segunda-feira, abril 30, 2007

Googladas incautas do mês

A partir de agora, as "googladas incautas" serão agrupadas por mês e não mais por semana. Estas, na verdade, são as googladas das duas últimas semanas. Internautas que não sabem usar o Google digitam qualquer coisa em sua pesquisa, em linguagem corrente, sem aspas, e a combinação de palavras acaba chegando no meu blog. Eu vou anotando as mais divertidas e divulgo aqui, para deleite dos visitantes. E também, por que não, para que a turma fique mais esperta e aprenda a usar o Google. Ele não é um programa de inteligência artificial que "entenda" o que você escreve. Só o que ele faz é procurar as palavras que você digitou.

Nesse mês o "campeão" foi "LINK NOCIVO DESATIVADO". Desde que o Orkut começou a substituir links suspeitos por essa mensagem, muita gente ficou perdida. O que é isso? Pesquisando no Google, chegam ao meu blog. De cada 100 pesquisas feitas nesse mês, mais de 20 eram com argumento de busca "LINK NOCIVO DESATIVADO". Eu até já criei uma mensagem só para explicar, mas não faz mal, explico de novo. Onde está escrito "LINK NOCIVO DESATIVADO", entenda-se "AQUI HAVIA UM LINK QUE O ORKUT IDENTIFICOU COMO SUSPEITO DE CONTER VÍRUS E POR ISSO O REMOVEU AUTOMATICAMENTE, PARA EVITAR QUE VOCÊ CLICASSE NELE E SE INFECTASSE." Mas como uma mensagem dessas ficaria muito grande, resumiram para "LINK NOCIVO DESATIVADO". Ainda bem que existe o meu blog para "traduzir" essa expressão tão difícil de ser compreendida.

Agora vamos às demais "googladas incautas". Da série "pergunte ao Google":

como escrever letra de musica

Ué, pensei que fosse um dom. Não sabia que dava pra qualquer um aprender assim tão facilmente. E pedindo aulas ao Google, ainda por cima. Mas esta é ainda melhor:

como usar corretamente o quarto de banho

Sua mãe não lhe ensinou? Ou sua babá? Então vai ser difícil aprender pelo Google.

Outra:

qual a verdadeira cor da lua

Segundo Ziraldo, confirmado por Neil Armstrong, a lua é flicts.

Mais uma:

no orkut fala que o certificado se expirou o que é isso

Às vezes eu também fico em dúvida quanto a isso. Refere-se ao certificado de segurança de páginas protegidas. Mas sempre entro e nunca aconteceu nenhum problema.

Este imagina que o Google seja como o "Grande Irmão" (o legítimo "Big Brother" do livro "1984" de George Orwell), que tudo sabe:

o que os consumidores acham da falencia da mesbla

Nunca foi tão fácil fazer pesquisa de opinião. Não precisa nem entrevistar ninguém. É só perguntar ao Sr. Google! Mas tem gente que espera que o Google não apenas saiba tudo, como também faça milagre. Exemplo 1:

procuro um lugar que faça emprestimo pessoal sem burocracia s consulta

Exemplo 2:

entrar no orkut de qualquer jeito

Ah, então é assim que os hackers fazem? Apenas explicam o que querem fazer para o Sr. Google e ele dá um jeito? Aqui tem outro usando a lei do menor esforço:

quero saber tudo sobre jk

O mais irônico é que, se ele tivesse escrito apenas "jk" ou "Juscelino Kubitscheck", teria mais chances de achar "tudo", como deseja. Acrescentar as palavras "quero" "saber" "tudo" e "sobre" não faz o efeito desejado. Pode até atrapalhar.

Esta parece estar procurando terapia on-line:

homens que somem e reaparecem

Se não for o Homem Invisível ou o Gemini Man, talvez seja "Esse Cara", da música de Caetano, aquele que "chega ao anoitecer" e "quando vem a madrugada, ele some". Também podem ser aqueles de "Jornada nas Estrelas". Oh, céus, e agora, ajude essa pobre moça a entender esses misteriosos homens, Sr. Google!

Este pensa que o Google é como vendedor de loja de disco:

nao sei o titulo do cd de emilio mas sei identicar a capa

Viu, Sr. Google? Bem explicadinho! Agora mostre todas as capas pra ele, que ele vai saber apontar e dizer: "É esta!" Só não sei se ele se refere ao Emílio Santiago ou a um cantor americano que se intitula apenas "Emilio". Eu, com certeza, não lancei nenhum CD.

Este está com um problema seriíssimo:

meu computador recebe email repetido

Que coincidência, o meu também! Basta que o provedor do remetente duplique a mensagem, ou o próprio envie duas vezes, e meu computador recebe as duas mensagens, sem qualquer discernimento. Que coisa, hein? Não se fazem mais computadores como antigamente! Aqui tem outro querendo suporte técnico:

macete contra rack para orkut

Rack? O que o rack tem a ver com o Orkut? Ah, sim, hacker! Quem sabe você aprende a grafia correta dos termos primeiro? É um bom macete para começar.

Este está pedindo orientação ao Sr. Google:

minha cedula de identidade esta vencida e estou no japao terei problemas para entrar no brasil

Você quer entrar via Internet? Se for pelo aeroporto, mesmo, é melhor perguntar no Consulado.

Vejam a sutileza deste pedido:

afinal quero ver as fotos do acidente dos mamonas assassinas

Impressionante o efeito desse "afinal" na pesquisa! Esse aí está persuadindo o Google a mostrar de uma vez o que ele quer ver. "Afinal, vai mostrar ou não vai? Não se faça de bobo, seu Google, mostra logo aí, vai!"

Este quer só bater papo. Puxar assunto com o Sr. Google:

meninos de rua na sinaleira causam medo

O que essa pessoa esperava que o Google respondesse: "Sim, causam. Mas você vem sempre aqui?"

Vejam a erudição deste:

recurso da musica enquanto privilégio de animação

Espero que o Sr. Google tenha entendido, porque eu, sinceramente, "boiei".

Este quer consulta médica com o Dr. Google:

RESFRIADO CHEGA A SAIR LAGRIMAS

Puxa, mas você está mal, hein? Mas vamos encerrar com chave de ouro. Nos primórdios do blog, escrevi um texto intitulado "As meias", sobre a dificuldade de se acharem as meias certas na gaveta. Quando consigo encontrar duas da mesma cor... os comprimentos são diferentes. Essas palavras, entre outras, atraíram para o meu blog a seguinte consulta:

mensagens de comprimentos para amigos do orkut

Tudo bem, mas de que comprimento você quer a mensagem? É pra medir em palavras, linhas ou metros?

Um ótimo mês de maio a todos!

sexta-feira, abril 27, 2007

Sessão coruja

Chegou o Iuri para passar o fim-de-semana comigo. Esse guri nem imagina o quanto ele me motiva a enfrentar as dificuldades quando elas aparecem.

"A alegria das crianças é o perdão da vida."

Álvaro Moreyra

quinta-feira, abril 26, 2007

Pelo telefone

Hoje, pouco antes do meio-dia, meu celular tocou. A pessoa nem perguntou quem era. Já saiu falando:

- Aqui é a Fulana, da Prefeitura. Estou ligando porque me disseram que o senhor pode informar quem é o proprietário do apartamento da rua tal que está causando vazamento...

- Um momento, com quem a senhora quer falar?

E ela, num tom de voz indignado, como se eu tivesse feito uma pergunta boba:

- Fulano de Tal!

- Meu nome é Emílio!

- O senhor não conhece Fulano de Tal?

- Não sei quem é. Ou a senhora ligou errado, ou lhe deram o número errado.

- O numero é...

- Sim, é meu número. Mas lhe deram errado.

Aqui imaginei que a conversa iria se encerrar. Num último apelo ela ainda quis saber:

- Mas o senhor não conhece o apartamento da rua tal?

Acho engraçadíssimo quando as pessoas ligam errado e parecem querer nos convencer que nós é que não estamos no lugar certo ou não somos quem pensamos ser. Ou então, como no caso aqui, mesmo cientes de que não estão falando com quem procuravam, ainda fazem uma tentativa para ver se quem sabe a gente não pode resolver o problema.

Mistério

Depois de uma pausa, voltei a repassar minhas velhas fitas VHS. E uma constatação curiosa é que as mais antigas parecem estar com qualidade melhor. Estou vendo agora a primeiríssima fita que gravei, uma Sharp, em 1985, e a imagem, mesmo em EP (velocidade mais lenta, que perde qualidade de imagem), está um cinema. Não sei se o "mérito" era da antena externa da casa da minha mãe ou do meu National 2 cabeças velho de guerra pelo qual eu não dava nada e logo queria substituir. É que a transcodificação dele não era de fábrica e duas fitas que eu tinha gravadas da TV no exterior ficavam com a cor instável. Isso foi resolvido pelo Sharp que acabei herdando da minha mãe. Em compensação, a qualidade da imagem dele não parece ser tão boa. E mesmo quando coloquei TV a cabo a melhora não foi tão significativa, embora só esteja percebendo isso hoje, revendo as fitas. Até pode ser que o National fosse melhor, mesmo. E a fita se preservou bem, também.

quarta-feira, abril 25, 2007

Preparando enquete

Estou planejando uma nova enquete na comunidade "Porto Alegre do passado", no Orkut. A pergunta será: "Do que você mais sente saudade na Porto Alegre do passado?" Mas antes de criá-la, aceito sugestões dos itens para votação. Eu pensei nos seguintes:

- O velho Correio do Povo.
- Os cinemas fora de Shoppings.
- A rádio Continental dos anos 70.
- A rádio Itaí dos anos 60/70.
- Os programas de auditório na TV.
- Os bondes.
- A passeata dos bixos.
- A romaria fluvial de Navegantes (não por terra).

Pediria que as sugestões fossem postadas na própria comunidade, neste tópico. Quem é de Porto Alegre e ainda não conhece a comunidade, eis a chance. Pediria apenas que evitassem sugestões pessoais, mesmo as que podem ser generalizadas, como "minha casa na infância". Gostaria que o pessoal realmente antigo não se acanhasse e participasse mais.

"Gonna dress you up in my love..."

Quem diria que eu iria virar fã da Madonna depois de velho. Falando sério, eu sempre gostei do trabalho dela. Mas a coletânea "The Immaculate Collection" me bastava. Ali estão os sucessos mais conhecidos, que trazem boas lembranças de meus 20 e poucos anos na década de 80. Até que, fuçando nas velhas fitas VHS do meu acervo, acabei encontrando um "Clip Clip" em que ela aparece dublando "Dress You Up". Eu lembrava da música, mas não do título, nem de que era cantada por Madonna. E achei estranho que não constasse no meu CD. Depois fui conferir e também não está na coletânea de clips lançada em DVD. E não só foi sucesso como é uma música contagiante, irresistível, uma das melhores de Madonna. Pesquisei na Internet e descobri que é original do álbum "Like a Virgin". Fui catar nas lojas e, por sorte, acabei encontrando uma edição nacional na Saraiva. Agora estou tentado a ir atrás dos outros títulos.

Grande Madonna! A exemplo de Michael Jackson, ela é um talento legítimo ofuscado por suas excentricidades. Mas ninguém como ela deu seguimento às tendências "dançantes" da década de 70 com tanta qualidade. Aliás, eu estou cada vez mais apaixonado pela música pop dos anos 80. Na época eu não valorizava tanto porque custei a entender a nova proposta.

A propósito, mais alguém acha que "Borderline", do primeiro LP, lembra "Never Knew Lovin' Like This Before", da Stephanie Mills? Não é plágio, mas a influência é total.

segunda-feira, abril 23, 2007

Passeio de barco pelo Guaíba

Cliquem para ampliar. Vale a pena.


A Igreja das Dores ao fundo.



Neste prédio em destaque na foto acima (e mais distante na foto acima desta) eu morei dos 2 aos 26 anos. Posso estar fazendo uma avaliação precipitada, mas parece ter havido uma época em que morar no centro saiu de moda, em razão da falta de segurança e da decadência do próprio local. Até que esse edifício foi "redescoberto" e virou "cult" por ser "o único prédio residencial com vista para o Guaíba". Hoje é um endereço cobiçado, para onde já se mudaram pessoas bem conhecidas, como um renomado escritor e uma famosa radialista.




A chaminé do Gasômetro, ponto de partida e de chegada do passeio.

domingo, abril 22, 2007

A propósito

Desta vez não vai ter "googladas incautas da semana". Vou passar a fazer uma vez por mês, como já havia pensado, portanto agora só no final de abril. Mas está perto.

Boa semana para todos.

sábado, abril 21, 2007

Área isolada ao lado da Usina

Um dia, há muito tempo, fui ao banheiro na Usina do Gasômetro, aqui em Porto Alegre. Sem comentários sobre a limpeza e higiene, mas para um local público até que estava razoável. Só que resolvi olhar pela janela e vi algo que nunca tinha reparado: uma área mais ou menos grande e isolada, ao lado direito do prédio. Imagino que aquele espaço é que seria aproveitado por um conhecido empresário da noite que acabou desistindo do projeto por excesso de burocracia. Na semana retrasada, dia 6 de abril, estive lá de máquina digital em punho. Aproveitei para registrar essa área que pouca gente vê e onde quase ninguém entra. Totalmente restrita não deve estar, pois aquele grafitti no muro não apareceu ali por encanto. Em outra oportunidade vou mostrar também imagens do passeio de barco no Guaíba. Por enquanto, vejam somente a área citada, inclusive na chegada do passeio.












Que desperdício, hein?

Atualizando

Mudei o texto de apresentação. Incluí aquela primeira frase porque, realmente, é o que está acontecendo na prática. Sempre que alguém procura aquela expressão no Google, cai aqui. E como procuram!

Na semana retrasada, fiz um passeio de barco no Guaíba e registrei em algumas fotos e vídeos. Ainda não mostrei porque minha primeira idéia era montar uma apresentação bem selecionada. Mas acho que o jeito é ir postando aos poucos, mesmo. Estou subindo um vídeo para o YouTube. Talvez ainda hoje já esteja aqui disponível.

P.S.: Os que gostam de fuçar podem conferir por si mesmos: cliquem no ícone do Site Meter na base da página, depois cliquem em "By referrals", na coluna da esquerda, sob o título "Recent Visitors". Ali vocês verão por quais links os últimos 100 visitantes chegaram ao blog, aparecendo 20 em cada página. Vejam com seus próprios olhos quanta gente está pesquisando a expressão citada. Não vou repeti-la aqui, pois vai criar mais um chamariz. Não vai aumentar ou diminuir o número de visitas, mas quero que os "consulentes" encontrem somente o post com a explicação. Nunca imaginei que três palavras tão comuns pudessem deixar tantos usuários confusos a ponto de pesquisar no Google.

quinta-feira, abril 19, 2007

Rio de Janeiro

Estive pela primeira vez no Rio de Janeiro com 10 anos, em 1971. Foi uma viagem inesquecível, pois fui com meu irmão mais velho no mesmo avião dos jogadores do Internacional, que iriam jogar contra o Botafogo pelo Campeonato Nacional. Fiquei no mesmo hotel que eles, assisti à partida (0 x 0) e voltei no ônibus deles para o hotel. Mas mesmo no auge de meu fanatismo de colorado, sobraram olhos para ver o Rio. Eu nunca tinha sequer saído do Rio Grande do Sul, então foi algo tão fascinante para mim quanto ir ao exterior.

Voltei algumas vezes ao Rio. Quando lembro aquelas praias lindas que são Copacabana, Ipanema e Leblon, não consigo pensar em violência, assaltos e balas perdidas. O que fizeram com a cidade mais linda do mundo? Sempre que ouço bossa nova, sou transportado a um Rio de Janeiro que não conheci, mas parece que estou lá, naqueles bares, naquela boemia toda.

Em 1990, fiquei duas semanas no Rio fazendo um curso. E aí tive uma amostra do "perigo oculto" que a cidade representa para quem é de fora. Eu e um colega viemos de ônibus do centro para o Hotel Trocadero, em Copacabana. No caminho, tenho uma vaga lembrança de ter escutado alguém pedir que a porta de trás fosse aberta. Era a de entrada, mas alguém saiu por ali. No outro dia, meu colega me perguntou: "Viste que aquele nosso ônibus foi assaltado?" Não percebemos nada. Foi outro colega quem contou depois. Aconteceu da roleta (catraca, pra quem não é gaúcho) para trás. Depois o ladrão saiu tranqüilamente pela porta de trás. E o motorista abriu, claro. Foi bem no Aterro do Flamengo.

Eis a questão: lá o critério "visual" de lugar seguro não é o mesmo de outras cidades. Aqui em Porto Alegre, numa rua mais ou menos movimentada, é só cuidar bolsas e carteiras que está tudo bem. Lá, não. Lá o assalto pode acontecer em qualquer lugar e é um assunto muito particular entre assaltante e assaltado. Ninguém interfere.

Vai fazer dez anos que estive no Rio pela última vez. Foi em 1997, para ver o show de David Bowie. Às vezes sonho com o Rio. Talvez não com o Rio de verdade. O Rio dos meus sonhos é pacífico e musical. O Rio bossa nova. O Rio poético, tranqüilo, de longas caminhadas nos calçadões à beira-mar. Não troco Porto Alegre por nenhuma cidade do Brasil, nem ousaria reivindicar para mim o orgulho que os cariocas, com toda a razão, ainda têm pelo seu berço. Ainda assim, repito: o que fizeram com a cidade mais linda do mundo?

quarta-feira, abril 18, 2007

Homônimo

Algum colégio de Costa Rica deve ter pedido a seus alunos que pesquisem a vida de um tal Emilio Pacheco Cooper. Parece que é o autor da letra de um hino. Só sei que tem um monte de costarriquenho chegando aqui por esse argumento de busca, geralmente antecedido da palavra biografia. Lamento, mas neste blog vocês não vão encontrar nada sobre ele. Eu já procurei (fiquei curioso) e, realmente, não tem muita coisa a respeito dele na Internet. Em todo o caso, experimentem pesquisar entre aspas. Ou mais fácil ainda: cliquem aqui.

Já não chega o poeta mexicano José Emilio Pacheco, agora descubro mais um homônimo famoso. Ou nem tanto, já que eu apareço mais do que ele na Internet.

Outra infame

O Joaquim liga para o Manoel:

- Manoel, teu e-mail é "manoel" "arroba" o que, mesmo?
- Yahoo.
- Com br?
- Não, sem br.

E o Joaquim endereçou o e-mail para: manoel@yahoo.sem.br.

terça-feira, abril 17, 2007

Recorde

Ontem o Site Meter registrou uma média diária superior a 200 visitas. É um recorde desde que instalei o novo provedor de estatística. Obrigado a vocês que me visitam, inclusive aos que chegam aqui por engano. Aproveitem pra ficar um pouco.

segunda-feira, abril 16, 2007

Link nocivo desativado

Está havendo uma incidência muito grande de pesquisas no Google de uma expressão que acaba chegando no meu blog. Nas últimas "googladas incautas" ela constou, mas eu nem me preocupei em pensar no motivo. Só que agora me dei conta e acho que não dá pra esperar. Seria uma "googlada incauta" para a próxima semana, mas estou criando um comentário só para ela.

Vejam o que um incauto pesquisou:

onde fica LINK NOCIVO DESATIVADO no orkut

Aos outros que procuraram a mesma expressão, posso dar o benefício da dúvida e imaginar que apenas desejavam saber mais sobre como o Orkut implementou essa medida de segurança. O que ocorre é que, quando alguém posta uma mensagem com link suspeito, que pode conter vírus, o Orkut de alguma forma o reconhece e substitui pela expressão "link nocivo desativado". É uma forma de proteger o usuário de sua própria ingenuidade. Pensei que fosse auto-explicativo, mas pelo visto tem muita gente confusa com isso. E esse quer descobrir "onde fica" o tal link. Ou seja, ele está pedindo pra ser infectado!

É por causa desse mecanismo de segurança que as mensagens mal-intencionadas passaram a trazer um endereço em formato comum de texto, pedindo que o usuário o cole no campo respectivo do navegador: não estando em formato de link, não será interceptado pelo Orkut.

Entenderam agora? Quando enxergarem LINK NOCIVO DESATIVADO em uma mensagem, isso significa que ali estava um link que o Orkut identificou como suspeito e substituiu pela expressão acima. Em inglês a mensagem é SUSPICIOUS LINK SUPPRESSED.

Infame

O Manoel e a Maria tinham uma relação estável e uma vida sexual bastante intensa. Depois de um longo tempo transando com camisinha, o Manuel propôs que ela passasse a tomar anticoncepcional. Como a Maria confiava no Manuel, topou. Os dois fizeram todos os exames para ter certeza de que não haveria risco e ela começou a tomar pílula. Só que aí o Manuel se deu mal: a Maria só queria fazer sexo uma vez por semana. O Manuel achou que era um absurdo, mas a Maria argumentou que, se era pra tomar pílula, deveria seguir à risca as instruções da cartela.

Ou seja: só transar no dia em que estivesse marcado SEX.

sábado, abril 14, 2007

Googladas incautas da semana

Vamos à terceira edição das Googladas incautas, ou seja, dos argumentos de busca usados por internautas que não sabem utilizar o Google e acabam chegando neste blog. O Site Meter, provedor de estatística, é que dá essa informação. Durante a semana eu vou coletando os mais divertidos e mostro aqui. As pessoas escrevem de qualquer jeito, sem qualquer formatação, como quem conversa com um atendente, imaginando que o Google vá entender e informar exatamente o que foi pedido.

Estou pensando em espaçar mais a publicação das Googladas incautas, sob pena de o blog ficar batendo muito na mesma tecla. Talvez transforme em Googladas incautas do mês. Só que a quantidade é grande o suficiente para manter a publicação semanal. E desta vez o pessoal se superou. "Abriu o coração" para o Sr. Google. Vejamos.

Da série "pergunte ao Google":

PORQUE DEVO VALORIZAR MEU EMPREGO

Se nem você sabe, quer que o Google responda? É mais fácil perguntar para quem está desempregado.

como evitar que copiam as fotos do meu blog ?

Ah, sim. E como evitar que cometem erros de concordância?

como deixar frases bonitas no orkut?

Ué, existe alguma forma diferente de postar mensagens no Orkut conforme o texto seja bonito ou feio?

Mas esta foi demais:

o que faria em encontrar um veículo lento fazendo o contorno

Ainda bem que não existe Internet dentro de carro. Por enquanto. Mesmo assim, tem uma pessoa que vive me telefonando para pedir que ache coisas na Internet. Imagina se ela resolve aprender a dirigir. Só imagino o celular tocando: "Ligeiro, olha pra mim na Internet o que fazer quando tem um veículo lento fazendo o contorno!"

Como eu já disse anteriormente, fico satisfeito quando vejo a grande quantidade de internautas que procura um texto falsamente atribuído a Mario Quintana e cai no meu blog em "Os falsos Quintanas". Mas este foi de uma elegância admirável em sua consulta:

O que significa ser deficiente para Mario Quintana?

Observem como ele deu a "deixa" para que o Google respondesse com aquele texto sobre deficiências. Espero que o incauto tenha lido com calma e constatado que a verdadeira autora é a Professora Renata Vilella. O original está aqui.

Agora vejam este tentando "avivar" a memória do Google:

aqueles dois cantores que trocam a letra das musicas

Como se o Google pudesse responder: "Ah, sim, Fulano e Beltrano!"

Da série "peça sua música ao Google":

queria ouvir musica do grupo bee gee

ouvir a musica Vento Negro Kleiton e Kledir

quero ouvir musica mexicana

É impressionante como tem gente que acha mesmo que precisa escrever "quero" no começo de uma consulta. Tem mais este:

quero achar poemas frases bonitas

Outros dão um comando mais específico:

Pesquisar LINK NOCIVO DESATIVADO

Para uma explicação do que é o link nocivo desativado, clique aqui (não se preocupe, não é um link nocivo, é outro post neste blog, logo acima, caso não apareça na página).

Já este viajou legal (e de avião, ainda por cima):

um dos integrante dos bee gees morre de acidente aereo

Vira essa boca pra lá, rapaz! Maurice Gibb faleceu em 2003 de insuficiência hepática. Os outros estão vivos e bem!

Agora a grande surpresa da semana. Depois de "pergunte ao Google" e "peça sua música para o Google", surge uma nova modalidade: "conte seu problema para o Google". Terapia on-line:

tenho á impressão que a minha filha está se sentido coagida na escola

Puxa, isso realmente é grave. Sente aí e vamos trocar idéias. É isso que ela esperava que o Dr. Google respondesse? Agora vejam esta:

quero descobrir um jeito de ajudar o meu filho aprender a ler de uma forma diferente que ele se interesse mais

O Google já está dando orientação educacional? Incrível, não?

Só o que o Google faz é pesquisar as palavras digitadas! E quem quiser que determinada seqüência apareça na ordem certa deve "amarrá-la" entre aspas! Foi o que expliquei em meu "Curso rapidíssimo de Google". E, no entanto, vejam o que este escreveu:

revista editora abril do mes de abril sobre o tema traição

Adianta digitar duas vezes a mesma palavra, no caso "abril"?

Este deve ter ficado indignado:

fotos sem ser de blog da Lili alen

Depois, ao olhar o resultado, deve ter exclamado: "Eu disse sem ser de blog, seu burro!" Mas digitou a palavra.

Por fim, um gauchão dos bons:

atestado de bons antecedentes pela internete no rs

Precisava acrescentar "no rs"? Acho que não, né? Internete só existe no Rio Grande do Sul!

Até a próxima!

Dica

As pessoas elaboram as teorias mais mirabolantes para explicar o roubo de perfis no Orkut, mas esquecem de um detalhe banalíssimo: sempre clicar em "sair" depois de utilizar um computador alheio (em cybercafé, por exemplo). Do contrário, o próximo que usá-lo conseguirá entrar em seu perfil. Mesmo que ele não saiba dessa possibilidade, vai descobri-la na hora. Basta tentar entrar no Orkut. Seu perfil ainda estará lá. Sempre clique em "sair" depois de usar o Orkut.

Com o uso cada vez menor de disquetes e a disseminação da Internet, a segurança na informática hoje se concentra muito mais na esperteza do usuário do que em softwares de proteção e antivírus. Mais importante do que ter uma porta cheia de trancas é lembrar de fechá-la e nunca abri-la para quem não deve. Um dia vou escrever mais a fundo sobre isso.

quinta-feira, abril 12, 2007

Multa contratual

Fazia mais de um ano que eu estava de olho nesse DVD aí da foto. Ao contrário do que muitos podem imaginar, minhas compras não são impensadas. Principalmente em se tratando de produtos mais caros, fico um bom tempo amadurecendo a idéia até adquirir algo mais valioso. Não que vá fazer muita diferença em termos de disponibilidade financeira, mas pelo menos dá a impressão de que foi um gasto planejado. Neste exato momento existem diversos outros títulos em CD e DVD que estão na minha "lista de desejos". Quanto sentir que é o momento certo, eu os comprarei.

No caso, o que me fez encomendar esse lançamento o quanto antes foi a constatação de que ele não estava mais disponível para venda na CD Point, a melhor loja brasileira para compra de CDs e DVDs importados. Achei melhor não esperar mais, ou correria o risco de ver o produto sair de catálogo. Como não havia mais a chance de consegui-lo por aqui mesmo, lancei mão de um recurso que há quase dois anos não usava: importei via Amazon. Eu sabia que teria que pagar taxa de importação quando chegasse, mas paciência. Eu queria muito ter essa relíquia. É um pacote de três DVDs com praticamente tudo o que existe em som e imagem sobre a Apollo 13, incluindo a cobertura antes, durante e depois da missão, além de documentários diversos. Segundo a informação da caixa, são mais de 12 horas de vídeo no total. Todos os lançamentos da Spacecraft Films são primorosos, mas por esse eu tinha um interesse maior, em razão do acidente que até virou filme. Eu adoro registros históricos em vídeo.

Só que acabei pagando mais em imposto do que o preço original da mercadoria. Incrível: além da taxa de importação, incidiu também ICMS – "herança do Rigotto", como explicou a caixa que me atendeu. Se é lei, não me nego a pagar. Mas sempre que recolho imposto sobre CDs ou DVDs importados, a sensação que eu tenho não é a de estar cumprindo meu dever ou contribuindo com a indústria local. Não: eu me sinto penalizado, multado, por querer usufruir produtos que não deveriam estar a meu alcance. Onde já se viu eu, um brasileiro, querer assistir a imagens históricas da Apollo 13 num DVD que só saiu nos Estados Unidos? Tenho que ficar com minha novelinha e meu Big Brother e me dar por satisfeito! É como essa restrição fizesse parte do contrato que eu assinei para nascer neste país. Lá em cima alguém me ofereceu: "Estamos com uma promoção especial para nascer no Brasil. Você viverá numa economia instável, com alguns períodos de inflação galopante e mercado de trabalho precário. Também não terá acesso a produtos dos países desenvolvidos. Em compensação, não enfrentará neve, terremotos, furacões e, como vantagem, terá as melhores telenovelas, o melhor Carnaval e o melhor futebol do mundo." Devo ter aceito a oferta quando me disseram que eu poderia nascer no estado com as mulheres mais bonitas, no caso, o Rio Grande do Sul. Em compensação, cada vez que eu resolvo comprar mercadorias do exterior, estou cometendo a infração de desejar o que não é para o meu bico. O imposto é minha punição.

Talvez alguns pensem: "Azar o seu por querer ser certinho. Enquanto você está aí reclamando que pagou uma fortuna por um DVD importado, eu vou ali na esquina e compro uma cópia pirata do camelô por cinco reais. E a qualidade da imagem é a mesma!" É verdade que a imagem de uma cópia digital não perde qualidade. Mas mesmo que eu não valorizasse o produto original, poderia recorrer à pirataria? O camelô nem sabe que existe esse DVD! E ainda que eu mostrasse uma foto da embalagem, ele não saberia nem por onde procurar. Itens como esse só interessam a um nicho bem específico de consumidores, ainda mais no Brasil. Camelô só conhece título manjado, que as lojas têm pra vender aos montes por 40 reais e ele oferece por cinco. Já tive um problema semelhante quando tentei conseguir o CD-ROM "Microsoft Booshelf 2000", que é um pacote de dicionários. A edição anterior eu até comprei numa loja, mas a nova, aparentemente, estava fora de catálogo. Alguém me sugeriu que tentasse no camelô. Quando fui consultar se era possível conseguir, ele perguntou: "O que é isso, é um joguinho?"

Outro argumento que talvez passe pela cabeça de vocês é: por que eu me interesso por um fato histórico dos Estados Unidos e não do Brasil? Pois saibam que eu me interesso, e muito, por documentários em vídeo sobre a história de nosso país. A questão é que nem tudo ainda foi lançado em DVD. Em VHS até existem filmes sobre Getúlio Vargas, Jango, JK e a excelente dramatização "Independência ou Morte", mas foram lançados numa época em que ainda não existia no Brasil a cultura de se "ter" uma fita. Eu até queria comprar, mas não tinha onde. Enquanto não são relançados em DVD, a solução é copiar, mesmo. Ainda assim, saiu o filme "Muda Brasil", que já comentei
aqui. Está nos planos comprar o DVD "Entreatos", sobre a campanha de Lula. Foram lançados também DVDs com o melhor do Fantástico. Só não me interessei pelo de humor e o de viagens, mas os outros dois são obrigatórios. Comprei o DVD do Jornal Nacional, embora ache que a priorização de reportagens temáticas em detrimento de notícias históricas tornou a coletânea pouco atraente. Na área da música, saíram caixas de DVDs de Chico Buarque, Tom Jobim e Elis Regina, todos na minha lista de "compráveis". Mas ainda tem muito mais por lançar. Por que não meter a mão nos arquivos e resgatar imagens da TV em preto e branco? Programas antigos, matérias antológicas, clips, entrevistas? É só lançar, que eu compro.

Lamento se prefiro usar meu televisor para assistir a DVDs selecionados em vez de acompanhar novela e Big Brother. Breve devo colocar TV a cabo para aumentar o leque de opções. Mas talvez seja melhor nem tomar mais conhecimento do que sai no exterior. Assim não corro o risco de cobiçar o que não é para o meu bico e só posso ter mediante pagamento de uma "multa contratual" – leia-se imposto de importação.

terça-feira, abril 10, 2007

Nostalgia em DVD

Muito bacana esta série de DVDs que a Top Tape está lançando aos poucos no Brasil. São programas do canal de TV americano PBS em que artistas que fizeram sucesso nos anos 70 voltam ao palco para reviver os velhos tempos. Como se vê, lá eles também têm seus "Rei Majestade" e afins. A maior parte dos DVDs é de música negra, incluindo nomes como Patti LaBelle, Lou Rawls, Stylistics, Manhattans, Commodores, Peaches and Herb e muitos outros, mas em "Straight From The Heart" já aparecem alguns branquelos, como Tony Orlando, Debby Boone e meu amigo B.J. Thomas (antes que me chamem de "mentiroso", é bom frisar que estou brincando, falei com ele só uma vez, como já contei aqui). Os DVDs estão a preço de oferta e, apesar das rugas, plásticas renovadas e formações capengas de alguns grupos, os shows são divertidos. A nostalgia é a única tendência que nunca sai de moda.

segunda-feira, abril 09, 2007

Atendimento

Já tive a experiência de atender público. É um aprendizado interessante. A parte de trás do balcão é toda planejada e conhecida de antemão: os serviços, os produtos e a forma de proceder. Tudo funcionaria como um relógio não fosse um elemento imprevisível: o cliente. A gente nunca sabe o que ele vai inventar. Por mais que se esteja preparado, não há como prever o que se terá que enfrentar dia após dia. Tudo é um jogo de adaptação entre o que se tem para oferecer e o que o cliente espera que se faça.

Feita essa ressalva, eu gosto de ser bem atendido quando o cliente sou eu. E não me refiro somente à cordialidade, ao sorriso e à presteza. Existe um fator difícil de descrever com uma só palavra, mas tem a ver com o preparo. É incrível, mas há lugares em que eu vou onde tenho a impressão que atrapalhei completamente a rotina dos atendentes apenas por estar ali. É como se a tarefa normal deles fosse não fazer nada ou conversar um com o outro. De repente, ficam completamente perdidos porque aconteceu algo totalmente fora do previsto: apareceu um cliente! E agora?

O pique e a rapidez fazem a diferença. Imagine você pedir, por exemplo, um café. Aí você logo nota a confusão: um café? Ah, sim, um café. Fulano, o cliente pediu um café. Um café? Ah, sim, o cliente pediu um café. Onde está o café? O que foi mesmo que o cliente pediu? Não se preocupe, senhor, faremos o seu café. Cadê o café? E aquilo que deveria ser simples e rotineiro parece perturbar completamente uma ordem estabelecida.

O atendimento ideal é aquele que se sucede de forma célere e indolor. Você percebe que a pessoa que o atende está habituada a fazer o que você quer. Já o atendimento despreparado sempre transmite a impressão de que nunca ninguém pediu aquilo antes. Um pastel? Ah, o senhor quer um pastel? Sim, faremos o seu pastel. Onde está a massa de pastel... Fulana, cadê a massa de pastel? E você quase pede desculpas por ter tirado o sossego de quem estava quieto.

Certa vez eu estava em uma locadora de vídeo onde a mãe do proprietário se queixava de que ele a havia deixado sozinha para atender. Entendi bem o que ela quis dizer quando levou uma eternidade para preencher a nota fiscal. Eu estava preocupado com o horário e ela consegui me deixar nervoso, transformando aquela tarefa numa missão impossível.

O bom atendimento não basta ser cordial: tem que ser enxuto e sem muito alarde. Quando o atendimento parece transtornar completamente o sistema, é porque alguma coisa está errada.

sábado, abril 07, 2007

Googladas incautas da semana

Continuamos, pois, nossa série semanal de "googladas incautas". Recapitulando: desde que descobri que o Site Meter informa os links pelos quais os internautas chegam a este blog, tenho acompanhado os argumentos de pesquisa utilizados via Google. E constatei que as pessoas em geral não sabem usar a ferramenta de busca. Pensam que é um programa inteligente, capaz de "entender" as frases e aceitar "comandos". E quase nunca usam aspas. Como só o que o Google faz nesses casos é procurar endereços onde apareçam as palavras digitadas, muita gente acaba chegando a este blog por acaso, pois as palavras estão dispersas na página de arquivo de algum mês. E elas ainda entram para procurar o que querem. Se o Google indicou, é porque deve estar ali, ora!

Vejamos o que os incautos da semana digitaram no Google para chegar aqui. Vamos começar com os, digamos, "pervertidos":

blog fotos suruba
fotos de suruba gratis
suruba em pps
suruba masculina

Maldita hora em que eu fui definir a Internet como uma "suruba comunicativa". A palavra virou chamariz para esses afoitos aí. Mas tem mais:

mulheres que querem trepar em porto alegre

O que será que o sujeito que digitou isso pensou que o Google iria informar? Nome, endereço, foto, e-mail e telefone? Puxa, o dia em que uma ferramenta de busca puder dar esse tipo de informação, não vai nem ter graça!

Olhem agora esta:

fotos homens nuzinho gratis

Essa até me deixou curioso. Onde usei a palavra "nuzinho" no blog? Foi num poema de Mario Quintana que transcrevi na íntegra aqui."E tu sorris no teu sonho / Ergues teu braço nuzinho / E quase me tocas... A medo". O título é "Canção da aia para o filho do rei".

Mas para que não pensem que são só os depravados que fazem buscas no Google, vejam este:

fotos de mulheres decentes

Esse confiou no discernimento do Google para analisar a foto e concluir se a mulher é decente ou não. Ou talvez pense que o Google sabe do passado de todas as que publicam suas fotos na Internet!

Da turma que acha que a busca será mais eficaz se for iniciada pela palavra "quero":

quero saber meu atestado de bons antecedentes

Mas você mesmo não sabe o que andou fazendo de certo ou errado? Como quer que o Google saiba?

Outro:

quero saber tudo sobre foto jornalismo

Então vai pesquisar, ora! Como seria fácil adquirir conhecimento se fosse só digitar esse comando para o Google! Aliás, essa frase parece saída de história de ficção científica, daquelas em que o sujeito coloca um capacete interconectado em uma base de conhecimentos e ordena: "quero saber tudo sobre..." Um dia chegaremos lá, para frustração dos que têm prazer em estudar e pesquisar anos a fio para saber "tudo" sobre alguma coisa.

Da série "peça sua música para o Google":

quero ouvir musicas dos irmaos bee gees

Mas este foi mais específico:

baixar na internet a música wish you were here do bee gees

Além de dar um comando ao Google ("baixar"), fez questão de especificar que era "na Internet". Claro, senão ele poderia ir buscar em outro lugar! Precavido o rapaz.

Pra não dizer que ninguém usa aspas, este usou:

procurar "quem sou eu"? em forma de redação

Não entendi bem o que ele queria encontrar, mas chegou aqui porque todos os blogs do provedor têm uma seção chamada "Quem sou eu".

Este está realmente mal intencionado:

como burlar e-mail de orkut alheio

É frustrante pensar que há pessoas que descobrem mesmo como fazer isso. Mas essas não perguntam ao Google.

Aqui mais um transferindo para o Google a tarefa de procurar, analisar e selecionar por critérios subjetivos:

letra de música que tenha haver com virtudes, hábitos

E ainda escreveu "tenha haver", outra insuportável mania da era da Internet. O certo é "ter a ver", "nada a ver", "tudo a ver" e assim por diante.

Este se enquadra na turma do "às vezes dá certo":

BLOGS DE GORDINHOS QUE CONSEGUIRAM EMAGRECER

Confesso que o fato de essa busca ter chegado a meu blog até me assustou um pouco. Sim, eu emagreci 20 quilos em menos de um ano. Mas como o Google sabe disso? Na verdade, eu fiz um comentário sobre reality shows que mostram gordinhos em emagrecimento e as palavras acima estavam todas lá. Ou seja: foi apenas coincidência. O Google ainda não sabe tudo da minha vida.

Este quer que o Google leia pensamentos:

O que os americanos pensam da Herbalife

Com a chegada da Páscoa, aparecem consultas assim:

mensagens da pascoa com sacanagens

Que maldade, gente! Já este foi mais comedido:

mensagens de pascoa redigidas

Ah, sim. Se uma mensagem não é redigida, ela nasce por geração espontânea? Ou talvez apareça por mágica dentro de um ovo de Páscoa.

Essas foram só as mais divertidas. As pessoas continuam chegando aqui via Alessandra Negrini, simulado do Detran e, para minha satisfação, pelos textos falsamente atribuídos a Mario Quintana. Assim, elas caem no comentário sobre "Os falsos Quintanas" e tratam de se informar.

Se quiserem ler mais sobre o assunto, confiram:

Estatísticas do blog
Perdidos no Google
Mais Googladas incertas
Googladas incautas da semana passada

E para evitar de cometer essas falhas, leiam o meu Curso rapidíssimo de Google.

Se não nos falarmos mais, FELIZ PÁSCOA a todos os visitantes do blog! Inclusive aos que chegam aqui por engano!

sexta-feira, abril 06, 2007

O "genérico" da Sunset Riders

Ontem fui assistir a um show "genérico" da Sunset Riders no John Bull, aqui em Porto Alegre. Digo "genérico" porque uma vez por mês eles fazem "Especial Bee Gees" e é nesses que costumo ir, não só para prestigiar a banda mas também para rever os amigos. Só que, como todos sabem, meu gosto musical é bem diversificado. Então já fazia tempo que eu planejava conferir um "genérico" da Sunset. Ontem foi o dia apropriado. E aconselho a todos os que "batem ponto" no Especial Bee Gees a pelo menos uma vez fazerem o mesmo. Menos, é claro, aqueles que só gostam de Bee Gees. Esses não têm jeito.

Nos shows só de Bee Gees, o guitarrista Elizandro Leonam se sobressai por ser o que faz com perfeição tanto a voz de Barry quanto a de Robin. Mas no "genérico", os vocais são divididos em igualdade de condições com o baterista Ronei Wachosky, que também é ótimo cantor. Aliás, um momento do show que me impressionou e que fiz questão de captar em foto (acima) e vídeo (abaixo) foi quando os dois cantores trocaram de posições: quem aparece de guitarra na mão cantando "Wicked Game" de Chris Isaak é o Ronei, enquanto Elizandro está escondido lá atrás brincando de baterista.



Cristiano Selle dá um show nos teclados e de vez em quando troca para o violão. Outro momento de destaque foi quando eles tocaram "Last Train to London", da Electric Light Orchestra, em que André Arlei arrasou no baixo de cinco cordas. Elizandro também arrancou aplausos com seu desempenho na guitarra em "Sultans of Swing", do Dire Straits. Teria curiosidade de ouvir mais vocais do tecladista Cristiano. Ele já fez um falsete rápido no backing de "Nights on Broadway", dos Bee Gees. Enfim, os quatro são ótimos. Elizandro aparece mais no Especial Bee Gees, mas os outros não ficam atrás. Quero assistir a mais "genéricos" da Sunset. Só que da próxima vez vou maneirar nessa minha mania de querer cantar junto enquanto eles tocam. Acordei afônico!

quinta-feira, abril 05, 2007

Livro

Há tempos eu estava em dúvida se comprava ou não o livro "Corações Sujos", de Fernando Morais. Nesta semana, senti-me motivado a lê-lo. Já o adquiri, só não sei quando vou achar tempo para a leitura. Para quem não sabe, é uma reportagem sobre uma facção da colônia nipônica de São Paulo que se recusa a aceitar que o Japão perdeu a Segunda Guerra. Já os que crêem na derrota são chamados de "corações sujos". Como explica o texto da contracapa, são "acusados de traição à pátria pelo crime de acreditar na verdade".

Ah, sim.

Trotes

Pelo que andei observando, alguns blogs e sites publicaram notícias falsas no dia 1º de abril. Na Internet, acho arriscado. Em primeiro lugar, porque os textos ficam disponíveis para consulta permanente. Alguém acaba descobrindo em outra data e aí fica difícil provar que focinho de porco não é tomada. Em segundo lugar porque, ainda que o brincalhão faça um adendo no próprio texto ou mesmo o exclua, o tempo que ele ficar postado no site é suficiente para ser copiado e reproduzido. E depois, pra que trote? Já não chegam os falsos alertas de vírus e textos com autoria errada que abundam em blogs e e-mails? Passar trote na Internet não tem nem graça, de tão fácil. Desmentir é que é difícil. Por isso é melhor evitar.

quarta-feira, abril 04, 2007

Sem noção

Hoje no supermercado vi uma cena que me deixou revoltado. Percebi que atrás de mim, ao lado do caixa de trás, havia uma senhora gorda falando alto e gesticulando espalhafatosamente. Eu sou gordo, mas tenho que admitir: o gordo consegue ser mais chato, mais ridículo e mais inconveniente do que o magro. Não que todos os gordos sejam chatos, mas um gordo chato é insuperável. É muito mais chatice por centímetro cúbico. Um chato magro nunca será páreo para ele. Pois bem: da forma como essa gorda chata falava, parecia ter comprado briga com alguém. Mas resolvi prestar atenção. Ela dizia:

- Tu é burra! Tem caixa especial! Pra que ficar entrando na fila?

Aí percebi que uma simpática vovó, bem magrinha, estava pagando suas compras. E disse, entre tímida e envergonhada:

- É que eu não quero me sentir uma inválida...

Ao que a gorda, com sua peculiar inconveniência, retrucou:

- Mãe, tu tem que te convencer que já é uma anciã!

Ô mulher sem noção! Tudo bem, sou totalmente a favor de caixas especiais para idosos. Mas também acho que as manias e constrangimentos das pessoas têm que ser respeitados. Tem gente que parece ter um prazer sádico de humilhar as pessoas em público tocando em seus pontos fracos. "Deixa de bobagem, tira a dentadura, aqui ninguém se importa!" Só que nessa situação do supermercado ainda existia um agravante: a senhora idosa, mãe da gorda, parecia ser dessas que não se entrega, que não se deixa abater pela idade. Pode ser, como disse a filha com a sutileza de uma jamanta com buzina trancada, "uma anciã", mas insiste em ser uma pessoa igual às outras em todos os sentidos. Mas a filha queria que ela assumisse a sua condição de idosa. Se quisesse realmente ajudá-la, daria um jeito de levá-la discretamente para o caixa especial. Mas não, ela chamava a mãe de "burra" aos berros. Essa gorda merecia ganhar de sua mãe um fio dental bem sumário para usar no próximo verão. Aí, na praia, a mãe diria: "Tira a camiseta, qual o problema, ninguém vai reparar nada..."

segunda-feira, abril 02, 2007

Considerações

De minha infância até mais ou menos a metade da adolescência, eu costumava "ouvir" televisão quando ia deitar. Meus pais ficavam assistindo até tarde e eu ia dormir cedo. Mas, enquanto o sono não vinha, eu ficava escutando a programação. O "Quem Tem Medo da Verdade" era um programa que eu "ouvi" diversas vezes, mas sempre adormecia antes do final, sem saber se o "réu" havia sido condenado ou absolvido.

Pois foi numa dessas situações, em 1973, aos 12 anos, que eu escutei pela primeira vez os Secos e Molhados. Meus pais estavam com a TV ligada no quarto e o programa era o Clube dos Artistas. O apresentador Ayrton Rodrigues os anunciou como um grupo novo e diferente e eles cantaram "Sangue Latino". Eu, como tantos naquela época, pensei que a voz fosse de uma cantora. Alguns dias mais tarde eu estava ouvindo o programa "Ritmo 20", na Rádio Continental, na freqüência 1120 AM. Naquela noite, casualmente, o apresentador Clóvis Dias Costa estava afônico, então foi substituído ao microfone pelo locutor João Carlos Pacheco – meu irmão, na época com 26 anos. Entre outras coisas, lembro que ele divulgou o final da novela "O Bem Amado". "Nós não vamos contar que o prefeito Odorico Paraguassu vai morrer e inaugurar o cemitério de Sucupira senão a meninada vai ficar muito grilada!" Ele tinha um senso de humor incrível. Mais adiante, falou nos Secos e Molhados. Disse que era "um grupo só de homens, mas com uma interpretação tipicamente feminina." Comparou-o ainda aos Mutantes, uma semelhança que ainda hoje há quem aponte. Foi ali que fiquei sabendo que a voz que eu escutara não era de uma mulher.

Logo os Secos estouraram numa época em que era raro um grupo brasileiro ter tanta popularidade. A música estrangeira predominava, tanto que alguns cantores – vide Morris Albert – fingiam-se de americanos para fazer sucesso. Mas os Secos e Molhados foram uma exceção. Lembro de amigos meus que não compravam discos de música brasileira, mas compraram o primeiro LP dos Secos. Eles se apresentaram em Porto Alegre no Gigantinho, em dezembro de 1974. Eu estava lá. No mês anterior tinha acontecido um cambalacho, um falso show do grupo anunciado no Araújo Vianna. Mas desta vez era verdade e foi talvez o primeiro show musical no recém inaugurado ginásio do Internacional.

Naquele tempo não existia Internet, mesmo assim eu acompanhei tudo o que pude sobre os Secos e Molhados. Li as matérias da Veja e da revista Pop. Lembro da decepção de todos quando o grupo acabou bem na época do lançamento do segundo LP. Pouco antes disso, em julho de 1974, eu tinha feito minha primeira viagem aos Estados Unidos. Um dos LPs que eu trouxe debaixo do braço (na mala, jamais!) foi "Hunky Dory", de David Bowie, que só sairia no Brasil em 1990. Ali estava a música que viria a se tornar a minha preferida dele: "Life on Mars". E, por uma coincidência incrível, o Fantástico mostrou o clip na semana seguinte à minha volta. A gravação era de 1971, o clip era de 1973, mas foi mostrado no Brasil em 1974, tão logo eu cheguei dos Estados Unidos com o disco não mão (eu imagino qual teria sido a minha reação se ouvisse a música sem ter o disco – provavelmente pensaria que era novidade e ficaria aguardando ouvi-la no novo LP, "Diamond Dogs").



Aí está o clip, para quem quiser ver. Inclusive, essa é a edição original, não a versão modificada que saiu no DVD "Best of Bowie" (e antes no VHS/videodisco "The Video Collection"). Meu irmão assistiu junto e comentou: "Os Secos e Molhados copiaram a maquiagem dele toda." Talvez uma afirmação precipitada, mas a verdade é que o chamado "glitter rock" estava no auge, na época. Naquele mesmo ano o próprio Bowie aparecera com um raio desenhado sobre o rosto na capa do "Aladdin Sane". Embora ele nunca tenha usado essa máscara no palco, é a que os fãs mais copiam até hoje quando vão aos shows (de outros artistas, inclusive). Alice Cooper também fazia sucesso com seu visual, ainda que não fosse uma maquiagem colorida. Mais tarde eu viria a saber que o inglês Roy Wood e os italianos do grupo Osanna também já haviam usado maquiagem.

Não lembro se foi em 1974 ou 1975 que começou a aparecer no jornal "Hit Pop", suplemento da revista Pop, o anúncio de um LP de um grupo novo chamado Kiss. O que chamava a atenção é que eles também usavam uma maquiagem semelhante à dos Secos e Molhados. Naquele tempo eu tinha curiosidade de conferir todos os novos grupos que aparecessem, principalmente os de visual glam. Em março de 1975, minha irmã me deu de presente um dinheiro para comprar alguns discos. Fui na saudosa Yes Discos, na Rua da Praia quase esquina Dr. Flores, e acabei levando o compacto duplo do Bachman-Turner Overdrive com "You Ain't Seen Nothing Yet" e um do Kiss com "Strutter", "Deuce", "Nothing to Lose" e "Kissin' Time". Hoje é um item de colecionador pelo qual os americanos pagam mais de 100 dólares. Eu ouvi o disco na loja mesmo e gostei, era um rock bem simples e básico, com guitarras pesadas e bons vocais. Quando saiu o disco seguinte (no Brasil), "Dressed to Kill", comprei dessa vez o LP. Já era fã.

À medida que meu inglês foi melhorando, comecei a ler revistas americanas de música. E passei a me informar sobre o Kiss, saber quem eles eram, o que tocavam, comecei a querer saber também quem fazia vocal em qual faixa. Bem mais tarde, já adulto, tive chance de ler livros e revistas especiais sobre eles. Conheci a história do grupo nas ruas de Nova York, experimentando maquiagens diferentes, empilhando gabinetes de amplificadores vazios nos shows para impressionar. E soube também que eles não eram muito respeitados pela crítica mais exigente. Os roqueiros mais pesados não reconheciam a legitimidade do Kiss como uma banda de rock, considerando-os um grupo para crianças. Todo o merchandising que eles faziam, num estilo meio Beatles/Monkees, não ajudava a melhorar a reputação, mas dava dinheiro. Mas eu não me importava com isso. Nunca fui de ter preconceitos musicais. O importante é que eu gostava.

Nesse período, nunca me preocupei em saber se o Kiss tinha copiado os Secos e Molhados ou não. Eu achava que não, mas também não descartava a hipótese. Quando um americano amigo meu estava preparando uma tese de doutorado sobre rock brasileiro (ele morou um tempo no Brasil e se interessou pelo tema), contei para ele sobre o boato de que o empresário do Kiss teria ido ao México para conferir de perto os Secos e Molhados. Esse detalhe foi citado no trabalho dele, mas com a observação de que era um boato e não podia ser comprovado. Só vim a saber dos empresários americanos que procuraram Ney Matogrosso numa entrevista recente para o International Magazine. Ney acredita que eles levaram a idéia da maquiagem para o Kiss. Mas o fato de eu conhecer a fundo a história do Kiss me levava a achar que Ney estava enganado e aqueles empresários que o procuraram no México não tinham nada a ver com o grupo americano. Mesmo antes de pesquisar as datas, considerava a "prova" de Ney muito frágil e possivelmente equivocada. Por isso mesmo, achava estranho que os fãs dissessem que "é verdade que o Kiss copiou os Secos e Molhados porque o Ney falou". É preciso estar muito predisposto a tirar conclusões precipitadas para interpretar o testemunho de Ney como uma "prova incontestável" de que houve o plágio.

Quando percebi o quão irredutível era a posição de alguns fãs em relação à crença de que o Kiss copiou os Secos e Molhados, resolvi pesquisar as datas. Por mim, eu não teria feito pesquisa nenhuma. Meu conhecimento da biografia das duas bandas me dava a íntima convicção de que ninguém copiara ninguém. Eu me pergunto se existe mais alguém além de mim com o mesmo conhecimento tanto do Kiss quanto dos Secos e Molhados. Talvez Paulo Ricardo, ex-RPM, que biografou ambos os grupos em seu tempo de jornalista. Em geral existem os "profundos conhecedores" de um ou de outro, mas não dos dois. Eu sempre me interessei por ambos. E por muitos outros.

O resultado da minha pesquisa, bem como a reação que causou, os leitores do meu blog já conhecem. Se ainda não leram, é só clicar
aqui. E, como disse um amigo do Orkut, nem ao menos foi uma pesquisa profunda e complicada. Nada disso: foi rápida e certeira. Deveria realmente ter encerrado a discussão. Mas, pelo visto, nunca vai encerrar.

Contei essa história para deixar claro que conheço bem o assunto já de longa data. E caso não tenha dado pra perceber, afirmo que não sou o que chamo de "fã torcedor", aquele que encara música como futebol em que ele tem que torcer para um time e defendê-lo até a morte. Conheço fãs que nem dormem direito porque seu ídolo não constou numa lista de 10 ou 50 melhores. Ou porque algum crítico falou mal de um show ou disco. Aí vem aquela ladainha que a gente sabe de cor, "esses críticos não entendem nada de música, só gostam do que é ruim, blá blá blá..." Não pactuo com essa postura de fã nenhum, seja de Kiss, David Bowie, Secos e Molhados ou quem quer que seja. Lembro que, quando Rolling Stones e U2 estavam em evidência na Globo por causa dos shows no Rio, alguns fãs de Bowie começaram a ficar enciumados: "Por que não é o Bowie que está na mídia, por que não trouxeram ele para esses shows..."

Outra história rápida: a primeira vez que ouvi "Do Ya Think I'm Sexy", de Rod Stewart, falei na hora: essa música é plágio de "Taj Majal", de Jorge Ben. E era mesmo. Tanto que Rod foi processado e teve que achar uma forma de indenizar Ben, dando-lhe crédito de co-autoria em "She Won't Dance With Me". Mas quando eu falei isso, sabia que Rod Stewart havia estado no Brasil em 1976. Não para fazer shows, mas veio. Outro caso: sou Beatlemaníaco, mas não vou negar que George Harrison realmente plagiou "He's So Fine", das Chiffons. As músicas são iguais.

Não importa a minha "auto-estima de brasileiro", não importa se já houve casos em que o pioneirismo dos brasileiros não foi reconhecido, não importa se sou ou não sou fã do Kiss: é preciso saber separar as coisas. Se digo que o Kiss não se inspirou nos Secos e Molhados para criar sua maquiagem, é porque cheguei a essa conclusão de forma isenta e fundamentada. Não estou contestando a história que Ney conta dos empresários que o procuraram no México, mas afirmo que as conclusões dele é que estão equivocadas. Não nego que os Secos e Molhados se lançaram antes. Mas não tão antes que desse tempo de o Kiss copiá-los. O que confunde as pessoas é que os Secos estouraram instantaneamente enquanto o Kiss levou alguns anos para ser notado.

Não sou "fã torcedor". Não me sinto na obrigação de "defender" ninguém. Mas a verdade, sim.


P.S.: Eu teria curiosidade de saber o que o Paulo Ricardo pensa disso. Afinal, ele é fã declarado dos Secos e Molhados (tanto que o RPM gravou "Flores Astrais") e amigo de Ney Matogrosso (Ney dirigiu os shows do RPM da primeira fase). Nas duas extensas biografias do Kiss que escreveu para os pôsteres especiais da Somtrês, em nenhum momento ele citou os Secos e Molhados. E quando escreveu sobre os Secos e Molhados para um livro da editora Rio Gráfica, onde ironicamente descreveu situações que o próprio RPM viveria, também não falou nada numa possível inspiração para o Kiss.

Enquetes do Orkut

Agora que o Orkut permite a criação de enquetes, resolvi dar uma movimentada em duas comunidades moderadas por mim que andavam meio paradas. Uma é "Porto Alegre do Passado" e a outra é "Rádio Continental 1120 Anos 70". Na primeira comunidade a pergunta é simples: qual foi sua década preferida em Porto Alegre? Já na comunidade da Continental, a pesquisa é sobre qual foi o aspecto mais importante da rádio: a linguagem jovem, a divulgação de músicos gaúchos, a programação musical diferenciada (em especial os discos importados, que eram uma novidade) ou o noticioso "1120 é Notícia" e a postura política contestadora. Apareçam por lá e votem!

domingo, abril 01, 2007

Pela data de hoje

A data de hoje não poderia passar em branco. No ano passado, homenageei as pessoas que acreditam em tudo o que recebem por e-mail. Neste ano, como o assunto está "quentinho" aqui no blog, a homenagem vai para aqueles que "explicam" ao Google em linguagem corrente o que querem achar. E como descobri que a maioria dos que visitam este blog chega aqui por engano, porque não sabe montar um argumento de busca, resolvi criar mais alguns chamarizes. E hoje é o dia perfeito para postá-los:

Fotos de mulheres nuas
Gravações inéditas em MP3 para baixar
Imagens censuradas do Big Brother Brasil
Final da novela da Globo
Sexo explícito
Como descobrir senhas
Quero – procuro – mostrar – achar – procurar
Vídeo censurado
Significado da palavra
Como se escreve
Listão de aprovados do vestibular
Horóscopo
Grátis

É tudo mentira, gente. Mas logo este deverá ser o post mais visitado do blog. Feliz Primeiro de Abril a todos!