quinta-feira, dezembro 15, 2005

Rocky, um vencedor

Chegou a minha caixa da série "Rocky", com Sylvester Stallone. Agora que já garanti a minha, sinto-me à vontade para indicar: o melhor preço que encontrei foi na Submarino. Mas não custa dar uma conferida nas outras lojas.

Meu gosto por cinema não é refinado. Às vezes consigo apreciar um clássico como "Cidadão Kane" ou analisar a complexidade (ou não) de certos personagens, mas em geral quero mesmo é me divertir. Por isso, sou fã do pugilista Rocky Balboa, criação integral do ator e roteirista Sylvester Stallone. Rocky é o protótipo do bom sujeito: simples, bom caráter, perseverante, apaixonado e fiel à sua mulher. Os personagens secundários também conquistam a simpatia do espectador, como a introvertida esposa Adrian (Talia Shire) e o excêntrico treinador Mickey (Burgess Meredith).


A história de Rocky se confunde com a de Sylvester Stallone, que virou celebridade da noite para o dia. O ator não aceitou uma oferta para vender seu roteiro sem que ele próprio vivesse o papel principal. O filme ganhou o Oscar em 1976, mas nunca esqueci uma cena que vi em um documentário sobre os prêmios da Academia. No momento em que se anunciaria o melhor ator de 1976, Stallone aguarda com um indisfarçável sorriso de "já ganhei". Quando se ouve o nome de Peter Finch (que estrelou "Rede de Intrigas", mas faleceu antes da cerimônia, sendo o prêmio recebido por sua esposa), o astro de "Rocky" engole em seco e não esconde sua decepção.

A caixa traz os cinco filmes da série. Nota-se que os roteiros de Sylvester Stallone pecam por alguns clichês, mas isso acaba tornando as estórias ainda mais divertidas. Por exemplo, com relação às lutas, os personagens vão do desânimo ao entusiasmo total motivados por algum mero detalhe. A esposa Adrian é quem se encarrega de animar o marido quando ele pensa em desistir. Também é comum Rocky desviar o foco de seu objetivo principal até perceber o erro e retomar o rumo certo. Isso acontece tanto em sua carreira de lutador quanto no seu papel de pai em "Rocky V". Há também um certo exagero nas atitudes inesperadas de Apollo Creed, que aparece como inimigo nos dois primeiros filmes, depois aliado no terceiro e por fim decide voltar ao ringue na quarta produção. Claro, tudo em nome do entretenimento.

Nem todos os filmes da série "Rocky" foram bem aceitos pela crítica e nem todos as atuações de Sylvester Stallone foram bem sucedidas. Mas apesar das críticas de que ele é um ator limitado, que sempre faz o mesmo personagem com outro nome, eu simpatizo com o trabalho dele. Gosto também do primeiro "Rambo" (só do primeiro, First Blood no original) e também de "Condenação Brutal" (Lock Up). Mas nada se iguala à série "Rocky". O que estará fazendo hoje o personagem Rocky Balboa? Eu iria ver um "Rocky VI" sem pensar duas vezes.