segunda-feira, outubro 31, 2005

Virei boleteiro

Calma! Não é o que vocês estão pensando! Leiam até o fim.

Fiz o acordo com o Credicard. Minha dívida será parcelada em 12 vezes e, por esse período, meu cartão será bloqueado. Na verdade, o que mais me incomodava na perspectiva de ficar um ano sem poder usar cartão de crédito não era a perda da perigosa e tentadora faculdade de “pagar depois”. Isso até vai ser um bom exercício de administração do orçamento: só gastar o que se tem. (Bem, sempre existe o cheque pré-datado...)

Mas a grande libertação que o cartão de crédito representou para mim foi a de poder fazer compras à distância. Mesmo antes da era da Internet eu já usava esse recurso pelo correio normal. Com a introdução do cartão de crédito internacional, passei a fazer encomendas de lojas dos Estados Unidos e Inglaterra cujos endereços e catálogos eu obtinha em revistas importadas. Quando surgiu a Internet, bom, aí virou covardia. Passei a contar com lojas e sebos virtuais do mundo inteiro ao alcance das teclas. Acho que comprei mais livros em meus seis primeiros anos de Internet do que em toda a parte anterior da minha vida.

Só quem é colecionador sabe a agonia que é depender exclusivamente das lojas físicas, dos vendedores que sabem pouco e pensam que sabem muito, da turma do “podemos encomendar” e do “não chegou ainda”. É verdade que uma compra via correio também acarreta em espera, mas pelo menos o produto chega com certeza e o prazo é confiável. Nisso, aliás, é preciso elogiar a evolução das lojas virtuais brasileiras: já atualizam corretamente seus bancos de dados de forma que, se um item aparece como disponível, vai ser entregue com certeza. E dentro do prazo prometido.

Sem poder usar cartão de crédito, imaginei que voltaria ao velho martírio de percorrer as lojas à cata de algum livro, CD ou DVD que aparentemente só eu conheço. Muitas vezes imprimi a capa para mostrar ao vendedor. É impressionante como essa tática faz melhorar o atendimento, pois aí ele acredita que existe mesmo, ainda que a loja não tenha. Mas não vai ser preciso. Felizmente, a maioria das lojas virtuais trabalha com boleto bancário. Basta imprimi-lo para pagar no banco ou, melhor ainda, digitar o código de barras no site de “Internet Banking”. No momento em que o sistema da loja apropria o pagamento, envia a encomenda da mesma forma. Resolvido! Virei boleteiro, isto é, usuário de boleto bancário.