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sexta-feira, setembro 30, 2005
Alerta de falso Verissimo
Atenção: mais um texto está circulando com a autoria indevidamente atribuída a Luis Fernando Verissimo. É aquele que começa com "tenho o sono muito leve" e descreve a experiência de um morador que ouviu um ladrão caminhando no quintal de sua casa. Sei que este blog sozinho não vai conseguir impedir que o texto continue circulando com a falsa assinatura (invariavelmente acompanhado de comentários como "só podia ser do Verissimo"), mas pelo menos quem vir aqui fica na obrigação de alertar os demais desavisados. Para conhecer a verdadeira autoria, clique aqui.
Cadê o Fantástico! Precisamos urgentemente do Fantástico!
Uma questão que um dia ainda gostaria de debater com jornalistas experientes é a polêmica das entrevistas editadas. Em outras palavras: é anti-ético o veículo publicar só o que lhe interessa? Se não houver distorção nem uso indevido do depoimento em matéria de enfoque prejudicial ao entrevistado, há o que reclamar?
Quase sempre existe um choque de interesses numa entrevista. O entrevistado quer se promover, sair bem na foto (tanto no sentido literal quanto metafórico), demonstrar sua inteligência e exaltar suas conquistas e vitórias. Mas o jornalista nem sempre comunga desse objetivo. Muitas vezes, o entrevistador quer garimpar alguma revelação de impacto ou explorar um aspecto mais controverso do entrevistado. Quando a entrevista é publicada, o entrevistado reclama que não saiu uma só linha sobre o seu desempenho exemplar na universidade, sobre o faturamento espetacular de sua empresa ou suas articuladíssimas opiniões sobre o futuro da humanidade. Em vez disso, deram chamada de capa para o fato tão insignificante de ele já ter transado com um homem. Uma vez só!
Uma tática muito usada pela grande imprensa é deixar o entrevistado falar à vontade, contando a história de sua vida nos mínimos detalhes. A conversa pode se estender por vários dias. Depois que ele estiver "amaciado" e já tiver dito tudo o que queria sobre sua irrepreensível pessoa, acabará entrando em assuntos mais delicados. Que, obviamente, era o que o repórter queria ouvir desde o início. Quando chega o momento de editar a entrevista, esses trechos ganham destaque enquanto o restante muitas vezes é descartado. Que um entrevistado se decepcione com esse tipo de prática é até compreensível. Mas, se as palavras publicadas realmente foram ditas, ele pode culpar a edição pelo seu próprio depoimento? Não teria sido mais prudente evitar certos temas para não se arrepender depois?
Em 1978, Arthur Bell, da Playboy americana, foi procurado por uma intermediária que o avisou que uma pessoa famosa havia feito uma cirurgia de troca de sexo e, depois de anos se escondendo das câmeras, queria revelar sua nova identidade. Após acertados os detalhes, Bell teve a chance de colher um dos depoimentos mais bombásticos já publicados pela revista: o de Wendy Carlos, até então conhecida como Walter Carlos, gênio do sintetizador moog e autor do clássico "Switched on Bach". Embora perceba-se nas entrelinhas, especialmente no texto de introdução, que foi usado o já citado método de "ouvir mais para publicar menos", Carlos forneceu todos os detalhes sórdidos de sua transformação, dos traumas de infância à adaptação pós-operatória, passando pelas situações embaraçosas da fase de transição (enquanto não tirarem a página do ar, a entrevista em inglês pode ser lida aqui). Hoje, Wendy repudia o assunto explicitamente em seu site e ainda cita "os editores de Playboy" em uma "lista de desprezo" para a qual reservou uma página específica. No ano passado, a revista Isto É publicou uma entrevista com João Ricardo, líder dos Secos e Molhados. Suas declarações sobre os ex-colegas de grupo da fase clássica não foram bem recebidas pelos fãs de Ney Matogrosso. Depois o próprio João renegou a matéria no site oficial do conjunto, argumentando que a edição foi maldosa. No Orkut, anunciou-se informalmente que a íntegra do depoimento de João seria postada na página dos Secos, mas até agora nada se concretizou. De qualquer forma, o que todos se perguntam é no que uma edição mais ampla atenuaria as afirmações que efetivamente foram impressas. Só lendo para saber. Talvez, diluídas num contexto maior, não chamassem tanto a atenção. Aí voltamos à pergunta inicial: é anti-ético publicar só o que interessa ao veículo?
Só o que se pode concluir com certeza é que, quem não quer ver suas palavras publicadas, deve calar a boca. Do contrário, como se dizia nos anos 70, "falou, tá falado". O entrevistado pode e deve processar a imprensa em casos de distorção, difamação, calúnia ou obtenção de depoimento por meios escusos para uma reportagem que o irá expor negativamente. Mas não vejo no que uma entrevista publicada em formato "pingue-pongue" (pergunta seguida de resposta) possa ser condenada apenas por não conter a íntegra da conversa. Não se pode confundir a frustração da expectativa do entrevistado com falta de ética. O objetivo de uma entrevista é atrair o leitor, não o de enaltecer alguém. Esteja ciente disso sempre que aceitar falar para um repórter. E não diga nada que não queira ver publicado depois.
É impressionante o poder de comunicação do Fantástico. É talvez o programa de TV que atinge todas as classes em proporções mais aproximadas. Existe o público da novela, o público do telejornal, o público dos filmes e o público dos programas de auditório, mas o Fantástico engloba todos esses. O que o Fantástico mostra no domingo à noite, o Brasil comenta na segunda de manhã.
Mesmo quem já era nascido quando o programa estreou em 1973 tem dificuldade de lembrar o que a Globo mostrava antes no mesmo horário. Era o “Só o Amor Constrói”, documentário focalizando a vida de um artista famoso. O que mais me marcou foi Nelson Gonçalves, que contou tudo sobre o seu drama com a cocaína. Mas não causava o mesmo impacto. Os verdadeiros antecessores do Fantástico no encerramento oficial do domingo brasileiro foram o Programa Flávio Cavalcanti e, quando esse perdeu força e finalmente saiu do ar (antes da volta nos anos 80 com o “Boa Noite Brasil”), o Programa Sílvio Santos. Mas, depois de 1973, ficou difícil imaginar uma noite de domingo sem Fantástico.
Há quem não goste do programa. Eu particularmente acho interessante a idéia da revista eletrônica. É verdade que o Fantástico teve altos e baixos. Nos anos 90, por exemplo, houve uma época em que, talvez ameaçado por seus concorrentes mais cruentos, o autoproclamado “Show da Vida” começou a mostrar cenas de acidentes e assassinatos em horário nobre para toda a família assistir. Felizmente, passou. Hoje não o vejo com a mesma assiduidade, mas mais por ter perdido o hábito de ligar a televisão. Mas não esqueço os clips e números musicais que vi no Fantástico. Aliás, na fase em que o programa mostrava mais música, era a melhor divulgação que um disco podia ter depois das novelas. Se alguém inesperadamente me questionasse sobre algum grupo, cantor ou estilo musical, como fizeram uma vez com canto gregoriano, na hora eu perguntava: deu no Fantástico? Batata.
Pois bem: fãs do verdadeiro Luis Fernando Verissimo, torçam comigo. Mandei ontem um e-mail para o Editor-Chefe do Fantástico sugerindo uma matéria sobre os textos indevidamente atribuídos ao escritor. Sei que as chances são pequenas, mas não custa tentar. O fato é que não vejo outra forma de tentar esclarecer ao público em geral que esse Verissimo romântico e messiânico cultuado na Internet é totalmente falso. O Fantástico é o único canal com abrangência e penetração para dar uma sacudida eficaz nos internautas desinformados. E teimosos, também. Ontem uma moça postou o texto “Dar ou Não Dar” em uma comunidade do Verissimo no Orkut e disse que o havia citado em sua monografia sobre o comportamento feminino. Enviei-lhe uma mensagem esclarecendo que a autoria não era do Verissimo. Vejam o que ela respondeu:
“Oi Emílio! É dele sim! Pesquisei antes de colocar na minha monografia de pós-graduação. Achei em um site sobre o Luís Fernando Veríssimo, mas esqueci o endereço. Se achar, mando p/ vc! Beijos!!!”
É incrível a dificuldade que algumas pessoas têm de entender que o fato de se encontrarem textos com a assinatura de Verissimo na Internet não valida a autoria. Ainda mais se for em blogs ou sites independentes. Repliquei que só havia dois sites confiáveis para consultar textos do escritor (na verdade pode haver mais, mas é melhor não abrir muito o leque), forneci o endereço e desafiei a pós-graduada a achar o livro em que o texto se encontrava. Mas já alertei: “Vai morrer procurando.” Ela não respondeu e excluiu minhas mensagens de seu mural.
A desinformação ainda se entende, mas a insistência no erro é algo fora do comum. Os desavisados fazem uma busca no Google, encontram várias ocorrências e acham que, com isso, está confirmada a autoria. Pior: alguns são capazes de jurar que viram tal crônica em um livro de Luis Fernando Verissimo. O próprio já desmentiu os textos apócrifos, alguns sites na Internet bravamente tentam investigar e divulgar os verdadeiros autores e já saíram reportagens sobre o assunto em revistas de grande circulação. Não adiantou.
O que resta? O Fantástico. É o último cartucho. Se domingo à noite a Globo escancarar para o Brasil inteiro uma lista de textos falsos (que não precisam ser lidos na íntegra, obviamente), com o próprio Verissimo dizendo, um por um, “não é meu”, aí sim, pode dar resultado. Até já consigo imaginar a repercussão na segunda-feira, todo o mundo dizendo, “puxa, eu achava que aqueles textos todos fossem dele, não imaginava que fossem falsos”. Isso até pode ser o começo de uma série de matérias sobre o assunto, já que outros escritores, como Mario Quintana, Arnaldo Jabor e Vinicius de Moraes, sofrem do mesmo mal. Está dada a sugestão. A única esperança é o Fantástico.
Catei essas imagens no site da Amazon (clique para ampliar), mas não vou encomendar nada por enquanto. De todos esses DVDs importados, acho que o que tem mais chance de sair no Brasil (aliás, acho quase certo o lançamento, embora possa demorar) é a primeira temporada do Muppet Show. O DVD do Super-Homem é a clássica série de TV dos anos 50, com George Reeves. Os dois de Batman e Robin são os seriados dos anos 40. James Bond, Três Patetas, David Bowie e Apollo 13 são documentários. O da Apollo inclui a cobertura completa da imprensa na época, antes, durante e depois do susto.
E ainda querem que eu guarde dinheiro. Pior: querem que eu tenha dinheiro!
Em sua coluna de hoje da Zero Hora, Paulo Sant'ana usa uma ironia muito parecida com a de Luis Fernando Verissimo em "A Audácia" para abordar uma questão polêmica. Em suma, ele acha que, para defender o desarmamento, só mesmo estando contagiado pelo idealismo romântico dos intelectuais, que parece desconhecer a realidade. A questão agora é: os leitores vão captar? Ou haverá uma repercussão de mal-entendidos, como no caso do Verissimo?
Eu já conhecia o site "Clássico Gre-Nal", mas não sabia que continha vídeos para baixar. Finalmente pude assistir ao primeiro gol do Estádio Beira-Rio, que eu só conhecia de seqüência de fotos e da narração do saudoso Pedro Carneiro Pereira. Houve uma época em que eu sabia a narração de cor, hoje só lembro da frase que mais me chamou a atenção: "Gílson Porto tenta encher o pé..." Isso aparece no vídeo, mas quem fez o gol foi Claudiomiro. Confiram aqui. Depois quero achar o CD com a narração e tentar sincronizá-la com o vídeo.
Do saite (provavelmente o único em toda a Internet que escreve e defende que se escreva assim e não "site") Espaço Vital:
O significado do crucifixo nas salas de audiência
Por Maria Beatriz Dreyer Pacheco, advogada A propósito da discussão sobre a presença de crucifixo nas salas de audiência, tenho um fato que acho relevante para sinalar. Meu saudoso pai, Ivéscio Pacheco, era magistrado. E quando assumiu, fez questão de me explicar o significado do crucifixo na sala de audiência.
Segundo ele, o crucifixo deveria ficar, sempre, na parede à frente do magistrado, não como símbolo religioso, como pretendem os mal-informados magistrados citados na notícia, mas "para lembrar um dos maiores erros de julgamento que a história já narrou"!
Assim, seria interessante que os atuais magistrados que questionam a presença deste elemento na sala de audiência buscassem na história do Judiciário o seu real significado. Por eu ter pouca idade à época em que isto me foi falado por meu progenitor, não posso recordar se esta exigência era apenas histórica ou decorrência de alguma norma legal própria, que trazia em sua exposição de motivos a razão primeira desta presença nas salas de audiência. Falem os historiadores...
(Além de advogada, Beatriz é também irmã deste blogueiro. O pai não era só dela, era meu, também.)
Hoje, 25 de setembro, faz 15 anos que vi David Bowie ao vivo pela primeira vez. E por pouco não perdi de estar no Brasil para assistir ao show. Em 1990 ainda não havia Internet, era difícil saber datas de shows com antecedência. Desde março eu tinha agendado uma viagem aos Estados Unidos com minha então esposa. Aliás, tivemos muita sorte. Fomos avisados por uma agente de viagens de que o preço das passagens logo passaria do dólar oficial para o dólar turismo. Corremos para aproveitar preço e, com isso, escapamos do confisco do Plano Collor. E também da limitação de prazo de antecedência para compra de passagens aéreas. A data marcada originalmente era em julho, mas por motivos de trabalho adiamos para setembro.
A menos de uma semana do embarque, fui avisado em uma loja de discos de Porto Alegre que Bowie viria naquele mês. Fiquei apavorado. Alguns acharão que é loucura, mas a primeira providência que tomei foi implorar ao agente de viagens que reprogramasse o nosso itinerário e alterasse o prazo de permanência nos Estados Unidos de três para duas semanas. Perdi dinheiro nessa brincadeira, mas valeu a pena. De Miami, liguei para minha irmã e fui informado de que havia sido programado um show a mais de última hora no Olympia, em São Paulo. Apesar das correrias e de não ter conseguido ninguém em Sampa que fosse comprar os ingressos para mim (hoje que conheço São Paulo, entendo melhor a dificuldade de deslocamento), reservei as passagens por telefone ao voltar para o Brasil. O preço era pouco mais de 180 dólares, algo realmente absurdo, "o ingresso mais caro já vendido no Brasil depois de Frank Sinatra" segundo informou um fã no site Teenage Wildlife. Mas o Olympia é um lugar pequeno, para no máximo 3 mil pessoas. Já na capital paulista, a moça da bilheteria, talvez vendo que tínhamos vindo de tão longe só para ver o show, nos ofereceu lugares melhores, na sétima fila, bem no centro.
Na noite do show, reconheci na platéia Irene Ravache, Gel Fernandes (baterista do Rádio Táxi) e, na primeira fila, Thedy Correa do Nenhum de Nós conversando com Ritchie. Chegou o grande momento. As luzes se apagaram e se ouviu o começo "Ode to Joy", da trilha de "Laranja Mecânica", a mesma música que abrira os shows da fase Ziggy em 1972 ressuscitada para a turnê. Enquanto isso, algumas sombras se moviam no palco. Terminada a gravação, acenderam-se as luzes do palco e Bowie estava lá, em terceira dimensão, cantando minha música preferida: "Life on Mars". A segunda foi "Space Oddity". A seguir, Bowie falou rapidamente com a platéia. Disse "feliz estar aqui" (sic) em português e fez uma breve apresentação em inglês, agradecendo os presentes que lhe tinham sido enviados. Em seguida, anunciou: "Esta é uma música que vocês conhecem em português." E cantou "Starman", cuja versão "Astronauta de Mármore", do Nenhum de Nós, era sucesso recente.
A verdade é que as platéias brasileiras, em 1990, não estavam preparadas para a concepção da excursão "Sound and Vision". Aproveitando que a gravadora americana Rykodisc estava fazendo um belo trabalho de relançamento de seus discos dos anos 70, Bowie decidiu fazer uma "turnê de sucessos" pelo mundo, em muitos casos permitindo que os fãs votassem por telefone nas músicas que queriam ouvir. Na maioria dos países, deu certo, pois os respectivos públicos conheciam bem a obra do cantor e votaram no repertório que estava ensaiado, que eram os clássicos dos anos 70. No Japão houve uma única surpresa: justamente "Starman". Como Bowie sempre teve uma declarada admiração pela terra do sol nascente, a música foi incluída às pressas.
Já no Brasil o melhor de David Bowie estava fora de catálogo havia bastante tempo. Os relançamentos da Rykodisc estavam apenas começando, em grupos de dois ou três álbums cada vez, e alguns estavam saindo no Brasil somente em vinil, já que o CD era ainda visto como um formato novo e incipiente. Para a maioria dos fãs que compareceram à Praça da Apoteose ou no Parque Antártica, David Bowie era o ator do filme "Labirinto" ou o cantor de sucessos dos anos 80 como "Let's Dance", "Modern Love", "China Girl" e "Blue Jean". Todas essas foram cantadas e, nos dois shows citados, foram as únicas que entusiasmaram a platéia. Mas, conforme a votação organizada pela Rádio Transamérica, os fãs queriam ouvir também "As The World Falls Down" (a mais votada), "Underground" (ambas do filme "Labirinto") e "This is Not America". Até hoje há quem pense que Bowie desrespeitou o público brasileiro ao cantar poucas músicas dos anos 80. Na verdade foi um caso típico de desinformação dos fãs. A turnê "Sound and Vision" tinha seu repertório concentrado nos anos 70 e não haveria a menor chance de mudá-lo apenas para contentar um bando de admiradores retardatários.
Esta foi a vantagem do show no Olympia: com os ingressos a preços altos, somente os fãs realmente conhecedores do trabalho de Bowie estavam lá. E gostaram do que ouviram. Em "Ashes to Ashes", o cantor imitou um viciado com síndrome de abstinência e, no final da música, se aproximou da beira do palco usando o suporte do microfone como muleta. Em "Rebel Rebel" vários se levantaram das cadeiras e invadiram os corredores. Lembro de um segurança tentando impedir, mas acabaram deixando. "Pretty Pink Rose" era uma faixa do disco do guitarrista Adrian Belew em que Bowie fazia uma participação. Essa os dois cantaram juntos. Em "Stay", ao começar a segunda parte, Bowie fingiu atirar alguma coisa no ar. Alguém na primeira fila fingiu pegar e o cantor apontou e riu.
A seguir vieram "Blue Jean", "Let's Dance", "Sound and Vision", "Ziggy Stardust", "China Girl", "Station to Station" e "Panic in Detroit". Em "Young Americans", na parte em que deveria cantar "break down and cry", Bowie fez cara de choro e se deitou no chão de tal forma que, de onde eu estava, não consegui avistá-lo. Ficou lá tempo suficiente para provocar a platéia até ser "acordado" pelos acordes iniciais de "Suffragette City". Quando ele cantou "don't lean on me man, 'cause you can't afford a ticket" eu sacudi meu ingresso no ar esperando que ele o visse. Claro que não viu...
Estou acompanhando a lista de músicas pelo site Teenage Wildlife. Se não me engano as duas últimas foram "Fame" e "Heroes" e, no bis, ele cantou "Changes" e "Fashion", depois retornou para "The Jean Genie" e "Modern Love". No segundo bis, pouca gente notou que ele voltou citando uma famosa frase de John Lennon, dizendo que as pessoas mais pobres da platéia batessem palmas e as outras chacoalhassem as jóias. Durante o show ele também falou rapidamente sobre "as coisas que acontecem quando se está na estrada", quais sejam: "Algumas pessoas ganham nenês, outras não ganham nenês, outras se apaixonam por suas esposas, outras se desapaixonam, outras casam, outras se separam, algumas ficam doentes, e em meio a tudo isso nós continuamos aqui, tocando para vocês." Além do já citado guitarrista Adrian Belew, estavam lá também Erdal Kizilcay no baixo e vocal, Rick Foxx no teclado e vocal e Mick Hodges na bateria.
Na saída, comprei algumas camisetas de souvenir. Só uma era realmente bem feita, mas era de um número pequeno para mim: reproduzia em boa qualidade a capa do Aladdin Sane. Outras continham apenas fotos de Bowie. A mais ridícula, e que por isso mesmo me arrependo de não ter comprado, mostrava uma lagartixinha verde com os dizeres: "O Camaleão do Rock"! Uma garota me abordou para divulgar seu fã clube. Deixou-me um cupom para preencher, o qual acabei nunca enviando. A seguir a turnê se encerrou em grande estilo na Argentina. No mês seguinte, Bowie conheceu a modelo, Iman, da Somália, com quem se casaria e teria a filha Alexandria. Ele voltaria ao Brasil em 1997 e dessa vez consegui ir aos três shows. Mesmo sem pagar ingresso a preço extorsivo, vi-o bem de perto no Metropolitan, no Rio. E a platéia estava mais bem informada sobre o seu repertório. Leiam também:
Isto aqui também é muito interessante, mas não abram antes de matar a charada abaixo. A propósito, se já olharam e não sabem quem é ou não reconheceriam mesmo, talvez tenha faltado explicar que era uma pergunta para os gaúchos ou para quem ouve música desde os anos 70. Epa, falei demais! De qualquer forma, vocês viram que tem mais gente famosa nessas páginas escaneadas.(Mais uma vez obrigado, Adalberto. E feliz aniversário!)
Clique na imagem para ler a página completa de onde a foto foi tirada e veja o nome na legenda. Depois prestigie a comunidade dele lá no Orkut. Para não ficar em dúvida, é o "tropicalista". (Obrigado Adalberto pelo scan.)
Meu amigo Manoel Augusto Queiroz, que nasceu em Natal, já morou em Porto Alegre e atualmente está em Brasília, voltou recentemente à capital gaúcha para rever amigos e matar as saudades da cidade. Em um de seus passeios de bicicleta, tirou algumas fotos com sua Sony Cybershot, depois as divulgou por e-mail. Esta aí em cima foi tirada no Parque Marinha do Brasil. Achei que estava boa demais e merecia aparecer aqui (cliquem nela para ampliar).
O que me faz lembrar: eu também gosto de fotografia. Acho que, se eu tivesse me dedicado mais, teria sido um excelente fotógrafo. Sempre tive boa noção de enquadramento e do momento certo de tirar a foto, desde o tempo em que eu usava uma “Kodak Instamatic Pocket” (depois apelidada de “Xereta”). Em 1981, traduzi um manual de uma Pentax e, só de tomar conhecimento dos recursos, já fiquei fascinado com as possibilidades. Mas só viria a colocá-los em prática muitos anos mais tarde, com uma Minolta que meu irmão me emprestou, depois acabou dando de presente. E, claro, aproveitei ao máximo as aulas de fotografia na Faculdade de Jornalismo.
Por influência de um amigo, criei gosto pelo slide. Em minha viagem aos Estados Unidos em 1990, só comprei filme negativo para impressão em lojas onde realmente não havia slide para vender. E com isso quase aconteceu uma perda irreparável. Quando falei sobre os slides para o meu irmão que ainda era o dono da máquina, ele me alertou: “Olha pra ver se não tem nenhum Kodachrome. Se tiver, não vais conseguir revelá-lo aqui no Brasil.” Fui conferir e tinha um que eu havia comprado em uma lojinha do Brooklyn, em meio a um tour. Ali estavam imagens do Jardim Botânico do Brooklyn e também fotos noturnas tiradas do alto do Empire State, com tripé. Modéstia à parte, ficaram perfeitas. Só não entrariam num cartão postal porque o céu não estava estrelado. Mas engraçado mesmo foi quando fui perguntar nos laboratórios de Porto Alegre: “Vocês revelam filme Kodachrome?” Invariavelmente a resposta era: “Sim, revelamos.” Eu insistia: “Processo K-14, vocês revelam?” “Ah, não, não revelamos.” Quem acabou me ajudando foi o mesmo amigo que havia me ensinado a apreciar slides. Ele era comissário de bordo e mandou revelar o filme no exterior para mim.
Outra experiência fascinante foi fotografar shows. A primeira vez foi em 1987, na apresentação de Charly Garcia no Teatro Presidente. Fui como amador, mesmo. Consegui um lugar excelente na segunda fila e registrei vários momentos. Uma das fotos viria a ilustrar uma matéria sobre Charly que eu escreveria em 1996 para o International Magazine. Depois, já com credencial de jornalista, fotografei David Bowie, Kiss, Yes, o histórico show de Roberto Carlos e Pavarotti e outros. Muitas dessas fotos não posso mostrar, pois assinei um documento me comprometendo a não usá-las para outra finalidade que não a de publicação no veículo que me credenciou. Lembro que, no show de David Bowie em Curitiba, em 1997, assinei o Termo de Compromisso com o papel apoiado nas costas da assessora de mídia dele. Depois ele próprio pediu aos fãs que enviassem material sobre a turnê para o projeto liveandwell.com e as fotos foram amplamente divulgadas.
Acabei me afastando da fotografia porque minhas máquinas começaram a falhar. De repente, o fotômetro da Minolta passou a funcionar de forma intermitente. Tentei enviar para conserto e descobri que “só em São Paulo”. Quando meu filho estava para nascer, comprei, pra remédio, uma Zenit, que é talvez a máquina mais barata entre as que incluem as regulagens básicas de um modelo profissional. No início, até funcionou bem. Mas depois o fotômetro falhou também. Não sei se é a umidade de Porto Alegre ou eu é que emano algum tipo de energia que interfere com componentes eletrônicos. Já tive problemas com o sintonizador de um receiver e também com um telefone sem fio. Cheguei a planejar a compra de uma Canon, mas hoje me vejo num momento de transição: as máquinas convencionais se encaminham para a obsolescência, enquanto uma digital profissional ainda está numa faixa de preço proibitiva. Até posso encarar uma digital comum, já que a qualidade, pelo que tenho visto, é extraordinária. Mas imaginem eu cobrindo um show com uma caixinha prateada na mão ao lado daquelas lentes poderosas dos outros fotógrafos. Ah, não, esse mico eu não quero pagar.
Lamento apenas que, com o advento da fotografia digital, o slide se encaminha ou para a extinção, ou para um nicho restrito a aficcionados, como hoje acontece com o filme Super-8 (que ainda pode ser conseguido e revelado em raríssimas lojas do exterior) e o disco de vinil. Aqui no Brasil, já deve ter desaparecido. Tenho até medo de perguntar nas lojas. É bem verdade que sessão de slides é como recital de poesia, concerto de música clássica, ópera, palestra e documentário: só quem gosta agüenta. Mas eu adoro.
Um dia ainda vou resgatar algumas fotos em minha ex-residência e colocá-las aqui. Sei que existe uma forma de escanear slides com um acessório chamado adaptador de mídia transparente (transparent media adaptor), mas seria mais um investimento que não posso fazer agora. A fotografia vai ter que esperar. Mas eu volto. É uma paixão forte demais para abandonar ou esquecer.
Não sei se a caixa de três CDs "Genesis – The Platinum Collection" vai ser lançada no Brasil, mas é raro aparecer uma coletânea tão bem feita quanto esta. Especialmente o CD 3, que cobre a fase com Peter Gabriel, é perfeito, incluindo o melhor do melhor:
1. The Lamb Lies Down On Broadway 2. Counting Out Time 3. Carpet Crawlers 4. Firth Of Fifth 5. The Cinema Show 6. I Know What I Like (In Your Wardrobe) 7. Supper's Ready 8. The Musical Box 9. The Knife
Do período com Phil Collins, ficou faltando "No Reply at All", mas tudo bem. Todas as compilações deveriam ser assim, abrangentes e sem enxertos. As raridades já saíram todas nas duas caixas da série "Genesis Archives". Quem dera que todos seguissem o mesmo critério, separando o joio do trigo. Aliás, acho que as gravadoras estão se dando conta de que, se uma coletânea é bem feita, até quem já tem tudo acaba comprando. Colecionador é colecionador. Para não dizer que não há nada de novo, várias faixas foram remixadas, mas sem alterar drasticamente o balanço original. Parabéns ao Genesis por fazer a coisa certa.
Informando: quinta-feira, 22 de setembro, é dia de Especial Bee Gees com a Sunset Riders. Localizando: é no John Bull Pub, na Avenida Cristóvão Colombo 454, no Shopping das Fábricas, antiga Brahma, após as 22:30. Assistam ao show para poder abrir a boca e dizer o que acharam.
(Publicado originalmente no International Magazine nº 41, de outubro de 1997.)
Ser fanático por música tem suas vantagens. Quem é louco por futebol, por exemplo, fica à mercê da sorte. Só festeja quando o seu time vence. Quando tem que amargar uma derrota, chega em casa de mau humor, não fala com ninguém e passa uma semana resmungando táticas e fórmulas mágicas para salvar a equipe do seu coração. Também o aficcionado por política vive em função de números, pesquisas, primeiro turno. Alguns nem dormem direito. Música é outra história. Tudo é festa. Ou não? Bem... A verdade é que existem fanáticos por música que conseguem adotar posturas um tanto exageradas. Colocam-se na posição de eventualmente se sentirem derrotados. Aí, tornam-se autênticos “ouvintes sofredores”.
Tem gente, por exemplo, que acha vantagem o seu grupo ou cantor preferido estar no topo das paradas. Se for muito ingênuo, pode incomodar bastante. É como aquela garota de 16 aninhos que vem encher o saco para mostrar que as Spice Girls estão em primeiro lugar enquanto o seu grupo preferido está lá em baixo. Por outro lado, quando as Spice Girls sumirem do mapa, ela vai entrar em crise existencial. Ou é mais provável que já tenha um novo ídolo. Escolhido nas paradas, é claro. Existe uma variação, que é o fã que não aceita que os outros não gostem do que ele gosta. Esse vira alvo de gozação fácil, fácil. Chega em casa bufando, a mãe pergunta o que houve e ele responde: “Meus colegas disseram que o U2 é uma droga, que o Bono Vox não canta nada e ainda por cima é veado! Como eles podem saber? Eles disseram que grupo bom mesmo é o Oasis. Vão tomar...”
Colecionar discos no Brasil traz um problema. Num país de primeiro mundo, já se sabe que itens de coleção não se emprestam, portanto nem se pedem. Aqui é diferente. As únicas coisas que os nativos da Terra Brasilis conseguem entender como valioso são automóvel e imóvel. Basta ver que são as únicas que se colocam no seguro. De resto, o que mais você tiver em casa tem que ser seu e dos amigos. Do contrário, você se torna o excêntrico, o avarento, o sovina. Sua fama se espalha rápido entre colegas e parentes: “Fulano, o que não empresta discos.” Aos olhos dos leigos, aquele CD raríssimo que você conseguiu do Japão por 50 dólares é apenas um disquinho igual a tantos outros que se vêem de balaio nas Casas da Banha. Em pouco tempo você se vê obrigado a não mais dividir com os parceiros a alegria de ter conseguido mais uma preciosidade para sua coleção. Alguém liga e pergunta: “Algum disco novo?” Você está louco pra contar, mas temendo um constrangedor “me empresta?”, diz apenas: “Não...Faz tempo que não compro nada...”
Existe um caso pior, que é o do que não só não empresta, mas não quer que os outros tenham o que ele tem. Em outras palavras, o que compete com outros colecionadores para ver quem junta mais discos. Num primeiro momento, o vitorioso resolve coroar seu êxito fazendo uma lista de seus discos e vídeos para oferecer gravações. É uma forma de exibir sua coleção, além de faturar um extra para ampliar o acervo. Só tarde demais ele percebe o óbvio: se outros comprarem gravações dele, terão o que ele tem. Vem a paranóia. Seus vídeos raríssimos começam a aparecer nas listas de outros. Ele liga para um suspeito: “Fulano, foi você quem gravou o Live at Budokan para o Beltrano? Por que você fez isso??? Como assim, não tem problema? Claro que tem!!!”
Muda a tática. Os itens mais raros já não entram na lista. São oferecidos somente a quem tiver algo realmente valioso para troca. Mas sempre com a recomendação: “Não conte para o Fulano.” E o Beltrano sai todo feliz, sem saber que no dia anterior o Fulano levou outra gravação rara com a recomendação: “Não conte para o Beltrano”. Em pouco tempo, o colecionador não faz mais listas. Diz que não tem mais nada, mas os amigos pressionam. À noite, ele tem pesadelos. Sonha que uma multidão de fãs do mesmo ídolo vem bater à sua porta. Querem ver sua coleção. São muitos, acabam entrando à força. Um abre seu armário, outro descobre sua gaveta secreta. Aos gritos de “você não me falou que tinha isso”, todos caem ávidos sobre seus mais preciosos vídeos e CDs. Ele acorda ofegante e vai correndo conferir a gaveta. Está tudo lá. Chaveia a gaveta e esconde a chave no alto de um armário.
Tem também o fã que fica nervoso quando o ídolo fica muito tempo sem lançar disco. Claro que nem todos têm esse problema. Roberto Carlos, por exemplo, nunca deixou seu público na mão. Mas se o assunto é Michael Jackson, Kraftwerk ou Pink Floyd, a crise de abstinência é inevitável. O colecionador sofre a cada ano. “Neste ano deve sair disco. Claro que vai, pense bem, ele já está há três anos sem lançar nada. Não iria deixar passar tanto tempo. Neste ano sai, sim”, diz ele, mais para convencer a si mesmo do que a qualquer outra pessoa. Mas chega setembro e nada. “Claro, vai sair no Natal. É óbvio, é a melhor época para sair disco. Só pode ser. Tem que ser.” Novembro passa sem nenhuma notícia. “Vai sair de última hora, de surpresa. É isso! Vai, vai mesmo, eu acho que vai!” O calendário marca 25 de dezembro e nada. “Deve ter saído hoje no exterior, vai demorar um pouco para chagar aqui.” Na noite de Ano Novo, enquanto a família comemora e se prepara para o reveillon, nosso amigo já está caído num canto, agarrado a uma garrafa de champanhe, falando sozinho: “Neste ano sai... Neste ano sai...”
A história não terminou. Um dia, o novo disco é finalmente anunciado. Os amigos do colecionador pensam que desta vez ele vai ficar mais calmo. Mas aí mesmo é que ele se inquieta. Enquanto o disco não aparece, ele visita as lojas todos os dias, além de ligar repetidas vezes para a gravadora, para os jornais, rádios, amigos, quem puder dar uma notícia. Finalmente, o disco é lançado. “E agora, quando sai o primeiro single?” Mais espera, mais ansiedade. Sai o single. “E o segundo single?” Começa tudo de novo. “E a turnê? E o disco pirata?” Quando terminar o ciclo ele estará novamente ansiando pelo próximo disco. Um dia, acontece uma tragédia. A família fica sabendo primeiro e teme por sua reação. Chama-o para um canto, pede que se acalme e revela que seu grande ídolo acaba de falecer. Ele dá um pulo: “Vivaaaa!!! Agora vão lançar todas as gravações inéditas!!!!”
O Orkut continua exibindo a tela "Bad, bad server." Bem que eu estava achando bom demais que eles tivessem resolvido esse problema tão grave das mensagens de erro aparecerem em inglês.
A gente fala mal da manutenção do Orkut, mas é preciso reconhecer: eles estão tentando melhorar. Sabem aquela telinha que ninguém agüenta mais ver, dizendo "Bad bad server, etc."? Pois se entendi bem, ela nunca mais vai aparecer. Para nós, usuários do Brasil, ela foi substituída por esta:
Erro no servidor. Infelizmente, o servidor orkut.com teve um chilique inesperado. Esperamos que ele logo retorne ao seu estado normal se você tentar novamente em alguns minutos. É provável que o servidor tenha esse comportamento durante os próximos meses. Pedimos desculpas pelo transtorno e pela falta de consideração do nosso servidor.
É reconfortante ver esforços direcionados de forma correta para realmente atacar a causa dos problemas. E para implementar essa mensagem de erro no idioma pátrio, precisaram desabilitar a postagem de mensagens por 48 horas. Ou talvez tenha sido casualidade, mas não vem ao caso. O que importa é que, a partir de agora, teremos um Orkut com mensagens de erro em português. Viva o constante aperfeiçoamento!
Vale a pena ler a crônica "A Audácia", de Luis Fernando Verissimo, clicando aqui. A página indicada não só reproduziu o texto, como incluiu um comentário sobre a repercussão e também a resposta do Verissimo. Não será um bom momento para a sua releitura em razão da crise do governo, mas tem tudo a ver com o problema de alguns leitores entenderem mal o que lêem.
(Este post era para ter sido colocado ontem, juntamente com o de baixo, mas o Blogger saiu do ar logo depois que consegui postar a mensagem abaixo. Ficou faltando esta para que a outra fizesse sentido.)
Quem lê este blog com freqüência já está acostumado a encontrar aqui citações à banda Sunset Riders, cujo trabalho eu acompanho desde 2003 e de quem sou admirador declarado. Já disse várias vezes e repito que eles tocam Bee Gees melhor que os Bee Gees. Considero-me amigo do Elizandro, do André, do Ronei , do Cristiano, da Lu (esposa do Elizandro e parceira dele na dupla Selle e Lu Geiger) e também do Marco, pai do Elizandro e do Cristiano e empresário do grupo. Inclusive, tive a honra de escrever uma matéria sobre eles para o International Magazine registrando a mensagem em vídeo que receberam de Robin Gibb. Em abril deste ano, coloquei a seguinte mensagem no blog:
Acabo de receber a agenda da banda Sunset Riders para o mês de maio. Em uma das datas aparece "Casamento Renata" e em outra "Festa de Aniversário Ronaldo". Podiam colocar também "Ensaio fechado", "Dia livre para compras", "Almoço na casa do Marco", "Passeio no Shopping", "Revisão médica do André" e por aí vai. Mas para nós o que interessa mesmo é que tem Especial Bee Gees no dia 19 no John Bull Pub e show de covers genéricos nos dias 5, 11, 13 e 14 no mesmo local. Eu realmente achei curioso que, em meio a shows, fossem divulgadas festas fechadas, então fiz essa brincadeira. Entendo que foram colocadas como uma forma de avisar a possíveis interessados em contratá-los para shows que as referidas datas não estavam disponíveis. Mesmo assim, achei engraçado. Como se qualquer um que recebesse a agenda pudesse aparecer na festa do Ronaldo ou no casamento da Renata e perguntar: "É aqui que vai ser o show da Sunset Riders?" Como conheço os rapazes da Sunset e sei que têm espírito esportivo, tenho certeza que entenderam e levaram numa boa.
Agora vejam o comentário colocado no blog por uma fã mais precipitada:
Deixa de ser babaca!!!!!!!!! Que coisa ridícula que escreveste sobre a "Sunset Riders" (abril 2005). Isso são shows, festas em que eles estão tocando... Grande jornalista esse que não conseguiu ver isso. E vê se te informa e te "localiza" antes de abrir esta boca pra falar dos, além de maravilhosos, muito amigos meus, Sunset Riders.
Bem, Luis Fernando Verissimo certa vez disse que, quando uma ironia não é captada, a culpa é de quem não soube transmiti-la. Então a culpa deve ser minha, o que vocês acham? Passei mesmo a idéia de que não compreendi que a banda iria tocar naqueles dias? Que achei que eles iriam lá apenas como convidados? Em segundo lugar, ela reage como se eu estivesse falando mal do grupo. Onde fiz isso? Pelo contrário, fiz a divulgação das datas que interessavam.
Se este blogzinho mixuruca consegue provocar uma reação exaltada dessas, imagino as "pérolas" que alguns leitores não devem escrever para jornais de grande circulação. Isto aqui não é um "espaço jornalístico", é um blog como qualquer outro, onde eu escrevo o que dá na telha. Se eu publico a agenda da Sunset Riders, é exatamente pela admiração e amizade que tenho por eles. E é por esse mesmo motivo que eles me mantêm informado. De vez em quando divulgo um ou outro show que me atrai o interesse, mas sem compromisso.
Em todo o caso, para que não reste dúvida nem do meu conhecimento do trabalho do grupo, nem do meu total apoio, coloquei logo abaixo cópia de matéria minha publicada no International Magazine no começo do ano.
Cliquem na imagem para ampliá-la e ler a matéria sobre a banda Sunset Riders que escrevi para o International Magazine no começo do ano.Alguém ainda tem alguma dúvida de que eu conheço bem e admiro o trabalho dos caras?
Tem gente lá no Orkut que não sabe que, depois de uma vírgula, coloca-se um espaço. Isso se aprendia na aula de datilografia. Em digitação não se ensina mais? Talvez vocês perguntem: "tá, e daí, faz tanta diferença assim?" A diferença é que, quando alguém encadeia várias palavras separadas por vírgulas mas não com espaço, não tem onde fazer quebra de linha. A longa seqüência entra como se fosse uma palavra só e a página fica desnecessariamente larga. Quando entro em alguma comunidade ou mural e vejo que está alargado, logo descubro uma lista de palavras separadas por vírgulas sem espaço.
Depois do Pink Floyd australiano, vem aí o Genesis canadense. The Musical Box é uma banda de tributo ao Genesis da era Peter Gabriel que irá se apresentar dia 27 de setembro no Teatro do Sesi. O grupo é do Canadá e tem o apoio do verdadeiro Genesis, que cedeu mais de mil slides originais para uso no palco, além de vídeos e gravações de 1973 e 1974 para serem utilizados como referência. Nos shows de 2005, The Musical Box está encenando a apresentação do Genesis da turnê "The Lamb Lies Down on Broadway", de 1974, tocando ao vivo todas as faixas do álbum-duplo conceitual. Logo, quem quiser ouvir "I Know What I Like" ou qualquer outra do LP "Selling England by the Pound" vai ter que torcer pelo bis. No mínimo, deverá ser uma experiência interessante, com todas as máscaras de Peter Gabriel recriadas fielmente e uma intepretação cover com sotaque compatível. Eu vi o Genesis ao vivo em 1977 no Gigantinho, na turnê "Wind and Wuthering", mas Gabriel não estava mais na formação. Phil Collins, que havia assumido os vocais, era bem magrinho e tinha uma enorme barba. Por sorte, fui na primeira noite, em que não houve problemas. Quem foi na segunda assistiu a meio show.
Admito que peguei pesado no comentário abaixo. Quando o assunto é os textos falsos, minha paciência se esgota muito rapidamente. No caso, descobri essas mensagens depois que alguém no Orkut disse que seu texto preferido de Luis Fernando Verissimo era "Sonhar é melhor que nada". Pelo título, imaginei que fosse um "falsíssimo". Fiz uma busca e descobri o texto num blog. Lembrei que já o conhecia. Como eu suspeitava, não era do Verissimo. Ao abrir a janela do servidor de comentários para esclarecer a confusão, fiquei indignado com o que li.
Lá no Orkut, na comunidade de Luis Fernando Verissimo criada por Elson Barbosa, existem pelo menos uns cinco integrantes numa cruzada para acabar com essa imagem errada que se criou do escritor na Internet. Mas às vezes a gente desanima. Mesmo depois que o próprio Verissimo divulgou em sua coluna que a verdadeira autora do "Quase" é a estudante de Medicina Sarah Westphal, de Florianópolis, volta e meia ainda aparece alguém para postar esse texto. E acompanhado de comentários do tipo "esse é profundo", "nesse ele se superou", "só ele para escrever algo assim", o que dá nos nervos de qualquer um que realmente conheça o estilo dele.
De certa forma, eu já disse tudo o que tinha para dizer sobre esse assunto em meu texto "O Verissimo da Internet". Especialmente nestas duas frases: "O falso Verissimo ganhou identidade própria. As pessoas se dizem fãs dele com base nos textos errados." Isso ocorre, entre outras coisas, porque textos repassados por e-mail têm muito mais circulação do que os impressos em livros. E é raro, muito raro, alguém pacientemente copiar algo impresso. Mas é muito fácil encaminhar o que se recebe. A maioria desses textos apócrifos já nasce na própria Internet, por isso eles se disseminam com tanta facilidade.
Não que sirva de consolo, mas Verissimo não está sozinho. Não agüento mais ler elogios rasgados a Mario Quintana por aquele poema das borboletas, que não é dele. No Dia do Amigo, milhares de internautas em todo o Brasil mandam para seus amigos um texto do cronista gaúcho Paulo Sant’ana que começa com a frase "tenho amigos que nem sabem o quanto são meus amigos" com assinatura de Vinicius de Moraes. Já Martha Medeiros tem seus textos colhidos, adulterados e reenviados com assinaturas alheias, entre elas a do próprio Quintana.
O que fazer? A gente corrige, corrige, corrige, mas não adianta. Pelo contrário, alguns chegam a se irritar e reagem com indignação quando são alertados. Você passa por chato por querer elucidar o assunto. Algumas pessoas preferem continuar iludidas. Em outra comunidade de Verissimo no Orkut, o "Quase" aparecia na própria descrição. E quando a moderadora disse que iria retirá-lo por ter descoberto que não era dele, um dos integrantes suplicou: "Não tire, porque eu só entrei aqui por causa desse texto. Se você tirá-lo, eu saio."
Então chega uma hora em que a gente perde a linha e parte para o deboche, mesmo. Pode haver mico maior do que um bando de desinformados se derramando em elogios com aparente conhecimento de causa a um texto apócrifo? Dizendo que "é a cara dele" e "só ele para escrever algo assim", quando os verdadeiros admiradores do escritor sabem que nem ao menos o estilo é o mesmo? Sim, eu fui antipático. Reconheço. Mas da próxima vez em que o "Sonhar é melhor que nada" aparecer, vocês vão lembrar "daquele chato do blog" e não esquecerão de que não é do Verissimo. Aliás, textos com a assinatura de Verissimo que se recebem por e-mail ou aparecem em blogs nunca são dele. Um dos integrantes da comunidade do Orkut chega a pedir que os conhecedores do autêntico Verissimo não enviem nenhum texto verdadeiro, para que a regra não seja quebrada. Parece um contra-senso, mas se ajudar a separar o joio do trigo, talvez valha a pena.
Lembram do meu texto "O Verissimo da Internet"? Pois os comentários abaixo foram copiados de outro blog onde aparecia o texto "Sonhar é melhor que nada" como se fosse de Luis Fernando Verissimo. Vejam se não é de chorar:
"O texto só podia vir mesmo do Verissimo, ele é barbaro. A gente sabe o q é bom ou ruim né?" "Alegria só faz bem - brigada pelo texto do Verissimo que eu ainda não conhecia. Beijão!" "Veríssimo é sempre ele :)" "Este cara é muito bom! Tanto na forma qto no conteudo! E vc, sempre fazendo belas escolhas." "Ele é dez esse Verissimo, adoro os textos dele,sonhar é muito bom." "Esse texto é verissimamente inteligente!" "Veríssimo é de uma sensiblidade muito linda. Gostei de ler isso aqui, hoje. Parece que abriu uma janelinha a mais... Grata. Beijo" "finalmente um texto de lfverissimo na net, com cara de lfverissimo. bjs" * "Ele é demais e esse texto é a cara dele, eu adoro."
Só vejo uma solução para esse problema: uma reportagem bem enfática no Fantástico, acabando de uma vez por todas com o mito do Verissimo romântico, sensível e messiânico.
P.S.: O autor do comentário assinalado com asterisco (*) disse que eu não captei a ironia. Realmente não captei. No meio dos outros, a maioria demonstrando algum tipo de "reconhecimento" do suposto estilo do Verissimo, ficou parecendo que ele estava falando sério.
Aproveito para deixar claro que em momento algum presumi que a "culpa" pela falsa autoria fosse da colega blogueira que publicou o texto. Ela apenas acreditou em algo que provavelmente recebeu por e-mail ou leu em outro blog. Mas o único Verissimo verdadeiro é o dos livros e jornais.
Um dia desses eu e minha namorada estávamos conversando sobre algo que tivemos em comum em nossa educação: o estímulo a sempre falar a verdade. Inclusive – e principalmente – ao assumir a culpa por um eventual erro. Quem quebrou o vaso da sala? Fui eu, mãe. Quem mexeu no espelho retrovisor do carro? Fui eu, pai. Se não tivesse sido algo realmente grave, apenas uma molecagem benigna ou falta culposa, a admissão era recompensada com o perdão ou um castigo brando e simbólico. Não era delação premiada, era honestidade premiada.
É claro que o fato em si de se assumir a responsabilidade por uma falha não deve isentar o réu confesso. Mas uma postura honesta nessas situações diz muito do caráter da pessoa. Muitas vezes, uma atitude sincera diante de um erro desarma o acusador. O que custa ter a humildade de admitir que não se é infalível? De descer do pedestal e dizer: eu errei? As relações ficariam até mais fáceis se todos agissem assim.
Infelizmente, observam-se duas coisas. Primeiro: há pessoas que, com a cara mais deslavada do mundo, negam até a morte os seus deslizes. Por menores que sejam. Não, não fui eu quem quebrou o vaso. Quando cheguei, já estava quebrado. Não mexi no espelho retrovisor. Às vezes, a negação da responsabilidade chega às raias da burrice. Um dia, no tempo do colégio, eu estava desesperado tentando achar duas revistas que eu tinha que devolver para a biblioteca. A empregada só dizia “não peguei, não fui eu, não mexi em nada que não pudesse mexer”. Minha mãe sugeriu que eu perguntasse sobre “outra” revista, que não as que eu precisava. Fiz isso e na hora a empregada me trouxe exatamente as que eu estava procurando! (Caso alguém da família esteja lendo, não foi a Celina, foi a Rosa.)
Em segundo lugar, nem todos os ambientes de relacionamento são como era o da minha casa. Há situações em que, por mais leve que tenha sido a falta, sempre existe alguém ansioso por desmoralizá-lo. Aí, tanto faz se acusar ou ser descoberto, você tem que enfrentar toda a sorte de sanções e reprimendas, muitas vezes injustas e exageradas. Depois de um tempo você começa a questionar se a honestidade compensa nesses casos. Não será mais seguro guardar silêncio? De que adianta você se responsabilizar por seus atos e se dar mal, enquanto logo ao lado tem alguém se fazendo de bobo e levando vantagem? É preciso muita firmeza de caráter para não mudar de tática. (Caso algum colega esteja lendo, não me refiro ao atual ambiente de trabalho.)
Enfim, a verdadeira honestidade é aquela que não enseja outro benefício que não a paz com a própria consciência. Mas que a falta de reciprocidade incomoda, disso não há dúvida. E a injustiça, mais ainda. Há que se ter índole férrea para manter os princípios inabalados num mundo cheio de falsidade. Mas eu ainda acho que vale a pena.
Não posso me queixar deste frio. O calor de Porto Alegre é muito pior. No verão eu não consigo dormir sem ar condicionado e gasto horrores em conta de luz.
Lembram das revistas da série Coquetel, aquelas das palavras cruzadas? Na minha adolescência eu adorava ler as piadas que elas traziam. Talvez por serem do tipo "mais infames, impossível", eu me matava de rir! Tanto as escritas quanto as desenhadas.
Um dia, lá pelo final dos anos 70, saiu um livrinho do Coquetel só de piadas. Comprei na hora. E adorei. Eram todas naquele "nível" a que eu já estava acostumado. Não sei quem eram os autores. Estas duas aí foram as minhas preferidas, nunca mais esqueci. Divirtam-se.
Para provar seu argumento de que "vai ser difícil vocês citarem algum disco que eu não conheça", um colecionador de Israel postou estas duas fotos em um fórum sobre música. Que tal, hein?
Hoje Paulo Sant’ana diz em sua coluna que a gasolina em Rio Grande está custando R$ 2,999. Ora, como se diz isso? Dois reais e novecentos e noventa e nove milésimos? Existe amparo legal para estipular um preço assim?
Moacyr Scliar, em sua coluna de hoje em Zero Hora, intitulada "Droga: permitir ou reprimir?", faz a seguinte observação: "Além dos numerosos efeitos sobre psiquismo e sistema nervoso, a maconha pode representar o primeiro passo para uma dependência química que incluirá outras drogas". Concordo. Mas sempre achei que isso ocorresse porque, quem vende maconha, oferece drogas mais pesadas, também. Por isso, não sei se esse argumento é válido para defender a proibição. Será que, trazendo a maconha para o lado de cá do muro que separa o legal do ilegal, ela não deixaria de ser isca para o consumo de outras substâncias mais perigosas como cocaína ou crack? É apenas um questionamento, não estou afirmando nada conclusivamente.
Sou contra, radicalmente contra, o uso de drogas. Quem me conhece sabe disso. Mas cansei de tapar o sol com peneira. Acho que esse é um problema que precisa ser combatido de forma realista.
Em tempo: Scliar é a favor da descriminalização do uso, mas entende que "tem sentido, sim, reprimir a ação das pessoas que se beneficiam da desgraça dos outros". E conclui: "Não é uma alternativa eficaz, mas enquanto não surgir outra, é a melhor de que dispomos".
Nem acredito que já vai fazer sete anos que estou aqui neste apartamento. Lembro de como me senti deprimido de estar morando pela primeira vez realmente sozinho. As músicas do CD "The Best of Badfinger", que eu tinha comprado naquela semana, me trazem lembranças daqueles primeiros dias. A sala não tinha luz. A primeira coisa que fiz foi instalar o computador no quarto, mesmo. Estava de frente para a parede. Numa tarde em que fiquei fazendo tradução, mudei a posição para não pegar o reflexo da janela.
Eu deveria ter feito um diário, pois hoje tento recordar o que fiz naqueles dias. Eu ainda trabalhava só à tarde, então lembro de uma manhã em que fui na Melody Laser (que nem existe mais) do Shopping comprar o CD "Psycho Circus", do Kiss, edição importada com capa de efeito tridimensional. Pouco depois saiu o concurso da letra de "What's Really Happening", de David Bowie. Aliás, os chats da BowieNet são uma lembrança marcante de meus primeiros dias e noites aqui.
Como a solidão me incomodava! Eu estava em um relacionamento turbulento que me machucava muito, mas não queria cair fora. Ficávamos cerca de três meses juntos e três separados. Bastaria conferir as minhas contas de luz para saber quando tínhamos brigado e quando reatávamos, pois eu passava a maior parte do tempo na casa dela. Vim pra cá contrariado, não queria morar sozinho. Foi só em 2001, no novo milênio, que consegui ter outra namorada. E não ficaria nessa. Muita água rolou.
Eu diria que só neste ano aprendi a gostar daqui, do meu cantinho, com as minhas coisas ao meu redor. É um apartamento pequeno, alugado, mas por enquanto me basta. Minha vida ainda tem algumas pendências por resolver. Eu me pergunto quando e como sairei daqui um dia. Não importa quando, apenas gostaria que fosse um momento feliz, de superação, de deixar para trás as mágoas e recomeçar do zero. Não, pensando bem isso não existe. A gente pode zerar o odômetro como já aconteceu com meu carro, mas não se perdem as marcas dos quilômetros rodados.
Não sei como é em outros países, mas no Brasil, pelo menos nos últimos anos, ser moderado não dá muito ibope. Se você quiser ter credibilidade e ganhar o respeito de seus pares, tem que ser radical. O moderado é visto com antipatia e desconfiança. Uns o chamam de “em cima do muro”, outros suspeitam que seja um inimigo disfarçado com medo de assumir sua real posição. Ser ponderado e ter uma postura equilibrada costuma conquistar desafetos dos dois lados.
Feita essa ressalva, quero dizer que, por mais respeito que eu tenha pelos animais, achei de um extremismo descabido a atitude da autoproclamada “Frente de Libertação Animal” de serrar os cadeados das jaulas do minizôo da Redenção e soltar dez macacos-prego. Até acredito que os responsáveis pelo ato estejam imbuídos de um idealismo legítimo. Mas, em seu radicalismo infantil, não percebem a irresponsabilidade que cometeram. Os pobres bichos ficaram perdidos, sem rumo, nas árvores do parque. Acostumados a uma vida confortável em cativeiro, logo morreriam sem os cuidados e a alimentação necessária. Sem contar os riscos a que poderiam se expor. Por sorte, quase todos foram recapturados.
Ironicamente, o minizôo recebeu o nome de Palmira Gobbi Dias, em homenagem a uma ativista em defesa dos animais falecida em 1979. Dona Palmira fez de sua casa, no Menino Deus, uma vivenda para animais abandonados ou que não pudessem mais ficar com seus donos. Alguns a consideravam uma pessoa excêntrica e divertida (os Discocuecas a satirizavam no “Sala de Gozação” da Rádio Continental, chamando-a de “Dona Palmeira” ao som da música de Ivan Lins), mas seu trabalho surtia efeito. Era um esforço bem mais consciente do que o dos vândalos que depredaram a Redenção.
Um amigo meu certa vez brigou com a mãe dele porque ela matou um casal de aranhas que ele via fazer amor todas as noites. Meu idealismo romântico não chega a esse ponto. Sou contra maltratar animais, mas não tenho escrúpulos ao exterminar insetos (ou aracnídeos) ou comer um bom churrasco. O filme “A História de Elza” mostra bem o dilema de tentar reintegrar uma leoa ao seu habitat de liberdade. O fato é que certos radicalismos me parecem inúteis e impensados e essa libertação forçada dos macacos é um deles. Lembro daquela piada que diz que “xiita é a maacaca do Taarzan”. Talvez isso explique a atitude xiita de soltar os “maacacos” na marra.
De vez em quando recebo mensagens de amigos e colegas de grupos de discussão conclamando a entrar em outros fóruns e comunidades – do Orkut, por exemplo – para protestar contra o tema proposto. O alvo a combater tanto pode ser uma ideologia racista quanto algo tão bobo e trivial quanto “eu odeio os Bee Gees”. Entendo a revolta de quem sugere essas ações direcionadas. Infelizmente este é o lado ruim da democracia da Internet: aparece de tudo. Já vi coisas de arrepiar.
Mas, como disse um amigo meu com muita propriedade, “não se amplia a voz dos imbecis”. Para mim é claro que a melhor tática é boicotar esses sites com os quais não concordamos. A liberdade de expressão beneficia a todos e a estratégia de “invadir para avacalhar” só piora a situação. Em primeiro lugar, quem divulga idéias polêmicas já espera reações indignadas. Mensagens de desaprovação acabam fazendo efeito contrário, como tentar apagar fogo com gasolina. Em segundo lugar, participar ativamente de um grupo de discussão desses, mesmo para contestar, acaba prestigiando e dando ibope. Em sites como o Orkut, então, tem um agravante: para colocar mensagens em uma comunidade, você precisa se inscrever nela. Sempre que alguém examinar sua lista de comunidades, vai aparecer aquela na qual você se cadastrou somente para expressar sua discordância. Ficará implícito que você a apóia
Por fim, adianta reclamar? Se alguém criou uma comunidade com o nome de “Eu odeio os Bee Gees” é porque odeia mesmo e tem o direito de odiar. Reações enfurecidas serão descartadas como “típicas de fãs” e ainda serão motivo de deboche. Da mesma forma, o racismo é uma doença praticamente incurável. Os sites que pregam a discriminação têm que ficar falando sozinhos. Até acho que, quando um desses semeadores de discórdia aparece em comunidade alheia para atiçar os ânimos, merece uma resposta bem dada. Mas tem que ser escrita com embasamento e sem muita delonga. Contra-atacar de forma baixa e agressiva é fazer o jogo do inimigo.
Aí pra vocês algumas fotos tiradas por mim do show do Kiss em Porto Alegre em 15 de abril de 1999. Sim, estas imagens existem em tamanho maior, mas enquanto eu não aprender a dispô-las no blog de forma a aproveitar o espaço ao máximo, contentem-se com esta montagem, mesmo.
P.S.: Vejam mais detalhes (e fotos) deste show clicando aqui.
Há algum tempo, um amigo meu que também é colecionador de David Bowie teve sua casa arrombada. Para desespero dele, os ladrões levaram justamente os preciosos CDs que ele havia comprado escolhendo a dedo, um de cada vez, com paciência e sacrifício. Ao contar a má notícia para os parentes, ele constatou algo que eu já havia percebido muito antes, felizmente sem precisar passar pelo mesmo infortúnio: as pessoas em geral não sabem o valor que têm os CDs. Ao menos esses de coleção. Para eles, CDs são aqueles disquinhos de cinco polegadas que estão amontoados nas caixas das Lojas Americanas a menos de dez reais cada um. E meu amigo teve que suportar comentários do tipo "ah, tudo bem, menos mal que não levaram os móveis!" Ele ficou indignado. "Ora, se tivessem levado os móveis eu comprava tudo de novo!"
Eu também penso assim. Se um dia meu apartamento for arrombado (bata na madeira – toc, toc, toc), prefiro que levem todos os aparelhos, que têm substituição, mas não minhas coleções, que jamais conseguirei repor. Mas esse é um raciocínio que o "povo" não alcança. No caso, a maior prova de que os CDs roubados de meu amigo eram raríssimos é que, quando eles reapareceram para venda nas lojas de usados, ele conseguiu identificá-los todos. Até para mim foram oferecidos. Talvez até houvesse como localizar os ladrões, mas ele foi bem claro ao entrar em contato com as lojas: a prioridade era reaver os CDs, mesmo que tivesse que pagar novamente por eles. Parece maluquice, mas quem é colecionador entende.
Pois bem: sumiu um CD meu. Aliás, uma caixinha com quatro. É uma coletânea chamada "Lennon". Não confundir com "Lennon Anthology", que também é uma caixa de quatro CDs e saiu depois. Essa é anterior, de 1990, não foi lançada no Brasil e está fora de catálogo. Eu próprio a consegui muito depois, numa loja de raridades, a um preço até razoável. Pois agora ela desapareceu. Não acredito que tenha sido roubada. Deve estar mal guardada em algum lugar totalmente improvável. Mas eu precisaria de uma tarde inteira para procurá-la. Nos lugares "normais" ela não está. Eu teria que fazer uma busca minuciosa, examinando os CDs um por um, depois mexer nos livros, nas revistas, nas tralhas em geral – com a bombinha de asmático bem à mão. E nisso eu não consigo pensar como minha mãe, que dizia: "perdido não está, qualquer hora se acha". Para mim, ter alguma coisa e não saber onde está é o mesmo que não ter. E quanto mais tempo se leva para tentar encontrar algo que evaporou, menor é a chance de que retorne ao estado sólido.
Às vezes eu me pergunto que fim levaram alguns compactos de Jovem Guarda que eu tinha na minha infância. Não me lembro de tê-los emprestado. Nunca mais apareceram, nem mesmo quando o apartamento em que meus pais moravam foi desocupado em 1989. Ali também se consagrou o sumiço de uma revista importada com uma entrevista de David Bowie. Hoje é fácil de encontrar a matéria na Internet, mas naquele tempo era uma preciosidade. Mas essa eu acho que sei por que sumiu: era uma Penthouse. Uma entrevista em inglês tem interesse bem específico, mas mulher pelada é algo que causa tentações desde o começo do mundo – vide Adão e Eva. E para quem surrupiou o citado exemplar, tanto faz Penthouse, Playboy, Status, Sexy, é tudo pornografia, mesmo. Por sorte, consegui salvar uma Oui americana com uma entrevista do ex-baterista dos Beatles Pete Best. Mas cheguei a encontrá-la no banheiro, uma vez.
Enfim, nós, que sabemos o real valor de CDs, DVDs e livros, temos que nos proteger não só das traças e dos ladrões mas também dos desavisados. Por isso eu não gosto de emprestar nada, como já citei no texto "O Ouvinte Casual". A questão agora é saber onde está essa caixinha do John Lennon. Mesmo que eu quisesse, não acharia outra para comprar. E cópia seria prêmio de consolação, pois sou como filatelista: não coleciono xerox. Ora, esses CDs estão aqui dentro. Mas onde? Acho que vou acender uma vela para o Negrinho do Pastoreio.
Como neste mês está fazendo dez anos que o International Magazine publicou meus primeiros frilas, preparei um texto para marcar a ocasião intitulado "O que mudou para melhor". Pois não só foi publicado, como ainda incluiu uma foto minha – a mesma que aparece no site da Jovem Guarda, que também é editado por Marcelo Fróes. Procurem nas bancas o IM nº 115, com Los Hermanos e U2 na capa.Aproveitando para fazer um comercial, o e-mail para assinaturas (R$ 45,00 a anual) e anúncios é magainter@yahoo.com.br.
As mulheres costumam reclamar que nós, homens, as tratamos como objetos sexuais. Ora, não é bem assim. Gostar de sexo é normal. E é algo que não se pode fazer sozinho ou não é sexo, é outra coisa. Logo, precisamos da companheira. Por outro lado, cada vez mais percebo o quanto as mulheres querem que seus maridos, namorados ou mesmo pretendentes, as levem para passear. É como se fosse, por natureza, uma das obrigações do homem. Assim como algumas pensam que a mulher nasceu para cozinhar para o marido e cuidar de suas roupas, elas também acham que a contrapartida deve ser levá-las para jantar fora, para dançar, para caminhar no parque, enfim, para sair. Você está tirando uma sesta especialíssima num domingo à tarde, crente que está livre de qualquer compromisso, quando sente aquela mão sacudindo e a voz cobrando: "Acorda! Vamos sair, aproveitar o dia!" E quase pensa em virar para o lado e responder que está com dor de cabeça.
Deveria existir entre os homens um movimento semelhante ao das mulheres que não querem ser tratadas como objetos sexuais. O homem também não gosta de se sentir, digamos assim, um objeto passeal. Ora, o que há de errado em uma vidinha caseira, ainda mais com as mordomias que temos hoje? Controle remoto, forno de micro-ondas, DVD, CD, tele-entrega, tudo caindo nas mãos. Por que não curtir tudo isso no aconchego do lar, com toda a segurança? Mas não, as mulheres querem passear. E nós, os objetos passeais, servimos para atender a essa necessidade.
Dançar é um caso à parte. Para algumas mulheres, é algo tão essencial quanto comer, dormir e respirar. Para o homem, dançar sempre foi um meio e não um fim em si. O solteiro sai para dançar para conhecer gente, fazer amizades, enfim, praticar um ritual dissimulado e socialmente correto de prospecção de mulheres. Pode ser para namorar, para transar ou só para ficar, mas sempre existe um objetivo além da pista de dança. Já na fase de namoro, a gente até dança como parte do jogo de conquista, que precisa ser renovado. Mas o casamento – informal ou de papel passado – deveria ser um estágio em que essas práticas estariam superadas. Ora, dançar é coisa de solteiro. Até que um dia, quando você menos espera, sua excelentíssima esposa se sai com esta:
- A gente podia sair pra dançar, o que você acha? - Dançar? Mas nós já somos até casados! - E daí? O que tem a ver o cós com as calças? Eu quero dançar, ora!
Você pode até dar uma desculpa, mas corre um risco. Sabe aquelas famosas "festas do escritório" em que não se pode levar o cônjuge? Em que a esposa vai sozinha e jura que não acontece nada de mais, todos se respeitam? Pois é: geralmente o pessoal dança. E por mais que tentem convencer de que é tudo na maior pureza, a gente sabe que pode pintar um clima, como nos velhos tempos. É bom não arriscar e levar a patroa na danceteria, de vez em quando. Fazer como diz a Rita Lee: dançar pra não dançar. Do contrário, pode a mulher resolver sair para passear com o colega com quem dançou e o resto, sabe-se lá. Um dia, lá está a descasada comentando com as amigas:
- Eu me separei do meu marido porque ele não cumpria com suas obrigações. Me deixava só na vontade. Homem assim não serve pra nada. - Ah, concordo com você. Sexo é importante num casamento. - Sexo? Quem falou em sexo? Meu marido era um touro, queria sempre! Por ele, passaríamos o dia inteiro na cama, só transando! Mas não me levava para passear. Raramente a gente ia num restaurante. Pra dançar, então, nunca. Só em festa de fim-de-ano da firma e mesmo assim eu tinha que arrastá-lo para a pista. Um dia ele me falou que iríamos sair, mas era uma surpresa. Fiquei toda entusiasmada, imaginando que iríamos jantar fora ou dançar. Me arrumei toda pra ele. Quando vi, o desgraçado estava me levando para um motel! Ninguém merece um homem assim!
Enfim, vai entender as mulheres. Elas querem passear. Querem dançar. E nós, os objetos passeais, temos que atendê-las para que não nos abandonem.
O show de Kleiton e Kledir no sábado me fez lembrar de algo que aconteceu há muitos anos. Alguém apareceu com uma camiseta onde estava escrito “Fat chance!”, assim mesmo, com ponto de exclamação, e me perguntou o que queria dizer. Eu respondi na hora, sem pensar muito: “Bem capaz!” Só muito tempo depois vim a saber que “bem capaz” e “capaz”, nesse sentido, são termos tipicamente gaúchos. Então recordei da camiseta e tentei pensar numa tradução não tão regionalizada para “Fat chance!”, mas não encontrei. Concluí que só os gaúchos dizem “Fat chance!” em português.
Na verdade, “bem capaz” e “capaz” se originam do uso irônico que às vezes se faz de palavras e expressões com o sentido inverso. O exemplo típico é “pra variar”, que já vi em um livro de português para estrangeiros como sinônimo de “como sempre”. Quando se diz que alguém “deve ter adorado” alguma coisa, é porque detestou. Caetano Veloso, em seu histórico discurso no Festival da Record em 1968, disse ao público que o vaiava: “Se vocês forem em política como são em estética, estamos feitos” .
Por isso acho que “bem capaz” é a tradução perfeita para “fat chance”. Se eu disser “é capaz de chover hoje”, estou achando que chove. Mas se em vez disso eu dizer: “Bem capaz que vai chover hoje!” “Capaz que vai chover!” - estou duvidando que chova. Assim também, “fat chance” quer dizer “uma gorda chance”, mas para expressar exatamente o contrário. “Fat chance that he will let me use his car!” “Capaz que ele vai me deixar usar o carro dele!” Não tem como traduzir de outro jeito!
O que isso tem a ver com o show de Kleiton e Kledir? É que a dupla apresentou uma música nova chamada “Capaz”. E como “fat chance” também tem duas sílabas, já dá até pra pensar numa versão em inglês.
Se este blog tivesse uma porta, vocês veriam um aviso pendurado dizendo "Já volto!" Tá complicado. Às vezes eu esqueço que, mesmo em fins-de-semana, os dias têm só 24 horas cada um. E eu continuo sentindo sono a intervalos regulares.
Vi o show de Kleiton e Kledir, mas vou guardar meus comentários para o International Magazine. Aguardem.
Hoje pouca gente lembra que os Bee Gees já foram cinco. Em 1967, quando voltaram da Austrália, os irmãos Barry, Robin e Maurice Gibb convidaram os músicos australianos Vince Melouney (guitarra) e Colin Petersen (bateria) para juntar-se ao grupo. Pois bem: Vince, que é o que aparece bem à direita na foto, está lançando seu site na Internet. Cliquem aqui para conhecer. É interessante para saber o que ele fez antes e depois dos Bee Gees. E tem músicas para baixar.
Já Colin Petersen (o segundo da esquerda para a direita, de roupa mais escura) tem um site feito por um fã, contendo fotos do tempo em que ele era ator mirim. Confiram aqui.
Vince e Colin saíram do grupo em 1969. Quando os Bee Gees tocaram na Austrália em 1999, os dois se reuniram aos ex-colegas para uma foto e Vince fez uma participação tocando guitarra em "Massachussetts".
Nunca fui muito fanático por xadrez. Aliás, jogos em geral não me atraem. Não me convidem para jogar cartas, por favor! Por damas eu até tinha algum interesse (sem trocadilho!), até que comecei a esbarrar em divergências sobre as regras. E fiquei ainda mais surpreso quando descobri que os americanos jogam de uma forma totalmente diferente. Meus entusiasmos por War, Banco Imobiliário e outros jogos da moda nos anos 70 foram curtíssimos. No máximo, eu jogava Fla-Flu (pebolim) ou futebol de botão. E muito mal.
Mas, se eu tivesse me interessado por xadrez, acho que teria sido um excelente jogador. Porque, a menos que algo me escape, muito do xadrez tem a ver com saber antecipar as jogadas possíveis. E isso eu faço na vida real. Às vezes fico impressionado quando vejo alguém concluir, com surpresa, algo que eu já estava enxergando fazia tempos. Ora, certas coisas são evidentes. Ou deveriam ser.
Não descarto a hipótese de existirem pessoas com poderes premonitórios, mas não acredito que eu os possua. Acho que sou apenas bom observador. Em razão disso, às vezes os amigos me dizem: “Calma, não fica nervoso antes do tempo!” O que posso fazer se estou vendo de forma cristalina o que vai acontecer? É mais ou menos como aquela piada do sujeito que caiu do décimo andar e, ao passar pelo quinto, disse: “Até aqui, tudo bem.” Só que a analogia seria um pouco diferente. Eu estaria caindo do décimo andar e, ao passar pelo quinto, alguém na janela diria: “Calma, você não se esborrachou ainda!”
Felizmente o contrário também acontece, às vezes. Mantenho-me calmo em situações em que outros ficam nervosos. Mas minhas previsões nem sempre dão certo. Em alguns casos eu me entusiasmo, penso que tenho algum dom sobrenatural e começo a fazer estimativas furadas. As lojas, por exemplo. Adoro tentar imaginar se vão dar certo ou não. “Essa aí não vai durar seis meses”, pensei certa vez de uma loja de material fotográfico. Mas ela já existe há anos, até perdi a conta. Raramente vejo alguém lá dentro, mas ela resiste. Por outro lado, algumas franquias da praça de alimentação do Shopping Praia de Belas eu logo vi que não iriam dar certo. E dito e feito.
O bom enxadrista leva vantagem por enxergar na frente, mas nem sempre vence seus jogos. Assim também, muitas vezes quebrei a cara. Ainda não aprendi a usar minha habilidade de forma lucrativa, por exemplo. Não consigo analisar o padrão de comportamento dos números da Super Sena. Mas certos desfechos e conseqüências me parecem inevitáveis e me surpreende que nem todos cheguem com a mesma rapidez a conclusões idênticas. Eu deveria me sentir gratificado quando alguém me diz, depois de semanas ou meses: “É, você tinha razão.” Mas, no fundo, fico mesmo é irritado de ver que há pessoas que levam tanto tempo para concluir o óbvio.
Jornalista free-lancer apaixonado por música. Minhas colaborações mais frequentes foram para o International Magazine, mas já tive matérias publicadas em Poeira Zine e O Globo. Também já colaborei com os sites Portal da Jovem Guarda e Collector's Room. Em 2022, publiquei "Kleiton & Kledir, a biografia". Aqui no blog, escrevo sobre assuntos diversos.