quinta-feira, janeiro 23, 2020

Mexendo em velharias

Dia 19 fez sete anos que me mudei para cá e, vergonhosamente, ainda não terminei de organizar meu apartamento. Parte da organização envolve dinheiro, pois tenho que mandar fazer mais estantes e gaveteiros. No momento, meu foco é o livro que estou escrevendo. Mas, mesmo assim, alguma ordem provisória eu poderia ter colocado na bagunça, ao menos para me achar melhor. Um mês antes da mudança, uma amiga me doou um saco cheio de "jornais culturais" que ela tinha nos guardados. Eu lembro de tê-los trazido para cá, mas ontem, numa inspeção mais ou menos superficial, não consegui localizá-los. Agora seria o momento certo para examiná-los. 

Achei, isto sim, alguns exemplares do Segundo Caderno de Zero Hora do segundo semestre de 1987. Por que justamente esse período? Porque foi logo depois que eu casei. Como parte da minha "nova vida", eu pretendia juntar material de pesquisa para o momento em que começasse a escrever sobre música. As revistas de minha coleção foram bem aproveitadas quando iniciei minhas colaborações para o International Magazine, em 1995. Mas, nos jornais, nunca tinha mexido. Encontrei algumas curiosidades, mas nada excepcional. Talvez eu fotografe algumas matérias e depois passe-os adiante. Mas ainda quero encontrar os "jornais culturais" que minha amiga me passou. 

Também apareceram alguns compactos (discos de vinil de sete polegadas). Isso me faz lembrar que, há alguns dias, tive que encomendar pelo Mercado Livre uma agulha nova para meu toca-discos Aiwa. Nas lojas de Porto Alegre, ninguém tinha. Aliás, fico indignado quando um vendedor me diz, como já aconteceu mais de uma vez com produtos diferentes: "Só na Internet." Em vez de procurar fazer frente à concorrência do comércio on-line, as lojas físicas encaminham seus clientes de bandeja para os sites de venda. "Pronta entrega" é uma monstruosa vantagem competitiva que os lojistas, aparentemente, desistiram de explorar. Deram-se por vencidos. 

Aproveito para comentar que acabei de escutar um audiobook sensacional: "Os Últimos Soldados da Guerra Fria", de Fernando Morais. É sobre os espiões de Cuba que passaram a atuar após o fim da União Soviética, infiltrando-se nas organizações de extrema direita dos Estados Unidos. O narrador tem uma entonação excelente, mas peca por vícios de pronúncia, como "propiedade", "reinvindicar" e "bugingangas". Também se atrapalha com as poucas palavras em inglês que aparecem no texto. Agora vou ouvir "Cem Quilos de Ouro", do mesmo autor. É uma coletânea de reportagens. Aliás, ontem à noite, quando fui baixar o arquivo exportado (como expliquei aqui), apareceu na tela: "O que você quer fazer com Cem Quilos de Ouro?" Boa pergunta! Deixa eu encontrar a mina, primeiro. 

1 Comments:

Blogger su said...

"O que você quer fazer com Cem Quilos de Ouro?" Boa pergunta! Deixa eu encontrar a mina, primeiro. "

Amei...hahahaha

5:36 AM  

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