quinta-feira, janeiro 30, 2020
O poema que tem vários versos começando com "Aos ___ anos ela olha para si mesma..." não é de Mario Quintana. Quem conhece o estilo do poeta logo percebe que ele jamais escreveria algo assim. Como sempre ocorre nesses casos de atribuição indevida, o título varia a cada compartilhamento. Já apareceu como "Mulher Fenomenal" e "Chapéu Violeta". Supostamente, a verdadeira autora é a americana Erma Bombeck. O mais incrível é que já houve uma postagem com autoria correta, mas chamando de "poema brasileiro" e traduzindo a versão em português de volta para o inglês. E já deu pra perceber que, mesmo em sites estrangeiros, não há uniformidade quanto ao texto em si. Por isso escrevi "supostamente": o crédito a Erma Bombeck também me parece suspeito, bem como as explicações para a criação do poema. Mas para nós o que importa é que não é de Quintana!
segunda-feira, janeiro 27, 2020
O grande Zé Flávio
Leia também:
Vai Zé!
sábado, janeiro 25, 2020
Ibsen Pinheiro
Ibsen Pinheiro era um político que tinha o meu respeito. E também um grande colorado. Cliquem aqui para ler os textos deste Blog em que ele foi citado. Meus sentimentos ao filho Márcio, à nora Cássia (ambos meus amigos no Facebook) e à neta Lina.
quinta-feira, janeiro 23, 2020
Mexendo em velharias
Dia 19 fez sete anos que me mudei para cá e, vergonhosamente, ainda não terminei de organizar meu apartamento. Parte da organização envolve dinheiro, pois tenho que mandar fazer mais estantes e gaveteiros. No momento, meu foco é o livro que estou escrevendo. Mas, mesmo assim, alguma ordem provisória eu poderia ter colocado na bagunça, ao menos para me achar melhor. Um mês antes da mudança, uma amiga me doou um saco cheio de "jornais culturais" que ela tinha nos guardados. Eu lembro de tê-los trazido para cá, mas ontem, numa inspeção mais ou menos superficial, não consegui localizá-los. Agora seria o momento certo para examiná-los.
Achei, isto sim, alguns exemplares do Segundo Caderno de Zero Hora do segundo semestre de 1987. Por que justamente esse período? Porque foi logo depois que eu casei. Como parte da minha "nova vida", eu pretendia juntar material de pesquisa para o momento em que começasse a escrever sobre música. As revistas de minha coleção foram bem aproveitadas quando iniciei minhas colaborações para o International Magazine, em 1995. Mas, nos jornais, nunca tinha mexido. Encontrei algumas curiosidades, mas nada excepcional. Talvez eu fotografe algumas matérias e depois passe-os adiante. Mas ainda quero encontrar os "jornais culturais" que minha amiga me passou.
Também apareceram alguns compactos (discos de vinil de sete polegadas). Isso me faz lembrar que, há alguns dias, tive que encomendar pelo Mercado Livre uma agulha nova para meu toca-discos Aiwa. Nas lojas de Porto Alegre, ninguém tinha. Aliás, fico indignado quando um vendedor me diz, como já aconteceu mais de uma vez com produtos diferentes: "Só na Internet." Em vez de procurar fazer frente à concorrência do comércio on-line, as lojas físicas encaminham seus clientes de bandeja para os sites de venda. "Pronta entrega" é uma monstruosa vantagem competitiva que os lojistas, aparentemente, desistiram de explorar. Deram-se por vencidos.
Aproveito para comentar que acabei de escutar um audiobook sensacional: "Os Últimos Soldados da Guerra Fria", de Fernando Morais. É sobre os espiões de Cuba que passaram a atuar após o fim da União Soviética, infiltrando-se nas organizações de extrema direita dos Estados Unidos. O narrador tem uma entonação excelente, mas peca por vícios de pronúncia, como "propiedade", "reinvindicar" e "bugingangas". Também se atrapalha com as poucas palavras em inglês que aparecem no texto. Agora vou ouvir "Cem Quilos de Ouro", do mesmo autor. É uma coletânea de reportagens. Aliás, ontem à noite, quando fui baixar o arquivo exportado (como expliquei aqui), apareceu na tela: "O que você quer fazer com Cem Quilos de Ouro?" Boa pergunta! Deixa eu encontrar a mina, primeiro.
Achei, isto sim, alguns exemplares do Segundo Caderno de Zero Hora do segundo semestre de 1987. Por que justamente esse período? Porque foi logo depois que eu casei. Como parte da minha "nova vida", eu pretendia juntar material de pesquisa para o momento em que começasse a escrever sobre música. As revistas de minha coleção foram bem aproveitadas quando iniciei minhas colaborações para o International Magazine, em 1995. Mas, nos jornais, nunca tinha mexido. Encontrei algumas curiosidades, mas nada excepcional. Talvez eu fotografe algumas matérias e depois passe-os adiante. Mas ainda quero encontrar os "jornais culturais" que minha amiga me passou.
Também apareceram alguns compactos (discos de vinil de sete polegadas). Isso me faz lembrar que, há alguns dias, tive que encomendar pelo Mercado Livre uma agulha nova para meu toca-discos Aiwa. Nas lojas de Porto Alegre, ninguém tinha. Aliás, fico indignado quando um vendedor me diz, como já aconteceu mais de uma vez com produtos diferentes: "Só na Internet." Em vez de procurar fazer frente à concorrência do comércio on-line, as lojas físicas encaminham seus clientes de bandeja para os sites de venda. "Pronta entrega" é uma monstruosa vantagem competitiva que os lojistas, aparentemente, desistiram de explorar. Deram-se por vencidos.
Aproveito para comentar que acabei de escutar um audiobook sensacional: "Os Últimos Soldados da Guerra Fria", de Fernando Morais. É sobre os espiões de Cuba que passaram a atuar após o fim da União Soviética, infiltrando-se nas organizações de extrema direita dos Estados Unidos. O narrador tem uma entonação excelente, mas peca por vícios de pronúncia, como "propiedade", "reinvindicar" e "bugingangas". Também se atrapalha com as poucas palavras em inglês que aparecem no texto. Agora vou ouvir "Cem Quilos de Ouro", do mesmo autor. É uma coletânea de reportagens. Aliás, ontem à noite, quando fui baixar o arquivo exportado (como expliquei aqui), apareceu na tela: "O que você quer fazer com Cem Quilos de Ouro?" Boa pergunta! Deixa eu encontrar a mina, primeiro.
terça-feira, janeiro 14, 2020
terça-feira, janeiro 07, 2020
Vendedores versus consumistas
Há muitos anos, quando eu trabalhava em agência bancária, com direito a atendimento ao público e tudo o mais que a atividade acarreta, era comum o aparecimento de vendedores no local. Ofereciam de tudo: televisores, roupas, filtros de água, doces... No caso, isso acontecia no tempo em que ficávamos oito horas no local de trabalho e os shoppings eram quase inexistentes. Não tínhamos muitas opções de comércio no horário livre, exceto aos sábados. Então, pelo que pude observar, a tática dos vendedores muitas vezes funcionava. Tinha gente que ficava tanto tempo isolada do mundo exterior que nem se dava conta de desejar algum produto. Diante da oferta, ficavam tentados. E compravam.
Um belo dia, eu estava em minha mesa quando as estagiárias vieram me chamar correndo: tinha chegado um vendedor de discos! Logo lembraram de mim, é óbvio. Fui lá, examinei os LPs bem comuns e fáceis de achar que o cara tinha trazido, e não me interessei por nenhum. Até perguntei se ele não teria como conseguir os relançamentos dos Mutantes que tinham saído pela loja paulistana Baratos Afins. Ele não me deu certeza, mas disse que poderia tentar. Nunca mais voltou. Acabei encomendando os álbuns que eu queria pelo correio, mesmo. Isso foi pouco antes do boom das lojas de discos raros em Porto Alegre.
Sempre lembro desse episódio quando algum vendedor me procura para oferecer alguma coisa, seja por e-mail ou telefone (pessoalmente não acontece mais, hoje em dia). Já há bastante tempo concluí que o pior cliente para um vendedor de marketing ativo - aquele que te procura sem ter sido chamado - é o consumista. O consumista sabe o que quer e vai atrás. O consumista não tem dinheiro sobrando para aproveitar ofertas de vendedor porque já gastou no que realmente desejava. O consumista não espera que lhe ofereçam nada, ele é que procura as lojas e pontos de venda.
Embora eu continue não muito assíduo como telespectador, acho TV por assinatura algo fantástico e revolucionário. Sempre quis assinar um serviço de canais especiais desde que surgiram os primeiros em Porto Alegre. Eu lembro que, da última vez em que adquiri um pacote da NET, fui eu que tomei a iniciativa de telefonar e fui bem enfático com relação aos canais que me interessavam. Internet, idem. Pois agora fico recebendo telefonemas de operadoras querendo me oferecer um serviço melhor, mais velocidade, mais isso, mais aquilo... Não quero! Estou satisfeito com o que já tenho e jamais mexo naquilo que está funcionando. E se tem algo em que eu não acredito é em ofertas de ganhar mais e pagar menos. Quando me fazem esse tipo de proposta, imagino que seja um subterfúgio para me induzir a contratar um serviço de pior qualidade. Recuso na hora.
Por mais contraditório que pareça, os consumistas odeiam ser procurados por vendedores. Eles gostam de comprar, mas por iniciativa própria, sem que ninguém lhes venha oferecer o que não foi solicitado.
Um belo dia, eu estava em minha mesa quando as estagiárias vieram me chamar correndo: tinha chegado um vendedor de discos! Logo lembraram de mim, é óbvio. Fui lá, examinei os LPs bem comuns e fáceis de achar que o cara tinha trazido, e não me interessei por nenhum. Até perguntei se ele não teria como conseguir os relançamentos dos Mutantes que tinham saído pela loja paulistana Baratos Afins. Ele não me deu certeza, mas disse que poderia tentar. Nunca mais voltou. Acabei encomendando os álbuns que eu queria pelo correio, mesmo. Isso foi pouco antes do boom das lojas de discos raros em Porto Alegre.
Sempre lembro desse episódio quando algum vendedor me procura para oferecer alguma coisa, seja por e-mail ou telefone (pessoalmente não acontece mais, hoje em dia). Já há bastante tempo concluí que o pior cliente para um vendedor de marketing ativo - aquele que te procura sem ter sido chamado - é o consumista. O consumista sabe o que quer e vai atrás. O consumista não tem dinheiro sobrando para aproveitar ofertas de vendedor porque já gastou no que realmente desejava. O consumista não espera que lhe ofereçam nada, ele é que procura as lojas e pontos de venda.
Embora eu continue não muito assíduo como telespectador, acho TV por assinatura algo fantástico e revolucionário. Sempre quis assinar um serviço de canais especiais desde que surgiram os primeiros em Porto Alegre. Eu lembro que, da última vez em que adquiri um pacote da NET, fui eu que tomei a iniciativa de telefonar e fui bem enfático com relação aos canais que me interessavam. Internet, idem. Pois agora fico recebendo telefonemas de operadoras querendo me oferecer um serviço melhor, mais velocidade, mais isso, mais aquilo... Não quero! Estou satisfeito com o que já tenho e jamais mexo naquilo que está funcionando. E se tem algo em que eu não acredito é em ofertas de ganhar mais e pagar menos. Quando me fazem esse tipo de proposta, imagino que seja um subterfúgio para me induzir a contratar um serviço de pior qualidade. Recuso na hora.
Por mais contraditório que pareça, os consumistas odeiam ser procurados por vendedores. Eles gostam de comprar, mas por iniciativa própria, sem que ninguém lhes venha oferecer o que não foi solicitado.