sexta-feira, junho 24, 2011

Domingo de Gre-Nal

Não assisti a "O Casamento de Romeu e Julieta" (2005), de Bruno Barreto, mas quando tomei conhecimento do enredo, meu primeiro pensamento foi: ideia velha, já foi usada antes. No caso, o filme de Barreto conta a história de uma Julieta palmeirense, de família palmeirense, que se casa com um Romeu corintiano, de família corintiana. Pois bem: troquem "palmeirense" por "gremista" e "corintiano" por "colorado" e terão exatamente a trama de "Domingo de Gre-Nal". Até os nomes Romeu e Julieta foram usados (por ser também uma óbvia paródia dos personagens de Shakespeare).

"Domingo de Gre-Nal" foi exibido em Porto Alegre em setembro de 1979, como verifiquei em minhas pesquisas. Mas não lembro do filme, na época. Sabem como eu o vi? Em rolos de 16mm que aluguei no começo dos anos 90 na saudosa Dipa Filmes, na Mauá (que fim levou o seu Camilo, ainda é vivo?), e eu mesmo projetei, no meu quarto, com meu próprio projetor. A cópia que eu trouxe para a minha casa deveria ser a última ainda em existência, pois tempos depois a RBS fez uma matéria a respeito lá mesmo, na Dipa Filmes.

O roteiro é de Sérgio Jockymann (o verdadeiro autor de "Os Votos", que muitos pensam ser de Victor Hugo) e o pai da Julieta não poderia ter sido melhor escolhido: é o notório gremista Paulo Sant'ana (verdadeiro autor de "Meus Secretos Amigos", que muitos pensam ser de Vinicius de Moraes). A trama em si não é muito rica e o filme enche tempo com cenas de rua, como entrevistas simuladas na Rua da Praia (aparece o Seu Brito, declamador que conheci no Grêmio Literário Castro Alves), e longas tomadas dos torcedores chegando ao Beira-Rio (para que todos possam "se ver" depois no cinema, presumo). Roberto Gigante faz o papel de um padre. Não se fica sabendo quem ganhou o Gre-Nal, mas Romeu e Julieta terminam juntos no fim. É um filme bobinho, mas que merecia ser resgatado pelas cenas de Porto Alegre do final dos anos 70 que conseguiu preservar, como o antigo Estádio Olímpico e as bancas de revistas esféricas do calçadão da Rua da Praia. Onde foi parar o acervo da Dipa Filmes?

quinta-feira, junho 23, 2011

Hallai-Hallai com Pezão na bateria

Alguém por favor me providencie uma máquina do tempo já! Quero desembarcar no dia 1º de abril de 1977 (e não é trote) para assistir a esse que deve ter sido um dos melhores shows de todos os tempos em Porto Alegre. E eu não estava lá! Incrível, eu já sabia que o baterista Fernando Pezão havia tocado com Mantra, Inconsciente Coletivo, Almôndegas, Saracura, Discocuecas, Nico Nicolaiéwsky e hoje nos Papas da Língua, mas confesso que não sabia dessa participação dele no Hallai-Hallai, um dos excelentes grupos de Porto Alegre nos anos 70. Até lembro desse anúncio e da foto, mas não prestei atenção nos detalhes. Logo depois desse show, ou talvez até um pouco antes, Pezão deve ter começado a ensaiar com o Inconsciente Coletivo para o show "Sul, Primeiros Passos". Nesse eu estava na plateia.

Será que Pezão é "bom de entrevista"? Deve ter muita história pra contar!

Feriado

Não vou trabalhar na sexta-feira, mas não para viajar. É que a escolinha do Iuri fez feriadão, então vou ficar com ele, para dar uma força.

Ontem fui surpreendido ao saber que o Museu de Comunicação estaria fechado pela manhã. Por sorte a vigia me avistou e veio me avisar desse fato inesperado. Imediatamente elaborei um plano B e fui no arquivo da Zero Hora (CDI, como eles chamam). O atendimento que me deram foi nota 10, fui muito bem recebido e ainda me forneceram caneta e papel, que eu não tinha levado. Em compensação, detestei a leitora de microfilmes. A gente tem que pressionar uma engrenagem para a imagem ficar em foco, as letras miúdas em negativo são de difícil leitura e o pior de tudo: o filme fica se deslocando sozinho ou de forma indesejada. Consegui achar uma matéria específica que estava procurando e fiz anotações, pois não teria como levar cópia no mesmo dia, nem fotografar a tela. Mas a imagem em movimento me deixou enjoado, a ponto de embrulhar o estômago e suar frio. A moça, muito atenciosa, ofereceu uma cadeira bem confortável para que eu relaxasse e me recuperasse. Da próxima vez que eu for lá, vou ter que tomar um Engov antes e levar uma garrafinha de água e um Sonrisal no bolso. É que o acervo do Museu está incompleto, existem páginas ou edições inteiras faltando, então com certeza vou querer voltar à Zero Hora mais cedo ou mais tarde.

Por uma irônica coincidência, justamente ontem chegou meu pacote de Mandiopã. Sim, ele ainda existe, embora não se encontre em supermercados. Tem que encomendar diretamente do site. É claro que não me apeteceu comer nenhum, depois do enjoo que tive. Por sorte eu tinha tempo de repousar um pouco mais pela manhã antes de ir trabalhar. Mas em algum momento eu vou me permitir saborear este salgadinho que tem gosto de infância. Que visão maravilhosa é um chip de Mandiopã caindo no óleo e "estufando" instantaneamente. No ano passado, cheguei a comprar uma frigideira com grade especialmente para o preparo desse irresistível "prazer culpado". Sim, porque estou de olho no peso. Mas de vez em quando, em quantidades moderadas, não tem problema. Não preciso preparar um pacote inteiro, posso ir fazendo aos poucos e guardando na geladeira. E também posso dividir um pouco com minha irmã e meus sobrinhos, que iriam adorar. O meu filho não gosta muito.

Já tenho ocupações para hoje, também. Tomei vacina para a gripe no começo do ano, mesmo assim "alguma coisa" me atacou a garganta. Não chego a sentir febre, mas fico meio prostrado. E ainda assim custei a dormir nessa madrugada.

Bom feriado a todos!

segunda-feira, junho 20, 2011

Não é bem assim

Tem uma piadinha clássica que circula por e-mail. É aquela do sujeito que passava tanto tempo na Internet que, quando faleceu, escreveram na lápide dele: "Enfim, off-line".

Já eu penso diferente: acho que, depois da morte, estaremos todos em conexão wireless.

domingo, junho 19, 2011

Biografia de Elton John

Estive agora mesmo na Saraiva e tomei conhecimento de que a biografia de Elton John escrita por David Buckley foi traduzida para o português e publicada no Brasil pela Companhia Editora Nacional. Com certeza é para aproveitar a vinda do cantor inglês para o Rock in Rio. Aplaudo a iniciativa, mas ao mesmo tempo lamento que não tenham escolhido a de Philip Norman, que é a melhor de todas e dificilmente será superada. Imagino que a opção tenha recaído sobre a obra de Buckley por ser a mais recente sobre Elton. No caso de biografias de pessoas vivas, isso se justifica pela questão da atualidade. Li o original em inglês e achei um bom livro, mas o de Norman continua sendo a referência maior.

Ironicamente, David Buckley é o autor da melhor biografia já escrita sobre David Bowie, no caso, "Strange Fascination". Mas a biografia de Bowie que acabou sendo lançada no Brasil foi a de Marc Spitz, também por ser a mais recente na época da publicação. A diferença é que Buckley é fã de Bowie desde pequenininho e fez um trabalho realmente definitivo sobre o seu ídolo. Uma vez consagrado como biógrafo, ele resolveu abordar a vida de Elton John sem conhecimento prévio, já que admite não ter acompanhado a sua carreira desde o início. Então seu livro sobre Elton não tem a mesma "autoridade" que ele demonstrou em sua obra sobre Bowie.

Resumindo: Philip Norman é o autor da melhor biografia de Elton John, mas publicaram no Brasil a de David Buckley. David Buckley é autor da melhor biografia de David Bowie, mas publicaram no Brasil a de Marc Spitz. É o famoso culto do "último". Todos querem sempre "o último", o último livro de Fulano, o último CD de Beltrano, o último filme de Cicrano...

quinta-feira, junho 16, 2011

De onde vem?

Se você chegou aqui via Facebook, poderia me informar que página postou link para este Blog? Pelo Site Meter eu fico sabendo que tem gente chegando de lá, mas não especificamente de que tópico. O mesmo acontece com o Orkut desde que ele implementou aquela página intermediária ("Atenção: você vai sair do Orkut."). Gosto de saber quem faz link e por quê. Satisfaçam minha curiosidade, por favor.

P.S.: A resposta já foi dada nos comentários.

Preparativos

Além de meus afazeres de sempre, tenho três textos para terminar até o final da outra semana. Onde eles serão publicados, vocês saberão oportunamente. Desculpem deixá-los curiosos, mas eu precisava dividir o meu entusiasmo de alguma forma. Até lá, mais pesquisas no arquivo de jornais, pois quero caprichar na correção das informações.

quarta-feira, junho 15, 2011

Outro achado do Museu

Das primeiras vezes em que fui pesquisar no arquivo de jornais do Museu de Comunicação, acabei encontrando fotos dos meus pais. Pois ontem achei uma do meu sobrinho (clique para ampliar):

O "garotinho" está hoje com 40 anos (vejam-no com a idade atual aqui).

sábado, junho 11, 2011

Don Juan para os namorados

Normalmente, quando se pensa em filme para o Dia dos Namorados, lembra-se de dramalhões como "Love Story" ou "Romeu e Julieta", ou as tradicionais comédias românticas com final feliz. E é normal que as lojas aproveitem a proximidade da data para promover DVDs do gênero. Pois em uma livraria da qual sou assíduo frequentador, em meio a títulos previsíveis expostos em uma prateleira para os namorados, aparecia "Don Juan de Marco". Eu já o vi há muitos anos e gostei bastante, mas nunca me dei conta de que poderia ser enquadrado no marketing para 12 de junho. Não deixa de ser um filme sobre amor, ainda que com enfoque diferente e, por que não dizer, original.

Johnny Depp vive um rapaz perturbado que diz ser Don Juan. Não apenas se veste a caráter, como também fala inglês com sotaque espanhol. Após uma farisaica tentativa de suicídio, ele é internado para avaliação. Mas, em vez de provocar risos, sua caracterização é tão convincente que ele chega a se tornar carismático. O trecho em que um dos médicos reclama que ele "está tendo uma má influência sobre as enfermeiras" é impagável. Mais do que isso, ele começa a reacender o romantismo esquecido do psiquiatra que o acompanha, representado por Marlon Brando. Paralelamente ao tratamento, o personagem de Marlon passa a ter mais atenções com sua esposa (Faye Dunaway), além de se preocupar com sua própria aparência.

É claro que, em se tratando de um filme, não se pode esperar total coerência ou verossimilhança. Em alguns momentos, o interesse do médico pelas histórias fantasiosas de seu paciente chega a lembrar as populares (e politicamente incorretas) anedotas de manicômio. Mas o objetivo é justamente transpor o espectador para esse universo paralelo vivido pelo protagonista. Ao mesmo tempo, reforça-se o elemento de suspense: quem é realmente esse rapaz e qual a sua verdadeira história?

O que fica é uma lição de amor. De que, para ser romântico, é preciso quebrar os padrões de comportamento austero que o dia-a-dia nos impõe. Não ter medo de brincar, de ser infantil e até de viver fantasias. O final é um pouco forçado, mas para os padrões hollywoodianos, tá valendo. O médico conclui que o seu paciente "sofria de um romantismo que era totalmente incurável, e o que é pior, altamente contagioso".

Aos namorados e namoradas que visitam o Blog, feliz dia! Comemorem!

O 4º Set Universitário - 1991

Em 1988, a Famecos - Faculdade dos Meios de Comunicação Social, da PUC/RS - organizou o 1º Set Universitário, uma espécie de competição ou "festival" entre alunos de Comunicação de faculdades do Cone Sul. Em 1991, em sua 4ª edição (que completará 20 anos), o Set foi tema de um especial de TV preparado com participação dos próprios alunos e veiculado pela RBS TV. Um comentário de meu ex-professor e hoje amigo Carlos Kober no Facebook me motivou a resgatar mais esta relíquia de meu baú. O vídeo está bem abaixo, no final. Antes, quero mostrar algumas caras conhecidas.

A pelotense Tatiana Nascimento foi minha colega em algumas matérias. Embora ela não tenha lembrado de mim imediatamente, eu já a conhecia de uma excursão a Disney World em 1985. Hoje ela é repórter global e até já entrevistou minha irmã, ativista na prevenção e tratamento da AIDS.

Nos créditos finais do programa a grafia está correta, mas aqui Sinara Félix teve seu primeiro nome alterado. Hoje ela está na Rádio Guaíba.

Quem nunca ouviu o indefectível "vozeirão" de Felipe Vieira? Ele é apresentador de TV, radialiasta e tem também um blog de notícias.
Cláudia Tisato (com um L só, obviamente) é jornalista e apresentadora de TV com passagem por diversos veículos, além de ter feito participações especiais em algumas produções da Globo, como séries e novelas.

Fernanda Garcia já passou, entre outros veículos, pela TVE, RBS TV e a notícia mais recente que encontrei sobre ela na Internet é de que está na empresa Giornale.

Quem lembra de Renata Amaro apresentando o "Linha de Vida"?

À esquerda, o professor Edson Erdmann, quando ainda tinha cabelo e bigode (digamos que o bigode ainda tem volta, se ele quiser...). Ele hoje está no Rio. Em 2009 ele dirigiu o DVD "Autorretrato", de Kleiton e Kledir.

Por fim, aqui está o programa:



P.S.: Eu concorri nesse Set, na categoria Reportagem. Não venci, mas fiquei entre os trabalhos finalistas. Tirei 3º ou 4º lugar, não lembro ao certo. Tive colocação semelhante no ano seguinte.

sexta-feira, junho 10, 2011

De volta ao Museu de Comunicação

Nesta semana, estive duas vezes no Museu de Comunicação Hipólito da Costa, aqui em Porto Alegre. E ainda pretendo voltar muitas outras. Tenho assunto para pesquisar que não acaba mais. Quando eu me aposentar, pretendo fazer daquele espaço um local de frequência praticamente diária. Adoro arquivos de jornais.

No momento, estou procurando alguns fatos específicos relacionados à música de Porto Alegre. Ainda não os encontrei, mesmo assim a "viagem no tempo" foi bem gratificante. Hoje, por exemplo, examinei um mês inteiro de exemplares de Zero Hora de 1969. E aí percebi que foi uma época em que, mesmo criança, eu era fã do jornal. Não lembro de tudo o que me atraía, mas jamais me esqueci dos pôsteres infantis. Imagens bens simples de personagens Disney (e outros) em fundo branco, mas que enchiam os olhos de um menino de oito anos. Os jornais do Museu não os incluem, mas os anúncios deles nas capas são suficientes para trazer boas recordações. Também lembrei de uma tirinha do Mandrake que, logo em seguida, foi publicada completa na revista homônima. Aproveitei para reler o final da história.

As notícias da época incluem a Seleção de João Saldanha, a chegada de Carbone no Inter (um dos maiores craques do Colorado, tendo chegado à Seleção, mas com uma peculiaridade: não fazia gols), as novelas "Rosa Rebelde" e "Ponte dos Suspiros" (assisti às duas, mas lembro melhor da segunda), fotos do compositor gaúcho Sérgio Napp quando jovem (ainda fazendo letra e música, antes de se tornar letrista de ofício), fotos de um Beira-Rio com meses de existência e um festival de música local.

Também fiz uma busca nos meses de fevereiro e março de 1976. No primeiro mês, é claro, muito Carnaval. Encontrei também a notícia do lançamento do LP do Bixo da Seda, shows de Pentagrama, Almôndegas e Fernando Ribeiro, anúncio do IPV (reconheci quase todos os professores), início da primeira Libertadores do Inter, chegada do goleiro Cejas ao Grêmio e, na coluna de Osvil Lopes de 6 de fevereiro, na Folha da Tarde, uma notícia estranhíssima:


Eu, que já li mais de 20 livros sobre David Bowie, nunca tomei conhecimento desse fato. Ou confundiram com outro (em 1974 a Folha de São Paulo anunciou a vinda de Bowie ao Brasil para shows – era Alice Cooper o certo!), ou Osvil bebeu de águas nada confiáveis. Seria interessante saber de onde saiu essa nota. Um erro evidente: Alice Cooper não é inglês, como citado. Bowie, sim.

Vamos ver se, já na semana que vem, consigo dar continuidade a meus garimpos de informações.

quarta-feira, junho 08, 2011

Maluquice do Orkut

Acabo de receber no meu endereço de Gmail (que uso alternativamente para anexos muito grandes) um convite de uma amiga para entrar no Orkut. Só que eu já estou no Orkut! Logo abaixo aparece a indicação de que "talvez você conheça uma destas pessoas". A seguir vêm algumas fotos, incluindo esta aqui:

E agora? Será que eu conheço esse cara? Vale a pena ser amigo dele?

domingo, junho 05, 2011

Sarinha e os direitos autorais

Eu me orgulho de ter sido um dos primeiros a acreditar que a verdadeira autora da crônica "Quase" era mesmo a catarinense Sarah Westphal Batista da Silva (depois da família dela, é claro). Que o texto não havia sido escrito por Luis Fernando Verissimo, os antigos fãs do cronista já sabiam. Mas, quando Sarinha, como é conhecida entre os amigos, postou um tópico na comunidade de Verissimo no Orkut intitulado "Eu escrevi o Quase", muitos desconfiaram. Como poderia essa então desconhecida estudante de Medicina de Florianópolis ter sido a criadora de um dos textos de maior sucesso da Internet? De minha parte, não vi razões para duvidar. A argumentação dela me pareceu bastante segura. Se nada até então havia sido encontrado na obra dos grandes escritores, só restava, literalmente, um autor desconhecido. Pois Sarinha se apresentou.

No dia 24 de março de 2005, em sua coluna, Verissimo contou uma história bastante curiosa sobre como o "Quase" foi parar numa coletânea de autores brasileiros na França. Com o nome dele, claro. E manifestou seu desejo de entrar em contato com o real autor. Este Blog citou o fato e disse que estava na torcida por Sarinha. Na coluna da semana seguinte, lá estava o nome dela, no último parágrafo, devidamente creditado. Um ano depois, o Blog entrevistou não só Sarinha como também Gabriella Scheer, a brasileira radicada em Paris que, equivocadamente, incluiu o "Quase" na citada compilação (todos os links serão colocados ao final).

Pois Sarinha tem novidades. Ela abandonou o curso de Medicina para seguir sua verdadeira vocação: Jornalismo. Forma-se em julho. E seu Trabalho de Conclusão de Curso é um Manual de Proteção de Direitos Autorais. Hoje com 27 anos, a formanda quer ajudar outras pessoas que enfrentaram a mesma dificuldade que ela para reivindicar a autoria de um texto. Mesmo depois de toda a divulgação, com aval do próprio Luis Fernando Verissimo, ela afirma que o "Quase" ainda aparece indevidamente creditado ao escritor gaúcho. Em alguns casos, houve quem substituísse a atribuição indevida por atribuição nenhuma, isto é, omitisse completamente o nome da autora. Ela conhece como ninguém a teimosia dos incautos em reconhecer a verdadeira autoria de crônicas e poemas que circulam pela Internet, então decidiu redigir um trabalho que servisse de guia para os escritores.

Eu tive o privilégio de ler um esboço da monografia de Sarinha em primeira mão e gostei bastante. Ele começa explicando o conceito de obra intelectual e os diversos direitos a ela associados. Esclarece o que está e o que não está protegido e as etapas para registrar um trabalho, detalhando documentação e fóruns competentes. Há uma seção de dúvidas frequentes, formas de cessão para publicação e os contratos a elas vinculados, impostos, os tipos de violação de direitos autorais e como se prevenir deles ou remediá-los. É uma obra que mereceria publicação e ampla divulgação, já que presta um enorme serviço a novos escritores e ajuda a disseminar a questão dos chamados apócrifos, ou textos divulgados com autoria incorreta. Sarinha, mais uma vez, está de parabéns. Mas fica nos devendo para o futuro um livro com o que ela sabe fazer melhor: crônicas e poemas.

Esta foto já havia sido publicada antes aqui no Blog. É o trecho final do "Quase" transcrito na parede de um restaurante em um shopping de Florianópolis. Exceto pela falta do "h" no final do primeiro nome, a autoria foi atribuída corretamente.

-*-

Leia também:

Desvendando o quase (Em que este Blog afirma que está na torcida para que o nome de Sarinha seja citado por Luis Fernando Verissimo, depois que ele manifestou desejo de saber quem é o verdadeiro autor do "Quase".)

Parabéns, Sarinha! (Comemorando a citação do nome dela na coluna do Verissimo, como esperado.)

Quase (A famosa crônica.)

Um ano de "Presque" (Entrevistas exclusivas com Sarinha e também com Gabriella Scheer, um ano depois da divulgação da verdadeira autora do "Quase" por Luis Fernando Verissimo.)

Outra da Sarinha (Um belo poema de Sarah Westphal que este Blog publicou em primeira mão.)

Grande Alice Cooper

Vejam o que Alice Cooper conseguiu fazer com a visitação do Blog, na quarta-feira. Valeu a pena ficar acordado até tarde montando o vídeo, na volta do show. De vez em quando acontecem esses "saltos" nos acessos, mas desta vez não foi por nenhum link externo de site mais visitado, nem por algum fato inesperado provocando buscas a um assunto antigo: foi um tópico novo que teve repercussão imediata, como desejado. Neste momento, o YouTube registra 926 exibições para o vídeo. Mais da metade foi nas primeiras 24 horas desde a postagem. O tópico do Blog (incluindo o vídeo) está aqui.

sexta-feira, junho 03, 2011

Insistência

Agora há pouco, fui obrigado a aceitar uma ligação a cobrar do prefixo 042 para o meu celular só para dizer ao cidadão que ele estava ligando para o número errado, do contrário ele ficaria insistindo a manhã toda. Realmente, tinham dado o meu número para ele. Têm duas ou três pessoas e/ou empresas para quem recebo ligações de vez em quando. Uma delas, já sei de cor o nome completo. Quando me perguntam se a conheço, respondo: "só o nome, de tanto que me ligam perguntando por ela".

quinta-feira, junho 02, 2011

Acabando com os erros de português

Ainda não li o polêmico livro que prega a tolerância com erros de concordância em português. E acho que nem vou lê-lo, embora esteja sendo fartamente disponibilizado na Internet. Mas essa questão me fez lembrar de um antigo texto do Blog: "A abolição das regras", que publiquei em agosto de 2005. Seria uma proposta de reforma ortográfica e gramatical para acabar de uma vez por todas com o "erro" no uso da língua portuguesa.

quarta-feira, junho 01, 2011

Afobados

Incrível como há pessoas que não leem um texto até o fim antes de postar um comentário! Isso já aconteceu mais de uma vez aqui e hoje novamente neste tópico aqui.

O show de Alice Cooper em Porto Alegre

Não quis levar minha máquina Canon para o show de Alice Cooper, no Pepsi on Stage, porque imaginei que vigoraria a tradicional restrição: somente câmeras compactas. Então fui com a minha Sony. Só que ela é péssima para fotografar shows. Então achei melhor usá-la para gravar trechos em vídeo e montar um "compacto" do show, aproveitando que agora a minha conta do YouTube permite vídeos mais longos. O resultado vocês veem ao final, depois deste comentário.

Quando cheguei ao local, o show de abertura já tinha começado com a veterana Rosa Tattoada. A banda gaúcha de heavy metal foi uma escolha certeira. O público a recebeu bem e vi várias pessoas cantando junto algumas músicas.

A estas alturas o repertório do show de Alice já deve estar sendo divulgado furiosamente em redes sociais. Gostei que ele cantou "Hey Stoopid", que não aparece em nenhum dos DVDs oficiais. Outra inclusão recente foi "Clones (We're All)", da fase new wave de 1980. Quando se ouviram os primeiros acordes de "Poison", fiquei surpreso de descobrir que não sou só eu que adoro a música. Lembro quando a ouvi pela primeira vez, no vídeo do show "Trashes the World". Achei que era uma canção pop tipo ABBA ou Roxette, mas com peso nas guitarras (nada contra, eu gosto das duas bandas suecas). Pelo visto, os fãs aprovam.

Um momento de destaque foi quando Alice retornou ao palco depois do solo final de "Halo of Flies" e ficou de costas para a plateia, mostrando que, atrás de seu casaco, estava escrito "NEW SONG" (música nova). Pelo refrão já dava pra imaginar o título, mesmo assim ele tirou o casaco durante a segunda parte e, nas costas da camiseta "ensanguentada", aparecia: "I'll Bite Your Face Off". Quem esperava ouvir as baladas mais comerciais da segunda metade dos anos 70, decepcionou-se: somente "Only Women Bleed" foi apresentada.

Foi minha primeira vez no Pepsi on Stage e, como já tinham me avisado, a acústica é péssima. Mas não importa, sou fã de Alice desde os 12 anos e curti cada momento do show. Os clássicos apresentados foram tantos que nem dá pra reclamar do que ele não cantou: ouviram-se "I'm Eighteen", "Billion Dollar Babies", "No More Mr. Nice Guy", "School's Out" (incorporando um trecho de "Another Brick in The Wall", do Pink Floyd, que Alice já cantara em Porto Alegre em sua participação no British Rock Symphony em 2000) e, no bis, "Elected". Alice é um caso curioso de artista que praticamente nunca mudou, mas não perdeu o respeito da crítica. Sempre de cabelos compridos e couro preto, ele continua o velho Alice Cooper de sempre. E por isso é tão adorado por fãs novos e antigos (perto de mim estavam um senhor que devia ter 70 anos, mais ou menos, e um menino gordinho de aproximadamente 13, o garoto, no caso, cantando junto em "School's Out").

Enfim, como anunciei acima, aqui está um "compacto" de 25 minutos do show. Divirtam-se: