Objetividade visual
Eu sempre achei que, se um dia tivesse um site na Internet, ele teria um design simples e funcional. Não era totalmente contra a idéia de um fundo de cor clara ou com uma imagem bem esmaecida, que não prejudicasse o contraste. Mas jamais encheria de babados, animações e efeitos inúteis. Ou menus incrementados, de acionamento dinâmico, que nem sempre levam onde se quer chegar. Talvez seja um ranço do tempo em que meu computador era um "lentium" 75MHz e páginas muito cheias de recursos acabavam travando o acesso. Reconheço que algumas animações em Shockwave Flash são verdadeiras obras de arte. Mas será que elas são realmente necessárias? De que adianta você entrar em um site todo sofisticado, cheio de firulas, e não encontrar o que procura?
Esse raciocínio vale para outros meios visuais, também. O Power Point, por exemplo. Tem gente que não entende que o objetivo do software é proporcionar uma ferramenta ágil e versátil para preparação de apresentações. Acham que estarão valorizando o resultado final se transformarem seu trabalho em uma demonstração de todas as opções de entrada de caracteres na tela. Aí, para agonia de quem gosta de ler com rapidez, cada letrinha vai caindo suavemente e ocupando seu lugar na frase. Outras entram da esquerda para a direita. Outras surgem aos poucos. Lá pelas tantas você já não presta mais atenção no conteúdo. Fica no suspense: como entrarão as próximas letras? Virando cambalhotas? Dando tirinhos? Surgindo do nada?
No primeiro ano de vida do meu filho, como não tenho camcorder, contratei alguém para gravá-lo em VHS em duas ocasiões. Mas, na primeira, esqueci de avisar ao cinegrafista que o que eu queria ver na fita era o meu filho, não os recursos da câmera e da ilha de edição. Aí, quando vou rever a gravação, tenho que aturar aquele bonequinho da Maggie Simpson se sobrepondo à imagem. Ou a aparição de legendas não solicitadas, tipo "Parabéns papai e mamãe!" Na segunda sessão de gravação, consegui a muito custo chegar a um acordo: só os recursos da câmera. Nem esses eu queria, mas foi o meio-termo com que tive que me contentar após alguma argumentação. Não há santo que convença os videomakers de fundo de quintal que esses efeitos não acrescentam nenhum diferencial, pelo contrário, demonstram um amadorismo constrangedor. Assim, consegui me livrar dos bonequinhos e das legendas, mas não escapei da imagem congelando e se dividindo em nove quadrinhos mostrando rigorosamente a mesma coisa.
Voltando ao blog, fico feliz que, mesmo por acaso, a minha idéia de que a simplicidade visual é mais eficaz tenha sido confirmada pelos visitantes. Eu até ia dar uma retocada em alguns detalhes, mas não vou mais. Fica o template do Homem Invisível, mesmo.
1 Comments:
Eu gosto de ler desde criança, lia tudo o que caía nas mãos. Livros de romance, bulas de remédio e até o jornal Gazeta Mercantil, calhamaço de economês que existia.
O resultado é que leio rápido, principalmente após um curso de leitura dinâmica.
Compartilho o seu desespero ao ler os Power Point que aparecem. Minha tática é a seguinte: se recebo por email, nem abro. A exceção fica por conta daqueles que meus pais ou irmãos enviam, mas nestes casos abro dentro do programa Power Point (não dou dois cliques) e assim leio os slides já completos, sem as firulas.
Se é uma aula ou palestra, aí não tem jeito... É tomar guaraná, coca-cola ou café e torcer pra não dormir.
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