quarta-feira, junho 14, 2006

Comentário esportivo

Mesmo no tempo em que eu me interessava por futebol, não sabia analisar um jogo. Tem gente que gosta de assistir à partida pela TV ou mesmo no estádio ao mesmo tempo em que ouve pelo rádio. Eu sempre fiz isso porque dependia do Ruy Carlos Ostermann para saber quem estava jogando melhor. Sem o comentário dele, eu não tinha a mínima idéia do desempenho nem dos times, nem dos jogadores. Lembro de uma partida a que fui assistir sem rádio na adolescência, depois fiquei perdido quando amigos me perguntaram sobre a atuação de Fulano ou Beltrano. Futebol para mim é acompanhar para que lado chutam a bola e torcer para que entre no gol do adversário. Sempre lembrando que os times trocam de lado no segundo tempo.

Se eu tivesse que escrever um comentário sobre o jogo de ontem, teria que apelar para clichês. Poderia dizer, por exemplo, que a Croácia fez uma "marcação homem a homem". Ninguém vai me acusar de sexismo por isso, né? Afinal, é futebol masculino – se fosse feminino seria "mulher a mulher". O time adversário "ocupou os espaços". O Brasil "decaiu de produção" no segundo tempo. O goleiro Dida teve "uma atuação correta", sempre "bem colocado" (pra mim ele teve sorte de terem chutado justamente onde ele estava, mas tudo bem). Mas um termo que eu acho sensacional quando é usado em futebol é "explosão". Faltou "explosão" ao Brasil no segundo tempo. Que fim levou a fogueteira, aquela que jogou um fogo de artifício no Maracanã em 1989 depois posou nua para a Playboy? Ela tinha que ser chamada para soltar umas bombas.

Até hoje não consigo entender o que significa uma "bola bisonha". Inclusive o meu pai usava essa expressão. Um dia ainda vou entrar numa loja de esportes e pedir que me mostrem uma. Rio muito quando ouço dizer que o juiz marcou "perigo de gol". Essa, sem dúvida, é uma das tiradas mais geniais criadas pelos jornalistas esportivos. Mas como os narradores conseguem identificar os jogadores? Os goleiros é fácil, porque usam camisetas de cor diferente (só por isso), mas os outros? Às vezes alguns ganham tempo, dizendo "passa para o jogador de número 4 que é..." e aí consultam sua planilha. Mesmo assim, tenho que admirar. Com a bola em jogo, não reconheço nem os jogadores do meu time.

Enfim, o Brasil ganhou. Isso é o que deveria importar. Mas a torcida está triste porque o time fez uma "atuação fraca". Teve "dificuldade de penetração" (epa!). Deixou o adversário "gostar do jogo" (essa também é ótima). Faltou "finalização". Por aí. Tenho que ouvir mais o Ruy para me atualizar.

3 Comments:

Anonymous Fernanda Melo said...

adorei
hoje vou fazer comentar por uma rádio, um jogo do time daqui da cidade
vamos ver agora né
abraços, Fernanda Melo
Montes Claros, MG, 14/08/2010

10:22 AM  
Anonymous Anônimo said...

OLA.EU SOU FLAMENGUISTA DO INTERIOR DE SP,ENFIM ACHO QUE FLAMENGO AGIU COM O ADRIANO COMO UMA CRIANÇA QUE TOMARAM O DOCE DA MAO DELA E A MAE FALA QUE COMPRAR OUTRO DOCA E ELA NAO QUER,O ADRIANO PRECISAVA MUITO QUE O FLAMENGO ABRAÇASE ELE NESTE MOMENTO DIFICIL QUE ELE ESTA PASSANDO..AS VEZES PRECISAMOS DEIXAR O PROFISSIONALISMO DE LADO E AGIR UM POUCO COM O CORAÇAO PRA QUEM FEZ MUITO PELO FLAMENGO..TOMARÁ QUE SE TORNE CORINTIANO IGUAL O FENOMENO..E O VANDERLEI QUER SER MAIS ESTRELA DO QUE OS JOGADORES SERÁ QUE NINGUEM PERCEBE ISSO..INDIGNADO DE BARRETOS ABRAÇOS..

1:21 PM  
Anonymous Anônimo said...

adriano eu sou flamenguista ..
mais vc foi injustiçado por aquela merda do varderlei que quer ser mais estrela do que os jogadores seja mais um corintiano igual o fenomeno vc merece..indignado de barretos..

1:25 PM  

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