dor do momento, lembram que seus órgãos podem salvar outras vidas.

Lembre-os.

Lembre a todos, lembre a muitos. Se de sua ação surgir um fígado, a vida de Paulo poderá ser salva. Se surgirem muitos fígados, muitos outros pacientes também poderão continuar vivendo. Ajude.

Estou remetendo esta mensagem na noite de segunda-feira, 19 de março de 2007. A situação hoje é grave não apenas para ele, mas, após quatro semanas sem doadores, certamente para muitos outros. Ajude.

E divulgue esta mensagem para o maior número de pessoas que puder alcançar.

Ney Gastal

51 9807 8424

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Amigos!
Neste exato momento, um colega de Zero Hora, o fotógrafo Paulo Franken, luta contra a morte. Precisa urgentemente da doação de um órgão - o fígado - para que continue a viver, a trabalhar, a conviver com a família e os amigos... e o tempo está escorrendo entre nossos dedos como areia.
Paulo está no CTI do Hospital Dom Vicente Scherer da Santa Casa, que é onde deverá acontecer o transplante, se um doador aparecer. Acontece que há 4 semanas não há registro de entrada de qualquer doação. Paulo é o primeiro da lista de transplante hepático, dada a gravidade de seu caso.
Sei que todos se empenham em campanhas de doação de órgãos, mas é meu dever de mãe e esposa buscar todas as possibilidades e alternativas possíveis para que Paulo continue a viver. E isso pode estar nas mãos de quem a gente menos espera...
Obrigada a todos.
Anália Köhler
3268 3389 - 99877066

Um ano de "O verdadeiro Mario Quintana"

Esta foi a mensagem que postei na comunidade "O verdadeiro Mario Quintana" no Orkut:

Hoje, dia 20 de março, a comunidade "O verdadeiro Mario Quintana" está completando um ano. Estamos todos de parabéns. A comunidade é um sucesso. Em um ano de existência, já tem mais de 6.100 integrantes. Cresceu rápido nos últimos meses, graças, em parte, ao bom relacionamento que temos com a comunidade "Mario Quintana", a maior de todas, que colocou esta como relacionada. Se aquela comunidade tivesse sido resgatada a tempo, talvez esta nem precisasse ter sido criada. Mas a outra ficou tempo demais nas mãos do Eric T, o "ladrão de comunidades" que não fazia nada por elas. Foi aí que amadurecemos a idéia de criar outra comunidade. Por que não aproveitar alguma existente? Porque em todas as outras, infelizmente, os textos falsos abundavam impunemente.

Esta é a casa de Mario Quintana no Orkut. As outras comunidades ele apenas "visita", mas aqui ele "mora". Quero agradecer ao apoio de todos, principalmente das mediadoras Jane, Deizi e Luiza. Lembro que a forma como eu criei esta comunidade foi meio no impulso. Vínhamos discutindo quem era a pessoa certa para ser moderador. Eu sugeri a Jane, ela disse que não tinha experiência anterior de moderação, outros sugeriram o meu nome, até que um dia - o dia 20 de março de 2006 - eu criei a comunidade.

A luta contra os textos falsos nunca terá fim, mas é bom saber que em pelo menos UMA comunidade do Orkut dedicada a Quintana a gente não precisa ficar postando mensagens dizendo "este texto não é dele" e ainda ser chamado de chato por isso. Aqui os textos falsos não ficam. Você não abriria a porta para um impostor? Pois aqui só entra O verdadeiro Mario Quintana. Abraços a todos.

segunda-feira, março 19, 2007

Matéria da ZH

Hoje a Zero Hora publica uma matéria sobre um assunto que este blog já abordou em 14 de março do ano passado: as questões da prova do Detran. O enfoque é basicamente o mesmo, embora eu tenha sido mais sutil. Leiam meu texto aqui. Coincidência ou não, verifiquei no Site Meter que vários visitantes chegaram aqui nos últimos dias procurando por "simulado do Detran" no Google.

domingo, março 18, 2007

Bons tempos

Olha eu aí em 1990, com 29 anos, no auge da fama. Hoje ninguém mais me reconhece.

sexta-feira, março 16, 2007

Será?

Parece que o problema de não conseguir postar uma segunda vez (exceto o título) foi resolvido. Tomara.

Estatísticas do blog

No fim, o blog passou dos 20 mil acessos e eu nem fiz o registro, como era de costume. Depois que instalei o novo contador e recomecei a contagem do zero, perdeu um pouco o sentido ficar comemorando um número que é muito inferior ao real. Mas só hoje fui examinar todas as informações que o Site Meter oferece e fiquei impressionado. Exceto a identidade, fico sabendo de tudo sobre os últimos 100 visitantes: endereço IP, localidade, de que página vieram e que endereço acessaram. É possível saber também a pesquisa que fizeram no Google ou outra ferramenta de busca para chegar até aqui. Sobre isso, fiquei estarrecido com uma descoberta sobre a forma como a maioria faz as consultas.

Não foi surpresa confirmar que um dos textos mais visitados é "
Os falsos Quintanas", como já informei anteriormente. O mesmo não esperava de "Colírio", uma postagem despretensiosa que fiz na noite de 3 de dezembro de 2004. Com apenas duas frases, expliquei que fazia tempo que não colocava foto no blog, então estava postando uma imagem de Alessandra Negrini. Por que a escolhi? Porque é uma atriz que sempre achei bonita. Faz o meu tipo.* Não havia qualquer outro motivo. Inclusive, a foto que coloquei era um tanto sem graça, em que ela aparecia totalmente vestida. Para contrabalançar, incluí um link para uma "foto melhor", como disse sutilmente. Pois, por incrível que pareça, esse tópico totalmente supérfluo pode ter sido a razão do aumento repentino de acessos ao blog. E tudo porque faz pouco tempo que estreou uma novela com Alessandra Negrini em um papel de destaque. É inacreditável a força da Globo. Tenho certeza que as pessoas que conferem o blog por causa dela se decepcionam, pois não há nada de mais naquela mensagem. Isso me faz perceber que, se eu comentasse com mais freqüência as atualidades da televisão, a visitação aumentaria mais ainda. Pensando bem, deixa assim.

Mas como eu ia dizendo, as pesquisas de quem chegou a este blog via Google me revelaram uma curiosidade: a maioria submete uma consulta em linguagem corrente, como quem pede uma informação, imaginando que o Google vá entender. Gente, o Google não é um programa de inteligência artificial! Se vocês digitarem "tudo sobre geminianas", sem aspas, como fez um internauta, encontrarão todas as páginas em que aparecerem as palavras "tudo", "sobre" e "geminianas". Casualmente as três estão em meu texto "
As geminianas", mas foi apenas coincidência. Outro digitou "letra da música em português Massachusetts dos Bee Gees", também sem aspas, e chegou numa página de arquivo de um mês inteiro do blog, onde obviamente não encontrou o que procurava. Essa eu realmente não esperava. Agora entendo por que tem gente que tem tanta dificuldade de achar o que busca na Internet! Em princípio, só o que o Google faz é indicar páginas onde aparecem as palavras digitadas (ou, se estiverem entre aspas, a expressão)! Existem recursos de sintaxe que permitem fazer uma pesquisa mais refinada, mas "conversar" com o Google e "explicar" a ele o que se quer encontrar não produz o resultado esperado!

Por fim, fiquei satisfeito de constatar que tem gente do Brasil inteiro me visitando. E até alguns gatos pingados do exterior. Imaginava que a incidência maior fosse em Porto Alegre, mas o povo é bem espalhado. Como o Site Meters omite os caracteres com acento, às vezes tenho que decifrar o nome da localidade. Onde fica "Niteri", no Rio de Janeiro? Que diachos é "Belm", no Pará? (Calma, eu já entendi que são "Niterói" e "Belém", mas levei um segundo para perceber.) Outros aparecem como "país desconhecido", talvez porque sua identificação não revele a origem. Então, pela primeira vez desde que este blog foi inaugurado, quero mandar um abraço para meus amigos do Rio de Janeiro, Brasília, Filipson, Curitiba, Louveira, Andover (Massachusetts, Estados Unidos), Esteio, Cotia, Recife, Carneirinho, Provo (Utah, Estados Unidos), Goiânia, Caxias do Sul, Sapucaia, Lima (Peru), Sananduva, Agudos, São Caetano do Sul, Jaguarina, Paulo, Nossa Senhora do Ó, Campo Bom, São José, Pedra Azul, Joinville, Salvador, Canoas, Cachoeirinha, Jatazinho, Paverama, Eixo (Aveiro, Portugal), Venda Nova, Barueri, Pradópolis, Cuiabá, Vancouver (Canadá – esta eu sei quem é, está
aqui) e mais os habitantes do "país desconhecido"! Voltem sempre!

*Minha namorada pediu para riscar esse trecho.

Continuo não podendo postar pela segunda vez sem desligar o computador! Em compensação, ganhei um monte de vantagens inúteis!

Raridade sobre Quintana

Comprei este livro hoje num sebo, mas lembro quando ele foi lançado. Foi em 1976, ano em que Mario Quintana completou 70 anos. Embora o autor, o também poeta Nelson Fachinelli, fosse meu amigo e padrinho na poesia, não me interessei em comprá-lo na época. Decepcionou-me o fato de que não era uma biografia, como sugeria o título, mas uma coletânea de textos de outros escritores sobre Quintana. Casualmente, um formato semelhante seria usado para focalizar o próprio autor do livro em "Vida e Obra de Nelson Fachinelli", de Ricardo Maurício, publicado em 1985. Também não era uma biografia.

O fato é que hoje, 31 anos depois, o trabalho de Fachinelli sobre Quintana se reveste de uma importância histórica inestimável. Em 240 páginas, estão reunidas análises de, entre outros, Armindo Trevisan, Carlos Drummond de Andrade, Lya Luft, Paulo Mendes Campos, Donaldo Schüller, Guilhermino César, Paulo Hecker Filho, Antônio Carlos Ribeiro, Kenny Braga e Danilo Ucha. Há também algumas matérias publicadas na imprensa, como a cobertura do lançamento de "Pé de Pilão" por Nei Gastal e entrevistas concedidas pelo poeta a Evelyn Berg e o próprio autor Nelson Fachinelli. Interessante também é um debate sobre poesia publicado no Correio do Povo com Quintana, Carlos Nejar, César Pereira e Armindo Trevisan, mediado por Sérgio R. Dillenburg. Dois escritores tiveram a mesma idéia: simularam entrevistas com Quintana usando frases de suas obras como respostas. Por fim, há poemas homenageando Quintana (entre eles o conhecidíssimo "A Mario Quintana", de Manoel Bandeira, aquele dos "Quintanares"), cartas, versos do poeta traduzidos em outras línguas e, não poderia faltar, uma amostra de sua poesia. Não sei se algum dos poemas aqui compilados (há dois anunciados como "inéditos" em 1976) deixou de ser publicado na bibliografia própria de Quintana. Mas de qualquer forma catam-se algumas informações preciosas. Por exemplo: "O Mapa", que todos sabemos ser de "Apontamentos de História Sobrenatural", também de 1976, foi publicado originalmente no Correio do Povo de 14 de novembro de 1964 como parte da comemoração da Semana de Porto Alegre.

Só fiquei sabendo do falecimento de Nelson Fachinelli meses depois de ocorrido. A poesia gaúcha perdeu um de seus maiores incentivadores. Pouco antes de falecer, Fachinelli lançou um CD de poemas musicados cantados por outros artistas, mas também com declamações suas. Esse livro sobre Quintana pode não ser uma biografia, mas é uma grande obra de referência. Esse era o verdadeiro Mario Quintana, como o conhecíamos em 1976. Meu tempo anda cada vez mais curto, mas oportunamente devo copiar trechos selecionados de "Mário Quintana, vida e obra" na comunidade "
O verdadeiro Mario Quintana", do Orkut. Por sinal, já passou de 6 mil integrantes. No dia 20, completará um ano.

quinta-feira, março 15, 2007

Melhoras não solicitadas

quarta-feira, março 14, 2007

Que mate é esse, tchê?

Não sei se a Nestlé do Brasil levou em conta as peculiaridades do mercado local antes de lançar a linha de produtos "Coffee Mate". Essa imagem é de embalagens dos Estados Unidos, mas o café solúvel com sabores já saiu por aqui. A manutenção do nome original pode causar algumas confusões no Rio Grande do Sul. "Coffee Mate? Que mate é esse, tchê? Café com gosto de chimarrão?" Esse "mate" se pronuncia "mêit" e quer dizer "companheiro".

Isso me lembra a notícia que li há muitos anos de que, depois de muita pesquisa e dinheiro gasto, os fabricantes do cigarro Kool chegaram à conclusão de que não daria certo lançar a marca no Brasil. Ninguém teria coragem de chegar numa tabacaria e pedir: "Dá um Kool aí!"

terça-feira, março 13, 2007

A venda da Caldas Júnior

Está consumado: a Companhia Jornalística Caldas Júnior foi vendida para a Igreja Universal do Brasil. Num primeiro momento divulgou-se que apenas as emissoras rádio e TV Guaíba haviam sido compradas. Agora foi-se o Correio do Povo também. Já se anuncia que a programação da TV Record vai sair da TV Pampa e passar para a Guaíba. Espera-se que a Pampa faça do limão uma limonada e traga boas novidades em sua programação. Por enquanto, infelizmente, só notícias ruins: demissões.

Talvez as gerações mais jovens não saibam o que a Caldas Júnior já significou no Rio Grande do Sul. O Correio do Povo era uma potência. Saía de terças a domingos e não havia família que não tivesse assinatura do jornal. Aliás, assinatura era um diferencial que o Correio oferecia, já que a Zero Hora, por exemplo, só iniciou essa modalidade de venda em 1984. Ou 1985, não lembro com certeza. Lembro que foi não muito tempo depois que meu pai faleceu e que o Correio havia parado de circular. Mas nós já sabíamos que a ZH iria começar a vender assinaturas antes desses dois acontecimentos. Mas por longos anos, assinatura era privilégio do Correio do Povo. Acho que o Diário de Notícias também tinha, mas era um concorrente menor, em reta final. E lembro de um anúncio da Zero Hora vangloriando-se de ser "o jornal mais vendido nas segundas-feiras". Claro: era o único dia da semana em que o Correio não circulava!

Uma característica do Correio do Povo era sua credibilidade. Nesse aspecto, aliás, houve um episódio que o Correio conseguiu virar a seu favor. Foi quando faleceu o Papa João Paulo I, em 1978. A Zero Hora deu o furo de reportagem. Quando o Correio não confirmou a notícia, houve apreensão. Seria mesmo verdade? A redação da Caldas Júnior recebeu vários telefonemas para saber se o Papa tinha mesmo morrido. Foi um momento em que o jornal foi vencido pelo concorrente, mas teve sua boa reputação reafirmada. Todos os que trabalhavam no Correio nessa época contam essa história com orgulho.

O Correio do Povo podia ser o jornal mais antigo e tradicional da Caldas Júnior, mas não era o único. Tinha também a Folha da Tarde, "o vespertino do estado que já está nas bancas", como dizia o slogan da Rádio Guaíba. Começava a circular ao meio-dia. Depois lançaram a "Folha da Tarde – Final", vendida ao final da tarde. Lembro dos jornaleiros gritando: "Folha finaôôô..." A Folha da Manhã tinha uma linha mais popular, herdada do tempo em que se chamava "Folha da Tarde Esportiva". Depois a Folha da Tarde passou a sair pela manhã, para concorrer diretamente com a Zero Hora, mas mantendo o nome pela tradição.

A Rádio Guaíba também era uma instituição, com seu estilo sóbrio e música ambiental. "Guaíba, Porto Alegre, Brasil", dizia o locutor com seu indefectível "vozeirão" (meu irmão João Carlos Pacheco foi um deles, e bem jovem, ainda adolescente). O sinal da Guaíba era o mais forte na freqüência AM. E tinha a programação esportiva, a "Rede Ipiranga dos Esportes". A audiência de esportes era toda da Guaíba. A Gaúcha conseguiu a supremacia nos anos 80 porque, aproveitando a derrocada da Caldas Júnior, foi levando a prestação o "futebol estilo Guaíba". Em certo momento a rádio Gaúcha chegou a ter Armindo Antônio Ranzolin, Antônio Augusto, Ruy Carlos Ostermann, Lauro Quadros e Lasier Martins em sua equipe de esportes, todos egressos da Guaíba. E, com eles, foram os ouvintes. Já a TV Guaíba foi inaugurada em 1979. Nunca foi uma emissora de ponta, mas sua programação alternativa era interessante. Sempre teve bons programas locais de debates e variedades, além de reprisar séries antigas.

Nos anos 80, a Caldas Júnior foi comprada pelo empresário Renato Ribeiro. O Correio do Povo voltou a circular. A princípio, no formato standard, como nos velhos tempos. Mas os colunistas tradicionais de suas páginas já estavam na concorrência. Depois de algum tempo, Ribeiro resolveu tornar o jornal ainda menor do que a Zero Hora, apostando na leitura rápida. Comercialmente, deu certo. Tanto que a RBS acabou decidindo lançar um jornal pior do que o atual Correio, o Diário Gaúcho, para conquistar o público com preguiça de ler. É uma pena ver o jornalismo impresso do Rio Grande do Sul encolhendo. Mas, com Internet, TV a cabo e tantos outros recursos, é algo que provavelmente aconteceria mais cedo ou mais tarde.

Para quem não tem preguiça de ler, recomendo "Um Século de Poder", de Walter Galvani, contando a história do Correio do Povo. Já o vi por cinco reais em algumas livrarias, mas tanto melhor: esse é o tipo do livro que nenhum balcão de ofertas consegue desvalorizar. Mesmo de graça, é uma obra de referência de importância inestimável (aqui refiro-me ao que comentei em meu texto "
Livro ou não livro", sobre a importância intrínseca de certos livros independente da vendagem).

Mistério

Acho que o blog nunca esteve tão parado quando nos últimos sete dias. E, no entanto, houve um pico de visitas. A média diária, que normalmente é 90, subiu para 137. Será o pessoal do Tecla SAP? Talvez minha idéia de colocar uma lista de links só para eles num post anterior tenha dado certo. Ou então algum grupo de discussão do Orkut descobriu algum assunto de seu interesse e divulgou. Por exemplo, uma fã de Daniella Perez entrou em contato comigo em razão dos comentários e fotos que publiquei há algum tempo.

domingo, março 11, 2007

Matéria do Fantástico

Interessante essa matéria do Fantástico sobre jovens que passam muito tempo diante do computador. Acho que está bem isenta e coerente. Só não concordo com o que diz o pai dos garotos quando compara que, antes da Internet, "sentávamos ao redor da mesa para tomar cerveja e conversar". Papo furado! O que as famílias brasileiras vinham fazendo há muitos anos é sentar diante da TV! Isso ninguém critica, é um vício institucionalizado. Quando o pai disse ainda que tinha impulso de chamar o filho para juntar-se a ele, eu completei: "para ver televisão com ele."

Expectativa

No dia 20 a comunidade do Orkut "O verdadeiro Mario Quintana" vai completar um ano de existência. Hoje ela tem 5.918 integrantes. Será que vai chegar a 6 mil até o aniversário? Tomara.

quinta-feira, março 08, 2007

Dia Internacional da Mulher

No fim acabei não comentando nada sobre o assunto do dia. Há muitos anos, num debate sobre música, Nélson Coelho de Castro comentou que não concordava com a idéia de que o músico tem que "conquistar seu espaço". Segundo ele, tinha que "tomar o poder, mesmo". Pensando bem, ele está certo. Esse negócio de "conquistar espaço" parece concessão ou paternalismo. Como se alguém traçasse uma área no chão e dissesse: "Este é o seu espaço. Parabéns por conquistá-lo. Faça bom proveito dele. E não ponha o pé fora da risca!"

Pois esse, por muito tempo, foi o discurso em relação às mulheres. Que elas estavam "conquistando seu espaço". Até aí, tudo bem. O problema foi quando elas começaram a colocar o pé fora da risca. Deu no que deu: estão tomando o poder!


Sem mais delongas: Feliz Dia Internacional da Mulher!

A inveja e os invejosos

Antes de entrar no assunto, uma ressalva: detesto livros de auto-ajuda ou aqueles textos de otimismo que circulam pela Internet. Mas este comentário talvez se enquadre na mesma categoria.

A experiência e a observação me fizeram concluir: invejar não leva a nada. É um total desperdício de tempo e energia. Podem observar: o invejoso nunca cresce. Está sempre de cara amarrada, de mal com a vida, indignado porque um colega foi promovido, porque um conhecido comprou um carro novo, porque um amigo passou no vestibular ou porque alguém arranjou namorada. Enquanto ele resmunga, os outros seguem em frente.

Não acho que devamos estar sempre conformados. Pelo contrário: temos que ir à luta. E é exatamente isso que o invejoso não faz. Ele é um resignado, um derrotista crônico. Jamais terá o gostinho de uma vitória pessoal porque não batalha por isso. Acha que, por mais que avance, nunca alcançará Fulano ou Beltrano. Encara a vida como uma competição e só enxerga os que estão à sua frente.

Claro que as injustiças acontecem. E é lícito indignar-se em alguns momentos. Mas o invejoso se considera o mais injustiçado dos injustiçados. O mundo é uma máfia, uma "panelinha" à qual ele não pertence e por isso nunca terá uma chance. Não adianta esforçar-se, ele pensa. Só lhe resta, portanto, invejar.


Minha vida mudou da água para o vinho quando parei de invejar. E aí as vitórias começaram a acontecer. Não estou preocupado se tem gente melhor do que eu, morando melhor, com carro melhor, salário melhor, com blog mais visitado, com melhor vitrine para seus textos, enfim, isso não importa. Patrulhar o sucesso alheio é a melhor forma de continuar marcando passo. Por isso o invejoso vai ser sempre um coitadinho, um derrotado. Até mudar de postura.


Este foi o momento auto-ajuda do blog.

quarta-feira, março 07, 2007

Comentário rápido

Só um comentário rápido, para vocês não pensarem que eu fugi. Hoje assisti a uma fita VHS importada sobre o Genesis, lançada em 1991, e no começo havia um anúncio da Polygram Video ensinando a conectar o videocassete Hi-Fi Estéreo diretamente no equipamento de som. Era uma forma de chamar a atenção para o desperdício do potencial do formato, que pelo visto não acontecia só no Brasil. Esse som fantástico que hoje se tem no DVD já existia praticamente igual no tempo do VHS, mas quase ninguém aproveitava. A idéia de integrar som e vídeo em um único equipamento só foi compreendida com o surgimento do DVD. Mas já podia estar acontecendo há muito tempo. Lembro que, quando comprei meu aparelho de videodisco, o vendedor perguntou se meu televisor era estéreo. Respondi: "não é e não precisa, eu vou ligar o áudio direto no amplificador". Eu sempre achei "televisor estéreo" uma grande bobagem, pelo menos enquanto as transmissões (ao menos em Porto Alegre) forem em mono. Só por causa do DVD, videodisco ou videocassete Hi-Fi Estéreo, não precisa comprar. Liga direto na entrada auxiliar do equipamento de som. É o que o anúncio no começo da fita VHS explica como fazer, com desenho e tudo.

segunda-feira, março 05, 2007

Jornal do Almoço

O Jornal do Almoço, da RBS TV, está completando 35 anos. Eu tenho nas minhas gravações alguns trechos dos programas comemorativos dos 15 anos, em 1987. E como gravei também outras retrospectivas da RBS, já adianto: a imagem que eles mostram do Pedrinho Sirotsky é sempre a mesma, anunciando os Rolling Stones "de jovem para jovem". Essa eu tenho em dois programas diferentes. Até pode ser que tenham outras, mas é mais fácil reutilizar sempre a mesma das retrospectivas anteriores.

sábado, março 03, 2007

Volta às aulas

Ontem enviei uma mensagem rápida a minha antiga correspondente americana do tempo de adolescência. Hoje ela está casada, com filhos e, por coincidência, um deles também é autista. Mas é Síndrome de Asperger, o que é bem diferente da condição do Iuri. Comentei que março era época de volta às aulas no Brasil, mas não para mim, que já tive escola que chega. Depois de enviar a mensagem, comecei a lembrar o tempo do colégio. Mas, principalmente, a sensação do término do ano letivo. Ufa! Acabou! Agora só no ano que vem!

Até que um dia acaba mesmo. Para sempre. O último dia de aula é de fato o derradeiro. A sensação é de alívio, de liberdade. Mal dá pra acreditar que nunca mais nos preocuparemos com provas, com notas, com trabalhos e temas de casa. E no momento exato em que escrevo isto, sinto tudo aquilo de novo. Esse é o lado bom de concluir um curso. Certa vez li uma certidão emitida por uma faculdade que dizia mais ou menos assim: "Certifico que o aluno Fulano de Tal eliminou as disciplinas abaixo." Ora, coloquialmente até se fala dessa forma, mas num documento redigido pela própria instituição? Desde quando uma matéria é eliminada? Uma matéria é aprendida, absorvida, incorporada ao currículo e ao conhecimento. Mas a visão de que uma disciplina é um estorvo, uma barreira a mais a ser transposta até chegar ao diploma, acabou sendo registrada num certificado oficial. Em suma, atestaram que o aluno livrou-se das matérias.

O que provavelmente não percebíamos é que, enquanto precisávamos nos preocupar com notas, com trabalhos e temas de casa, tínhamos pai e mãe para nos dar casa, comida e roupa lavada. Não precisávamos pagar conta da luz, de telefone, aluguel, condomínio, roupas. Alguns de nós ganhávamos mesada! Puxa, dinheiro limpo, isento de imposto, com destinação exclusiva para o lazer! Quantas revistas e discos de vinil eu comprei unicamente com o dinheiro da mesada! Mas o que mais dá saudade é do convívio com os colegas. Da hora do recreio, da hora da saída, das reuniões na casa de um e outro para fazer os trabalhos. Tinham as festinhas, também. Às vezes me pergunto o que nos impede de fazer hoje tudo o que fazíamos naquela época. E aí me dou conta que, no tempo do colégio, meus compromissos eram bem menores. Só a freqüência e as provas. Nada mais. Como já escrevi aqui uma vez, não é a maturidade que nos torna adultos, é a falta de tempo. É preciso muito tempo livre para ser criança.

Não estou reclamando da vida adulta. Hoje vivo do meu jeito, como gosto, e não quereria voltar à antiga situação. Mas algumas coisas dão saudade e o colégio é uma delas. Muita gente já voltou à sala de aula e outros devem começar na semana que vem. E devem estar pensando que acabou a moleza. Ah, realmente, férias do tempo de colégio é outra coisa. Dois ou três meses de folga não é para qualquer um. Mas dá uma pontinha de inveja de imaginar a turma se reunindo no pátio antes de entrar para a sala.

Não tenham medo da vida de adulto. Ela é ótima quando a gente sabe conduzi-la. E tem suas vantagens. Mas aproveitem o tempo do colégio. E o de Faculdade, também. O convívio da sala de aula é único e especial.

Boa volta às aulas.

sexta-feira, março 02, 2007

Eu li!

Manchete da Zero Hora de ontem:

População gaúcha deve encolher a partir de 2024

Puxa, e eu, que já não sou muito alto, com que tamanho vou ficar? Será que tudo vai encolher proporcionalmente? Não dá pra encolher só na barriga?