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quarta-feira, novembro 27, 2019
Procura-se
Nesta semana fiz algo que não fazia desde o século passado: enviei uma carta pelo correio. Nem sabia que não existiam mais as aberturas classificadas ("Porto Alegre", "Outros Estados", "Exterior") para a coleta. Eu confesso que sentia uma certa emoção em introduzir um envelope por ali. Era o meu contato com o mundo. Datilografava as cartas em minha Práxis velha de guerra (máquina de escrever eletrônica que ganhei de minha mãe quando me formei em minha primeira Faculdade - infelizmente ela não viveu para testemunhar minha segunda formatura), depois dobrava a folha cuidadosamente em dois pontos para que coubesse no envelope mais largo. Tive que repetir esse processo desta vez e senti que havia perdido um pouco a prática. Mas deu certo.
Meu objetivo é tentar localizar Eliane de Souza, de Aguaí, São Paulo, que era Coordenadora do Fã Clube de Kleiton e Kledir em novembro de 1983. A dupla estava no auge de sua popularidade e esse anúncio foi publicado na seção de cartas da saudosa revista Somtrês. Posteriormente, sempre que a publicação listava os fã-clubes de todo o Brasil em ordem alfabética, o "Fã-Clube Tri-Legal K&K" aparecia logo após uma interminável relação de nomes relacionados ao Kiss. Além de "Lila", também uma certa Marlene ajudava na coordenação, como se viu em anúncios subsequentes.
A carta foi enviada para o antigo endereço, na esperança de que, se não as próprias, pelo menos alguém que as conheça abra a correspondência e me ajude a localizá-las. Pois agora, para reforço, fica aqui esta "convocação por edital" para Lila e Marlene, antigas coordenadoras do "Fã-Clube Tri-Legal K&K". Por favor, entrem em contato. Preciso muito falar com vocês.
Eu achava Augusto Liberato melhor apresentador do que Sílvio Santos. Gugu parecia mais autêntico, demonstrando uma genuína empatia com as pessoas simples do auditório. Percebia-se o quanto ele gostava do que fazia. O lugar dele era ali mesmo, com todas as breguices que isso pudesse acarretar. Sílvio é carismático, mas tem um viés debochado e às vezes até cruel com quem participa de seu programa. Já comentei sobre isso aqui.
Por coincidência, estou escutando o audiobook "Biografia da Televisão Brasileira", de Flávio Ricco e José Armando Vannucci, e justamente na semana passada ouvi o trecho em que Sílvio, temendo por sua saúde, conseguiu brecar a ida de Gugu para a Globo. A ideia do homem do baú era preparar o apresentador mais jovem para substituí-lo. No fim o mundo deu voltas e Gugu acabou se envolvendo num escândalo de reportagem forjada. A revista Veja já havia lançado suspeita de armação no popular "Táxi do Gugu". Em 2009 ele sairia do SBT.
É muito triste o acidente que lhe tirou a vida. Tinha 60 anos.
Hoje faz 40 anos que Kleiton e Kledir apresentaram "Maria Fumaça" pela primeira vez no Festival da Tupi. Ainda não eram oficialmente uma dupla, mas foi ali que tudo começou. Há dez anos, montei um vídeo sobre o áudio da interpretação, gravado e disponibilizado por meu amigo Luiz Juarez Pinheiro, e postei no YouTube. Publiquei também um texto no Blog contando o começo da história deles. Vejam aqui (incluindo o vídeo). Infelizmente, o YouTube alterou a edição do clipe para cobrir algumas imagens e textos. Mas o que importa mesmo é o áudio.
"Woodstock em Porto Alegre", o livro que Rogério Ratner lançou em 2016 em versão e-book, agora está disponível em edição impressa. O texto registra o movimento musical gaúcho de "Mr. Lee", alcunha adotada pelo radialista Júlio Fürst em 1975 e 1976 no "Mr. Lee em Concerto" da Rádio Continental de Porto Alegre, a 1120. A segunda meia-hora do programa era reservada para músicos gaúchos, a maioria deles sem disco, fazendo suas gravações no estúdio B da emissora. O título da obra é uma referência à inspiração mencionada pelo próprio Júlio para criar seus concertos "Vivendo a Vida de Lee", em especial o segundo, que virou a madrugada no Auditório Araújo Vianna (tema da ilustração da capa em desenho de Jonas Rabello Kirschbaum, filho de Rogério).
Além da movimentação em torno do programa e dos concertos, Rogério resgata o panorama da Porto Alegre daquela década, as mostras de música e os shows internacionais, nacionais e locais realizados na cidade ano a ano. Enfim, um precioso documento sobre a história e a cultura da capital gaúcha para o qual eu tive a honra de ser convidado para escrever o prefácio. O livro impresso pode ser adqurido ao custo de R$ 50,00 (cinquenta reais), que será acrescido do valor do frete/postagem, o qual varia em face do local de entrega. As encomendas são feitas mediante o envio de mensagens pelos interessados ao e-mail: rrkrecords@yahoo.com, que serão respondidas com a indicação dos procedimentos necessários para a compra. Uma dica: a tiragem é pequena (bancada pelo próprio autor), então não percam tempo.
Aí estão minhas aquisições da Feira do Livro de Porto Alegre deste ano. O encerramento foi hoje, mas estive lá pela última vez ontem. Acabei falhando com amigos que fizeram sessão de autógrafos e eu, infelizmente, não consegui comparecer. Acontece. A questão agora é: qual deles leio primeiro? E não são só as compras da Feira que estão na fila. Tem também a biografia de Renato Barros, que já citei aqui. Em Kindle (e-book), consegui também "No Rastro da Notícia", de Roberto Cabrini. Em audiobook, estou escutando "Biografia da Televisão Brasileira", de Flávio Ricco e José Armando Vanucci. Oportunamente, quero comentar com mais detalhes as opções que encontrei de audiolivros em português. Por fim, amanhã devo me encontrar com um escritor que irá me entregar um exemplar de sua obra para divulgação. Ufa! Como se não bastasse tudo isso, ainda estou trabalhando no meu livro. Acho que as leituras terão que esperar. A prioridade agora é escrever.
Hoje foi o penúltimo dia da Feira do Livro de Porto Alegre. No Teatro Carlos Urbim (montado na Av. Sepúlveda especialmente para o evento), Hique Gomez falou sobre sua carreira e seu livro "Para Além da Sbornia" ao jornalista Roger Lerina. Lembrou o começo do Tangos e Tragédias com o saudoso Nico Nicolaiéwsky, a integração de Dilmar Messias como terceiro integrante na plateia, as apresentações no Jô Soares (ótimas) e no Faustão (totalmente inapropriada). Ao final, quando abriram para perguntas, lembrei que o Tangos também apareceu no Perdidos na Noite, programa anterior de Fausto Silva, na Bandeirantes. Hique comentou que essa participação foi "quase ótima", pois o Perdidos ia ao ar tarde da noite, em meio de semana, com audiência menor. Outro questionamento meu foi sobre uma novela em que ele e Nico fizeram uma ponta. Hique não recordou o nome, somente que foi no horário das 18 horas. Ficou na minha lembrança a imagem dos dois tocando no que deveria ser um restaurante em Paris, no passado.
A pedido de Roger, Hique leu um trecho do seu livro. E às 19 e 30, finalmente, a sessão de autógrafos. Uma longa fila que se movia lentamente, mas valeu a pena esperar.
Quando fui convidado por Célio Albuquerque (por indicação de Marcelo Fróes) em 2013 para participar do livro coletivo "1973, o Ano Que Reinventou a MPB", não imaginei que o projeto fosse continuar "rendendo" por tantos anos. Em 2017, houve uma segunda edição. Em 2018, nova sessão de autógrafos. Não pude participar, mas fui muito bem representado por Gérson Conrad, ex-integrante dos Secos e Molhados, que autografou na página de meu texto sobre o primeiro LP do grupo (vejam aqui). Também em 2017 foi gravado o especial "1973, o Ano da Reinvenção", para o Canal Brasil, que estreou no ano passado. No dia 30 de outubro, no Rio de Janeiro, houve um evento musical alusivo ao livro, intitulado "1973, Uma Trilha Sonora".
Na semana que passou, recebi pelo correio um envelope enviado por Célio Albuquerque contendo um caderno de atividades promocional do show e também o crachá confeccionado com meu nome por ocasião do do relançamento do livro. Vejam acima o "Caça Palavras" e tentem achar meu sobrenome (uma dica: está ao contrário). Célio já prepara um novo projeto de livro semelhante a esse e me convidou para participar. Uau! Vamos nós, de novo.
Esta foi a primeira semana da Feira do Livro, em Porto Alegre. No dia 5, às 19 e 30, fui prestigiar a sessão de autógrafos de Cristiano Bastos, que está lançando "Nélson Gonçalves, o Rei da Boemia". Com certeza é um livro que terá repercussão e boa vendagem em todo o Brasil. Ele é ótimo biógrafo, como já demonstrou em seus trabalhos anteriores sobre Júlio Reny e Júpiter Maçã.
Aproveitei para comprar também "Teixeirinha, Coração do Brasil", de Daniel Feix, e "Pop, Rock e Cafezinho", do radialista Mauro Borba. A cada ano sempre aparecem bons livros de não-ficção para se adquirirem na Feira. Quem sabe o que virá no ano que vem?
Na noite do dia 7, compareci ao Studio Clio para assistir ao documentário "Zuza Homem de Jazz", sobre o crítico musical Zuza Homem de Mello. Fiquei surpreso de saber que ele estudou música e chegou a tocar piano e baixo. Ao final, o próprio estava lá para responder a perguntas. Aproveitei para questionar por que ele começou como músico e veio a se tornar jornalista musical. Ele respondeu que sempre teve esse objetivo, desde que passou a se destacar pelos textos que escrevia na infância. Mais um para desmentir a furada tese de que os críticos são músicos frustrados.
A propósito: nesta semana que passou, oficialmente, comecei a escrever meu livro. O que eu tinha redigido até agora eram parágrafos esparsos. Desta vez, iniciei pra valer. Mas as pesquisas e entrevistas continuam.
"Renato Barros - Um Mito! Uma Lenda!" é um volume de 644 páginas inteiramente dedicado ao fundador e líder da banda Renato e Seus Blue Caps. Não é uma biografia no formato tradicional. Está mais para um almanaque ou, seguindo um padrão bastante usual no mercado editorial estrangeiro, uma longa FAQ ("perguntas mais frequentes"). Ou então "Renato Barros por suas próprias palavras". Há anos que a fã Lucinha Zanetti realiza entrevistas períodicas com Renato por telefone e grava as conversas. Pois o livro é a transcrição desse material praticamente na íntegra, sem aglutinar assuntos ou eliminar repetições. A divisão de capítulos é que facilita a orientação do leitor para encontrar o que deseja. Renato conta a história da banda, comenta praticamente todos os discos, faixa por faixa, menciona composições suas gravadas por outros e responde dúvidas de fãs sobre as gravações. Além dos diálogos, a obra inclui também algumas matérias de revistas antigas, fotos raras (muitas a cores), curiosidades, grupos de que Renato participou anonimamente (como os Super Quentes), artistas que produziu e muito mais. É claro que estou escrevendo tudo isso com base numa lida no índice e uma folheada rápida. O livro chegou ontem para mim, não haveria como eu já tê-lo lido por inteiro. Mas é suficiente para recomendar "Renato Barros - Um Mito! Uma Lenda!" a todos os fãs de Renato e Seus Blue Caps. Lucinha legou para a posteridade uma coleta preciosa de informações sobre um músico de importância histórica no rock brasileiro (embora ele não se considere roqueiro). O lançamento é da Editora Nelpa mas, para compra, entrem em contato diretamente com a autora pelo Whatsapp 19 997651015.
Jornalista free-lancer apaixonado por música. Minhas colaborações mais frequentes foram para o International Magazine, mas já tive matérias publicadas em Poeira Zine e O Globo. Também já colaborei com os sites Portal da Jovem Guarda e Collector's Room. Em 2022, publiquei "Kleiton & Kledir, a biografia". Aqui no blog, escrevo sobre assuntos diversos.