quinta-feira, outubro 25, 2007

De quinta para sexta

Hoje finalmente fui conferir a exposição comemorativa dos 50 anos da RBS (na verdade 50 anos da compra da Rádio Gaúcha por Maurício Sirotsky e sócios, mas tudo bem - a RBS mesmo surgiu depois) na Usina do Gasômetro. Apesar da falta de ar condicionado, foi uma visita interessante. Gostei da mesa em que se projetam as primeiras páginas de todas as edições de Zero Hora à escolha do freguês. Mês e ano podem ser escolhidos em um teclado ao lado. Depois, é só tocar na imagem à esquerda ou à direita que as capas vão se sucedendo. Infelizmente eu não sabia a data exata em que minha irmã apareceu, mas olhei outras coisas. Sem traumas, revi, por exemplo, a participação de falecimento do meu pai em 1984. O desfile dos gaúchos em Brasília em novembro de 1976 (eu estava lá, assistindo). O AI-5 em dezembro de 1968. A morte de John Lennon em dezembro de 1980. Todas as datas marcantes que eu lembrava com exatidão, procurei.

É interessante também uma sala com um "sofazão" (epa!) onde se pode assistir a documentários curtos sobre temas diversos. Escolhi a reportagem sobre a morte de José Antônio Daudt. Pena que não consegui prestar atenção na parte final, pois o ambiente foi invadido por uma horda de adolescentes que se atiraram no "sofazão" sem o menor interesse pelo que estava sendo exibido. Mas captei a essência. Incrível como a RBS mantém sua postura sobre o caso mesmo depois que já houve o julgamento. A expressão de Lasier Martins enquanto assiste ao júri na tela de um notebook não deixa dúvidas. Mas é coisa julgada. Eu, particularmente, acho que o desfecho foi justo. Lamento apenas que o assassino não tenha sido encontrado.

Em outra sala, podem-se ver trechos de noticiosos antigos, como, por exemplo, o da inauguração do Beira-Rio. Mas a RBS não dispõe da imagem do gol de Claudiomiro. Acho que só o Canal 100 tem. Eu esperava encontrar nessa ala também uma notícia sobre a Feira do Livro de 1969, original da Leopoldis-Som, em que o locutor é meu irmão João Carlos Pacheco, mas não constava da mostra. Em compensação, meu outro irmão, Júlio César Pacheco, é citado numa parede onde aparecem os nomes de "Comunicadores de Destaque dos Últimos 50 Anos".

Por falar em RBS, comecei a ler o livro "Lembra do Transasom", de Marcelo Ferla e Pedro Sirotsky. Na página 55, é citada uma música composta por Pedrinho no começo da adolescência, "Homem Não Faça a Guerra", que tirou segundo lugar em um festival do Colégio Israelita. Eu lembro dessa composição. Pedrinho a cantou no programa infantil "É Tempo de Bondade", apresentado por Helinho Wolfrid. Era uma espécie de gincana entre creches assistenciais e uma das tarefas era trazer alguém com menos de 15 anos que já tivesse composto uma música para apresentá-la. Lembro bem do Pedro cantando, acompanhado por duas amigas ao violão: "ele queeeer... a liberdade". O livro cita um trecho da letra.

A Feira do Livro começa nesta sexta-feira, mas não gastem todo o dinheiro. Guardem um pouco para o livro de Lúcio Haeser, "Continental, a Rádio Rebelde de Roberto Marinho", que infelizmente só vai sair depois. Mas o lançamento já tem data e local: 29 de novembro, uma quinta-feira, na Livraria Cultura do Borboun Country, em Porto Alegre. Vai ser o evento do ano. E quem não conferiu ainda o site promocional, é só clicar aqui. A página já foi citada no Correio do Povo e nos sites dos jornalistas Cláudio Humberto e José Luiz Previdi, entre outros.

Nos vemos na Feira do Livro.