Ontem à noite revivi a ingrata experiência de navegar na Internet com conexão devagar-quase-parando. Isso acontecia bastante no meus velhos tempos de linha discada. Mas hoje pela manhã foi bem pior. Aparentemente, o meu provedor de Internet sem fio pelo sistema 3G ficou sem cobertura na área em que eu operava. Fiquei praticamente sem acesso. De vez em quando até entrava, mas era a famosa conexão Plunct Plact Zum – aquela que "não vai a lugar nenhum". Como pode ter sido um problema temporário e atípico, vou preservar o nome da empresa. Mas se houver reincidência, é claro que vou citar o nome sem o menor constrangimento. Até porque contratei a conexão mais rápida dentro da modalidade, justamente para evitar problemas. Não adiantou.
Já há bastante tempo as páginas da Internet são elaboradas para quem tem conexão de alta velocidade. Presume-se que tudo vai carregar rapidamente e sem transtornos. Mas se a conexão se arrasta, é angustiante. Enquanto a página vai sendo montada em câmera lenta, píxel por píxel, incluindo diversos períodos ociosos ao longo do procedimento, você começa a fazer questionamentos. É uma forma como qualquer outra de matar tempo e aguardar. Só que, no caso, você começa a rever conceitos. Será mesmo que aquele desenhinho esperto que já deveria aparecer no canto superior esquerdo é realmente necessário? Justamente ele parece estar trancando tudo. Você quer ler texto ou acessar um link, mas precisa esperar uma eternidade por causa dos gráficos, animações e quadros que, em última análise, não agregam nenhum valor. Nesta hora você fica excomungando a vaidade do dono da página, que fez questão de enfeitá-la com babados inúteis que agora prolongam sua agonia. Quando finalmente a página carrega, você descobre que ainda não é ali que está o que procura. Que vai começar um novo calvário em direção a outra página. Então você começa a pensar se não valeria mais a pena já colocar tudo no primeiro endereço. E de preferência na parte de cima. Aí você não precisa esperar que a página carregue por inteiro. Basta acessar as primeiras linhas.
Hoje à tarde tentei ligar para o suporte técnico. Depois de ouvir duas gravações e teclar duas opções de menu (até que foram poucas, pensando bem), fiquei longos minutos ouvindo uma musiquinha, até que desisti. Desta vez, vou deixar passar. Mas se acontecer de novo, vou cancelar o 3G e instalar Internet a cabo, mesmo. O preço é quase o mesmo. É na casa de minha namorada, ela não vai se opor nem um pouco. E nem quero ouvir falar em pagar multa. Se não me dão o serviço contratado, pagar por quê? Pelo estresse? De que adianta ter mobilidade se a conexão é falha? Vamos ver o que acontece.
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A propósito desse assunto, na semana passada a Zero Hora publicou uma matéria em seu caderno ZH Digital sobre os primórdios da Internet. E incluiu uma reportagem sobre o futuro da Procergs, a pioneira em Internet no Rio Grande do Sul. Jaime Wagner, representante dos provedores de acesso e conteúdo no Comitê Gestor da Internet no Brasil, teria dito que o governo não deve competir com a iniciativa privada "no que esta faz melhor". Só se for publicidade. Estou com a Procergs desde 1996 e não troco por outra. Não tenho parentes ou amigos trabalhando lá, é apenas uma questão de justiça. Três motivos pelos quais eu gosto do serviço de Internet da Procergs:
1) Está sempre no ar. As falhas são raríssimas.
2) O atendimento 24 horas realmente funciona. A gente liga, logo é atendido e fala diretamente com uma pessoa e não com uma gravação (nada de "tecle 2", "tecle 3", "aguarde que será atendido" e 15 minutos de musiquinha).
3) A pessoa que presta atendimento realmente entende do assunto e consegue resolver o problema. Afinal, são profissionais de informática, não atendentes repetindo um script decorado.
Assim como eu critico o que não funciona, faço questão de elogiar o que dá certo. Não entendo por que querem afastar a Procergs do ramo de Internet. Se isso acontecer, eu me sentirei prejudicado.