sábado, julho 28, 2018

Bossa Nova & Companhia fechando no Rio

Fico sabendo por meu amigo Célio Albuquerque (sentado à minha frente na foto acima, à direita) que a loja Bossa Nova & Companhia (onde aparecemos aí) está fechando no Rio de Janeiro. Hoje é seu último dia. Eu estive lá em 24 de agosto do ano passado para gravar um depoimento sobre os Secos e Molhados, para um documentário sobre a MPB de 1973 que deverá ir ao ar no Canal Brasil. Lembro que, pelo nome, imaginei que fosse um bar. Chegando lá, constatei ser na verdade uma poderosa loja de CDs, DVDs, livros e tudo o mais relacionado a música brasileira. Um espaço realmente bonito e diferenciado para fãs da boa MPB. Acabei contendo meus impulsos consumistas e comprando apenas o CD de Gilberto Gil e Gal Costa ao vivo em Londres. É uma pena que esteja encerrando suas atividades. Ficava no lendário Beco das Garrafas. 

sábado, julho 21, 2018

Fim de semana

O frio voltou com tudo, ontem, em Porto Alegre, mas antes tivemos calor. Aquele famoso "veranico de inverno" de que só eu e os meteorologistas lembramos. E eu, finalmente recuperado de uma "pneumoniazinha" (conforme a médica que me atendeu no dia 6), aproveitei para dar duas caminhadas na área reaberta da Avenida Beira-Rio durante a semana. Nunca mais vou deixar de tomar a vacina da gripe. Não cheguei a ter falta de ar, propriamente, mas muita tosse e chiado no peito. Foi bastante desagradável.
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Está consumado: não tenho mais meu velho e-mail do Via-RS. Na tarde do dia 17 o webmail ainda funcionava normalmente. À noite, recebi a mensagem: "Usuário ou senha inválida." Eles ofereceram serviço de informação de e-mail novo a quem solicitasse, mas alertaram sobre a questão do spam. Por isso mesmo, não quis. Já alterei meus dados em todos os cadastros que lembrei e informei os amigos. Quando meu colega Edson Campos me convidou para o Gmail em 2004, nunca imaginei que ele viria a se tornar o meu único e-mail. Está funcionando bem. (P.S.: Acabo de ler no site do Via-RS que "a competência de caixa postal do mês de julho/2018 não será cobrada". Dessa forma, o serviço encerra como iniciou para mim em 1996: gratuito no mês corrente.)
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Os fãs de David Bowie ficaram atiçadíssimos porque, nessa semana, foi anunciada a quarta caixa da série que está relançando a obra do músico em vinil e CD. Já se sabia que seria usado o título de uma de suas músicas, como nos três volumes anteriores, mas ficava-se imaginando qual seria. "Loving the Alien" tinha sido o meu primeiro palpite - certeiro, como se vê -, mas depois fiz um "jogo triplo" acrescentando "Shining Star" e "Dancing With the Big Boys". O período abrangido (1983-1987) é considerado o artisticamente mais fraco da carreira de Bowie, mas foi importantíssimo em termos de popularidade. Aqui o cantor lançou sua rede sobre uma nova geração de fãs, lotou estádios, chegou à capa do Time e conquistou as pistas de dança, em especial com "Let's Dance" em 1983. Uma curiosidade é que o álbum Never Let Me Down de 1987, tido como o pior de todos, teve sua base inteiramente regravada com novos músicos (mas o original também está na caixa). Eu acho que uma boa remixagem já teria sido suficiente, mas vamos esperar para ouvir. O lançamento será no dia 12 de outubro (presente de Dia da Criança para os fãs brasileiros), mas a nova versão de "Zeroes" já pode ser adquirida nas plataformas digitais. Detalhes aqui.
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Não sei como anda o mercado de audiobooks no Brasil, mas tive a grata surpresa de encontrar "Saga Brasileira, a Luta de um Povo por sua Moeda", de Miriam Leitão, à venda no site americano Audible. As 17 horas de narração foram encaradas por Cláudia Jones. É a história de como o Brasil finalmente conseguiu superar a hiperinflação, depois de fracassados planos econômicos. Terminei de ouvir nessa semana. Agora estou escutando "Never Stop Walking", de Christina Rickardsson, a moça que passou a infância em caverna e favelas brasileiras até ser adotada por uma família da Suécia. O texto original foi escrito em sueco, mas estou ouvindo uma tradução para o inglês.
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Bom fim de semana a todos.

domingo, julho 15, 2018

Tá chegando a hora

É amanhã a data oficial para o encerramento dos serviços do Via-RS, o meu principal provedor de e-mail desde 1996. Já atualizei meu cadastro em diversos sites, mas alguns eu terei que ver depois como faço. Passar toda a minha correspondência eletrônica para o Gmail dá uma sensação de colocar num único quarto o que estava em dois. No início, tudo parece meio amontoado, mas vou me achando. Tem um lado bom: a partir de amanhã, dezenas de spammers vão bater com o nariz na porta!

sexta-feira, julho 13, 2018

Lembranças musicais de adolescência

Mais uma vez, inicio um relato se ter certeza do ano em que aconteceu, mas digamos que seja 1974. Eu tinha 13 anos. O pai de um amigo da turma, vizinho de andar, tinha viajado para a Itália. E o filho, com muita visão, pediu que o genitor lhe trouxesse discos de sucesso naquele país. E foi assim que três singles importados e desconhecidos no Brasil entraram em nossas vidas. Nosso amigo tinha tape deck, então íamos na casa dele para fazer gravações e acabávamos descobrindo essas preciosidades.
Um deles continha o tema do filme "Emmanuelle", que por tantos anos esteve proibido no Brasil. O compacto de Pierre Bachelet acabaria saindo em edição nacional bem mais tarde, mas com um lado B diferente do que conhecíamos. Era justamente o "outro lado" que mais curtíamos e até escutávamos ocasionalmente em nossas "reuniões dançantes": "Emmanuelle En Thailand". Aqui está um trecho (a versão do disco continha uma pequena introdução semelhante ao tema principal que, aqui, foi cortada):


Outro disquinho vindo direto da Itália para o deleite de nossa turma era "Nessuno Mai", da cantora Marcella (também conhecida como Marcella Bella). O lado A era uma canção estilo dançante que acabaria ganhando uma versão em inglês do grupo de Eurodisco Boney M, intitulada "Take The Heat Off Me". Ouçam o original:
Mas a nossa turma tinha um fraco por "música lenta" e, novamente, foi o lado B que cativou a todos: a linda balada "Per Sempre".


Por fim, o single do grupo Gli Alunni del Sole trazia uma canção ainda mais suave e envolvente de nome "Jenny e la bambola" (ou apenas "Jenny", como aparece em relançamentos em CD). Arrisco dizer que essa era a preferida da turma entre todas as citadas. Ouçam:
O lado B só não deu tanto Ibope porque tinha pouco mais que um minuto e meio. Pouco tempo para dançar, que era um de nossos indicadores de qualidade para avaliar baladinhas. Mas era bonito, também (cliquem aqui para ouvir no YouTube).

Naquela época, é bom frisar, era muito difícil comprar discos importados em Porto Alegre. Da Itália, então, praticamente impossível. Quem conseguisse itens assim do exterior realmente podia dizer que "só ele tinha". E assim essas músicas mais ou menos exclusivas fizeram parte da trilha sonora de nossas adolescências.

Mas a aldeia global da Internet facilita tudo. Primeiro, com o Google, que me permitiu localizar as informações exatas dos disquinhos em questão apenas com os títulos das músicas, que eu nunca esqueci. Depois, com as lojas on-line. A princípio, contentei-me com essas duas primorosas coletâneas em álbuns do iTunes. Mas sou apaixonado pelo formato compact disc e tive que ir atrás das edições físicas. A compilação de Alunni del Sole é uma edição dupla e, a de Marcella Bella, tripla. É uma pena que cada CD tenha apenas 12 faixas. O álbum de Marcella, por exemplo, talvez coubesse numa edição dupla. Mas o importante é que aqui estão "Jenny", "Nessuno Mai", "Per Sempre" além de outras canções maravilhosas que eu não conhecia. E assim, as músicas de minha adolescência que "só nosso amigo tinha" estão devidamente incorporadas à minha coleção, na pureza do som digital.

Ah, sim, faltou "Emmanuelle En Thailand". Essa fica pra mais tarde.

sexta-feira, julho 06, 2018

Brasil fora, etc.

Eu juro que não estava nos meus planos ignorar a Copa este ano. Mas foi o que acabou acontecendo. A cada jogo do Brasil eu tinha um trabalho a fazer bem na hora, então deixava o televisor ligado às minhas costas. Se acontecia um gol, eu me virava para ver o replay.

Já hoje foi diferente. Minha postagem anterior foi o passeio pela área reinaugurada da Avenida Beira-Rio. Entusiasmado com o sol e temperatura de 20 graus, fui de camiseta de manga curta e bermuda. Talvez se eu tivesse apenas feito a minha caminhada em ritmo acelerado, como era o plano original, não teria havido maiores consequências. Mas acabei parando para fotografar e o fim de tarde foi trazendo uma temperatura mais baixa. O resultado é que passei a semana toda tossindo e com chiado no peito.

Hoje pela manhã, cansei de esperar que o problema se resolvesse apenas com própolis e nebulizações: fui à emergência do Hospital Mãe de Deus. Tive que fazer raio X e exame de sangue e já estou tomando antibiótico. Isto me dá uma bela desculpa para ficar mais um tempo sem atualizar o blog: "estou de atestado"!

Enfim, cheguei em casa às duas da tarde, ainda tinha um trabalhinho para terminar e às cinco horas sairia para buscar meu filho. Então o que fiz bem na hora do jogo do Brasil? Tentei dormir um pouco. Nem liguei a TV. Pelo silêncio na vizinhança, imaginei que o placar estivesse zero a zero. Ao levantar, conferi no Clicrbs e já estava dois a zero. Não me passou pela cabeça que ninguém iria comemorar ruidosamente os gols do adversário. Quando vi que o Brasil marcou um, aí sim, liguei a televisão para acompanhar o finalzinho. Mas não deu. 

Já houve um caso anterior em que não vi um jogo inteiro do Brasil em Copa do Mundo transmitido pela TV (descontada a Copa de 70, em que eu tinha nove anos, ainda não gostava de futebol e acabei assistindo somente a metade da seminfinal e depois toda a final): foi em 1990. No horário do primeiro jogo da Seleção, eu e minha então esposa estávamos voltando de Brasília a Porto Alegre, de avião. 

A verdade é que, depois do penta, Copa do Mundo perdeu a graça, para mim. Antes existia o desafio de conquistar um título sem Pelé. Mas não só isso. Lembro bem da emoção que foi para mim rever os jogadores da Seleção de 1970 em seus respectivos times brasileiros no chamado Robertão (Torneio Roberto Gomes Pedrosa), antecessor do Campeonato Brasileiro. Já há bastante tempo isso acabou. O futebol brasileiro está esvaziado e nossos craques estão todos na Europa. 

Por fim, faço coro ao consolo da maioria: pelo menos não foi sete a um... 

domingo, julho 01, 2018

Avenida Beira-Rio depois da reforma

Um domingo de sol, com 20 graus de temperatura, em plena estreia do mês de julho, já seria suficiente para chamar o público para os parques. Some-se a isso a reabertura da orla do Guaíba, na Avenida Beira-Rio, que ocorreu na sexta-feira, e o que se viu foi um formigueiro indo conferir de perto as obras. Minha intenção era dar uma caminhada, mas quando me deparei com a multidão, tive que ir mais devagar. Já prevendo isso, levei minha máquina fotográfica e tratei de registrar estas imagens. As fotos foram tiradas entre 15 e 30 e 16 horas, mais ou menos.
O fato em si de a Avenida Beira-Rio estar reaberta aos pedestres é motivo de comemoração. Mesmo assim, eu me pergunto se uma reforma assim tão ampla era realmente necessária. Vamos ver como a população se adapta às inovações. A parte de baixo, junto à margem, agora tem uma segunda opção de trilha para caminhada, mesmo assim senti falta de um acesso direto a partir da escada, sem precisar atalhar pela grama.
O público que lá estava hoje parecia bem entusiasmado. Um senhor chegou a comentar comigo, enquanto eu fotografava: "O único retorno do imposto é isto aqui!" Para mim, os grandes testes mesmo serão minhas caminhadas até o centro sozinho em dias de semana e com meu filho aos sábados, domingos e feriados.