sábado, abril 30, 2011

Expectativa

Se tudo der certo, breve devo estar reativando minha coleção de videodiscos. E com muito gosto e saudade. Meu aparelho Gradiente já não funciona há alguns anos, inclusive com peças faltando. Mas... vamos ver. Estou bem entusiasmado com a perspectiva. Sobre o formato, escrevi um texto para o Collector's Room no final de 2008, que vocês podem ler aqui.

Liberdade com responsabilidade

No fim, o abaixo-assinado contra o programa da MTV chegou mais de 8.700 assinaturas. Esse número pode aumentar, mas vejo que o crescimento dos votos já desacelerou bastante. Mas o que importa é que o objetivo foi atingido. O recado foi dado e o apoio recebido foi comovente. Sei que muitos de vocês não necessariamente assinaram a petição "porque eu pedi", mas principalmente porque concordaram com o protesto. Mesmo assim, como pai de um menino autista, agradeço o engajamento de todos.

É curioso que algumas vozes se rebelaram, alegando cerceamento de liberdade de expressão e condenando a chamada "patrulha do politicamente correto". Concordo que às vezes ocorrem excessos nesse sentido. Há casos em que falta espírito esportivo para aceitar bem uma piada, como, por exemplo, quando o Casseta e Planeta começou a debochar dos gaúchos. Mas, a meu ver, o quadro "Casa dos Autistas" incorria numa falha bem mais grave: desumanidade. Eu teria uma opinião semelhante se o alvo da sátira tivessem sido os deficientes físicos, por exemplo.

O fato é que nós, brasileiros, vivemos por muito tempo sob um regime de censura e repressão. Então hoje passamos por uma situação inversa em que, não raro, perdemos a noção de limite. É o famoso "quem nunca comeu mel, quando come se lambuza". E aí ouvimos no rádio músicas como aquela dos Devotos de Nossa Senhora Aparecida (as iniciais são "P.N.S.C") ou "Tô Tristão", do Casseta e Planeta. Não vai muito longe: em 1995, crianças de todo o Brasil cantavam: "Fui convidado pruma tal suruba..." Meninas de menos de oito anos sabiam de cor as letras dos Mamonas Assassinas sem nem mesmo entender o que significavam. Não estou criticando, eu achava os Mamonas muito divertidos. Mas que era inusitado, era. Lembro de uma garota em Santa Catarina, uns sete anos no máximo, cantando todo o "Vira Vira" ao microfone, no restaurante do hotel. Hoje, já adulta, ela deve lembrar a cena e pensar: "Ui! Como dói..."

De vez em quando aparece alguém se fazendo de vítima no Orkut porque foi expulso de uma comunidade. "Não existe democracia, o moderador é um ditador, blá blá blá..." Mas, quando se vai ver o que o pobre injustiçado fez para sofrer tão rigorosa sanção, fica-se estarrecido. Um dos proscritos entrou na comunidade dos fãs de um astro da Fórmula 1 para chamá-lo de "piloto de bosta". Outro encheu de desaforos o moderador por ter excluído uma mensagem postada em tópico indevido, de acordo com as regras da comunidade. Eu próprio já afastei um inconveniente de minha comunidade sobre Mario Quintana por ofender um dos membros, chamando-o de mentiroso e o desafiando de forma agressiva a "provar" que realmente se encontrara com Elena Quintana. Tempos depois esse mesmo integrante ofendido me apresentou à sobrinha do poeta e rimos muito lembrando o episódio. Retirar de um ambiente uma pessoa que não sabe se portar não é abuso, é respeito aos demais.

Pois, da mesma forma, tirar do ar esse programa horroroso da MTV também é uma questão de respeito. Eu próprio sou contra a censura, como fiz questão de dizer na mensagem que enviei a meus amigos do Orkut, pedindo apoio. Mas para tudo existe um limite. Hoje que vivemos numa democracia, precisamos aprender a exercer a liberdade com responsabilidade.

quinta-feira, abril 28, 2011

Facilidade

Como bom brasileiro, estou fazendo minha Declaração de Renda em cima da hora. Fiz uma descoberta fantástica: é possível copiar e colar os valores dos demonstrativos em PDF diretamente para os campos dos formulários do programa da Receita. Copiar de arquivo PDF "selecionável" é fácil. Para colar depois é só dar o tradicional "Ctrl V". Infelizmente não consegui fazer o mesmo com números de CNPJ.

terça-feira, abril 26, 2011

Abaixo-assinado

Caros amigos, existe um programa humorístico na MTV chamado "Casa dos Autistas". É uma das coisas mais imbecis e preconceituosas que já se veicularam em rede nacional. Se quiserem, procurem no YouTube e confiram. É o tipo da estupidez em que, se eu não tivesse visto com meus próprios olhos, não acreditaria.

Uma colega da comunidade "Eu tenho um(a) filho(a) autista" criou um abaixo-assinado, mas cometeu o erro tão comum dos usuários da Internet: não verificou para ver se alguém já não tinha tido antes a mesma ideia. E, realmente, existe um abaixo-assinado anterior "bombando" no site. É este aqui:

http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N9211

Está com 5.782 assinaturas no momento em que escrevo. Por favor, assinem e ajudem a divulgar. Se acham que estou pregando a censura em causa própria, por causa do meu filho, vejam o programa vocês mesmos e avaliem se é algo que merece continuar no ar. Sinceramente, agora sei o verdadeiro significado do "M" de MTV.

P.S.: O programa pode ser visto aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=-1sFU_b9bt0

Acho curioso que algumas pessoas estão comentando no YouTube que a piada se tornou desrespeitosa porque "se estendeu demais". Como assim? Eu só consegui assistir a 20 segundos, que foi o tempo que levou para aparecer o primeiro ator, e nem quis ver mais nada! Falta de respeito independe do tempo de duração.

P.S. (2): A manifestação já surtiu efeito, como se vê aqui. Mesmo assim, acho que, quem ainda não assinou e concorda com o protesto, deve assinar.

domingo, abril 24, 2011

Picanha estilo Lupicínio

Um colega meu costumava chamar o bife do boteco ao lado de 007. Eu quase pensei em dar o mesmo nome a uma picanha que escolhi por engano, pois me pareceu bonita, mas acho que fica mais patriótico chamá-la de picanha Lupicínio Rodrigues.

Nervos de aço!

Páscoa

Uma ótima Páscoa a todos! Que seja um momento de mudança para melhor para quem precisa e que tudo continue igual para quem está naquela de "se melhorar, estraga". Não é errado querer ser mais feliz, mas não podemos deixar de enxergar as coisas boas que já temos. E que as coisas ruins se resolvam logo. Vou parar por aqui antes que eu me perca num longo discurso de pieguice. Bons chocolates!

sexta-feira, abril 22, 2011

Livro "A Cura da Morte"

Tive o privilégio de ler "A Cura da Morte", de meu amicíssimo Luiz Bonow, ainda no final de 2004, quando o texto havia sido apenas concluído. Se não houve mudanças no enredo, a história se passa em Curitiba, onde Bonow reside há vários anos. Na época, ficou pra mim a impressão de ser uma mistura de "Matrix" (um segredo de grandes proporções sendo guardado durante anos por um grupo seleto) com "Highlander" (a imortalidade). Bonow ainda acrescentou à trama um projeto com o qual ele próprio sonha, que é a eliminação total do dinheiro físico. Fico orgulhoso de saber que meu amigo de adolescência, que tinha apenas 15 anos quando o conheci via rádio PX (Faixa do Cidadão), vai agora lançar seu primeiro livro em grande estilo e com o aval de uma editora. É uma pena que eu não possa estar lá, em Curitiba, para o lançamento. Mas quem puder, não deixe de prestigiá-lo. E o pessoal de outros estados já fique de olho para encomendar o livro assim que estiver disponível.

terça-feira, abril 19, 2011

Pijama virtual

Ontem tive um momento de pieguice no Facebook. Vi a foto do perfil de uma amiga virtual e achei-a tão triste que não resisti: escrevi a ela sugerindo que trocasse a imagem. Que, mesmo que fosse só impressão, não estava me fazendo bem vê-la daquele jeito. Ela respondeu surpresa que eu tivesse notado e colocou outra foto melhor.

É curioso como algumas pessoas, até inconscientemente, expressam seus sentimentos pela Internet. Mesmo que seja numa simples foto, como foi o caso. Quanto a mim, às vezes até coloco uns "emoticons" no meu perfil do Orkut. Ou alguma frase que transmita a sensação daquele instante. Mas, em geral, procuro escolher uma foto de alto astral. Já houve quem me achasse muito sério neste rosto que aparece no blog. Mas, ainda que não pareça, eu estava dando um sorrisinho de leve. Tem outra foto dessa mesma "sessão" em que eu estou bem mais sério. Já chega o dia-a-dia, em que meus olhos me traem. Todos ao meu redor notam se estou bem ou mal, por mais que eu capriche num sorriso. Na Internet até se disfarça melhor.

Uma crítica que já ouvi muitas vezes é que não me mostro de forma verdadeira aqui no Blog. Ora, é claro que, neste espaço, não vou extravasar minhas raivas mais íntimas, minhas decepções, minhas tristezas pessoais. Não vou falar das situações em que perdi a cabeça e acabei usando palavras de baixíssimo nível, que nem por piada eu escreveria aqui. Não vou expor a bagunça do meu apartamento. Não vou publicar fotos que, em minha opinião, revelem meus piores ângulos. Não vou contar pra vocês das vezes em que até chorei, pois, acreditem, homem chora. Eu, pelo menos, choro.

Você vai trabalhar de pijama? Acho que não, né? E isso não significa que esteja sendo falso. Existe o lugar e o momento para tudo. Às vezes, nas entrelinhas, numa frase, numa foto estrategicamente escolhida, até faz bem dividir um pouco o que se sente na Internet. Mas com moderação. Defeitos, todos temos. Não é pecado tentar escondê-los, ao menos em público. Aqui, procuro mostrar minhas qualidades. Como não sou perfeito, nem sempre consigo. Mas jamais me apresentarei a vocês de pijama, nem mesmo virtual.

Falhas na NET

Desde que contratei o pacote Combo da Net, nunca tinha tido problemas. Até a semana passada. Agora "pegou a moda" de dar "tilt geral" no serviço. Para a maioria das pessoas, o mais difícil seria ficar sem televisão e telefone, presumo. Para mim, faz falta mesmo é a Internet. No mínimo, eu a uso para constantes pesquisas de palavras e expressões no Google. Justamente por causa dessas falhas é que eu gosto de ter o máximo possível de conteúdo "pesquisável" no meu HD. Sei que a tendência é para que o local e o remoto se fundam e a diferença passe a ser "transparente" para o usuário. Mas, com a possibilidade de falha a qualquer momento, isso ainda não é possível, pelo menos não no Brasil. Então o jeito é ter dicionários e enciclopédias instaladas em disco para uma emergência.

terça-feira, abril 12, 2011

Bom te ver, Alice Cooper!

Publicado originalmente em 2006 no International Magazine, por ocasião do lançamento desse DVD no Brasil.

Alice Cooper já tem uma videografia expressiva em DVD: "Welcome to My Nightmare" (show de 1975), "Trashes the World" (1990, por enquanto só importado, embora já tenha saído no Brasil em VHS), "Brutally Live" (2000), "Special Edition EP" (três clips da TV alemã entre 71 e 72) e o ótimo documentário "Prime Cuts". Mas estava faltando um show em vídeo do tempo em que o nome Alice Cooper significava não um cantor, mas um grupo. A formação era: Michael Bruce e Glen Buxton nas guitarras, Dennis Dunaway no baixo, Neal Smith na bateria e um tal de Vince Furnier no vocal. Foi com esses nomes que a banda apresentou inicialmente os seus integrantes. Mas quando os desinformados começaram a perguntar onde estava a cantora chamada Alice Cooper, os músicos, de comum acordo, resolveram que Vince adotaria para si o mesmo nome do grupo. "E assim criamos um monstro", conclui Michael Bruce em seu livro "No More Mr. Nice Guy – The Inside Story of The Alice Cooper Group".

"Good to See You Again, Alice Cooper" foi filmado durante shows em Dallas e Houston, no Texas, em abril de 1973. Mas a produção total foi concluída em 1974 com a encenação de esquetes humorísticos com atores, os quais aparecem entremeados às cenas de shows. Felizmente o DVD tem uma opção de ver somente as músicas, já que os trechos de comédia são arrastados e, admitamos, pouco engraçados (a menos que você seja adepto do humor tipo "quanto pior, melhor", que às vezes pode cair bem). Não admira que a edição original logo tenha sido substituída por outra, mais enxuta, em que os esquetes deram lugar a cenas curtas de filmes antigos e uma entrevista de Alice. Essa versão chegou a sair em VHS em 1986 por um obscuro selo alemão e cópias circulam bastante entre colecionadores. Outra diferença são as músicas que se ouviam nos créditos de abertura e encerramento, que eram respectivamente "Never Been Sold Before" e "Hard-Hearted Alice", gravações de estúdio do LP "Muscle of Love", de 1974. No DVD, foram usadas "No More Mr. Nice Guy" e "My Stars", do próprio show.

Um dos extras do DVD é o recurso de olhar todo o filme com comentários de Alice Cooper. Esse é um item de conferência obrigatória para os fãs (felizmente, foi legendado). Na cena inicial, que mostra a banda em estúdio cantando "The Lady is a Tramp", as observações de Alice são esparsas e superficiais. Mas não desista: no momento em que o show começa, o papo esquenta e o cantor faz uma verdadeira auto-análise mais de 30 anos depois. Articulado e bem-humorado, ele conta detalhes de bastidores, lembra fatos de 1973 relacionados à banda e até cita a vinda ao Brasil em 1974, onde Alice Cooper, o grupo, realizou seus últimos shows.

Os truques de palco eram bem sofisticados para 1973. Alice Cooper foi talvez o primeiro a fazer uso de teatralidade no rock: um echarpe que se transforma em bengala em "Elected" ("2,98 em qualquer loja de mágica", ele debocha nos comentários), uma gigantesca broca de dentista e uma atriz fantasiada de dente em "Unfinished Sweet" (que teve um trecho censurado no filme, mas aparece nos extras), bonecas decapitadas em "Dead Babies" e a tradicional guilhotina em "I Love the Dead". Ah, sim: tem também a lendária jibóia em "Sick Things". Alice conta em sua autobiografia "Me, Alice", publicada em 1976, que estava ensaiando com uma cobra nova, deixando que ela se acostumasse com ele e a temperatura de seu corpo, quando o animal se enroscou em seu torso e já iniciava o aperto fatal, até que ele conseguiu chamar por socorro.

Em geral os fãs não atentavam para o fato de Alice Cooper ser o nome de um grupo e não de um solista. Para eles, Alice Cooper era o cantor e os músicos o acompanhavam. A vinda ao Brasil confirmou essa percepção, inclusive por parte da imprensa. Enquanto o vocalista era cercado por repórteres, os demais circulavam livremente. Em 1975, Alice lançou seu primeiro disco solo, "Welcome To My Nightmare". Quando o segundo, "Goes To Hell", de 1976, estourou com a balada "I Never Cry", que nada tinha a ver com o velho estilo, ficou evidente para todos, inclusive para os ex-integrantes, que a banda tinha acabado. Em 1977, Michael Bruce, Dennis Dunaway e Neal Smith formaram o Billion Dollar Babies e soltaram o álbum "Battle Axe". Não deu certo.

Alice teve problemas de alcoolismo e seu tratamento inspirou o disco "From the Inside", de 1978. Talvez a bebida o tenha ajudado a não se importar com as críticas. Seja como for, sua postura "tô nem aí" o projetou como um autêntico personagem de terror tipo "filme B" do rock, sem pretensões de reconhecimento. Com isso, ele conquistou a imprensa musical mais elitista. A Rolling Stone chegou a publicar uma edição especial sobre ele em 1975 enquanto o Kiss, por exemplo, até hoje nunca foi sequer capa da revista. Com exceção da sobriedade, algumas baladas e um flerte com a new wave em 1980, Alice Cooper se manteve sempre o mesmo: roupas de couro preto, cabelo comprido, maquiagem em torno dos olhos muito rock e circo de horrores no palco. Este DVD é um raro registro do grupo e de como tudo começou. (Que fim levou o vídeo-tape de um dos shows do Brasil, exibido na época, em que Alice Cooper cuspia na lente da câmera?)

sexta-feira, abril 08, 2011

CDs mal acondicionados

Em minha entrevista para o site Collector's Room, fiz um comentário sobre a forma como os CDs estão sendo acondicionados nessas superedições que agora são tendência, incluindo CD, DVD, vinil, livros, fotos, reproduções de ingresso e o escambau: em "escaninhos". Pois a foto acima é um exemplo disso. Os CDs, que deveriam ser os "astros principais" do pacote, são enfiados de qualquer jeito, como se viessem de brinde. Sim, é uma forma de economizar espaço. Mas não gosto. Como disse, prefiro as box sets à moda antiga, que tinham CD com caixinha e tudo dentro sem abrir mão da qualidade da embalagem externa. E também não vejo necessidade de incluir vinil nesses pacotaços. Poderiam lançar edições separadas em vinil em CD, para cada um comprar o formato que preferir.

A imagem acima é da edição especial de "Breakfast in America", do Supertramp. Para ler o comentário de Ricardo Seelig a respeito, cliquem aqui. E para ler uma nota que eu mesmo publiquei aqui no Blog sobre essas edições exageradas, cliquem aqui.

quarta-feira, abril 06, 2011

Entrevista minha na Collector's Room

Fui entrevistado por Ricardo Seelig (Cadão) para o site Collector's Room, que já publicou alguns textos meus. O tema é a minha coleção de discos. De tempos em tempos eles entrevistam colecionadores para a seção "Minha Coleção" e agora foi a minha vez. Para lê-la, cliquem aqui.

Sorte de hoje

Minha "sorte de hoje" do Orkut diz: "Aquele que pergunta é tolo por cinco minutos, mas aquele que não pergunta permanece tolo para sempre." Eu não conhecia essa frase, mas ela diz com outras palavras o que eu falei certa vez a um estagiário a quem estava ensinando serviço: "Por trás de toda a pergunta boba existe uma dúvida boba. Então escolhe: ou faz a pergunta boba, ou fica com a dúvida boba."

terça-feira, abril 05, 2011

O encontro das "Ritas Pavones" brasileiras

Em janeiro, tomei conhecimento do trabalho da menina Aline, de São Paulo, no Orkut. Ela postou vídeos no YouTube fazendo covers bem convincentes da italiana Rita Pavone. Gostei tanto que indiquei os clips para a cantora Enza Flori, que era a cover brasileira de Rita nos anos 60 e canta até hoje. Como eu previa, Enza adorou a moça e manifestou vontade de conhecê-la. Voltei ao Orkut e retransmiti o recado para Aline (cliquem para ampliar e ler, se for preciso):

Pois não é que esse encontro acabou acontecendo? Foi registrado no vídeo abaixo:



Ótimas as duas! Se qualquer uma delas vier a Porto Alegre para um show, estarei lá para vê-las. E me sinto meio "padrinho" desse encontro. Para ver mais vídeos da Aline, é só procurar neste mesmo canal do YouTube.

domingo, abril 03, 2011

Fui chupado!

Vocês sabem o que significa "chupar" em linguagem jornalística? Então aprendam com um exemplo: este blog aqui "chupou" um texto meu. E na versão antiga, ainda por cima, provavelmente a que está no Whiplash. Maquiou a redação original, acrescentou uma ou outra ilustração, mas os dados foram todos levantados por mim. E ainda teve a cara de pau de dizer: "Apenas estou elucidando os fatos como eles realmente aconteceram. Tudo depois de muita pesquisa, é claro". Sim, claro. Só não disse quem fez a pesquisa!

Não é o primeiro caso em que alguém "se serve" desse meu texto, mas da outra vez fui pelo menos citado como uma das "fontes".

Diagnóstico de autismo

A mãe do Iuri acabou de me ligar dizendo que houve manifestação pelo Dia Mundial da Conscientização do Autismo no Parque da Redenção, em Porto Alegre, e que haverá outra junto à chaminé do Gasômetro. Mas vou ficar por aqui mesmo com ele, fazendo nossa programação normal.

Mas isso me faz lembrar outro assunto que já pensei em comentar aqui no Blog: a questão do diagnóstico. Todos os pais de crianças autistas passam por um período de indefinição. Percebe-se que o filho tem alguma deficiência, mas não se tem certeza do que se trata. Neste momento, é inevitável sonhar com um alarme falso. Que tudo não passe de um susto e breve o filho ou filha esteja se desenvolvendo normalmente. E com certeza acontecem muitos desses casos. Mas também não se deve fugir do problema ou fingir que ele não existe.

É comum nesta hora buscarmos opiniões de pessoas nem sempre qualificadas. Parentes, amigos, gente mais próxima. Infelizmente, isso de pouco adianta. De que vale, por exemplo, um colega seu dizer que seu filho é normal, se ele, o colega, não é um especialista? Depois de um certo tempo os pais ficam confusos, pois Fulano diz que está tudo bem, Beltrano também, Cicrano já acha que pode haver alguma deficiência e o saldo de todas esses palpites é um "achismo" que não ajuda em nada.

Desconfiou que algo pode estar errado com seu filho? Procure um médico especializado e faça o quanto antes uma bateria de testes.

Mas existe outra questão. Mesmo com acompanhamento médico, alguns pais continuam ansiosos, pois exigem do profissional um diagnóstico completo e definitivo. É autismo? Não é autismo? É autismo leve ou severo? Meu filho vai falar? Vai poder levar uma vida normal? Falar, muitos autistas falam. Alguns desenvolvem um padrão de comportamento bem sociável, até. Mas isso pode gerar esperanças de que a criança venha a frequentar escola normal. Muitos pais forçam a barra, tentando criar uma ilusão de normalidade para seus filhos especiais. Isso só resulta em mais frustrações.

Meu filho, no caso, é não-verbal. Mas já tive contato com outros pais, já conversei com especialistas, então conheço um pouco as diversas situações. Com base nas minhas experiências e observações, deixo aqui alguns conselhos:

- Não fiquem ansiosos por um diagnóstico definitivo. Se ficou comprovado que seu filho tem alguma deficiência, iniciem logo um tratamento. E deixem o tempo mostrar o quanto a criança poderá evoluir ou não. Por mais competentes que sejam os médicos, eles não têm bola de cristal. É praticamente impossível prever o quanto uma criança autista de dois ou três anos poderá progredir.

- Alguns pais relutam em aceitar que seus filhos tenham autismo, embora a deficiência seja evidente. Lembro uma mãe que disse que ficou "contente" quando um médico lhe disse que o seu filho tivera na realidade uma "depressão infantil". Mas isso não mudou em nada a condição do menino. Na verdade, o autismo é diagnosticado pelos sintomas, não pela causa, que em muitos casos é desconhecida. Certa vez li uma analogia que achei perfeita: seria como se a cegueira fosse descrita como a "tendência de andar devagar, esbarrando em objetos". Porque esses são os sintomas. Então não adianta ficar indo de médico em médico na esperança de que algum deles diga o que a gente quer ouvir. Fugir do rótulo "autismo" não vai alterar em nada o desafio e a missão que se tem pela frente. O importante é começar logo o tratamento.

- Enfim, retomando o que escrevi ontem: aceite e ame o seu filho como ele é. Lembre-se: autismo tem tratamento, mas não tem cura. A cura é a aceitação. Aprenda a ser feliz com seu filho, sem lamentações, sem "coitadismo". E bola pra frente!

sábado, abril 02, 2011

Dia do Autismo

Hoje é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo (World Autism Awareness Day), criado pela ONU. Como pai de um menino autista, fico feliz com qualquer esforço que venha a ser positivo e benéfico para portadores dessa condição. Mas, aqui, cabe aquele surrado clichê que se usa bastante no Dia das Mães: não basta um dia, tem que ser todos os dias. Mesmo assim, é bom que haja um "lembrete" no calendário.

Muitas vezes, pensei em escrever sobre autismo aqui no Blog. Em dividir minhas opiniões com outros pais na mesma situação Mas aí examinava minha história recente e pensava: que moral tenho eu para dar conselhos? Nem ao menos vejo meu filho todos os dias! Não sou mau pai, tenho certeza disso, mas estou longe de ser um modelo. Falhei, cometi erros e nem sempre priorizei minhas responsabilidades paternas ao tomar decisões. Mas não abandonei meu filho. Inclusive, neste exato momento, ele está ouvindo música ali no meu quarto. Ele mesmo me trouxe o CD para que eu o colocasse.

Então, assumindo minhas humanas imperfeições, gostaria de, finalmente, falar sobre uma questão que considero importantíssima, que é a aceitação. Aceitar de verdade, de alma, de coração, acolher de braços abertos o filho especial. Não confundir com "conformar-se" ou "resignar-se", que são coisas bem diferentes. Às vezes vejo pais ansiosos por um milagre. Certa vez conversei com a mãe de um menino autista que, além de negar a condição do filho, me contou que todo o final de ano era de tristeza, pois "ainda não tinha sido daquela vez" que o garoto tinha se curado. Quando surgem notícias de avanços nas pesquisas, sinto-me gratificado em ver o interesse dos cientistas pela questão, mas também lamento pelas falsas esperanças que podem ser disseminadas.

Há momentos em que a condição do meu filho pode causar incômodos. Ontem à noite, por exemplo, ele não queria dormir. Acabou pegando no sono às 4 da manhã. Os passeios com ele têm que ser sempre nos mesmos roteiros. Impor limites também é complicado: já levei tapas no rosto e até mordidas no braço. Mas o sorriso dele, os beijinhos que ele dá apenas encostando os lábios, o carinho do abraço dele, faz tudo valer a pena. E para cada uma pessoa intolerante que cruza o nosso caminho, encontramos dezenas que nos recebem com amor e paciência. Nunca vou esquecer de uma moreninha que trabalhava na Taba, no Shopping Praia de Belas, há muitos anos. Ela gostava tanto do Iuri que até presente de Natal deu para ele uma vez.

Por isso, pais e mães de crianças autistas, como bem disse a minha irmã, o milagre é a aceitação. Esses são os nossos filhos. Eles nos amam incondicionalmente, portanto merecem receber o mesmo sentimento. No meu caso, não recomendo a separação para ninguém. Mas, se acontecer, não deixem de ser pais. Mantenham a parceria nessa missão comum. Aqueles que dizem que a mãe do Iuri nunca me afastou dele por conveniência não conhecem a história de esposas separadas que vão à Justiça para tirar até a cueca de seus ex-maridos, mas não deixam que vejam os filhos. Eu e ela continuamos unidos por um filho comum. E eu me dou bem com os irmãos dele que não são meus filhos. Deixo vocês com uma imagem do meu filho dormindo, na minha casa. Fotografei com tripé, aproveitando que ele estava bem queitinho, parado.

Dorme tranquilo, eterna criança. Os anjos da guarda do céu e da terra cuidam de ti.

sexta-feira, abril 01, 2011

Comentário googlado

Às vezes alguns visitantes do Blog ficam em dúvida se eu tomarei conhecimento dos novos comentários caso sejam postados em tópicos antigos. Sim, sem problemas. Sou avisado por e-mail quando isso acontece. E também era assim no tempo do Haloscan. Podem postar lá nos primórdios do Blog, que eu ficarei sabendo.

Pois hoje alguém chegou neste tópico aqui e saiu escrevendo:

OLA.EU SOU FLAMENGUISTA DO INTERIOR DE SP,ENFIM ACHO QUE FLAMENGO AGIU COM O ADRIANO COMO UMA CRIANÇA QUE TOMARAM O DOCE DA MAO DELA E A MAE FALA QUE COMPRAR OUTRO DOCA E ELA NAO QUER...

Esse é apenas o começo de um longo discurso sobre um assunto que, confesso, desconheço totalmente. Mas, caso alguém se interesse, é só dar uma chegada lá para ler o texto completo e participar da discussão. O que me deixou intrigado é: por que ele veio justamente aqui para postar esse comentário? Sim, o tema do tópico onde ele fez a postagem é futebol. Mas nada a ver especificamente com Flamengo, Adriano e afins. Resolvi conferir no Site Meter como ele descobriu o meu Blog. Foi digitando no Google:

quero fazer comentarios em sites esportivos

A famosa turma do "quero-quero", como eu chamava no tempo em que compilava mensalmente as "googladas incautas". Enfim, se ele quer, seja feita a sua vontade. Mas acho que bateu na porta errada.