Dia da Secretária

Esta matéria foi ao ar em 1985 no Vídeo Show, focalizando dois comerciais antológicos de 1983 e 1984 sobre o Dia da Secretária. Então eu a posto aqui como uma homenagem a todas as secretárias pelo seu dia.

Reflexão

Às vezes algumas coisas fazem o coração ficar apertado. Outras dão alívio. A vida é assim mesmo, para que o coração possa continuar batendo. Sístole e diástole.

Escurinho

Em que ano teria sido? Talvez 1972? Eu ainda era colorado fanático, de acompanhar todos os jogos pelo rádio e sofrer pelo Inter. Foi anunciado que iria entrar Escurinho no time. O comentarista Lauro Quadros, então na Rádio Guaíba, lembrou de partidas de que o jogador havia participado com resultados favoráveis. E concluiu: "Pode não ser um grande craque, mas é um tremendo pé quente". Em seguida depois de entrar, ele fez um gol. E o narrador, acho que Armindo Antônio Ranzolin, anunciou: "Escurinho Pé Quente!" Estava ratificado o apelido.

Em outra ocasião, no começo de 1974, eu estava na casa do meu irmão quando o cunhado dele, gremista doente, acompanhava os jogos com radinho grudado no ouvido. De repente ele disse: "Gol do Internacional! Adivinha quem e como?" Escurinho de cabeça, é óbvio! Uma curiosidade é que ele raramente começava jogando. Isso fazia parte da mística em torno dele. Em meio ao jogo, uma voz no rádio, geralmente a de Lasier Martins, anunciava: "Vai entrar Escurinho!" E a torcida vibrava. Não era o jogador que estava entrando, era o gol de cabeça.

Escurinho também era músico e chegou a lançar um compacto duplo em 1974 (disco de vinil com quatro faixas), ao qual deu o título de "O Lance" (embora nenhuma das músicas tivesse esse nome). Para ler uma reportagem sobre esse disco, cliquem aqui.

Vi Escurinho caminhando na Avenida Beira-Rio algumas vezes no começo dos anos 90. Parecia saudável. Não se poderia imaginar que seria vítima do diabetes, a exemplo de seu colega de time Sérgio Galocha. Como Sérgio, Escurinho teve que amputar uma perna. E, também como o outro jogador, veio a falecer. A notícia acabou de se espalhar pela Internet. Seu verdadeiro nome era Luiz Carlos Machado. Tinha 61 anos. Neste momento, Pedro Carneiro Pereira deve estar anunciando lá no Céu: "Vai entrar Escurinho..."

Primeiro, deixo um detalhe da Folha da Manhã de 20 de março de 1973 que eu já tinha publicado antes aqui no Blog:

E, por fim, um gol sensacional de Falcão contra o Atlético Mineiro em 1976, com participação decisiva das cabeçadas de Escurinho na jogada ensaiada:

Caminhada

Minhas caminhadas com o Iuri são sempre pelo mesmo trajeto, mas de vez em quando eu gosto de fotografá-las. Hoje fez um dia bonito de sol. Saímos às 3 da tarde.

Avenida Beira-Rio. Pausa para o refrigerante light.
A banda estava passando o som mas, pela amostra, devia vir um rock dos bons.
Já na Rua da Praia
Tava bom esse Guaraná Zero, hein? Eu também tomei.
Saímos do Shopping Rua da Praia pela Caldas Júnior.

Som da Primavera

Sim, o blog anda meio parado. Mas, para que não fique totalmente em brancas nuvens, divido com vocês uma música de minha adolescência que foi lançada no Brasil com o nome de "Som da Primavera". O título original era na verdade "A Chuva da Primavera". Era também o tema do "Fernando Vieira aos Domingos", o programa "de pouco papo e muito som" (ou ainda "que é exclusivamente de som e que tem uma hora de duração") em que o comunicador da então TV Difusora canal 10 mostrava os melhores clips entre os que exibia durante a semana em sua janela no saudoso Portovisão. É curioso ver os jovens de hoje querendo saber se já existiam clips antes da MTV e onde eram mostrados. Pois esse programa era uma das vitrines. Outras incluíam o Transasom de Pedrinho Sirotsky e o Sábado Som de Nélson Motta. Alô, Fernando Vieira, você ainda tem os clips de músicos gaúchos que eram gravados ao vivo dentro do estúdio, como Fernando Ribeiro, Inconsciente Coletivo, Status 4, João Schu, Nélson Coelho de Castro, Gilberto Travi & o Cálculo IV, Hermes Aquino e outros? Pois trate de resgatá-los para um possível lançamento em DVD. Não deixe esse tesouro se perder!

E que a primavera traga mudanças para melhor. Acho que já está trazendo.

Novo técnico do Inter

Esta foto sensacional eu roubei do Facebook do meu sobrinho Rodrigo Barcellos. Ele é sócio do Inter e foi sorteado para assistir ao jogo de hoje na Tribuna de Honra, com direito a entrar no gramado e no vestiário do time. A encenação dele está tão convincente que quase chego a apostar nele para realmente assumir de técnico do Colorado. Vai lá, Rodrigo, já tens o apoio da família!

Paul vai casar de novo

Fiquei feliz com a notícia de que Paul McCartney vai se casar com sua namorada Nancy Shevell. Alguns dirão que ele não aprende nunca e vai embarcar em outra canoa furada, depois de seu desastrado matrimônio com Heather Mills. Mas eu o entendo perfeitamente. Alguém que compõe músicas como "Here, There and Everywhere" e "My Love" só pode ser um romântico incorrigível. Parabéns, Paul, por não desistir de apostar no amor. E muitas felicidades ao casal!

(Leiam também o que escrevi sobre a separação de Paul clicando aqui.)

Kleiton e Kledir e as crianças

Ainda não chegou às lojas o novo CD de Kleiton e Kledir, "Par ou Ímpar", mas já se sabe que será para crianças e terá participação da atriz Fabiana Karla em "Trova do Guri e da Guria". A lista completa de faixas já está disponível no site da Biscoito Fino, que está lançando o CD (cliquem aqui para ver – o CD aparece como "esgotado", mas na verdade ainda não está disponível).

O fato é que a dupla gaúcha sempre fez sucesso entre os baixinhos. Basta dizer que, em 1984, houve uma sessão à tarde de seu show de promoção do quarto LP, em Porto Alegre, na Reitoria da UFRGS. Era uma chance para a petizada se divertir com as músicas e a participação especialíssima dos bonecos do grupo Cem Modos. Só não sei se o roteiro foi exatamente o mesmo da noite, pois uma das piadinhas era um tanto picante para uma apresentação "censura livre". E mesmo com as músicas de discos anteriores, daria para montar uma coletânea dirigida ao público infantil. Senão vejamos: "Maria Fumaça", "Uni Duni Tê" (do LP "A Música de Fogaça"), "Estrela Estrela" (o arranjo da dupla para a música de Vitor Ramil tem bem o clima de "parque de diversões"), "Noite de São João", "Viva" ("...e viva o rabo do tatu"), "Pato Macho", "Deu Pra Minha Bolinha", "Pezinho" (com participação de Xuxa), talvez "Para Pedro"... É, nove faixas não chega a dar um CD muito longo. Ou quem sabe poderíamos incluir também "Trova" e "Analista de Bagé"? De qualquer forma, o apelo infanto-juvenil sempre esteve presente no trabalho dos irmãos.

Para promover o "Par ou Ímpar", a dupla pediu a um grupo de fãs que disponibilizasse fotos de cada uma quando criança. Agora essas imagens estão sendo divulgadas no Facebook com uma mensagem personalizada incluindo nome, idade atual e a observação: "Fã do Kleiton & Kledir desde criancinha". Ainda que nem sempre seja verdade, pois a dupla só surgiu em 1979 e algumas ali já eram adultas nesse ano. Mas vale a intenção.

Sabedoria

"O problema das citações da Internet é que é difícil verificar sua autenticidade."

Só podia ser do grande Abraham Lincoln!

Mais uma googlada

Como sempre estou ocupadíssimo, mas só pra "bater o ponto", aqui vai um argumento de busca que trouxe o consulente a este Blog:

como se chama um monte de mosquitos

Não precisa chamar, eles vêm espontaneamente. Quando descobrir como mandá-los embora sem o uso de repelentes, me avise.

11 de setembro

Olha eu aí em 1990, com 29 aninhos, visitando Nova York. Na foto de cima eu tentei captar a imensidão de uma das torres gêmeas do World Trade Center. Elas me fascinavam desde que assisti ao "King Kong" de 1976 (que foi exibido no Brasil em 1977).

Eu lembro bem do dia 11 de setembro de 2001. Foi uma data triste para o mundo, mas eu estava vivendo um momento feliz da minha vida. O que me assusta, na verdade, é saber que já se passaram dez anos. Não cai a ficha que já estou há 13 anos morando neste apartamento. Na minha lembrança, tudo o que aconteceu desde que eu troquei de setor no meu trabalho em dezembro de 1998 foi "anteontem". E olha que eu já mudei de unidade mais vezes depois disso. Até uma certa idade, a vida da gente se divide entre "antes e depois" de alguma coisa. Já hoje eu olho para trás e enxergo vários capítulos. Ainda quero viver mais alguns.

No fim, acabei desviando o assunto. Na época do atentado, o que me chamou a atenção foi a gana de vingança dos americanos. Vingar-se de quem? Os verdadeiros criminosos morreram com as vítimas. Então o foco foi sobre um inimigo simbólico. Alguém. "Alguém nos atacou! Alguém nos humihou! Alguém veio aqui e destruiu símbolos da América! Isso não vai ficar assim! Alguém vai ter que pagar por isso! Vamos atacar Alguém!" E assim o inimigo Alguém virou o bode expiatório. Alguém pagou pelo crime de outro.

Mas, para que não reste dúvidas, eu me solidarizo totalmente com as vítimas dos atentados e suas famílias. Foi um ato covarde e desumano. Nada justifica o que aconteceu. É uma pena que o mundo não consiga viver em paz.

Livro raro

Hoje estive na livraria Saraiva e me lembrei daquela montagem que fizeram com o Lula lendo um livro de cabeça para baixo. Encontrei um exemplar de "João Goulart, uma Biografia", de Jorge Ferreira, com a capa para um lado e o miolo para o outro. Até pensei em comprá-lo, pela curiosidade, já que ia querer o livro, mesmo, mas onde eu teria coragem de lê-lo? Só na intimidade do lar! Em público, chamaria mais a atenção do que nariz de palhaço!

Googlada

Esta é pra matar a saudade dos tempos em que eu publicava mensalmente as "googladas incautas". Ontem alguém chegou aqui no Blog digitando o seguinte argumento de busca no Google:

por favor tenho que fazer uma montagem gratis e nesta montagem com minha foto.tenho que fazer uma dedicat?tia onde acho isso?

Esse é de uma educação sem par! Além de explicar nos mínimos detalhes, ainda pediu "por favor" a uma ferramenta de busca!

Manito

Faleceu hoje, aos 68 anos, o tecladista e saxofonista Manito, de câncer. Suas passagens mais marcantes foram pelos Incríveis e o Som Nosso de Cada Dia. Embora eu não soubesse, fazia um ano que ele estava com a doença quando tiramos a foto acima, no dia 22 de junho de 2007, na Reitoria da UFRGS, em Porto Alegre. A banda que se apresentou naquela noite era formada por ele, mais os ex-Incríveis Netinho e Nenê, o ex-Fevers Almir e o guitarrista Paco. Na matéria que escrevi para o Portal da Jovem Guarda, comecei dizendo: "O grupo ainda não tem nome, mas bem poderia se chamar Incrívers". Algum tempo depois, vi anúncio dos Incrívers no site de uma produtora. Mas durou pouco.

Para lerem a matéria que escrevi na época para o Portal da Jovem Guarda, incluindo várias fotos, cliquem aqui. Para verem o tópico original em que publiquei a foto acima (onde também aparecem Netinho e Nenê), cliquem aqui. Por fim, aqui vão os vídeos que gravei naquela noite, que já estavam no YouTube:




No vídeo acima, Manito aparece bem descontraído, aproximando-se da plateia para bater palmas. Ao final, Paco brinca com ele, chamando o seu saxofone de "charuto". Manito corrige: "cachimbo".

Coleção completa

Hoje chegou pelo correio o volume 15 da coleção do Tim Maia, o Racional 3. Esse vinha de brinde para quem comprasse os 14 volumes vendidos em banca e cadastrasse os códigos de cada um no site indicado. Só ficou faltando espaço para o livreto que acompanha a caixinha, a qual era vendida separadamente. Mas não há grandes informações ali, somente fotos e citações rápidas. Enfim, a coleção está completa. Parabéns à Abril pela iniciativa e pelo formato irretocável, cada CD num encarte com livreto próprio contando a história do álbum original. O mesmo não se pode dizer, infelizmente, da série Grande Discoteca Brasileira, em que, aberto o lacre, o CD vai para um lado dentro de um envelopinho mínimo e o livreto vai para o outro. Para quem gosta de guardar a coleção toda num só lugar de forma prática, não foi uma concepção muito inteligente. Mas a série do Tim está perfeita, assim como a do Chico Buarque antes dela. Só não achei caixinha para os CDs do Chico. Saiu?

Procura-se o Clóvis

Gente, este aí é o Clóvis, o gato do meu sobrinho Ricardo Barcellos. Ele desapareceu ontem no bairro Teresópolis, em Porto Alegre. Vamos ajudar a encontrá-lo!

P.S.: Continua desaparecido. Recado do Ricardo: "Meus queridos, continuamos sem notícias do Clóvis. Sumido desde o dia 06/09, próximo ao Nacional de Teresópolis. Se alguém souber de alguma coisa, favor entrar em contato. Abraços a todos!"

Clássicas

Nesta semana, um grande amigo me enviou estas historinhas por e-mail. Já são clássicas na Internet, mas vale a pena reler. Clique para ampliar.

Niemeyer nunca diria isto

Gente, por favor, aquela frase de que Brasília deveria ter sido projetada em forma de camburão jamais poderia ser do arquiteto Oscar Niemeyer! Ele tem um carinho imenso por sua obra e não faria uma afirmação grosseira dessas! Vamos ter bom senso antes de sair repassando frases com qualquer autoria!

Sonekka e Zé Edu Camargo vencem Fampop

Não posso deixar de registrar aqui no Blog a vitória de Sonekka e Zé Edu Camargo no Fampop, o tradicional festival de Avaré, SP. No caso, a parceria vencedora se chama "Logo Eu", interpretada por Renata Pizzi. Abaixo vocês encontram o vídeo.

O dia em que o Sonekka ficar realmente famoso, eu vou poder contar para todo o mundo que ele já musicou duas letras minhas. E mostrar as músicas, claro. Não que isso seja um mérito para mim. Ele é compositor compulsivo, daqueles que saem musicando por impulso qualquer letra que aparecer na frente. Como eu já disse aqui uma vez, se ele estiver sozinho num hotel sem letra inédita, periga musicar a lista telefônica. Já teve muitos parceiros, inclusive o gaúcho Sérgio Napp, mas Zé Edu Camargo parece ser o mais frequente.

A propósito, caso alguém esteja curioso, a música que eu e Rogério Ratner compusemos em parceria ainda está longe de ser gravada, segundo me falou o próprio quando lhe concedi uma entrevista no ano passado. O terceiro CD dele está sendo preparado devagar e sempre e não tem data certa para sair. Mas já tem nome: "Canção Para Leitores", como anunciado aqui.

Mas voltando ao Sonekka, aqui está a participação dele no festival:

Almôndegas na TVE

A TVE de Porto Alegre está reapresentando o show de 15 anos dos Almôndegas em seu programa "Memória TVE". Já foi exibido duas vezes (ontem e hoje) e será reprisado no domingo às 20 horas. Mas já aviso que não é o "Palcos da Vida" original na íntegra, é uma nova edição que não inclui todas as músicas. Também ficou de fora a introdução do crítico Juarez Fonseca. E o show é de 1990, não 1991, como indicado. Assim também, "Piquete do Caveira" venceu a Califórnia da Canção Nativa de 1975, não 1977, como diz a apresentadora. Enfim, este Blog já tinha mostrado o programa original na íntegra aqui. É só clicar para assistir.

Mais conselhos

Mesmo com a observação de que o título é apenas uma brincadeira, continua aparecendo gente me pedindo conselhos neste tópico aqui. Vou acabar tendo que excluir aquela postagem, do contrário vou virar conselheiro mesmo. É que eu não resisto a dar alguma palavra de incentivo, pois já passei por situações assim e sei bem como é. Mas não sou profissional e deixo isso bem claro. Sempre indico terapia no final.

P.S.: Mudei o título daquele tópico. Acho que agora vão parar os pedidos de aconselhamento.

Texto desatualizado no Whiplash

É uma pena que o Whiplash não substitua o texto meu que reproduziu pela versão mais atualizada. As informações que consegui depois tornaram aquela primeira redação praticamente sem efeito. As evidências do que eu tentava demonstrar são bem mais sólidas do que eu supunha. Como o site é conceituado e bastante lido por fãs de rock, é a versão desatualizada que está sendo mais divulgada. Também lamento que o meus argumentos sejam usados por "fãs torcedores" de uma forma agressiva. Mas isso era previsível e, por que não dizer, inevitável. Eu quis apenas esclarecer fatos, mas os ânimos sempre ficam acirrados, não adianta.

Refiro-me a este texto aqui. A versão do Whiplash foi indicada aqui. Evitei citar as palavras-chave para não dispersar as pesquisas via Google.

Caixa azul do Genesis

Aproveitei minha ida ao centro também para uma "pequena" compra. Após uma investigação internética, concluí que a única "caixa azul" do Genesis ainda lacrada à venda no Brasil era a de uma loja de Porto Alegre. Resolvi passar lá e levá-la logo antes que um aventureiro lançasse mão dela. Este item importado está fora de catálogo e as lojas do Amazon Marketplace que o oferecem não enviam para fora dos Estados Unidos. Ou melhor: uma loja alemã até envia, mas está pedindo "apenas" 714 dólares pelo produto! Eu não paguei tudo isso. Ah, outro detalhe: coloquei a caixa sobre a mesa apenas para tirar a foto. Ela não vai ficar ali permanentemente! (Para entender o porquê dessa observação, clique aqui.)

Galeria Chaves renovada

Hoje aproveitei que eu tinha ido ao centro de Porto Alegre para fazer pesquisas no arquivo de jornais e tirei algumas fotos da Galeria Chaves depois da reforma. Ela foi reinaugurada há cerca de duas semanas, informou-me um dos lojistas.

A primeira novidade que chama a atenção é a presença de duas escadas rolantes. Esta de cima é a da subida. A Rua da Praia (Andradas, da primeira foto) aparece ao fundo. Mais ou menos neste ponto, nos velhos tempos, havia ladrilhos plásticos no chão que se assemelhavam a vidro. Visualmente, davam a impressão de que, se alguém pisasse em cima, faria o piso ceder com seu peso. Exatamente por isso, segundo meu pai me contou, era costume convidar-se gente de fora para conhecer a galeria. Quando o visitante estava quase pisando no ladrilho, alguém gritava: "Cuidado o vidro!" Meu pai testemunhou quando uma das vítimas da brincadeira deu um pulo para trás e suspirou: "Ufa! Quase que eu pisei!"

Não estou fazendo propaganda desta loja, até porque não a conheço. O que um cinquentão quereria aí dentro? Mas quero registrar que, nesta sala, por muitos anos existou a Pop Som, uma das melhores lojas de discos de sua época. Oferecia vinis importados e foi a primeira a vender bootlegs em Porto Alegre.

Já neste espaço (e mais o da loja à esquerda) ficava a King's Discos, da mesma família (o pai cuidava da King's e o filho atendia na Pop Som). Essa era bem mais antiga e tradicional. Tinha de tudo. O que não se encontrasse aqui, nem valia a pena procurar em outro lugar. Já a loja atual, desta eu sou freguês. Mas duvido que o dono me ofereça algum desconto ou vantagem por eu estar publicando esta foto.

A escada rolante que aparece acima é a de descida. Ela substitui a antiga escadaria da Galeria Chaves, que era bem mais larga e vinha logo depois da King's Discos. E essa banca de revistas que hoje está aí se localizava lá em baixo, à direita de quem descia. Desde a minha infância. Durante as obras, ela se reposicionou temporariamente em frente à loja de CDs que mostrei antes.

O fim do corredor ainda está em obras.

Vista do ângulo oposto, mostrando praticamente toda a extensão do piso superior até a Rua da Praia.
Descendo a escada rolante.

O acesso inferior, pela Rua José Montaury.

Agora vamos conhecer a parte de baixo que antigamente abrigava os depósitos e não era aberta ao público.

Breve aqui...

...muitas lojas!
Escada convencional construída na reforma.

E aqui a escada de subida. Aplaudo a reforma, mas meu lado saudosista lamenta que a Galeria da minha infância não exista mais. Pensando bem, já não existia há muito tempo, desde que fecharam a King's Discos e a Pop Som (para ler mais sobre essas duas lojas e inclusive assistir a um vídeo, clique aqui).