Kleiton e Kledir abrem para Paul McCartney

Na minha caixa de e-mails não se fala em outra coisa: Kleiton e Kledir vão abrir para Paul McCartney no domingo. Será a segunda vez que eles terão chance de cantar "e a galera no Beira-Rio" dentro do próprio estádio. A primeira foi no show comemorativo do Dia do Trabalho de 1° de maio de 1982, que eles encerraram. Depois a Globo mostrou um especial sobre a apresentação. Conheço fãs que são tão alucinadas pela dupla que já devem estar arrependidas de não ter comprado ingresso para o show. Pelo menos uma delas está espalhando que "Paul vai encerrar o show de Kleiton e Kledir". Eu não duvido que algumas delas não deem um jeito de comprar entrada de última hora, com ágio. Incrível, mas é verdade: Kleiton e Kledir teriam chamado gente para o show se tivessem sido anunciados desde o início. Mas é justo: os Embaixadores da Música do Rio Grande do Sul abrindo para o Embaixador da Música do Planeta Terra.

Um comentário à parte: outro que mereceria fazer esse show de abertura é Hermes Aquino. Se Kleiton e Kledir são os Embaixadores da Música, Hermes é o legítimo representante dos Beatlemaníacos entre os músicos gaúchos. Sabia que as chances de ele ser escolhido eram pequenas, por estar há muito tempo afastado dos palcos. Mas, nos velhos tempos de "Nuvem Passageira", ele sempre cantava alguma música dos Beatles nos shows. Depois a Rádio Continental (a saudosa 1120 AM) rodava gravações ao vivo dele interpretando "The Fool on The Hill", "Michelle" e outras. Nos anos 80, ele e Cláudio Vera Cruz fizeram covers de Beatles na noite de Porto Alegre, como já tocavam nos velhos tempos do Som Quatro, nos anos 60. Aliás, Hermes compôs uma música para esperar Paul McCartney. Ouçam-na clicando aqui.

Alerta

Com a vinda iminente de Paul McCartney ao Brasil, o DVD acima deve estar vendendo como água. Pudera, o preço é absurdamente baixo para os padrões do mercado. Mas, se Paul ficar sabendo, não vai gostar nem um pouco, pois esse é um lançamento, digamos, "não autorizado". Aliás, não custa dar a dica: se alguém tiver a incomensurável felicidade de se encontrar com Paul (quem não gostaria?), por favor, não cometa a gafe de levar justamente esse DVD para ele autografar. Corre o risco de ouvir um "no" que vai ecoar pelo resto da vida. Talvez ele não se importe, mas pra que arriscar?

Costão do Santinho

Hoje foi dia de conhecer Costão do Santinho, que fica perto de Ingleses.
Chegando à beira-mar.
Esta é uma entrada lateral do hotel, à direita de quem sobe o Morro das Aranhas.
A subida é relativamente tranquila, com degraus e passagens bem delimitadas, pelo menos até uma parte.


Gosto de esperar o momento certo de tirar uma foto.


A partir deste ponto, seguem duas trilhas rústicas.

É hora de começar a voltar. Certas aventuras não são recomendadas para um obeso asmático.

Na volta, pausa para uma foto.

Semana em Ingleses

Vai uma prainha aí? Tem gente que acha que eu tenho uma obsessão por carregar guarda-chuva para toda a parte. Viram como pode ser útil? Esse era o tempo que esperava a mim e à Janete em nossa chegada a Ingleses, no sábado. Mas não nos demos por vencidos e fomos à praia. Aliás...
Vejam que bela foto do céu nublado. A chuva também é bem-vinda em certos momentos. Ajuda a relaxar. E não podemos nos queixar, pois o sol logo apareceu. Eu gosto da temperatura nesta época, com vento e tudo (aliás, um vento bem mais ameno do que o das praias gaúchas), mas a Janete acha "frio". Prefiro mil vezes este "frio" ao calor insuportável que tivemos no verão. Tenho entrado no mar todos os dias.
Este é o resort em que estamos, com todas as mordomias. Já fomos à piscina aquecida. Só tem um pequeno problema.

O sinal da Claro pega muito mal dentro do quarto. Então o jeito é trazer o notebook para a sacada, mesmo. Assim a conexão 3G consegue sinal. O celular, idem. Ah, sim: o notebook voltou a funcionar. Sempre que se fala que as máquinas vão dominar o homem, alguém lembra que é só desligá-las. Mas a forma que elas têm de se impor é não ligando depois, quando queremos. Então o jeito é entrar num acordo.

Viajando

Estou na praia de Ingleses, em Santa Catarina, com a Janete. Já estive aqui antes no verão de 2003, mas fiquei no extremo oposto de onde estou agora. Meu notebook deu "tilt geral", de forma que não acessarei a Internet com a mesma assiduidade. Estaremos de volta no sábado à noite, prontos para votar no domingo.

Polêmica

Oh, céus! Foi uma bolinha de papel que atingiu a careca do Serra... ou não foi? A polêmica da bolinha de papel! E eu que achei exagerada a do aborto. Aquela pelo menos influía na opinião dos eleitores conforme suas convicções éticas ou religiosas.

Entendo que os fatos devam ser esclarecidos, até para evitar injustiças. Mas duvido que essa celeuma ganhe ou perca votos para qualquer dos lados.

Sérgio Galocha

Uma notícia triste para os colorados: faleceu Sérgio "Galocha", um dos grandes jogadores do "meu" tempo de fanático pelo Internacional. Ele já vinha sofrendo com diabetes, tendo inclusive uma perna amputada. Mas não será esquecido. Em 1971, eu tinha dez anos e viajei com os jogadores do Inter para o Rio de Janeiro, num voo da saudosa companhia aérea Sadia. Peguei autógrafo de todos. Abaixo, reproduzo a página onde aparece a assinatura de Sérgio. Aquele garrancho logo acima do autógrafo de Valdomiro é de Benê. Mas não consegui decifrar quem assinou acima de Sérgio. Não era o Flávio "Minuano", pois ele só voltaria ao Inter em 1975. (P.S.: Lembrei, acho que é "Tim", de Gilberto Tim, o preparador físico.)

Site da Continental volta renovado

Que incrível casualidade. Citei Marcus Aurélio Wesendonk no tópico abaixo e em seguida uma notícia relacionada a ele foi postada no Orkut. O jornalista Lúcio Haeser, autor do excelente livro "Continental, a Rádio Rebelde de Roberto Marinho", informa que o site sobre a emissora está sendo reinaugurado. A data de hoje foi escolhida para homenagear os 73 anos que faria Fernando Westphalen, o Judeu, idealizador da 1120 como entrou para a história. E adivinhem quem está responsável pela programação nesta nova fase? Ele mesmo, o Marcus. O site tem um link para uma rádio on-line que antes se chamava "Rádio Sem Fronteiras", mas que agora assume a denominação de "Continental 1120". Lúcio avisa: "Agora, a Continental 1120 é, até onde for possível, uma imersão total no que foi a 1120".

Para conhecer o novo site e viajar no tempo, cliquem aqui. A propósito, a imagem acima foi garimpada por mim em setembro de 2007 no Museu de Comunicação Hipólito da Costa. Eu a encontrei enquanto pesquisava sobre a Continental para ajudar o Lúcio, que estava (e ainda está) em Brasília. É do Coojornal de dezembro de 1978.

Tanto Mar

A propósito da coleção de CDs de Chico Buarque que continua sendo vendida nas bancas, encontrei duas preciosidades no YouTube. Uma delas é a versão original de "Tanto Mar", composta por Chico em 1975 sobre a Revolução dos Cravos em Portugal. Essa letra foi censurada no Brasil. Em 1978, o músico lançou uma nova versão com letra atualizada para o pretérito, o que por si só já amenizava um pouco o tom da mensagem. De qualquer forma, eram os tempos da abertura do governo Figueiredo. A censura ainda existia, mas estava mais branda. Tanto que, no mesmo disco, também constavam "Cálice" e "Apesar de Você", músicas do começo dos anos 70 que haviam permanecido proibidas por vários anos.



Aqui, uma curiosidade: "Recado Para o Chico", resposta a "Tanto Mar" gravada em 1977 pelo português Paulo de Carvalho. Essa música tocava bastante na Rádio Continental de Porto Alegre. Deve ter sido um achado do antenadíssimo diretor de programação Marcus Aurélio Wesendonk. O refrão começa citando a melodia de "Quem Te Viu, Quem Te Vê". É uma bonita mensagem de admiração vinda de além-mar.

Estereótipos

Odeio a presunção de que as pessoas todas se enquadram num estereótipo. De que só existe um número determinado de personalidades e, em cinco minutos, é possível saber a qual delas você corresponde. Não sei o que é pior: a tentativa de enquadramento ou a reação de surpresa quando as características começam a não fechar. Aí se ouvem frases assim: "Puxa, você é tímido e fez Jornalismo?" "Por que você é barrigudo, se não toma cerveja?" "Como sagitariano, você deveria ser mais assim ou mais assado." E assim por diante.

Nunca esqueço de uma locadora de vídeo que abriu perto de minha casa, há muitos anos. Fui fazer uma visita e a dona logo perguntou meu gênero preferido de filme. Respondi que eram vários. E realmente são: adoro shows, documentários, drama, suspense, comédias românticas, sátiras, clássicos, ação, de tudo um pouco. Só não me entusiasmam muito os filmes de época. E ainda assim alguns me surpreendem. Mas, diante de minha resposta, ela retrucou: "Ah, mas na segunda vez em que tu vieres aqui eu já vou saber!" Queria me "enquadrar" em cinco minutos. Assim também, há quem pense que o fato de eu ser homem e brasileiro faz de mim automaticamente um bom motorista. Ou alguém que gosta de dirigir. Muitas vezes não adianta explicar antes: é só ao me ver na direção que as pessoas se convencem.

Hoje me lembrei disso em razão de um problema que tive com um de meus cartões de crédito. Desconfiei que estivesse bloqueado e resolvi confirmar. De fato, estava. E por uma razão incrível: eu havia tentado fazer uma compra, nas palavras da atendente, "fora do perfil". Ela explicou: "É uma medida de segurança. Se o senhor só faz compras em supermercado e de repente é feita uma tentativa de débito em uma perfumaria, presume-se que não foi o senhor que fez e o cartão é bloqueado."

Essa, não! Até a administradora do cartão de crédito já espera que os clientes sejam todos padronizados, previsíveis, imutáveis. No caso, o que ocasionou o meu bloqueio foi uma tentativa de compra num valor mais alto do que o meu usual num site de venda de ingressos. Até entendo que é temerário liberar um débito de quantia significativa numa transação via Internet. Mas, se é assim, de que adianta ter cartão? Se não fosse minha namorada me emprestar o dela, eu, ela e mais dois amigos ficaríamos sem ingressos para o show de Paul McCartney! Ou será que a administradora estranhou que eu nunca tinha ido a um show do Paul? Ele não costuma vir a Porto Alegre com muita frequência...

Agora fico ressabiado, pensando o que mais poderei comprar ou não com cartão de crédito. Imagino que livros, CDs e DVDs estejam liberados, isto é, "no perfil". Mas sabe lá quando terei problema de novo. Aí, ligarei mais uma vez:

- Por que meu cartão foi bloqueado?
- É que o senhor sempre come em lanchonetes do tipo "fast food" e apareceu uma tentativa de débito num restaurante natural.
- Resolvi experimentar, ora! Por que não?

Ou então:

- É que o senhor comprou ingressos para o Green Day e um mês depois tentou comprar de novo para o Jerry Adriani.
- Ah, sim. A senhora já ouviu falar em eclético?
- Não. Isso pega?

Definitivamente, o mundo pertence aos estereótipos. Escolha o seu e seja feliz. E não se atreva a se afastar dele ou seu cartão será bloqueado.

Acidentes de trânsito

O Jornal do Almoço está comentando os acidentes de trânsito no feriado, no Rio Grande do Sul. Às vezes, conhecer a causa de um problema não ajuda muito. Pra mim, a origem desses acidentes todos é evidente: a cultura predominante no Brasil de que o "bom motorista" é aquele que tem habilidade para correr. Os motoristas prudentes são motivo de chacota. Policiamento ajuda, mas é um mero paliativo. E campanhas de conscientização vindas da grande imprensa também podem ser alvo de zombaria.

Concordo que "isso tem que ter fim". Mas não vejo muito como atacar a real causa do problema, que é a mentalidade burra vigente na cabeça dos motoristas.

Leia também: Vida Urgente

Bee Gees e Pink Floyd

Eu nunca tinha percebido, mas "Another Brick in The Wall Pt. 2", do Pink Floyd, foi composta praticamente nos mesmos acordes e na mesma batida de "Staying Alive", dos Bee Gees. Este vídeo foi muito bem montado, especialmente na parte de áudio.

Um ex-Beatle em Porto Alegre

No ano passado, enviei para o International Magazine uma matéria com o título acima. Obviamente, referia-me a Pete Best, baterista que antecedeu a Ringo nos Beatles. Ele se apresentou no Teatro do Sesi com a banda argentina The Beats. Mal sabia eu que no ano seguinte teríamos... Paul McCartney! Por curiosidade, republico aqui o que escrevi naquela ocasião.

Embora a banda argentina The Beats tenha um público fiel em Porto Alegre, que prestigia sua encenação quase perfeita dos Beatles, ninguém tinha dúvidas: se o Teatro do Sesi lotou na noite de 28 de março [de 2009], foi para ver Pete Best. O baterista que antecedeu Ringo na formação do quarteto de Liverpool era convidado especial dos covers portenhos. Pete já havia se apresentado em Buenos Aires no ano passado e os vídeos do YouTube mostravam-no apenas conversando e depois dançando ao som do grupo. O script foi o mesmíssimo na capital gaúcha, inclusive na parte de perguntas e respostas ("John Lennon? Um gênio. Paul McCartney? Um gênio. George Harrison? Um gênio. Ringo? Um baterista."). Só a tradução é que ficou prejudicada: "women and bars" ficou "mulheres e barras", enquanto "Rory Storm" virou, pasmem, "Rolling Stones". Mas houve uma diferença importantíssima: desta vez, Pete tocou, reprisando seu histórico desempenho em "My Bonnie". Isso fez valer o preço do ingresso.

The Beats impressionam pela semelhança incrível das vozes de seus integrantes Diego Pérez, Rubén Tarragona e Patrício Pérez com John, Paul e George respectivamente. Como se não bastasse, Diego é praticamente um sósia de John Lennon, imitando também seus maneirismos. Na bateria está Nico Natal (que, embora faça o papel de Ringo, mais se parece com George) e, nos teclados, sem nenhuma caracterização (e com certeza nenhuma similitude com Billy Preston), Esteban Zanardi. O show começa com "All You Need is Love" numa reprodução do cenário do programa "Our World", em que a música foi gravada ao vivo via satélite. O grupo se mostra com visuais de diversas fases dos Beatles, rodando vídeos durante as trocas de roupas e perucas. Em dois momentos, imitam as capas de "Sgt. Pepper's" e "Abbey Road", posicionando-se diante de painéis. Bem humorados, eles têm ainda um truque próprio e muito bem sacado: antes de "Any Time At All", Patrício avisa à platéia que prepare suas máquinas fotográficas (apesar da cada vez mais ineficaz proibição de fotos e filmagens). No breque depois do solo do meio, o quarteto fica completamente paralisado por longos segundos, como se alguém tivesse pressionado a tecla "Pause".

Antes de Pete Best entrar no palco, um vídeo exibe diversas fotos do tempo em que ele integrava os Beatles. Depois que ele conta resumidamente sua história, The Beats retornam ao palco, desta vez vestidos em couro preto como os Beatles da fase pré-Ringo. "My Bonnie" foi executada somente com Pete na bateria, mas na sequência Nico Natal voltou e os dois somaram as baquetas em "Rock and Roll Music". Infelizmente, o ex-baterista dos Beatles não recebeu os fãs que levaram discos, DVDs e até um livro para que ele autografasse. Mesmo quem esperou até o fim o viu entrar correndo na van, sem dar atenção a ninguém. Quem sabe numa próxima vez.

Ed Wilson

Faleceu nessa madrugada Ed Wilson, ícone da Jovem Guarda eternizado na letra de "Festa de Arromba", de Erasmo Carlos: "Lá fora o corre-corre / dos brotos do lugar / era o Ed Wilson / que acabava de chegar..." Ed era irmão de Renato e Paulo Cézar Vieira de Barros, com quem fundou a banda Renato e Seus Blue Caps. Edinho, como era conhecido na família, começou como vocalista principal, até que Carlos Imperial teve a ideia de tirá-lo do grupo e lançá-lo em carreira solo. Sua atuação mais recente foi na banda Originals. Tinha 65 anos.

Eleição

Bom dia! Vamos às urnas. E vamos felizes, pois podemos escolher os nossos governantes em todos os níveis. Isso é democracia.

Aos colegas e amigos que vão ser mesários, bom trabalho. Eu já fui duas vezes. E escrutinador três vezes.

Desta vez, tive dificuldade de escolher em quem votar para Deputado Federal. Não sei se estou muito alheio aos acontecimentos políticos, mas os poucos candidatos que eu conhecia não me diziam nada. Para Deputado Estadual, Senador e Presidente, não foi difícil.

Bom domingo a todos!

O país do Zé Ramalho

Circula por e-mail uma montagem em vídeo ao som de "O Meu País", na voz de Zé Ramalho, mostrando imagens do Lula. Só que a música é do álbum "Nação Nordestina", que foi lançado no ano 2000, em pleno governo FHC. E os autores são Orlando Tejo, Gilvan Chaves e Livardo Alves. Vou dar o benefício da dúvida a quem fez a montagem, pois talvez a intenção tenha sido somente aproveitar a letra para fazer uma crítica. Mas tem gente respondendo com mensagens do tipo "Zé Ramalho teve coragem de dizer ao Lula o que merecia ouvir, blá blá blá..." Teria curiosidade de saber o que o próprio Zé Ramalho pensa da forma como sua gravação está sendo usada dez anos depois.