quarta-feira, outubro 31, 2007

Aguardem

As "googladas incautas" de outubro vão ter que esperar um pouco mais, talvez até amanhã. Já estão todas anotadas, mas sem comentários, não tem graça publicar. Esperem um pouco mais. Vai valer a pena, surgiram algumas "pérolas" bem originais.

terça-feira, outubro 30, 2007

Um ídolo que não esquece os fãs

No começo dos anos 80, quando Falcão ainda jogava no Roma e o Correio do Povo pertencia a Breno Caldas, o jornal publicou um bonito texto do cronista esportivo Lauro Quadros, que hoje está na RBS. Falcão tinha vindo a Porto Alegre e Lauro fez uma bela homenagem ao craque por sua postura acessível e receptiva, mesmo com toda a fama conquistada. Nesse quesito, comparou-o aos "reis" Roberto Carlos e Pelé, lembrando que este último um dia estava às suas costas numa sala de imprensa e virou-se dizendo: "Esta voz eu conheço!"

Pois todos os elogios feitos por Lauro Quadros a Falcão eu repito para Kleiton Ramil. Ele mesmo, da dupla Kleiton e Kledir. Um músico extraordinário, habilidoso no violão e no violino. Grande compositor, que já teve músicas gravadas por, entre outros, Nara Leão e MPB-4. Também ótimo cantor, interpretando suas músicas com leveza e emoção. Sua voz foi eternizada em sucessos como "Vira Virou" e "Deu Pra Ti". Entre 80 e 84, no auge do sucesso, ele e Kledir mal conseguiam andar na rua, tamanho era o assédio. Nessa época, descreveu a fama com uma "loucura bonita". Mas nada disso afetou sua atitude simples e carinhosa com os fãs.

Eu já entrevistei Kleiton e Kledir por tabela, com perguntas que foram repassadas à dupla pelo editor do International Magazine, Marcelo Fróes. Mas meu primeiro contato direto com Kleiton não teve nenhuma relação com meu trabalho esporádico como jornalista. Simplesmente, ele deixou um recado em meu mural no Orkut comentando uma mensagem minha que tinha lido na comunidade dos Almôndegas. Depois disso, refizemos contato algumas vezes. Ele perguntou se eu tinha a letra de "Macchu Picchu", de Hermes Aquino, que ele estava com saudade de tocar a música. (Músico é assim: quando tem vontade de ouvir alguma música, ele mesmo a toca!) Até que, quando houve uma sessão fechada para lançamento do DVD ao vivo, ele me convidou.

Compareci na data e local combinado. Kleiton foi superatencioso comigo, apresentando-me aos demais colegas como "o cara que sabe tudo de Almôndegas". O guitarrista Zé Flávio deu um sorriso malicioso e disse: "tudo ele não pode saber!" Só imaginei no que ele pensou naquele momento. Quando Kleiton estava me apresentando para a irmã dele, Branca, apareceu ninguém menos do que o Prefeito José Fogaça, velho amigo e parceiro da dupla. Concluídos os cumprimentos de praxe, Kleiton fez questão de retomar a apresentação do ponto em que havia interrompido.

Ontem, segunda-feira, foi o dia do lançamento do livro dele, "Sonhos e Sonhadores – Caminhos do Inconsciente", na Feira do Livro. A palestra mediada pelo jornalista Renato Mendonça estava marcada para as 17 e 30, mas começou com um pequeno atraso. Quando Kleiton entrou na sala, abraçou alguns conhecidos, acenou para outros e ao passar por mim, bateu no meu ombro e disse: "Tudo bem?" Até fiquei em dúvida se ele lembrava de mim "de algum lugar" ou sabia quem eu era. Tive a resposta quando houve a abertura para perguntas. Peguei o microfone e ele disse: "Fala, Emílio!"

Talvez eu não devesse me impressionar com essas atenções, ainda mais na era da Internet. Mas continuo sendo, e acho que sempre serei, acima de tudo, o fã. O fanático por música. O adolescente que ouvia os Almôndegas na Rádio Continental nos anos 70 e comprava, no máximo, um LP por mês nas lojas da Galeria Chaves com o dinheiro da mesada. E, mesmo com jornalistas, não são todos os artistas que se mostram solícitos. Já a simpatia de Kleiton não é apenas comigo. Todas as pessoas que tiveram contato com ele contam histórias semelhantes sobre a atenção que ele dedica aos fãs.

Aí vocês perguntam: e Kledir não é legal? Claro que é! Falei rapidamente com ele no lançamento com DVD e fui recebido com um caloroso sorriso. E assim como eles, há outros artistas igualmente desprendidos, espontâneos, que valorizam a aproximação de seus admiradores. Renato Barros (de Renato e Seus Blue Caps) é assim. Nunca tive contato com Gilberto Gil, mas dizem que também é boa gente. Também já ouvi elogios a atitudes de Benito di Paula. Pessoas assim merecem todo o sucesso que conquistaram e mais um pouco, pois não esquecem que tudo isso só foi possível graças ao público. E sabem retribuir sempre que a oportunidade aparece.

Agora, me desculpem, mas esta dedicatória eu tinha que exibir. Vocês também não fariam o mesmo?



"Test-drive" de livros e discos

Hoje, na Feira do Livro, vi um cliente folheando "1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer" e fiquei interessado. O conteúdo e a diagramação, vistos de relance, me atraíram. Pensei: vou esperar um pouco e dar uma olhada no livro, também. Mas o sujeito, que parecia regular de idade comigo, não esboçava o menor sinal de que iria largar o volume de mais de mil páginas. Examinava cada uma delas com calma, tranqüilo, sem pressa nenhuma. Resolvi dar uma volta em outras barracas para voltar depois.

Isso me lembrou de algo que acontecia nos anos 70, quando eu ainda não havia descoberto o prazer da leitura (exceto gibis), mas já comprava discos. Naquele tempo, as lojas tinham cabines onde a gente entrava para ouvir os LPs e compactos. Eu normalmente escutava três LPs e levava um. Hoje é possível ouvir trechos de CDs pela Internet, mesmo, mas na era do vinil, não existia essa facilidade. Quase sempre eu ia com amigos que escutavam comigo os LPs dentro da cabine. E eles ficavam indignados porque, se fosse eu a comandar o toca-discos, não deixava a agulha por muito tempo na mesma faixa. Alguns segundos eram suficientes para saber se uma música me agradava ou não. Se não me cativasse na hora, eu passava para a faixa seguinte. Se gostasse, compraria o disco para ouvi-lo em casa, com calma. Não via sentido em perder tempo, mas meus amigos ficavam possessos. Um deles, certa vez, reclamou: "Eu quero ouvir o som, mas tu não deixa!"

Alguns anos depois, outra experiência me convenceu de que eu era minoria. De que era normal alguém pegar um disco para ouvir na loja e demorar uma eternidade. Encontrei um LP dos Ramones por oferta e avisei a um amigo meu que era fã do grupo. Levei-o até a loja, inclusive. Aí, ele pediu para escutar o LP. Isso foi bem no comecinho dos anos 80, quando as cabines já tinham sido substituídas por fones de ouvido. Meu amigo colocou os fones, posicionou a agulha na primeira faixa e esqueceu da vida. Quando já devia fazer dois minutos que ele estava ali, ouvindo a mesma música, eu próprio comecei a ficar constrangido. A moça da loja interveio: "Não dá pra ficar ouvindo muito tempo!" Ele, com toda a calma, respondeu: "Quero ouvir bem a música." Então percebi que, o que para mim era apenas um "test-drive", para outros era a chance de "curtir um som", como se dizia na época.

Voltando à Feira do Livro: depois de algum tempo, retornei à mesma barraca. Lá estava o cidadão ainda folheando o livro que me interessara. Desisti de esperar. Procurei uma vendedora que estivesse mais para o lado, longe dele, e perguntei:

- Quanto é o livro que aquele senhor está folheando?
- Vou ter que pedir licença pra ele para olhar o preço.
- Mas vocês só têm aquele ali? Aquele eu não quero, está usado!

Acabei comprando em outra banca. Nunca cronometrei o tempo que eu levo examinando um livro, mas acho que sou rápido como no tempo dos discos: bato o olho e já sei se vai me agradar ou não. E raramente erro. É verdade que existem lojas que pecam pelo extremo oposto, mantendo seus produtos lacrados ou não permitindo que compradores em potencial folheiem livros ou revistas. Mas que tem gente que abusa, tem.

segunda-feira, outubro 29, 2007

Mistério

Hoje, de uma hora para outra, cessaram os acessos ao blog via busca do MSN - aqueles que chegavam na foto da Alessandra Negrini. Os últimos aconteceram pela manhã, vários em seqüência, como vinha ocorrendo. De repente, parou. Com isso, o número de acessos de hoje vai ficar um pouco acima de 300. E amanhã deve voltar à antiga média de 250. Estranhíssimo. Outubro de 2007 vai entrar para a história do blog com o "mês do pico".

P.S: Deve ter sido uma falha temporária. As buscas via MSN voltaram ao normal.

Livro do Kleiton

Hoje foi a sessão de autógrafos do livro "Sonhos e Sonhadores", de Kleiton Ramil. Ele era o único dos "três Ramil" (os outros dois são Kledir e Vitor) que ainda não tinha publicado um livro. E o tema me atrai. Aqui mesmo, no blog, já escrevi sobre sonhos, muito antes de saber que Kleiton iria abordar o tema. Foi no texto "Os sonhos e as surpresas", em março de 2005. Além de uma citação rápida ao assunto em "O prazer de dormir", em outubro de 2004. Mas Kleiton realmente pesquisou sobre o assunto, desde que começou a anotar seus sonhos, aos 20 e poucos anos. Vai ser uma leitura interessante.

sábado, outubro 27, 2007

Rádio Sem Fronteiras

Enquanto aguardamos ansiosamente o dia 29 de novembro para prestigiar o lançamento do livro "Continental: a Rádio Rebelde de Roberto Marinho", a pedida é conferir outro projeto do autor da obra, o jornalista Lucio Haeser. Em princípio, a "Rádio Sem Fronteiras" não tem o compromisso de reproduzir o "estilo Continental", por assim dizer. Mas já que o livro vem aí, Lúcio incluiu na programação algumas gravações exclusivas da saudosa 1120 AM, como "Aos Anos 70" do Utopia (de Bebeto Alves), "Testamento" dos Almôndegas (de Kleiton e Kledir, música nunca lançada em disco) e muitas outras. E de tempos em tempos roda a característica do noticioso "1120 é Notícia". Só que, em vez de notícia, ouve-se o depoimento de algum dos entrevistados para o livro falando sobre a Continental. Do tempo da Ipanema FM dos anos 80, Lucio conseguiu cinco gravações inéditas dos Engenheiros do Hawaii. E rodam também muitos rocks e outras músicas escolhidas a dedo. Para sintonizá-la em seu PC, escolha um dos links abaixo.

Windows Media Player
Winamp
Real Player
Quicktime

quinta-feira, outubro 25, 2007

De quinta para sexta

Hoje finalmente fui conferir a exposição comemorativa dos 50 anos da RBS (na verdade 50 anos da compra da Rádio Gaúcha por Maurício Sirotsky e sócios, mas tudo bem - a RBS mesmo surgiu depois) na Usina do Gasômetro. Apesar da falta de ar condicionado, foi uma visita interessante. Gostei da mesa em que se projetam as primeiras páginas de todas as edições de Zero Hora à escolha do freguês. Mês e ano podem ser escolhidos em um teclado ao lado. Depois, é só tocar na imagem à esquerda ou à direita que as capas vão se sucedendo. Infelizmente eu não sabia a data exata em que minha irmã apareceu, mas olhei outras coisas. Sem traumas, revi, por exemplo, a participação de falecimento do meu pai em 1984. O desfile dos gaúchos em Brasília em novembro de 1976 (eu estava lá, assistindo). O AI-5 em dezembro de 1968. A morte de John Lennon em dezembro de 1980. Todas as datas marcantes que eu lembrava com exatidão, procurei.

É interessante também uma sala com um "sofazão" (epa!) onde se pode assistir a documentários curtos sobre temas diversos. Escolhi a reportagem sobre a morte de José Antônio Daudt. Pena que não consegui prestar atenção na parte final, pois o ambiente foi invadido por uma horda de adolescentes que se atiraram no "sofazão" sem o menor interesse pelo que estava sendo exibido. Mas captei a essência. Incrível como a RBS mantém sua postura sobre o caso mesmo depois que já houve o julgamento. A expressão de Lasier Martins enquanto assiste ao júri na tela de um notebook não deixa dúvidas. Mas é coisa julgada. Eu, particularmente, acho que o desfecho foi justo. Lamento apenas que o assassino não tenha sido encontrado.

Em outra sala, podem-se ver trechos de noticiosos antigos, como, por exemplo, o da inauguração do Beira-Rio. Mas a RBS não dispõe da imagem do gol de Claudiomiro. Acho que só o Canal 100 tem. Eu esperava encontrar nessa ala também uma notícia sobre a Feira do Livro de 1969, original da Leopoldis-Som, em que o locutor é meu irmão João Carlos Pacheco, mas não constava da mostra. Em compensação, meu outro irmão, Júlio César Pacheco, é citado numa parede onde aparecem os nomes de "Comunicadores de Destaque dos Últimos 50 Anos".

Por falar em RBS, comecei a ler o livro "Lembra do Transasom", de Marcelo Ferla e Pedro Sirotsky. Na página 55, é citada uma música composta por Pedrinho no começo da adolescência, "Homem Não Faça a Guerra", que tirou segundo lugar em um festival do Colégio Israelita. Eu lembro dessa composição. Pedrinho a cantou no programa infantil "É Tempo de Bondade", apresentado por Helinho Wolfrid. Era uma espécie de gincana entre creches assistenciais e uma das tarefas era trazer alguém com menos de 15 anos que já tivesse composto uma música para apresentá-la. Lembro bem do Pedro cantando, acompanhado por duas amigas ao violão: "ele queeeer... a liberdade". O livro cita um trecho da letra.

A Feira do Livro começa nesta sexta-feira, mas não gastem todo o dinheiro. Guardem um pouco para o livro de Lúcio Haeser, "Continental, a Rádio Rebelde de Roberto Marinho", que infelizmente só vai sair depois. Mas o lançamento já tem data e local: 29 de novembro, uma quinta-feira, na Livraria Cultura do Borboun Country, em Porto Alegre. Vai ser o evento do ano. E quem não conferiu ainda o site promocional, é só clicar aqui. A página já foi citada no Correio do Povo e nos sites dos jornalistas Cláudio Humberto e José Luiz Previdi, entre outros.

Nos vemos na Feira do Livro.

terça-feira, outubro 23, 2007

Pensamento da hora

Dinheiro não traz felicidade, mas compra livros, CDs e DVDs.

segunda-feira, outubro 22, 2007

Preguiça mental

Nova moda no Orkut: quando alguém concorda com o que você escreveu, copia a mensagem sem mudar nada e posta novamente com um número ao lado. É mais uma forma de participar sem usar o cérebro.

Nova moda no Orkut: quando alguém concorda com o que você escreveu, copia a mensagem sem mudar nada e posta novamente com um número ao lado. É mais uma forma de participar sem usar o cérebro. (2)

Nova moda no Orkut: quando alguém concorda com o que você escreveu, copia a mensagem sem mudar nada e posta novamente com um número ao lado. É mais uma forma de participar sem usar o cérebro. (3)

domingo, outubro 21, 2007

Trapalhadas de sexta à noite

Na sexta-feira à noite, eu e minha namorada decidimos ir ao cinema, no Shopping Praia de Belas. Mas constatamos que não tinha mais papel higiênico em casa. Não dava tempo de comprar e voltar para deixar em casa. E no final da sessão o supermercado estava fechado. Ela ficou indignada:

- Então vamos ter que entrar no cinema com o papel higiênico?
- Ah, se alguém notar a gente diz que sempre faz isso. Que não confia no papel higiênico do banheiro público, então sempre leva um rolo de casa.

Quando estávamos na fila do supermercado para pagar, ela pediu licença e disse que ia ver outra coisa. Pensei: como ela é esperta. Vai escolher alguma coisa para disfarçar o papel higiênico dentro do saquinho. Dali a pouco, lá vem ela com um pacote de modess!

Assistimos ao filme "Tropa de Elite". É muito bem feito, mas pesadíssimo. Se você não gosta de violência, não assista. Ou leve o papel higiênico.

sábado, outubro 20, 2007

Opção de escolha

Até que me provem o contrário, considero "opção de escolha" um pleonasmo dos brabos. Inclusive, ele encabeça a pequena lista que já publiquei aqui em janeiro de 2005. Pois agora ele está sendo usado no comercial da Vivo, com Marília Gabriela. A Vivo oferece mais "opções de escolha" ou coisa que o valha. Então tá.

quinta-feira, outubro 18, 2007

As aparências enganam

É impressionante como existem assuntos dos quais eu não entendo nada. Relógios de pulso, por exemplo. Nunca me interessei em ficar olhando relógios em vitrine. Há anos uso um Casio digital com cronômetro, bem baratinho, por sua praticidade. É um hábito que ficou dos meus tempos de corredor. Quando o primeiro que eu tinha parou de funcionar, comprei outro praticamente igual. Mas um dia desses, por curiosidade, resolvi examinar um site estrangeiro de relógios de pulso. Foram poucos os que achei realmente bonitos. Mas um detalhe me surpreendeu – e muito.
Se por qualquer motivo algum lojista ou empresário quisesse me presentear com um relógio e me pedisse para escolher entre os três modelos acima, eu ficaria em dúvida entre os dois redondos - o do meio e o da direita. Essa linha Calvin Klein Bold foi a única que verdadeiramente me agradou de todas as que olhei. E se ele dissesse: "se está em dúvida, pode escolher dois", eu pegaria os dois Calvin Klein, bem feliz. Poderia trocar de relógio a cada dia conforme a roupa.

Pois é... Só que os modelos que eu escolheria custam cerca de 150 dólares cada um. Já o da esquerda, que eu refugaria, sai por 11 mil dólares! É um Cartier Santos Dumont. Se eu achasse um desses na rua, talvez trocasse por alguma bugiganga no Brique da Redenção, em Porto Alegre. Ainda mais quando percebesse que ele funciona a corda. Por que eu quereria um relógio antiquado quando posso ter um movido a quartzo? Definitivamente, eu não entendo nada de relógios de pulso!

terça-feira, outubro 16, 2007

Seção de cartas

Os comentários do blog estão disponíveis para quem quiser ler, mas eu, como dono da página, posso vê-los em ordem cronológica inversa no site do Haloscan. Em outras palavras, se alguém hoje postar um comentário a um texto lá do começo, ele aparecerá para mim entre os mais recentes. Aliás, esta é uma das curtições de se ter um blog: os textos ficam disponíveis para consulta permanente. Quando se menos espera, eles recebem um comentário. Por exemplo: quando faleceu o músico Fernando Ribeiro, no dia 10 de agosto de 2006, publiquei uma homenagem aqui. Pois no dia 29 de setembro deste ano, recebi a seguinte mensagem:

Pesquisando sites, descobri este teu blog.

Fui casada com o Arnaldo [Sisson, letrista e parceiro de Fernando] e acompanhei as gravações dos dois discos do Fernando/Arnaldo. Concordo que a qualidade das músicas e letras são ótimas, mas a produção e os arranjos do Geraldo Flach não estavam à altura destes dois geniais gaúchos. Seria muito interessante se algumas dessas músicas fossem regravadas.

Estava assinado por Rossana. Ela se referia a minha observação de que o segundo LP de Fernando Ribeiro não teve a mesma qualidade de produção do primeiro, em razão das deficiências típicas de uma gravadora pequena que era a Isaec.

Outro comentário, desta vez ao meu texto "
Clips bons eram os do ABBA":

Sem palavras... ABBA e' ABBA. =D

Babi

Na época da novela "América", em 2005, o tecladista Sérgio Sá apareceu como convidado especial. Aproveitei para comentar o fato de que, nos anos 70, ele gravava em inglês sob o pseudônimo de
Paul Bryan. Nesta semana este internauta chegou aqui procurando pelo nome dele:

KCT, esse é o Paul Bryan?? Porque ele não compôs mais, Listen é sensacional!!! Mas valeu pela informação!! Sempre quis saber quem ele era!

cj shamrock

O texto das geminianas continua dando ibope:

CARA ! Achei seu blog por um acaso ENORME ! Hahaha... Adorei o comentario sobre geminianas... Pura verdade ! Posso colocar no meu perfil do orkut?

Renata (Geminiana)

A revelação de que o texto "Os Votos" é na verdade de Sérgio Jockymann e não de Victor Hugo ou Frejat também atrai algumas visitas:

Acrescento que tomei conhecimento deste texto através da EPTV (Emissoras Pioneiras de Televisão/SP). Na época do Natal (não lembro o ano) eles prepararam um vídeo comovente com este texto e atribuindo a Victor Hugo!!! Creio que este vídeo tenha sido exibido em todo o estado de São Paulo.

Abraços

Miriam Lima

E as minhas férias em Capão da Canoa, em dezembro, continuam rendendo. Primeiro foi o proprietário do Yogurte Caseiro Gaúcho que me mandou um e-mail. Hoje veio este comentário:

Procurei na internet algo sobre o Pastelão de Capão e localizei teu blog. Esse restaurente era do meu falecido pai. A novidade é que será reaberto este ano, novembro/2007 no Passeio Kolman por nossa família.

Abraços,

Luiz Alexandre Markusons

Isso também é legal: muitas vezes, aqui no blog, manifestei minha saudade por coisas que, ou não existem mais, ou faz tempo que não procuro. Por trás desses objetos de nostalgia havia pessoas que não me conheciam pessoalmente, mas ficaram felizes de ver seus projetos reconhecidos. Como dois ex-integrantes de um grupo musical e um letrista, que ficaram comovidos com o que escrevi sobre o trabalho que realizaram há mais de 20 anos. Acabei me encontrando com eles em função disso. Percebi então que as pessoas gostam de ser lembradas. Às vezes a gente pensa - "ah, eles tinham fãs aos montes", ou clientes aos montes, ou qualquer outra coisa "aos montes". Mas nem todos manifestam a saudade e o reconhecimento. Quando a gente faz isso de forma espontânea e sincera, eles acabam dando uma resposta de satisfação. E se sentem gratificados.

Mas chega de viagem na maionese. Oportunamente, se houver material suficiente, publicarei uma nova "seção de cartas".

segunda-feira, outubro 15, 2007

Rapidinhas

Passei o feriadão com meu filho. A semana já recomeça atribulada. Falta tempo para escrever aqui.

Gostava mais de horário de verão no tempo em que eu trabalhava só à tarde. Agora, só vale a pena mesmo em dias bonitos, em que volto do trabalho a pé. Hoje choveu muito. Meu relógio biológico ainda não se adaptou.

Decidi que não vou apagar aquela foto da Alessandra Negrini. Deixa assim. É bom para movimentar o contador. Vai que eu me arrependa depois.

Estou terminando de ler a autobiografia da Pattie Boyd, ex-esposa de George Harrison e Eric Clapton. Depois, devo escrever uma resenha para o International Magazine.

Hoje cansei de ouvir as mais ridículas variações de piada sobre o Internacional. Uns dizem que o time vai trabalhar no correio, pois faz "entrega rápida". Outro disse que o Inter vai trabalhar em Santo Antônio da Patrulha "entregando rapadura".

Feliz Dia do Professor atrasado a todos os professores, uma categoria que eu admiro imensamente, como já registrei mais de uma vez por aqui.

Até mais.

sábado, outubro 13, 2007

Pra quem mora no Rio

Tá muito barato o ingresso desse show, vou ter que ter uma conversa com o empresário de Kleiton e Kledir. Os cariocas deveriam pagar bem caro pelo privilégio de assistir a essa fantástica dupla. Em todo o caso, está dada a dica: Kleiton e Kledir na terça-feira, dia 16 de outubro, às 20:30 no Canecão, Rio de Janeiro. Eu, infelizmente, não vou poder estar lá.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Quadrinhos

Não sei se é novidade, mas só hoje fiquei sabendo que a Panini lançou no Brasil duas edições especiais de séries originais americanas de quadrinhos clássicos. "Marvel Masterworks" é uma série de luxo com livros encadernados em capa dura, papel de boa qualidade e impressão a cores, reproduzindo velhas histórias dos heróis. O volume que vi para vender era o número 1 do Homem-Aranha, reeditando os doze primeiros gibis. Já "Showcase" é uma série mais barata da DC Comics em edição brochura, com páginas em preto e branco, mas mais do que o dobro de histórias. Na mesma loja, vi uma edição em português da Liga da Justiça, também com as primeiras histórias. Não sei se saíram outros volumes das respectivas séries. A Marvel também tem uma série equivalente a Showcase - aliás, foi ela quem lançou o formato - chamada "Essential", assim como a DC tem uma série de luxo semelhante a "Masterworks" de nome "DC Archives".

quinta-feira, outubro 11, 2007

No ar!

O livro "Continental, a Rádio Rebelde de Roberto Marinho", de Lucio Haeser, só deve sair no final de novembro, mas o site para divulgação já está no ar. O endereço é:

http://www.continental1120.com.br

Na verdade a data oficial do lançamento da página é terça-feira, dia 16 de outubro. É o dia em que Fernando Westphalen, o Judeu, completa 70 anos. Judeu foi o idealizador da Continental em sua fase áurea, que durou de 1971 a 1980. O site contém trechos do livro e também de gravações exclusivas que a rádio tocava, incluindo vinhetas. Algumas músicas estarão no CD que virá encartado com o livro. Mais detalhes vocês podem conferir no próprio site.

quarta-feira, outubro 10, 2007

Saudosismo

Na época em que a série de filmes "De Volta Para o Futuro" estava no auge (e merecidamente - é uma idéia certeira e muito bem executada), o editor da revista "Starlog" escreveu um belo editorial com o qual me identifiquei plenamente. Aliás, chegou a me surpreender. Basicamente, ele dizia que era possível, sim, viajar no tempo... através da música. Quem diria que, numa revista sobre cinema, eu iria encontrar um comentário sobre outra paixão minha ainda maior.

Hoje eu estava dando uma olhada rápida em alguns DVDs de músicos dos anos 80, como Huey Lewis and The News e Devo. No caso deste último, eram dois shows: um gravado em 1980, no começo da fama, e o outro em 2003. O vídeo consegue fazer essa mágica de envelhecer nossos ídolos 23 anos em questão de minutos. E o resultado, acreditem, é cruel. Já tinha experimentado uma sensação parecida ao assistir a um clip bônus do Blondie, gravado recentemente, em um DVD em que o programa principal era um show do final dos anos 70. O que o tempo fez com Debbie Harry. O que o tempo fez com todos nós.

Eu sou um saudosista assumido. Não me considero necessariamente preso ao passado, mas tenho muito carinho por minhas lembranças. Ainda bem, aliás. Sinal de que os bons momentos foram preservados. Minhas pesquisas no Museu de Comunicação me trazem uma sensação exata de viagem no tempo, pois lembro de muita coisa e vou repassando tudo, detalhe por detalhe. Um dia desses eu estava examinando jornais de 1974 e achei um anúncio de um especial do grupo argentino Los Barbaros que a TV Gaúcha exibiu num sábado. Encontrei também a chamada para um especial de Alice Cooper gravado em São Paulo. A estréia do "Sábado Som" com Nélson Motta. O dia em que Pedrinho assumiu a apresentação local do programa.

Mas o editor de "Starlog" estava certo: a melhor viagem no tempo ainda acontece pela música. Porque muitas vezes nos pega de surpresa. Quando vemos, já estamos em outra época. Eu com 21 anos, emagrecido, atleta, saindo com meu fuquinha (ou "fusquinha", pra quem não é gaúcho), hipnotizado pelas luzes tímidas mas reconfortantes da noite de Porto Alegre. Ligo o rádio e ouço "Trouble" com Lindsay Buckingham, "Mutante" com Rita Lee, "Tonight I'm Yours" com Rod Stewart, "O Sal da Terra" com Beto Guedes, "Waiting For a Girl Like You" com Foreigner, "Faltando um Pedaço" com Djavan (embora eu prefira a gravação de Gal Costa, que as rádios não tocaram), "Ebony and Ivory" com Paul McCartney e Stevie Wonder, "Você Não Soube Me Amar" com a Blitz, "Talking Out of Turn" com Moody Blues, "Lance Legal" com Guilherme Arantes, "Don't You Want Me" com Human League e muitas outras. A noite pode acabar na New Looking, na Discoate ou em algum barzinho da Jerônimo de Ornellas.

Pensando bem, não quereria nada disso de volta. Aconteceu no momento certo. Ficaram as músicas, que é só o que eu pensaria em guardar, mesmo. Mas ainda quero me organizar melhor para voltar a dar minhas longas caminhadas na Avenida Beira-Rio. Mesmo que seja uma só vez por semana, para manter o hábito. Disso, sim, tenho muita saudade. Do tempo em que eu tinha tempo.

terça-feira, outubro 09, 2007

A nova realidade do blog

O verdadeiro motivo eu ainda não consegui descobrir, mas eis aí a nova realidade do blog. De 200 a 300 visitas por dia (vide quarta-feira, "Wed. 10/3"), passou a 900 a 1.200. E tudo por causa de uma minúscula foto da Alessandra Negrini que está aqui desde dezembro de 2004. Agora pensem comigo: se eu ganhasse dinheiro por cada visita, o que valeria mais a pena? Continuar divagando sobre as vicissitudes da humanidade ou publicar fotos de mulher pelada?

Resta-me o consolo de ter tido o "mérito" de postar uma foto da Alessandra muito antes da novela "Paraíso Tropical". Eu não precisei vê-la em dose dupla todos os dias na tela da Globo para perceber seus atributos.

domingo, outubro 07, 2007

Círculos fechados

Hoje, na revista Donna ZH do jornal Zero Hora, Célia Ribeiro faz um comentário rápido sobre a deselegância de convidar um grupo seleto de pessoas para uma festa diante de outras que estão excluídas. Diz que isso é uma gafe e o convite deve ser feito em particular, sem que os demais saibam. Isso me lembra um assunto que eu já pensava em abordar aqui no blog. Sou fascinado por diferenças culturais entre países e adoro ler o que os estrangeiros pensam sobre nós, brasileiros. O que acham estranho ou divertido, o que não conseguem entender e o que admiram. Está nos meus planos escrever com mais fôlego sobre esse tema, com base em minhas leituras.

Mas hoje, aproveitando o gancho da coluna da Célia, gostaria de relatar o que foi contado por dois brasileiros que passaram uma temporada no exterior. Um deles é meu amigo e viveu uma experiência bastante rica em Israel. Ele diz que era comum os demais integrantes do kibbutz onde ele estava combinarem de sair à noite sem convidar os sul-americanos. Todos ficavam sabendo onde eles iam e com quem, mas os "sudacas", como eram pejorativamente chamados os da América do Sul, ficavam de fora. E ninguém via nada de estranho nisso. A programação era deles, não havia por que convidar os de fora. Mas também não existia o cuidado em evitar que soubessem dos planos.

Recentemente, na comunidade de tradutores do Orkut, uma brasileira que mora nos Estados Unidos contou uma história similar. Disse que seus colegas de trabalho combinavam as festas na frente dela, com toda a naturalidade, mas não a convidavam. E no dia seguinte ficavam comentando detalhes do encontro, como tinha sido divertido, mas não sentiam a menor necessidade de sequer inventar uma desculpa por não a terem chamado. A festa era deles, ora!

Preconceito? Discriminação explícita? Talvez. Mas ainda aposto na questão das diferenças culturais. Eu vivi uma experiência semelhante em 1980, quando tive contato com missionários americanos que estavam em Porto Alegre. Um dia eles me contaram que iriam fazer uma festa à noite e casualmente uma das convidadas era uma colega minha de faculdade. Que interessante! Não, não era um evento da igreja. Mas ela estava na lista e eu não. Em outra ocasião, convidaram um amigo meu para jantar na casa de um deles.

Todos esses casos me levam a formular uma hipótese: em certos países estrangeiros, é perfeitamente normal a existência de círculos fechados. Não será a sua chegada como "colega novo" que o integrará automaticamente ao grupo. Já nós, brasileiros, somos gregários, estamos logo convidando pessoas que mal conhecemos para freqüentar nossas casas. Isso se refletiu de forma clara no Orkut, onde há perfis brasileiros "lotados", com a quantidade máxima de amigos. Tem gente que me adiciona só porque concordou com alguma opinião que emiti em uma comunidade. É o modo brasileiro de viver. Os estrangeiros, em especial os do hemisfério norte, parecem ser mais reservados. Assim como preservam sua privacidade, mantêm suas "panelinhas" sem o menor constrangimento. Seria interessante ouvir o testemunho de meus sobrinhos e amigos que estão morando no exterior.

sábado, outubro 06, 2007

Pai e mãe

Ainda tenho guardadas algumas imagens que registrei no Museu de Comunicação. Fui procurar notícias que tivessem a ver com a Rádio Continental, para dar uma força para o livro de Lucio Haeser, já que ele está em Brasília, e acabei encontrando meus pais. Eu já tinha mostrado uma notícia sobre o meu pai e achei essa outra, da Folha da Tarde de 16 de junho de 1972, quando fazia pouco tempo que ele tinha assumido como presidente do Clube do Comércio de Porto Alegre. Mas depois achei também a minha mãe:

Aí está a Dona Irene, à esquerda, na Zero Hora de 24 de julho de 1973, posando de "Sra. Ivéscio Pacheco".

sexta-feira, outubro 05, 2007

De novo

Hoje, de novo, o número de visitas ao blog já passou de mil. E pode fácil fácil repetir os 1.200 de ontem. Estou desconfiado de que essas visitas já vinham acontecendo mas, vindas do MSN, não eram computadas pelo Site Meter. De uma hora para outra, algum parâmetro interno foi alterado e o MSN Search passou a sensibilizar o contador. Vou tentar confirmar.

Existe alguma vantagem em ter um blog com alto número de visitas, se mais de 80% é só para ver uma minúscula foto? Algum ranking, algum benefício, alguma forma de reciprocidade por parte do provedor? Se não houver, estou pensando em excluir aquela postagem. Assim a estatística ficará mais próxima do real interesse (ou não) que o blog está despertando como um todo.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Lembra do Transasom?

Hoje foi a sessão de autógrafos do livro "Lembra do Transasom", de Marcelo Ferla com depoimentos de Pedro Sirotsky, na Siciliano do Shopping Moinhos. Usando como gancho o programa de som que Pedrinho apresentava nos anos 70 (bem antes da MTV), o livro mescla lembranças pessoais do jornalista com fatos marcantes da cultura de Porto Alegre da época. A Rádio Continental, por exemplo, que breve terá um livro só sobre ela com assinatura de Lucio Haeser, ocupa nove páginas da obra de Marcelo e Pedro. É uma viagem no tempo pelos olhos de "um precursor da cultura jovem sulista", como consta na capa.

Eu e Cascalho (Antônio Carlos Contursi).
Sem bigode ele fica irreconhecível. Ou não? Este é Hermes Aquino, de "Nuvem Passageira".

Jayme Sirotsky (de costas), Ivan Pinheiro Machado (ao fundo) e o global Eduardo Bueno (Peninha).

Que alvoroço é esse?

Alguém sabe me dizer o que está acontecendo? Agora, pelo meu relógio, são 12:26 (talvez esteja adiantado alguns minutos) e, dos últimos 100 acessos registrados no Site Meter, 86 (eu disse oitenta e seis) são para a foto da Alessandra Negrini. E todos pesquisados via MSN. A quantidade de acessos já está em 384, mais do que o total de qualquer outro dia deste mês (a quantidade diária tem ficado abaixo de 250) e o dia mal chegou na metade! Ou nem chegou ainda, se descontarmos o tempo em que estavam todos dormindo. Se continuar assim, este blog terá hoje seu recorde de acessos em um dia. Mas alguma coisa houve. Quem sabe foi só hoje que a foto da Alessandra começou a aparecer na ferramenta de busca do MSN? Repito: alguém sabe me dizer o que está acontecendo? E eu achei que, com o fim da novela, a quantidade de acessos fosse cair...

P.S.: O dia ainda não terminou (falta menos de uma hora), mesmo assim vejam o gráfico de visitas dos últimos sete dias, incluindo o de hoje:


Agora me digam: isso pode ser normal? Em um blog em que a média de visitas diárias estava em 240 e o recorde era 380, de repente, mais de 1200 pessoas resolvem bater na porta? Eu já verifiquei que o que causou este aumento descomunal foram buscas do nome de Alessandra Negrini via MSN Search, chegando neste post, onde já coloquei um alerta perguntando o que está acontecendo:

http://emiliopacheco.blogspot.com/2004/12/colrio.html

Mesmo que eu pudesse cogitar que o MSN Search incluiu a foto em sua busca apenas hoje, será que justifica este salto? Não pode ser. Vamos ver se a resposta aparece. O mais frustrante é pensar que esse monte de gente só faz número procurando uma única foto, mas não lê o blog. E ainda atrapalha o meu garimpo diário de "googladas incautas". Agora mesmo é que eu nunca mais vou acreditar quando alguém me disser que compra a Playboy "para ler as matérias".

P.S.(2): o total da quinta-feira fechou em 1.278. E a média diária subiu de cerca de 240 para 397. Ainda não descobri o mistério. Será que vai continuar assim?

quarta-feira, outubro 03, 2007

Raridades

Hoje dei uma passada na Feira do Gibi, no Mercado Público de Porto Alegre, e acabei encontrando uma revista sobre cinema. Não localizei o ano dessa Cinelândia mas, pela lógica, deve ser de 1965. Hoje todo o Beatlemaníaco que se preze sabe que o filme "Help!", dos Beatles, foi premiado no Festival Internacional do Filme no Rio de Janeiro. A curiosidade é que essa revista foi publicada antes da competição, quando inclusive alguns filmes ainda estavam sendo inscritos de última hora. É uma edição bem feita, dedicando uma página a cada produção concorrente. O filme dos Beatles ainda nem havia sido exibido e seu enredo era um mistério. O texto diz:

Embora o argumento de Help! seja mantido em absoluto sigilo, sabe-se que a idéia original é de Marc Behm, autor de Charada
. Ao que parece, a fita não tem propriamente uma história; existe apenas uma série de incidentes cômicos que só adquirem sua significação quando vistos na tela. Postos no papel perdem toda a sua graça. O ponto de partida é o seguinte: um dos Beatles (Ringo) é procurado por uma seita de religiosos orientais, fanáticos, que pretendem sacrificá-lo a um deus pagão. Os quatro rapazes passam o filme todo correndo, e na sua trajetória há coisas surpreendentes; uma delas é que eles encontram um homem comendo um tigre.

Hoje que conhecemos o roteiro praticamente de cor, alguns dos trechos acima causam riso. O filme dos Beatles que "não tem propriamente uma história" é o primeiro, "Os Reis do Ié Ié Ié". "Help!" tem enredo, sim, por mais implausível que seja. "Os quatro rapazes passam o filme todo correndo..."? Talvez seja um erro de tradução: fugindo é a palavra. Agora, a afirmação de que os "incidentes cômicos (...) postos no papel, perdem sua graça" me fez lembrar de outra raridade que consegui recentemente, esta via Estante Virtual:

Aí está o roteiro de "Help!" devidamente romanceado e reduzido a um texto, completamente fora da tela. Enfim, o redator de "Cinelândia" tentou escrever sobre o que não conhecia e o resultado foi a "sopa de pedra" que se viu acima. Mas a revista é muito interessante como documento histórico.

segunda-feira, outubro 01, 2007

Googladas incautas de setembro

Chegou outubro, o mês da Feira do Livro em Porto Alegre. Na verdade ela se estende em sua maior parte por novembro, mas não importa. Começa em outubro. Enquanto o fim do mês não chega, esperemos ansiosamente.

Virada de mês é momento de "googladas incautas" aqui no blog. Durante o mês eu vou anotando os mais hilários argumentos de busca que trazem os internautas até aqui. É que a turma em geral não sabe usar o Google. Só o que o Google faz é procurar uma página que contenha as palavras digitadas. Mas tem gente que pensa que ele entende o significado das frases e responde a qualquer solicitação. Só imagino o quanto esses incautos não devem resmungar: "Que saco, o Google nunca acha o que eu quero! Eu explico bem direitinho e ele me mostra uns sites nada a ver!" Fazer pedidos ao Google é uma prática tão absurda quanto, por exemplo, puxar assunto com um terminal de Banco 24 horas. "Teve muito movimento hoje?" "O senhor não tem trocado pra me dar?" Pois é esse o tipo de mico que vocês pagam cada vez que "conversam" com uma simples ferramenta de busca da Internet!

Mas vamos às googladas. Começando com uma de minhas categorias preferidas, que é a da turma do "quero-quero". São os que pensam que têm que iniciar uma consulta dizendo que "querem" alguma coisa. Assim talvez o Sr. Google se sensibilize e atenda a suas vontades:

eu quero fazer montagem de foto para por no meu album orkut


Então faça, ora!

eu quero ver fotos bonitas de mulheres

Acho incrível quando os incautos fazem consultas por critérios subjetivos. Dizem que querem ver fotos "bonitas" para que o Sr. Google capriche na seleção. Mais sobre isso adiante.

quero saber se meu nome ta no serasa

Tá consultando no lugar errado.

quero achar alguma coisa para por no perfil do orkut quem sou eu

Já deve ter achado. Eu coloquei uma sugestão aqui.

quero aprender fazer montagem de fotos onde encontro orientação
quero aprender todas as dicas para passar no exame de direcao
quero colocar frases nas minhas fotos como faço?
quero colocar meu nome em minhas fotos o que eu faco?
Quero colocar uma foto bem legal no meu okut (de homem)

"De homem", viu, Sr. Google?

quero descobrir a senha do orkut dos meus colegas

Nunca foi tão fácil!

quero fotos do titanic para o meu orkut

Ah, sim, além dizer que você "quer" uma foto do Titanic, é imprescindível explicar ao Sr. Google que é para o seu Orkut! Faz uma diferença enorme!

QUERO IMPRIMIR UMA HISTORIA EM QUADRINHO DO SACI

Deve estar até agora esperando com a impressora ligada.

quero o virus cavalo de troia

Essa não! Tanta gente querendo limpar o seu computador e você quer infectá-lo? É muito fácil: quando receber um daqueles e-mails dizendo que sua conta foi burlada, que você está sendo traído, que sua compra no valor de mil reais foi confirmada, que sua amiga quer lhe mostrar fotos suas na adolescência, que em tal endereço aparecem fotos censuradas do Big Brother Brasil, é só clicar no link fornecido. É Cavalo de Tróia na certa! Não falha!

quero ouvir love's theme

Bom gosto. Também adoro essa música.

Agora vamos fazer a transição do "quero-quero" para outra categoria que me deixa de queixo caído: a das "bem bonitas". É incrível a quantidade de pessoas que pede que o Sr. Google lhes indique mensagens, frases, fotos, etc, "bem bonitas". Já que existe essa demanda, bem que o Google poderia criar um comitê de seleção que passaria o dia inteiro escolhendo páginas e imagens para cadastrar no índice das "bem bonitas". Poderia até publicar um anúncio: "O Google está contratando pessoas para compor o comitê de seleção das bem bonitas. Envie seu currículo para..." Assim, sempre que alguém digitasse "bem bonitas" em sua consulta, o índice seria acionado. Como aconteceu no mês que passou:

quero ver uma frase bem bonita

Mostra, Sr. Google, mostra! Mas este foi demais:

quero uma mensage pra manda pra minha namorada uma mensage bem bonita


Observem a "repetição para ênfase". Capricha aí, Sr. Google!

frases desenhos para orkut bem bonitas
uma mensagem bem bonita.para serve com liçao de vida


É só você que não está recebendo esse tipo de mensagem quase todos os dias? Quando chegar, tenha ao menos o cuidado de tirar o nome de Mario Quintana ou Luis Fernando Verissimo antes de repassar.

Vamos àqueles que dizem para o Google o que ele deve fazer, como se ele pudesse executar algum outro tipo de procedimento que não procurar:

achar uma palavra para colocar para minha mae no meu album no orkut

Bem explicadinho!

encontrar a musica inteira do Detran

Música do Detran? O que é isso?

encontre várias mensagens em pps do Rio Grande do Sul

Vamos lá, Sr. Google, encontre! Mas lembre-se de que nenhuma delas é do Arnaldo Jabor.

Mostre quais as palavras que cairam os acentos

Só os advérbios de modo derivados de palavras proparoxítonas enchem um dicionário!

Agora vejam a educação desta (deve ser mulher), usando o futuro do pretérito com toda a delicadeza:

gostaria de ver sites que mostrem somente fotos de unhas decoradas

Deve ter ficado furiosa com as páginas que o Google mostrou!

procurar a palavra tubarao em ingles

Não seria mais fácil consultar o dicionário?

Outra turma divertida é a do "como". Explica aí, Sr. Google:

como aprender a usar o orkut

O que você acha? Que tal ir lá e praticar?

como entrevistar o orientador educacional

Ué, não seria o contrário? Ser entrevistado por ele? Ou os papéis estão se invertendo?

como era antes nos anos 70

Não tinha CD, nem DVD, nem videocassete, nem Internet, nem incauto fazendo pergunta tão vaga para uma simples ferramenta de busca.

como faço pra colocar a bandeira do meu time no orkut

Ah, sim, "do seu time". Disse tudo!

como fazer um depoimento no orkut para namorada

Sua namorada deve ficar encantada com sua criatividade!

como fazer uma casinha para apresentaçao de fantoches com caixas de leite longa vida

Será que o Sr. Google sabe?

De vez em quando aparecem os suspeitos:

como negociar com ladroes

Não aconselho.

como posso gravar videos do you tube em dvd par assistir em aparelho de dvd?

Ah, com certeza é importante salientar que é para gravar em DVD "para assistir em aparelho de DVD". Não em computador!

como saber as palavras que possuem crase

Já expliquei isso aqui no blog.

COMO SE ESCREVE EM INGLES QUERO UM GRANDE CACHORRO COMO ESSE

Incrível, o Google já substitui até tradutor!

Perguntas diversas:

cd e dvd comprado via internet na amazon paga imposto?

Não, CD e DVD não pagam imposto, é o comprador que paga quando os retira no correio.

COM QUE PROGRAMA POSSO FAZER MONTAGENS DE FOTOS COM TEXTO EM CIMA PRA COLOCAR NO ORKUT

Entendeu, Sr. Google? Então responda!

concelho pra quem quer aprender ingles

Comece aprendendo português, em especial a ortografia.

de qual livro é a frase "mario quintana" o segredo é não correr atrás das borboletas


Pode procurar à vontade. A frase não é do Mario Quintana.

ESTÁ SENDO TRAIDA E MENTIDO O QUE EU POSSO FAZER MESMO SABENDO QUE ELE GOSTA DE MIM?

Não entendi nada!

existe algum jeito de descobrir todas as senhas digitadas em um computador

Que feio!

frase em ingles para colocar no orkut

Ah, sim, digitando em português você vai conseguir achar, mesmo.

mulheres feias para colocar no orkut

Mais? Já não têm que chega?

minha impressora fica dizendo que meu cartucho e falso


Mas afinal, é falso ou não é?

tentei copiar fotos de um cd protegido e colocar no orkut e não deu

Bem feito! Pirata tem mais é que se...

musica do cantor bruno e marone que eu possa ouvi no conputador

Não sabia que "Bruno e Marrone" era um cantor só!

o que é informações precisas

Precisas expandir teu vocabulário.

ONDE SE ESCREVE PARA TRABALHAR NA FARMACIA DA EBAL

Mas para trabalhar em farmácia não precisa saber "inscrever" corretamente?

orkut - o que seria palavras chave, nessa situação?

Não complica!

para conquistar um homem palabras bonita com depoimento

Desse jeito, vai ser difícil

poema para o dia do instrutor de auto escola

Essa não! Será que algum poeta se prestou a compor versos sobre um tema tão... profundo?

Não sou contra o uso da Internet para pesquisas escolares e acadêmicas. Acho que a rede disponibiliza um verdadeiro tesouro de informações e não vejo por que não aproveitá-lo. Agora, pesquisar na Internet é uma coisa, pedir para o Google fazer a pesquisa por você é outra muito diferente. Tem gente que repassa sua tarefa integralmente ao Google, imaginando que irá receber tudo pronto e mastigado. Por exemplo:

resumo do livro os dedos do sr. julio moacyr scliar

É pra você fazer o resumo, não tentar achar o trabalho pronto na Internet!

linha editorial da revista rolling stones no brasil

Não é Rolling "Stones", é Rolling Stone!

Da série, "confie na memória do Google":

uma musica eletronica que fez sucesso em 1990

Qualquer uma serve ou você quer que o Sr. Google ajude a lembrar "aquela" que está na sua cabeça?

pesquisa sobre alessandra negrini

Seria mais fácil digitar apenas o nome dela.

que levaram michael jackson a adotar um comportamento tão excêntrico?

Acho que o Sr. Google não sabe ao certo.

regras de concordancia da palavra menos

Como assim? "Menos" não flexiona! Não existe feminino ("menas") nem singular ("meno"). "Menos" é sempre "menos".

VER CACHORROS

Menos, ó incauto, menos (epa!).

Um ótimo mês de outubro a todos!