sábado, março 31, 2012
sexta-feira, março 30, 2012
Observação da faxineira
Já comentei aqui há muito tempo sobre a lista da faxineira. Só que, desta vez, ela veio com uma observação:
Dona Emília (sim, o nome dela é quase igual ao meu), eu sei a diferença! O problema é que, a menos que meus olhos me traiam, está difícil de encontrar esfregão de aço nos supermercados que frequento. Só isso!
Dona Emília (sim, o nome dela é quase igual ao meu), eu sei a diferença! O problema é que, a menos que meus olhos me traiam, está difícil de encontrar esfregão de aço nos supermercados que frequento. Só isso!
quinta-feira, março 29, 2012
"Aqui" finalmente em CD
Dezembro de 1975 foi um mês marcante para Porto Alegre. No dia 14, pela primeira vez um time gaúcho sagrou-se campeão nacional - no caso, o Internacional, numa final contra o Cruzeiro de Belo Horizonte, no Beira-Rio. Quatro dias depois, quase no mesmo endereço - um pouco mais à direita, no Gigantinho - aconteceu o histórico show do tecladista inglês Rick Wakeman, numa época em que eram raríssimas as vindas de astros internacionais de rock para o Brasil. Treze mil pessoas lotaram o ginásio para ver o espetáculo "Viagem ao Centro da Terra", com participação da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e regência do maestro Isaac Karabtchewsky.
Em meio a toda essa efervescência, uma notícia não passou despercebida: o lançamento do segundo LP dos Almôndegas. Num tempo em que não era incomum um artista lançar dois discos no mesmo ano, Aqui saía apenas sete meses depois do álbum de estreia do grupo. Dos quatro LPs da discografia da banda, esse era o único que nunca tinha sido relançado em CD. Existia uma coletânea com a mesma capa, mas incluindo todas as faixas do primeiro LP e apenas algumas do segundo. E deixando de fora justamente o maior sucesso, "Canção da Meia-Noite". Pois agora o legítimo Aqui está sendo relançado pelo selo Discobertas.
Nesse período relativamente curto entre o primeiro e o segundo disco, houve uma mudança na formação dos Almôndegas. Saiu Pery Souza, que viria a seguir carreira solo com belas canções como "Pampa de Luz" e "Estrela Guria". Mas o número de integrantes permaneceu o mesmo, cinco, com a chegada de João Baptista. O músico entrou para acrescentar um instrumento que o grupo ainda não usava: o baixo. Ao contrário dos demais membros, que vinham do meio universitário, João tinha currículo em conjuntos de baile, como os Boinas Azuis:
Boinas Azuis em matéria da Folha da tarde de 23 de outubro de 1969. João Baptista é o bem da esquerda. Depois dos Almôndegas ele passaria a tocar com medalhões da MPB.
Hoje os Almôndegas são mais lembrados como o grupo de Kleiton e Kledir, não só porque o sucesso da dupla superou em muito o da antiga banda, mas também por terem sido eles os únicos a participar de todas as formações. Mas a contribuição dos integrantes era equilibrada, em especial nessa primeira fase, antes da mudança para o Rio de Janeiro. No primeiro disco, Kledir havia despontado como principal compositor e vocalista. Neste novo trabalho, surgem as duas primeiras composições de Kleiton: "Séria Festa" e "Vida e Morte". A segunda foi a escolhida para divulgação no quadro musical do apresentador Fernando Vieira, no Portovisão (concorrente do Jornal do Almoço na TV Difusora canal 10). Os Almôndegas apareceram dublando a gravação e o vídeo-tape foi reapresentado diversas vezes. Como compositor, Kleiton já demonstrava o desejo de ousar, mas ainda não criava as melodias envolventes que viriam a se tornar sua marca registrada. Ele também faz vocal solo num pequeno trecho de "Em Meio aos Campos", de Fernando Ribeiro (outro músico gaúcho que viria a se destacar nos anos 70) e Arnaldo Sisson.
Uma falha imperdoável dos créditos do LP – infelizmente mantida no CD – foi a não citação do nome de Quico Castro Neves, definido pelo crítico Nei Gastal, do Correio do Povo, como "um dos Almôndegas fundamentais". No disco anterior ele já havia deixado sua marca compondo "Gô" e fazendo o vocal solo naquele que é até hoje um dos maiores sucessos do grupo: "Vento Negro", de Fogaça. Em Aqui ele contribui com sua mais memorável composição, "Haragana", que ganharia uma versão na voz de Fafá de Belém. A música teve clip no "Transasom" de Pedrinho Sirotsky. Ele também assina "Barca de Caronte" e canta "Gaudêncio Sete Luas", de Marco Aurélio Vasconcelos e Luiz Coronel. Quico permaneceria mais um ano, mas voltaria a Pelotas quando os Almôndegas se mudaram para o Rio, no começo de 1977. Bom cantor e compositor, é curioso que ele nunca tenha buscado uma vitrine alternativa para o seu trabalho. Como outros artistas gaúchos que se deslocaram para além da música (Raul Ellwanger, Jerônimo Jardim), Quico poderia manter uma carreira paralela fazendo shows e lançando CDs. Quem sabe ainda é tempo?
Kledir reafirma sua condição de figura central dos Almôndegas cantando a linda "Amor Caipira e Trouxa das Minas Gerais", de Zé Flávio. O autor entraria para o grupo em 1977, mas nessa época ainda integrava a banda de blues-rock Mantra. Mesmo assim o nome dele já se destacava, pois tinha composto o sucesso do primeiro LP, "Sombra Fresca e Rock no Quintal". E em Aqui ele contribuiu também com aquele que se tornaria o único êxito nacional dos Almôndegas: "Canção da Meia-Noite". A irresistível composição de "um vampiro, um lobisomem, um saci-pererê" entrou para a trilha-sonora de"Saramandaia", da Globo. Mas mesmo antes da estreia da novela, o Fantástico mostrou um clip da música em 25 de abril de 1976. Para a época, foi uma produção sofisticada, que demandou sete horas de estúdio, incluindo uma floresta metálica, um castelo medieval, uma caveira e doze bailarinos.
Como compositor, Kledir procura fugir do convencional, a exemplo de seu irmão, em faixas como "Mi Triste Santiago" (com letra de Fogaça), "Coisa Miúda" e a divertida "Elevador", em homenagem ao elevador do Instituto Belas Artes, em Porto Alegre. Por fim, os Almôndegas confirmam sua posição de representantes da música regional num cenário urbano ao encerrar o disco com um popurri (ou medley) de canções gauchescas, com crédito de arranjo para João Baptista e o percussionista Gilnei Silveira.
Uma curiosidade: logo depois do lançamento do disco, os Almôndegas compuseram uma música chamada "Aqui" e passaram a apresentá-la nos shows. Mas ela nunca chegou a ser gravada, até por motivos óbvios: se saísse em outro LP e fizesse sucesso, confundiria o público, que a procuraria no disco de mesmo nome. E isso se tornou ainda mais problemático com a mudança de gravadora. A Polygram não iria querer lançar uma música com título de um LP da Continental!
Os Almôndegas passariam todo o ano de 1976 fazendo shows e só voltariam a lançar disco em 1977, já fora do Rio Grande do Sul, com outra formação. A ida para o Rio de Janeiro foi benéfica em alguns aspectos: o grupo amadureceu bastante e a troca de gravadora resultou num salto de qualidade na produção e na mixagem. Mas, em termos de importância e resposta do público, os dois primeiros LPs foram os mais marcantes, mesmo com eventuais deficiências. É desses Almôndegas que os fãs gaúchos que os acompanhavam desde o começo sentem mais saudade. E agora a discografia está completa em CD.
Em meio a toda essa efervescência, uma notícia não passou despercebida: o lançamento do segundo LP dos Almôndegas. Num tempo em que não era incomum um artista lançar dois discos no mesmo ano, Aqui saía apenas sete meses depois do álbum de estreia do grupo. Dos quatro LPs da discografia da banda, esse era o único que nunca tinha sido relançado em CD. Existia uma coletânea com a mesma capa, mas incluindo todas as faixas do primeiro LP e apenas algumas do segundo. E deixando de fora justamente o maior sucesso, "Canção da Meia-Noite". Pois agora o legítimo Aqui está sendo relançado pelo selo Discobertas.
Nesse período relativamente curto entre o primeiro e o segundo disco, houve uma mudança na formação dos Almôndegas. Saiu Pery Souza, que viria a seguir carreira solo com belas canções como "Pampa de Luz" e "Estrela Guria". Mas o número de integrantes permaneceu o mesmo, cinco, com a chegada de João Baptista. O músico entrou para acrescentar um instrumento que o grupo ainda não usava: o baixo. Ao contrário dos demais membros, que vinham do meio universitário, João tinha currículo em conjuntos de baile, como os Boinas Azuis:
Boinas Azuis em matéria da Folha da tarde de 23 de outubro de 1969. João Baptista é o bem da esquerda. Depois dos Almôndegas ele passaria a tocar com medalhões da MPB.
Hoje os Almôndegas são mais lembrados como o grupo de Kleiton e Kledir, não só porque o sucesso da dupla superou em muito o da antiga banda, mas também por terem sido eles os únicos a participar de todas as formações. Mas a contribuição dos integrantes era equilibrada, em especial nessa primeira fase, antes da mudança para o Rio de Janeiro. No primeiro disco, Kledir havia despontado como principal compositor e vocalista. Neste novo trabalho, surgem as duas primeiras composições de Kleiton: "Séria Festa" e "Vida e Morte". A segunda foi a escolhida para divulgação no quadro musical do apresentador Fernando Vieira, no Portovisão (concorrente do Jornal do Almoço na TV Difusora canal 10). Os Almôndegas apareceram dublando a gravação e o vídeo-tape foi reapresentado diversas vezes. Como compositor, Kleiton já demonstrava o desejo de ousar, mas ainda não criava as melodias envolventes que viriam a se tornar sua marca registrada. Ele também faz vocal solo num pequeno trecho de "Em Meio aos Campos", de Fernando Ribeiro (outro músico gaúcho que viria a se destacar nos anos 70) e Arnaldo Sisson.
Uma falha imperdoável dos créditos do LP – infelizmente mantida no CD – foi a não citação do nome de Quico Castro Neves, definido pelo crítico Nei Gastal, do Correio do Povo, como "um dos Almôndegas fundamentais". No disco anterior ele já havia deixado sua marca compondo "Gô" e fazendo o vocal solo naquele que é até hoje um dos maiores sucessos do grupo: "Vento Negro", de Fogaça. Em Aqui ele contribui com sua mais memorável composição, "Haragana", que ganharia uma versão na voz de Fafá de Belém. A música teve clip no "Transasom" de Pedrinho Sirotsky. Ele também assina "Barca de Caronte" e canta "Gaudêncio Sete Luas", de Marco Aurélio Vasconcelos e Luiz Coronel. Quico permaneceria mais um ano, mas voltaria a Pelotas quando os Almôndegas se mudaram para o Rio, no começo de 1977. Bom cantor e compositor, é curioso que ele nunca tenha buscado uma vitrine alternativa para o seu trabalho. Como outros artistas gaúchos que se deslocaram para além da música (Raul Ellwanger, Jerônimo Jardim), Quico poderia manter uma carreira paralela fazendo shows e lançando CDs. Quem sabe ainda é tempo?
Kledir reafirma sua condição de figura central dos Almôndegas cantando a linda "Amor Caipira e Trouxa das Minas Gerais", de Zé Flávio. O autor entraria para o grupo em 1977, mas nessa época ainda integrava a banda de blues-rock Mantra. Mesmo assim o nome dele já se destacava, pois tinha composto o sucesso do primeiro LP, "Sombra Fresca e Rock no Quintal". E em Aqui ele contribuiu também com aquele que se tornaria o único êxito nacional dos Almôndegas: "Canção da Meia-Noite". A irresistível composição de "um vampiro, um lobisomem, um saci-pererê" entrou para a trilha-sonora de"Saramandaia", da Globo. Mas mesmo antes da estreia da novela, o Fantástico mostrou um clip da música em 25 de abril de 1976. Para a época, foi uma produção sofisticada, que demandou sete horas de estúdio, incluindo uma floresta metálica, um castelo medieval, uma caveira e doze bailarinos.
Como compositor, Kledir procura fugir do convencional, a exemplo de seu irmão, em faixas como "Mi Triste Santiago" (com letra de Fogaça), "Coisa Miúda" e a divertida "Elevador", em homenagem ao elevador do Instituto Belas Artes, em Porto Alegre. Por fim, os Almôndegas confirmam sua posição de representantes da música regional num cenário urbano ao encerrar o disco com um popurri (ou medley) de canções gauchescas, com crédito de arranjo para João Baptista e o percussionista Gilnei Silveira.
Uma curiosidade: logo depois do lançamento do disco, os Almôndegas compuseram uma música chamada "Aqui" e passaram a apresentá-la nos shows. Mas ela nunca chegou a ser gravada, até por motivos óbvios: se saísse em outro LP e fizesse sucesso, confundiria o público, que a procuraria no disco de mesmo nome. E isso se tornou ainda mais problemático com a mudança de gravadora. A Polygram não iria querer lançar uma música com título de um LP da Continental!
Os Almôndegas passariam todo o ano de 1976 fazendo shows e só voltariam a lançar disco em 1977, já fora do Rio Grande do Sul, com outra formação. A ida para o Rio de Janeiro foi benéfica em alguns aspectos: o grupo amadureceu bastante e a troca de gravadora resultou num salto de qualidade na produção e na mixagem. Mas, em termos de importância e resposta do público, os dois primeiros LPs foram os mais marcantes, mesmo com eventuais deficiências. É desses Almôndegas que os fãs gaúchos que os acompanhavam desde o começo sentem mais saudade. E agora a discografia está completa em CD.
domingo, março 25, 2012
Depoimento raríssimo de Hermes Aquino
Lucio Haeser, autor do obrigatório livro "Continental, a Rádio Rebelde de Roberto Marinho", acaba de disponibilizar um documento histórico de seus arquivos: o trecho de um depoimento de Hermes Aquino ao radialista Júlio Fürst, ou "Mr. Lee", como se anunciava, em 1976 (e não 1975, como consta no título), na rádio Continental. Ambos aparecem na foto acima, do terceiro concerto coletivo "Vivendo a Vida de Lee". Depois desse show, Júlio ficou várias semanas dedicando a noite de segunda-feira de seu programa "Mr. Lee em Concerto" para um bate-papo com os músicos que divulgava. Eu estava ouvindo nessa ocasião e lembro bem de Hermes cantarolando um trecho de "Nuvem Passageira" com sotaque português. Nessa época a música rodava na novela "O Casarão" ainda em uma gravação instrumental com guitarra portuguesa. O sucesso nacional estava apenas começando para Hermes. Em outra ocasião, ele voltaria ao programa e Júlio comentaria que agora era a versão de Hermes Aquino que estava sendo ouvida na trilha da novela. Nesse registro, que pode ser reproduzido logo abaixo, escuta-se ainda a voz do saudoso Gilberto Travi.
A propósito, o show de Hermes ontem à noite no Teatro Renascença teve "gente saindo pelo ladrão", segundo as palavras do próprio. Com entrada franca e mais três apresentações na sequência (Jorge Mautner e Nélson Jacobina, Tonho Crocco e Júpiter Maçã), as senhas logo se esgotaram. Chegou a se formar uma "fila da esperança", na lateral do teatro, mas poucos conseguiram entrar. Um dos que ficou de fora foi um rapaz que veio de Passo Fundo para ver Roger Waters e tentou aproveitar para curtir também seu ídolo Hermes. Da mesma cidade, o repórter Marcos Martinelli, hoje morando no Rio de Janeiro mas passeando em Porto Alegre, foi igualmente frustrado em sua intenção de ver o músico. Os dois foram embora, pois estavam lá apenas para prestigiar o autor de "Nuvem Passageira". Outros permaneceram na fila para tentar ingressar nos shows seguintes.
(P.S: Se não estiver enxergando o player abaixo, tente acessar pelo Firefox.)
A propósito, o show de Hermes ontem à noite no Teatro Renascença teve "gente saindo pelo ladrão", segundo as palavras do próprio. Com entrada franca e mais três apresentações na sequência (Jorge Mautner e Nélson Jacobina, Tonho Crocco e Júpiter Maçã), as senhas logo se esgotaram. Chegou a se formar uma "fila da esperança", na lateral do teatro, mas poucos conseguiram entrar. Um dos que ficou de fora foi um rapaz que veio de Passo Fundo para ver Roger Waters e tentou aproveitar para curtir também seu ídolo Hermes. Da mesma cidade, o repórter Marcos Martinelli, hoje morando no Rio de Janeiro mas passeando em Porto Alegre, foi igualmente frustrado em sua intenção de ver o músico. Os dois foram embora, pois estavam lá apenas para prestigiar o autor de "Nuvem Passageira". Outros permaneceram na fila para tentar ingressar nos shows seguintes.
(P.S: Se não estiver enxergando o player abaixo, tente acessar pelo Firefox.)
sábado, março 24, 2012
sexta-feira, março 23, 2012
Escrava Isaura em DVD e na China
Quando a Globo começou a lançar novelas em DVD, eu tinha certeza que chegaria a vez de "Escrava Isaura". Até acho que merecia ter saído antes de "Dancing Days" ou mesmo de "Irmãos Coragem". Pois aí está. Embora tenha ido ao ar em 1976, é lembrada até hoje. A canção de abertura acabou sendo incorporada à cultura popular como um protesto bem humorado contra o excesso de tarefas. Se alguém se sente explorado ou sobrecarregado, canta "lerê, lerê...", seja nas lides domésticas ou no ambiente de trabalho.
Este é o gancho perfeito para eu resgatar mais uma relíquia do meu baú: entrevista de Lucélia Santos a Leda Nagle no jornal Hoje, em 1985, falando sobre sua viagem à China e o sucesso da "Escrava Isaura" também naquele país. Inclui trechos da novela com a dublagem da versão chinesa.
Este é o gancho perfeito para eu resgatar mais uma relíquia do meu baú: entrevista de Lucélia Santos a Leda Nagle no jornal Hoje, em 1985, falando sobre sua viagem à China e o sucesso da "Escrava Isaura" também naquele país. Inclui trechos da novela com a dublagem da versão chinesa.
Chico Anysio
No dia 22 de outubro de 1971, aos dez anos, desembarquei no Aeroporto do Galeão acompanhado de meu irmão mais velho. Era a primeira vez que saía do Rio Grande do Sul. Como sabia que iria viajar no mesmo avião dos jogadores do Internacional, providenciei um livro de autógrafos e peguei assinatura de todos. No aeroporto do Rio de Janeiro, avistei Chico Anysio. Não tive dúvida: fui até ele e aproveitei para pedir também um autógrafo. Agradeci e ainda lembro da inconfundível voz metálica dele respondendo: "Disponha!" Depois minha mãe, com seu excesso de zelo e organização, acabou escrevendo por cima o local e a data.
Vou ser sincero: eu não era exatamente fã do Chico. Reconheço a importância e a genialidade dele, sua criatividade e versatilidade, mas o tipo de humor que ele fazia não sintonizava muito comigo. Sempre gostei mais de Jô Soares. O mais perto que Chico Anysio chegou de ser meu ídolo foi quando se lançou em 1974 ao lado de Arnaud Rodrigues com o grupo musical Baiano e os Novos Caetanos. "Folia de Rei" é uma canção belíssima. Tempos depois vim a saber que a carreira dele de compositor já vinha de antes. Consegui um LP de festival de 1968, "O Melhor de O Brasil Canta no Rio" - o mesmo que tem "O Gaúcho", de Raul Ellwanger - onde consta a faixa "O Jornal", de Chico e Arnaud, interpretada por Cynara e Cybele. O tema instrumental que abria um de seus programas também era de sua autoria.
Acho que foi em 1987 que assisti a um show dele no Teatro da OSPA. Chico era sem dúvida muito carismático no palco, mas das piadas que ele contou, só uma eu não conhecia. Já a Escolinha do Professor Raimundo foi uma ideia genial, um verdadeiro "Ovo de Colombo" que deu certo e foi imitado.
Chico Anysio morreu hoje à tarde. Mais uma perda para a TV brasileira.
Vou ser sincero: eu não era exatamente fã do Chico. Reconheço a importância e a genialidade dele, sua criatividade e versatilidade, mas o tipo de humor que ele fazia não sintonizava muito comigo. Sempre gostei mais de Jô Soares. O mais perto que Chico Anysio chegou de ser meu ídolo foi quando se lançou em 1974 ao lado de Arnaud Rodrigues com o grupo musical Baiano e os Novos Caetanos. "Folia de Rei" é uma canção belíssima. Tempos depois vim a saber que a carreira dele de compositor já vinha de antes. Consegui um LP de festival de 1968, "O Melhor de O Brasil Canta no Rio" - o mesmo que tem "O Gaúcho", de Raul Ellwanger - onde consta a faixa "O Jornal", de Chico e Arnaud, interpretada por Cynara e Cybele. O tema instrumental que abria um de seus programas também era de sua autoria.
Acho que foi em 1987 que assisti a um show dele no Teatro da OSPA. Chico era sem dúvida muito carismático no palco, mas das piadas que ele contou, só uma eu não conhecia. Já a Escolinha do Professor Raimundo foi uma ideia genial, um verdadeiro "Ovo de Colombo" que deu certo e foi imitado.
Chico Anysio morreu hoje à tarde. Mais uma perda para a TV brasileira.
quinta-feira, março 22, 2012
Tristeza
Só hoje fiquei sabendo que faleceu ontem à noite uma pessoa a quem eu queria muito bem: meu ex-sogro, sujeito simples de descendência italiana, correto, trabalhador e simpaticíssimo. Como ele também estava separado de minha ex-sogra, não tivemos muito contato nos últimos anos. Mas algumas vezes nos vimos na casa do Iuri. Ele continuava o mesmo comigo, sempre tranquilo e bonachão. Nos últimos meses, lutava contra um câncer de pele, sob os cuidados de sua segunda esposa. Deixa três filhas e oito netos (quatro meninos e quatro meninas).
Desculpem se esta nota é pessoal demais, mas pra mim essas são as pessoas que realmente importam e eu não posso deixar de homenageá-las.
Desculpem se esta nota é pessoal demais, mas pra mim essas são as pessoas que realmente importam e eu não posso deixar de homenageá-las.
Fórmula segura
Quando a carreira de um grande intérprete corre o risco de se estagnar por falta de interesse do público, existe uma fórmula que sempre dá certo: gravar um disco de covers com músicas consagradas. Não tem como errar. É a combinação de dois elementos testados e aprovados (a voz e o repertório) transformando o velho em novo. Por mais que se possa criticar o comodismo dessa atitude, não tem como não curtir o resultado. Rod Stewart já está nessa há muito tempo. Pois agora é o ótimo Seal quem lança o seu segundo álbum de clássicos da soul music. A gente compra sem medo, pois sabe que é qualidade musical mais do que garantida.
quarta-feira, março 21, 2012
Quarta-feira
Bom dia. Obrigado aos que continuam vindo aqui "bater o ponto". Hoje de manhã consegui dar minha caminhada e até peguei um pouco de sol. Depois, claro, caiu a chuva.
-*-
Meu audiobook do momento é "Tearing Down the Wall of Sound - The Rise and Fall of Phil Spector", biografia do lendário produtor escrita por Mick Brown e narrada por Ray Porter. Esse não consegui comprar via Audible, baixando diretamente para o computador. Certos títulos o site não vende para fora dos Estados Unidos. Coincidência ou não, esses audiobooks de comercialização restrita normalmente se acham para venda em CD. O jeito foi mandar vir e depois copiar para o iPod. Mas está valendo a pena. Talvez eu até escreva um comentário a respeito depois, quando acabar de ouvir.
-*-
Por falar em iPod, eu "apanhei" um pouco para entender como ele funcionava. Pensei que, se eu carregasse mais de um audiobook nele, todos seriam ouvidos em sequência. Quando um terminasse, começaria o outro. Mas não é assim. A gente tem que apertar no botãozinho, ouvir a voz dizer "audiobook one", "audiobook two" e assim por diante para navegar entre os livros. Quando se chega no livro desejado (por tentativa e erro, geralmente), é só teclar "play". Já os audiobooks convertidos de CD entram como "música". E a única forma de garantir que as faixas rodarão na ordem desejada é criando um "playlist" no iTunes, salvando esse "playlist" no iPod e depois apertando o botãozinho duas vezes. Na primeira a voz diz "all songs", na segunda diz "playlist". Aí é teclar "play" para ouvir as faixas na ordem programada. Complicado, né? Pelo menos até a gente aprender.
-*-
Já está comigo o CD dos Almôndegas, "Aqui". Infelizmente, não foi corrigida a ficha técnica original, de forma que o nome de Quico Castro Neves continua não aparecendo como integrante do grupo. Mas a qualidade do som está boa. Conforme prometido, assim que tiver tempo publicarei um longo comentário sobre o disco.
-*-
E tem show de Hermes Aquino no sábado, dia 24, no Teatro Renascença, às 21 horas. Os bons ventos estão soprando para o autor de "Nuvem Passageira". Que bom que ele está içando a vela.
-*-
Tenham todos uma ótima quarta-feira.
sexta-feira, março 16, 2012
Hermes Aquino na Billboard
Lembram quando anunciei que breve sairia uma matéria sobre Hermes Aquino em uma importante publicação de música de circulação nacional? Pois aí está: duas páginas na Billboard Brasil, com assinatura do experiente Márcio Pinheiro, que já foi crítico da Zero Hora, entre outros veículos. Tendo como gancho o relançamento dos álbuns de Hermes em CD, a reportagem resume a carreira do compositor gaúcho, cita os recentes shows no Ocidente e no Santander Cultural e inclui depoimentos do jornalista Juarez Fonseca e deste que vos escreve. Não deixem de ler.
Embora seja casualidade, o Beatlemaníaco Hermes deve estar adorando ter sido focalizado na mesma revista que traz Paul McCartney na capa. Como se não bastasse, as duas matérias estão em sequência, como se vê acima. E se a chamada de Paul foi "Viaje no tempo...", o texto sobre Hermes se intitula "Máquina do Tempo". De um jeito ou de outro, no tempo ou nas páginas impressas, o autor de "Nuvem Passageira" está sempre próximo de seus ídolos de Liverpool.
Mas este Blog não pode deixar de registrar uma curiosidade histórica. Muito antes de existir a Billboard brasileira, o nome de Hermes (ainda que com um pequeno erro no sobrenome) já havia sido citado na publicação original americana. A edição de 8 de janeiro de 1977 incluía a parada de sucessos do Brasil. "Nuvem Passageira" aparecia em 3º lugar. Na saudosa rádio Continental de Porto Alegre, um xerox desta página estava afixado na parede da sala do técnico Bertoldo Lauer Filho, com um agradecimento autografado do músico por cima. Por fim, vem mais um show dele por aí. Aguardem.
Embora seja casualidade, o Beatlemaníaco Hermes deve estar adorando ter sido focalizado na mesma revista que traz Paul McCartney na capa. Como se não bastasse, as duas matérias estão em sequência, como se vê acima. E se a chamada de Paul foi "Viaje no tempo...", o texto sobre Hermes se intitula "Máquina do Tempo". De um jeito ou de outro, no tempo ou nas páginas impressas, o autor de "Nuvem Passageira" está sempre próximo de seus ídolos de Liverpool.
Mas este Blog não pode deixar de registrar uma curiosidade histórica. Muito antes de existir a Billboard brasileira, o nome de Hermes (ainda que com um pequeno erro no sobrenome) já havia sido citado na publicação original americana. A edição de 8 de janeiro de 1977 incluía a parada de sucessos do Brasil. "Nuvem Passageira" aparecia em 3º lugar. Na saudosa rádio Continental de Porto Alegre, um xerox desta página estava afixado na parede da sala do técnico Bertoldo Lauer Filho, com um agradecimento autografado do músico por cima. Por fim, vem mais um show dele por aí. Aguardem.
quarta-feira, março 14, 2012
sábado, março 10, 2012
Vídeos incluídos
Acabo de incluir dois vídeos em meu tópico "Vista panorâmica", de ontem pela manhã. A câmera Nikon grava vídeos em alta definição, mas depois tenho dificuldade de editá-los no Ulead. Nesse quesito a pequena Sony velha de guerra era melhor, embora não captasse imagens com tão boa qualidade. Então subi os vídeos inteiros do jeito que estavam, mesmo, separadamente.
Lizzie Bravo em Porto Alegre
Lizzie Bravo se mostrou carismática e simpaticíssima em sua palestra ontem à noite na FNAC, em Porto Alegre. Esta foi a segunda vez que ela veio à capital gaúcha. A primeira foi para uma exibição de vídeos dos Beatles organizada por seu fã clube Hello Goodbye em 1982 (numa época em que só milionários sequer sabiam da existência de videocassete, um evento desses era precioso). Desta vez ela foi convidada para abrilhantar o "Beatles Day". Entre outras coisas, a carioca narrou sua experiência em Londres, em que acabou gravando com os Beatles. Ela começou dizendo que pouca gente no Brasil sabe desse fato. "Sou mais conhecida no exterior do que aqui", observou. Eu, no caso, tomei conhecimento da existência dela por um pôster especial que veio encartado em um número da revista Pop em 1975.
Foi em 1967, em seu aniversário de 15 anos, que Lizzie pediu de presente a seus pais uma viagem a Londres. Ela só não contou quanto tempo pretendia ficar. Seu objetivo era apenas um: conhecer John Lennon, por quem era apaixonada. E isso acabou acontecendo no próprio dia da chegada, graças às dicas de uma amiga brasileira que já estava lá. A beatlemaníaca pôs os olhos sobre seu ídolo e hoje diz que ficou tão emocionada que não consegue se lembrar de nada do que aconteceu nos instantes seguintes. Depois surgiram os outros três Beatles. Para George Harrison, Lizzie entregou um colar que lhe havia sido enviado pela amiga Regina, fã incondicional do guitarrista. O Beatle aparece com seu presente ao redor do pescoço em uma das cenas do filme "Magical Mystery Tour".
E assim ela e outras fãs, o grupo que George viria a homenagear em sua música "Apple Scruffs", passariam a fazer plantão nas ruas de Londres para encontrar seus amados Beatles. Às vezes elas se dividiam e cada uma se dirigia a um local onde eles poderiam estar. Depois se reuniam em local combinado para compartilhar as informações. "Sinceramente, não sei como sobrevivíamos, pois passávamos as noites acordadas sem comer, vivendo só de Coca-Cola e batatinha de saquinho", ela recorda, acrescentando que não iam nem ao banheiro para não correr o risco de perder a passagem rápida de seus ídolos.
Todos esses fatos Lizzie ia anotando em seu diário, que servirá como base para o livro que ela vem prometendo há décadas, mas que deve ir para a gráfica em abril. Seu nome será "From Rio to Abbey Road" e não mais "Sleepless Night", como chegou a ser anunciado certa vez (a saudosa revista Revolution, no tempo em que era datilografada e copiada em xerox, publicou trechos de um primeiro esboço nos anos 80). Além de anotações da época, incluindo trechos da correspondência que ela enviava para a mãe ("hoje releio as cartas e vejo que eu só falava no John"), o livro terá fotos exclusivíssimas que ela tirou dos quatro Beatles.
Em uma das muitas noites em que as fãs faziam plantão do lado de fora do prédio onde os Beatles estavam gravando, Paul apareceu e perguntou quem das garotas seria capaz de sustentar uma nota aguda. Lizzie cantava em coral desde a infância e se ofereceu. O baixista disse que voltaria para buscá-la. Invejosas, as demais tietes protestaram, alegando que ela não poderia participar por não ser inglesa. Mas ela e sua amiga Gayleen Pease acabaram fazendo backing vocal na versão de "Across the Universe" que entraria no LP beneficente "Our World" e depois seria incluída nas coletâneas "Rarities" e "Past Masters". "Hoje as pessoas me perguntam detalhes técnicos da gravação, mas eu só consigo me lembrar das pintinhas no pescoço do John que eu ficava contando, o fio de cabelo vermelho dele..." Lizzie viria a se tornar vocalista profissional, cantando com diversos medalhões da MPB (a começar por Zé Rodrix, de quem foi primeira esposa e musa inspiradora da "esperança de óculos" citada em "Casa no Campo"), então hoje se orgulha de dizer que sua primeira experiência de estúdio foi com... os Beatles!
Ela conta ainda que adora o U2 e que perdeu uma amiga que também admirava a banda irlandesa. Ao ver o precioso acervo deixado pela fã e que a família provavelmente não saberá avaliar, Lizzie percebeu que seria mais sensato ir se desfazendo de seu material em vida. E assim ela já vendeu e até doou muita coisa. O leilão que ela fez de LPs autografados dos Beatles foi bastante comentado em fóruns na Internet. Ao final, Lizzie fez questão de enfatizar seu respeito por Yoko Ono, por ter sido o grande amor de John Lennon e por tudo o que representou para o seu ídolo. Disse que já deixou de falar com muita gente por causa desse assunto.
Foi em 1967, em seu aniversário de 15 anos, que Lizzie pediu de presente a seus pais uma viagem a Londres. Ela só não contou quanto tempo pretendia ficar. Seu objetivo era apenas um: conhecer John Lennon, por quem era apaixonada. E isso acabou acontecendo no próprio dia da chegada, graças às dicas de uma amiga brasileira que já estava lá. A beatlemaníaca pôs os olhos sobre seu ídolo e hoje diz que ficou tão emocionada que não consegue se lembrar de nada do que aconteceu nos instantes seguintes. Depois surgiram os outros três Beatles. Para George Harrison, Lizzie entregou um colar que lhe havia sido enviado pela amiga Regina, fã incondicional do guitarrista. O Beatle aparece com seu presente ao redor do pescoço em uma das cenas do filme "Magical Mystery Tour".
E assim ela e outras fãs, o grupo que George viria a homenagear em sua música "Apple Scruffs", passariam a fazer plantão nas ruas de Londres para encontrar seus amados Beatles. Às vezes elas se dividiam e cada uma se dirigia a um local onde eles poderiam estar. Depois se reuniam em local combinado para compartilhar as informações. "Sinceramente, não sei como sobrevivíamos, pois passávamos as noites acordadas sem comer, vivendo só de Coca-Cola e batatinha de saquinho", ela recorda, acrescentando que não iam nem ao banheiro para não correr o risco de perder a passagem rápida de seus ídolos.
Todos esses fatos Lizzie ia anotando em seu diário, que servirá como base para o livro que ela vem prometendo há décadas, mas que deve ir para a gráfica em abril. Seu nome será "From Rio to Abbey Road" e não mais "Sleepless Night", como chegou a ser anunciado certa vez (a saudosa revista Revolution, no tempo em que era datilografada e copiada em xerox, publicou trechos de um primeiro esboço nos anos 80). Além de anotações da época, incluindo trechos da correspondência que ela enviava para a mãe ("hoje releio as cartas e vejo que eu só falava no John"), o livro terá fotos exclusivíssimas que ela tirou dos quatro Beatles.
Em uma das muitas noites em que as fãs faziam plantão do lado de fora do prédio onde os Beatles estavam gravando, Paul apareceu e perguntou quem das garotas seria capaz de sustentar uma nota aguda. Lizzie cantava em coral desde a infância e se ofereceu. O baixista disse que voltaria para buscá-la. Invejosas, as demais tietes protestaram, alegando que ela não poderia participar por não ser inglesa. Mas ela e sua amiga Gayleen Pease acabaram fazendo backing vocal na versão de "Across the Universe" que entraria no LP beneficente "Our World" e depois seria incluída nas coletâneas "Rarities" e "Past Masters". "Hoje as pessoas me perguntam detalhes técnicos da gravação, mas eu só consigo me lembrar das pintinhas no pescoço do John que eu ficava contando, o fio de cabelo vermelho dele..." Lizzie viria a se tornar vocalista profissional, cantando com diversos medalhões da MPB (a começar por Zé Rodrix, de quem foi primeira esposa e musa inspiradora da "esperança de óculos" citada em "Casa no Campo"), então hoje se orgulha de dizer que sua primeira experiência de estúdio foi com... os Beatles!
Ela conta ainda que adora o U2 e que perdeu uma amiga que também admirava a banda irlandesa. Ao ver o precioso acervo deixado pela fã e que a família provavelmente não saberá avaliar, Lizzie percebeu que seria mais sensato ir se desfazendo de seu material em vida. E assim ela já vendeu e até doou muita coisa. O leilão que ela fez de LPs autografados dos Beatles foi bastante comentado em fóruns na Internet. Ao final, Lizzie fez questão de enfatizar seu respeito por Yoko Ono, por ter sido o grande amor de John Lennon e por tudo o que representou para o seu ídolo. Disse que já deixou de falar com muita gente por causa desse assunto.
sexta-feira, março 09, 2012
terça-feira, março 06, 2012
Os irmãos Sherman
Eu era fã dos irmãos Sherman desde pequenininho e não sabia. Descobri no ano passado, pesquisando CDs que contivessem a música "Magic Journeys", inesquecível canção-tema de um filme em 3-D lançado no Epcot Center, em Walt Disney World. Para minha surpresa, os autores dessa belíssima e "viajante" composição eram os mesmos de trilhas sonoras de diversos clássicos de Disney da minha infância, como "Mary Poppins", "Mogli, o Menino Lobo" e "Chitty Chitty Bang Bang, o Calhambeque Mágico". E também de "It's a Small World", tema de uma das mais belas atrações dos parques temáticos. Acima aparece a capa de um CD duplo com diversas faixas de autoria deles em gravações originais. O DVD abaixo é um documentário sobre os irmãos.
sábado, março 03, 2012
Tinta Neutra, o som pop de Novo Hamburgo
No final do ano passado, recebi um e-mail muito legal de Cesar Dieter, de Novo Hamburgo. Começou dizendo que também tinha estudado em um Pio XII, mas não o de Porto Alegre e sim um colégio marista da cidade dele. Como fazia pouco tempo que eu tinha feito uma citação ao filme "Tommy", ele aproveitou para comentar sobre outras produções marcantes dos anos 70, como "Terremoto" e "Inferno na Torre". Disse que achara o meu Blog procurando informações sobre Hermes Aquino. Por fim, apresentou-se como músico, integrante da banda Tinta Neutra, e anexou um longo texto narrando a trajetória do grupo.
A Tinta Neutra surgiu em 1976, em Novo Hamburgo, quando seus integrantes eram ainda adolescentes. A formação era: Lyonel Feltes Jr. na guitarra, teclados e vocal, César Dieter no baixo e vocal e Marcos Castilhos na bateria, percussão e vocal. Feltes e Dieter eram os compositores. Quatro músicas dessa época viriam a ser lançadas em compacto duplo de vinil independente em 1990: "Zero Zero Quase 7", "Menina Diferente", "Madame Jones" e "Alto Segredo".
Foto: Gilberto Winter
O grupo passou por alguns recessos, em especial na época de faculdade de seus membros, mas sempre acabava retomando o seu trabalho. Em 11 de maio de 1991 a Tinta Neutra tocou no terraço do Edifício Berta, em Novo Hamburgo, imitando o que haviam feito os Beatles durante a filmagem do longa metragem "Let it Be". Parte dessa apresentação pode ser encontrada no YouTube.
Em 1998, saiu o CD De Cada Lado, pelo selo Garimpo da gravadora gaúcha Acit. Ali a banda estava reduzida a uma dupla, que a partir de agora usava o nome artístico de Feltes e Dieter. Marcos Castilhos fez participação especial, mas veio a falecer antes do lançamento. Este CD me foi enviado por César Dieter para apreciação. O som pop e agradável do duo, marcado por teclados e ritmos dançantes, em alguns momentos me lembrou o trabalho de meu amigo Rogério Ratner, em especial na faixa-título, que é a primeira do CD. As 14 músicas são todas de autoria de Feltes e Dieter.
Foto: Renata Arteiro
Mas a banda Tinta Neutra está de volta, agora com uma formação de pais e filhos. Da esquerda para a direita, na foto acima: Lyonel Feltes Jr., Júlio Feltes, Gabriel Dieter e César Dieter. Vem trabalho novo por aí. E uma boa notícia para os colecionadores é que tanto o compacto duplo de vinil do Tinta Neutra de 1990 quanto o CD de Feltes e Dieter de 1998 ainda podem ser comprados diretamente dos músicos. Os interessados podem mandar um e-mail para:
cesdieter@gmail.com
A Tinta Neutra surgiu em 1976, em Novo Hamburgo, quando seus integrantes eram ainda adolescentes. A formação era: Lyonel Feltes Jr. na guitarra, teclados e vocal, César Dieter no baixo e vocal e Marcos Castilhos na bateria, percussão e vocal. Feltes e Dieter eram os compositores. Quatro músicas dessa época viriam a ser lançadas em compacto duplo de vinil independente em 1990: "Zero Zero Quase 7", "Menina Diferente", "Madame Jones" e "Alto Segredo".
Foto: Gilberto Winter
O grupo passou por alguns recessos, em especial na época de faculdade de seus membros, mas sempre acabava retomando o seu trabalho. Em 11 de maio de 1991 a Tinta Neutra tocou no terraço do Edifício Berta, em Novo Hamburgo, imitando o que haviam feito os Beatles durante a filmagem do longa metragem "Let it Be". Parte dessa apresentação pode ser encontrada no YouTube.
Em 1998, saiu o CD De Cada Lado, pelo selo Garimpo da gravadora gaúcha Acit. Ali a banda estava reduzida a uma dupla, que a partir de agora usava o nome artístico de Feltes e Dieter. Marcos Castilhos fez participação especial, mas veio a falecer antes do lançamento. Este CD me foi enviado por César Dieter para apreciação. O som pop e agradável do duo, marcado por teclados e ritmos dançantes, em alguns momentos me lembrou o trabalho de meu amigo Rogério Ratner, em especial na faixa-título, que é a primeira do CD. As 14 músicas são todas de autoria de Feltes e Dieter.
Foto: Renata Arteiro
Mas a banda Tinta Neutra está de volta, agora com uma formação de pais e filhos. Da esquerda para a direita, na foto acima: Lyonel Feltes Jr., Júlio Feltes, Gabriel Dieter e César Dieter. Vem trabalho novo por aí. E uma boa notícia para os colecionadores é que tanto o compacto duplo de vinil do Tinta Neutra de 1990 quanto o CD de Feltes e Dieter de 1998 ainda podem ser comprados diretamente dos músicos. Os interessados podem mandar um e-mail para:
cesdieter@gmail.com
quinta-feira, março 01, 2012
Bom dia
Desculpem o silêncio no Blog, tenho estado ocupado. Continuo, aliás. Mas estou passando aqui para dar um alô.
-*-
Ontem a minha residência foi uma das 40 mil em Porto Alegre a ficar sem energia elétrica. Por sorte havia luz na rua da minha irmã, então fui para lá continuar um trabalho que tem prazo para hoje. Fiquei monitorando pelo celular quando a luz iria voltar no meu apartamento. Seria quando eu parasse de receber uma mensagem de que não foi possível completar a ligação. Isso aconteceu perto da meia-noite, mas aí eu já estava com sono e acabei dormindo por lá mesmo. Agora já estou de volta ao meu lar.
-*-
Também ontem saiu uma bela matéria no Segundo Caderno da Zero Hora sobre o relançamento do álbum Aqui, o segundo dos Almôndegas, lançado originalmente em dezembro de 1975. De carona, divulgaram ainda os CDs do Hermes Aquino. Só faltou o do Fernando Ribeiro. Mas erraram na foto: a formação dos Almôndegas que aparece ali é a de 1977, já com Zé Flávio no lugar de Quico Castro Neves. E a citação a Teixeirinha no título da matéria secundária também me parece equivocada: foi no terceiro LP, Alhos com Bugalhos, que o grupo gravou "Gaúcho de Passo Fundo". Breve devo publicar um longo texto sobre o Aqui no Blog. Aguardem.
-*-
E os fãs dos Monkees que tanto temiam pela saúde de Peter Tork, que enfrentava um câncer, foram surpreendidos ontem com a notícia do falecimento de... Davy Jones! O inglês já tinha uma carreira antes de se juntar ao grupo. Entre outras atividades, ele fez parte do elenco teatral de Oliver, nos Estados Unidos. E, por conta disso, apareceu no Ed Sullivan Show no mesmo dia em que os Beatles ali se apresentaram pela primeira vez. A voz do baixinho Davy foi eternizada em sucessos como "I Wanna Be Free" e "Daydream Believer". Ele tinha 66 anos. Estava casado com a bailarina Jessica Pacheco, de boa família.
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Alô amigos de Novo Hamburgo: não esqueci de vocês. O comentário sobre aquele CD vai sair.
-*-
E segue o baile. Boa quinta-feira a todos.