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sábado, outubro 31, 2015
Feira do Livro
Nem lembro quando foi a última vez que consegui comparecer à Feira do Livro de Porto Alegre no primeiro sábado. Bons tempos em que eu a acompanhava desde a abertura, na sexta-feira, com o Xerife (o saudoso livreiro Júlio La Porta) tocando a sineta.
Eu já queria comprar hoje livros que só serão autografados amanhã, mas ainda não estavam à venda.
Algumas opções interessantes na Área Internacional, que mudou do lugar de sempre das edições anteriores.
Eu estava justamente ouvindo um audiobook no meu iPod quando encontrei essa pequena seção dedicada aos "livros para ouvir". É um mercado ainda pequeno no Brasil, mas pode e deve ser mais bem explorado.
Quando vejo a fartura da área reservada para crianças, lembro que, na minha infância, havia somente uma barraca com livros infantis - no caso, a da distribuidora Salvador La Porta, que trabalhava com edições da inesquecível Ebal. E títulos de outras editoras, também. Era lá que eu comprava meus exemplares de Asterix e Mortadelo & Salaminho.
Ontem me encontrei rapidamente com a cantora Karine da Cunha, no Shopping Praia de Belas, para comprar os CDs dela que eu ainda não tinha. Tive a honra de conhecer o Vicente, um simpaticíssimo bebê de meses. Karine atualmente mora em Cachoeirinha, mas vem bastante a Porto Alegre para tratar de assuntos profissionais. Ela me disse que está pensando em relançar o seu primeiro CD, Fluida, que já tem exatos dez anos. Seu último trabalho, gravado e lançado neste ano, chama-se Odoyá Canções pra Yemanjá. Entre composições próprias e de domínio público, ela incluiu uma bonita releitura de "Arrastão", clássico de Edu Lobo e Vinicius de Moraes eternizado por Elis Regina. A foto acima foi tirada por mim na noite de 28 de agosto de 2007 no show "Epahei", no Teatro do SESC. Já vi que foi usada em outro site.
A Feira do Livro de Porto Alegre começa hoje, ao final da tarde. E acho que, pela primeira vez em anos, conseguirei visitá-la já nos dias iniciais. Além do evento acima, entre outros, Kleiton estará autografando seu primeiro romance, "Kyoto", às 19 horas de domingo. Mesmo com a concorrência das vendas on-line e das megalivrarias, a Feira resiste por sua importância cultural. E continua sendo uma das melhores vitrines para lançamentos de livros.
Certa vez uma colega minha da Faculdade de Jornalismo me contou uma história muito interessante. Acredito na palavra dela quando diz que realmente fez o que me relatou. Ela apostou com amigas como, no dia seguinte, estaria na capa da Zero Hora. As amigas toparam, entre incrédulas e curiosas. No outro dia, dito e feito, lá estava ela, na primeira página do jornal: vestibulanda se atrasa e perde prova da PUC. Eu tenho uma vaga lembrança dessa notícia. Era tudo armação, ela nem estava prestando Vestibular. Mas os jornalistas se deixaram enganar pela encenação. Pois farsas semelhantes se repetiram na recente prova do ENEM. Depois foi tudo desmascarado, mas enquanto perdurou o engodo, muitos lembraram dos fãs que acampam em fila com dias de antecedência para ver shows de seus ídolos. Eu até poderia dizer, em defesa das tietes, que existe uma diferença. Quando mais cedo se chega ao local de uma apresentação, mais próximo do palco se consegue ficar. Já numa prova ou concurso o local na sala está reservado. Basta não se atrasar. Outro caso que formou fila de "acampados" foi no tempo do calendário escolar rotativo no Rio Grande do Sul, nos anos 90. Antecipavam-se os que faziam questão de pegar o melhor período letivo para tirar férias. Mas atrasos podem acontecer, sim. É raro eu perder uma prova, ônibus ou voo porque peco por excesso, procuro chegar bem antes. É mais tranquilo. Mas o trânsito é de fato imprevisível. Até para ir a Canoas prefiro pegar o Trensurb, pois de carro nunca se sabe quando se será sorteado com um incômodo engarrafamento. Sobre este assunto, leiam também meu texto "Atucanado".
Estou ocupadíssimo mas, para não deixá-los no silêncio por muito tempo, posto esta foto como curiosidade. Fiquei cerca de 20 horas sem luz no meu apartamento a partir da noite do dia 14. Pegou a maior parte do dia 15. Como eu sabia que não tinha nada no congelador, não me preocupei com a geladeira. Mas esqueci do degelo. A gaveta de baixo encheu de água, a qual voltou a congelar quando a luz voltou. E assim formou-se esse curioso bloco de gelo com uma compressa dentro.
Quando o personagem Marty McFly viaja para o futuro em "De Volta Para o Futuro 2", chega exatamente ao dia 21 de outubro de 2015 – hoje! Por esse motivo, fãs da trilogia no mundo inteiro estão, de alguma forma, comemorando esta data. Eu também decidi reservar para hoje um comentário sobre as curiosidades do livro "We Don't Need Roads – The Making of the Back to the Future Trilogy", de Caseen Gaines. Capturei algumas imagens do DVD, fotografei outras do Blu-ray e copiei algumas da Internet, também.
Curiosamente, o autor do livro sobre uma das mais antológicas trilogias da história do cinema nasceu em 1986 – um ano depois do primeiro filme. Ele não teve a experiência minha e de outros de minha geração de assistir às três produções na sala grande, na época dos respectivos lançamentos. Em compensação, apesar das limitações dos antigos aparelhos de TV e da qualidade de imagem das fitas VHS, ele vivenciou algo muito especial: viu a série completa pela primeira vez numa tarde. Desde então, vem pesquisando tudo sobre "De Volta Para o Futuro". Quando constatou que ainda não existia nenhum livro sobre os bastidores da produção, decidiu ele mesmo escrevê-lo.
Eric Stoltz contracenando com Crispin Glover.
Aqui Michael J. Fox na mesma cena.
"De Volta Para o Futuro" nasceu de uma ideia criada e dirigida por dois Bobs: Zemeckis e Gales. Steven Spielberg foi o produtor executivo. Desde o início eles queriam Michael J. Fox para o papel de Marty McFly. Mas o ator estava envolvido com a série "Family Ties". Como segunda opção, escolheram Eric Stoltz. Depois de cinco semanas de filmagem, os diretores perceberam que algo não estava funcionando. Faltava ao personagem principal o elemento cômico que o roteiro exigia. Numa decisão que envolveu perda de dinheiro investido, acabaram dispensando Eric e insistindo com Michael J. Fox. A solução foi Fox gravar à noite e em fins-de-semana, para poder continuar seu trabalho em sua sitcom. Há quem diga que alguns fotogramas com o ator original entraram na edição final – no caso, quando Marty dá um soco em Biff em uma cena do passado. Ironicamente, a saída de Stoltz veio a prejudicar também a atriz que contracenava com ele. Melora Hardin deveria fazer o papel da namorada Jennifer, mas havia um problema: ela era mais alta do que Michael J. Fox. Em vez de recorrer aos truques comuns em cinema e televisão para sanar esses desníveis, a produção achou melhor substituí-la. E assim Claudia Wells entrou para o elenco. De resto, os pais de Marty foram vividos por Crispin Glover e Lea Thompson, o vilão Biff por Thomas F. Wilson e o segundo personagem na linha de frente, o cientista Emmett Brown ("Doc"), por Christopher Lloyd. Duas alterações foram feitas ainda na fase de criação do roteiro. A máquina do tempo deveria ser uma câmara, à moda dos antigos filmes e seriados de ficção científica. Em vez disso, passou a ser um DeLorean DMC-12. O modelo já não era fabricado em 1985, mas a produção conseguiu comprar três carros de um colecionador e os adaptou para as filmagens. A outra mudança foi o animal de estimação do cientista. Era para ser um chimpanzé, mas veio a ser trocado para um cachorro.
Um papel secundário que se tornou um presente valorizado foi o do músico Marvin, primo fictício do lendário cantor e compositor Chuck Berry. Harry Waters Jr. não apenas teve uma fala memorável na cena do telefonema, mas também cantou "Earth Angel" e acabou entrando no disco com a trilha sonora. Já a voz de Marty interpretando "Johnny B. Good" foi dublada por Mark Campbell. Mas o grande sucesso do LP foi "The Power of Love", gravada especialmente para o filme por Huey Lewis and the News.
À esquerda, Claudia Wells. À direita, a cena recriada com Elisabeth Shue.
Embora o final sugira uma continuação, os criadores não pensavam nisso, inicialmente. Mas, com o sucesso estrondoso da produção no lançamento, em 1985, a ideia se tornou quase obrigatória. Sim, haveria um "De Volta Para o Futuro 2". Mas aconteceram alguns problemas. Claudia Wells não quis participar, pois sua mãe estava com câncer e ela não se considerava em condições para assumir o trabalho. Em seu lugar entrou Elisabeth Shue, que incorporou tão bem o visual de Jenniffer que muitos espectadores nem notaram a troca. Já Crispin Glover não conseguiu entrar em acordo sobre as cifras e também ficou de fora. O pai de Marty, George McFly, era um personagem de destaque com fisionomia marcante, não seria fácil alocar outro ator para o papel.
Jeffrey Weissman de cabeça para baixo. E Fox no papel da própria filha!
Mas os diretores encontraram uma solução. Como algumas cenas do primeiro filme seriam revisitadas no segundo, seria possível reaproveitar imagens de Glover. No "mundo paralelo" de 1985, George McFly estava morto. Por fim, nas raras filmagens novas que se fizeram do personagem, ele foi vivido por Jeffrey Weissman. Mas aparece de cabeça para baixo, com maquiagem de envelhecimento, ou ao longe, fora de foco. Foram maneiras de disfarçar a troca de ator. Ainda assim, Crispin Glover entrou na justiça alegando que seu substituto havia sido maquiado para se parecer com ele, portanto era a fisionomia dele que estava sendo usada. A princípio, os réus usaram o argumento óbvio de que George era um personagem de propriedade deles e poderia ser vivido por outros atores. Mas, por instrução da companhia de seguros, fizeram um acordo extrajudicial com Glover, encerrando o assunto. Talvez o problema mais grave de toda a série tenha sido o acidente sofrido pela dublê Cheryl Wheeler no segundo filme. Em uma cena do futuro, em que Marty é perseguido por uma gangue em pranchas voadoras, ela deveria atravessar o vidro (feito com açúcar) do enorme prédio em frente à praça e, já do lado de dentro, cair com segurança em sacos de ar. Mas deu tudo errado. Primeiro ela bateu em uma coluna, o que não estava no script. Depois, foi solta dos cabos ainda do lado de fora e caiu diretamente no chão. Tudo isso está no filme, embora apareça muito rapidamente. Os paramentos que ela usava impediram que os ferimentos fossem mais graves, mesmo assim ela precisou de três cirurgias reconstrutoras no braço e no rosto. A exemplo do ator Crispin Glover, Cheryl entrou na Justiça e também veio a obter um acordo extrajudicial.
A dublê Cheryl Wheeler se choca contra o pilar...
...e é solta do cabo ainda do lado de fora, caindo direto no chão...
...enquanto os demais atravessam o vidro e caem em sacos de ar.
"Manhê, eu também quero uma prancha que voa!"
As já citadas pranchas voadoras de "De Volta Para o Futuro 2" tiveram uma curiosa repercussão ainda durante a filmagem. Um programa da NBC havia mostrado cenas de bastidores da produção. Num momento de ironia, Robert Zemeckis citou as pranchas, dizendo que elas eram reais, mas estavam sendo mantidas fora das lojas de brinquedos por razões de segurança. O resultado é que choveram telefonemas para a produção: pais queriam saber como comprar a novidade para seus filhos. Algo semelhante aconteceu recentemente, em 2012, quando a Mattel começou a vender réplicas das pranchas por 120 dólares: diversos compradores reclamaram que elas não voavam! Quando eu assisti a "De Volta Para o Futuro 2" pela primeira vez, nunca tinha visto o filme "A Felicidade Não se Compra" ("It's a Wonderful Life"), de 1946. Hoje que já o conheço, percebo uma semelhança entre a realidade alternativa que o anjo mostra a George Bailey (James Stewart) e as cenas do "presente modificado" a que Marty e o Cientista retornam depois de visitar o futuro. Via Google, confirmei que a similitude é proposital, ou seja, uma inspiração assumida de um filme para outro. Estranhamente, esse detalhe não é citado no livro de Caseen Gaines. Talvez o autor, como eu na idade em que ele está hoje (29 anos), ainda não tenha assistido ao clássico natalino do diretor Frank Capra.
"De Volta Para o Futuro 3" foi planejado no momento em que os diretores perceberam que o roteiro da segunda história estava ficando longo demais. Em vez de reduzi-lo, optaram por fazer mais dois filmes numa só empreitada. E assim os personagens visitaram o Velho Oeste. Marty conheceu seus antepassados e o cientista encontrou seu par romântico em Clara (a atriz Mary Steenburgen). A banda americana ZZ Top faz uma participação. Hoje a trilogia "De Volta Para o Futuro" está disponível em DVD e Blu-ray para ser vista quantas vezes se queira. O futuro imaginado pelo segundo filme já chegou – é hoje! Não temos carros voadores e o fax já foi abandonado há tempos, ao contrário do que se vê naquela visão futurista. Por outro lado, o pagamento à vista sem dinheiro já é uma realidade. Filme de viagem no tempo, por si só, não chega a ser uma ideia original. O que faz dessa saga um sucesso absoluto que conquista fãs até hoje – ou, dizendo de outra forma, até o futuro imaginado no segundo filme – é a engenhosidade com que a proposta foi executada. A trama é brilhante. Personagens encontram a si mesmos em épocas diferentes, destinos se alteram e se revertem em dimensões alternativas e, no entanto, as peças se encaixam com perfeição. No final feliz, ainda fica uma mensagem: nosso futuro não está escrito. Cabe a nós fazermos com que ele seja o melhor possível.
O transbordamento do Guaíba e o risco de enchente estão fazendo muita gente rever sua opinião sobre o muro da Mauá, em Porto Alegre. Diziam que ele era feio, inútil e deveria ser derrubado. Pois muitos estão mudando de ideia. Isso remete a um texto que escrevi há mais de dez anos, que comecei assim: "Sempre que alguém toma posição em um assunto polêmico, eu me pergunto o quanto dessa postura é embasada em argumentos sólidos ou apenas resultado de um idealismo romântico. Idealismo é bonito, mas nem sempre funciona na prática." Para ler a postagem na íntegra, cliquem aqui.
Incrível o estardalhaço que conseguiu causar o anúncio de que David Bowie não fará mais turnês. Detalhe: Bowie fez show pela última vez em 2004! Foi quando interrompeu sua excursão por problemas cardíacos. Passado todo esse tempo, lançou um álbum em 2013, dez anos depois do anterior, não fez apresentações para promovê-lo e já estamos em 2015. E ainda sim, estão todos comentando a "grande novidade", surpresos, decepcionados.
Isso me lembra quando saiu The Endless River no final do ano passado. O álbum do Pink Floyd era composto basicamente de sobras de gravações inéditas, ainda com o saudoso tecladista Rick Wright, "requentadas" pelo guitarrista David Gilmour. O disco de estúdio anterior era The Division Bell em 1994. A última turnê foi para promover aquele álbum. Em 2005, o Live 8 reuniu o time completo do Pink Floyd pela última vez, incluindo Roger Waters. Mas o baixista deixou claro que seria uma participação única. Rick Wright faleceu em 2008. Aí, logo depois do lançamento de The Endless River, a "notícia bomba": acabou o Pink Floyd. Ah é? Não quero ser estraga-prazeres, mas ouvi dizer que os Beatles também nunca mais vão voltar...
Para registrar o Dia da Criança, aqui vão imagens de alguns de meus ídolos desde a infância até hoje (cliquem para ampliar): Pato Donald, Mickey, Bolinha e Luluzinha. Feliz Dia da Criança!
Depois de Gene Simmons, Carole King, Joe Perry, Graham Nash, Elton John, Pete Townshend e Paul Stanley, mais dois astros da música narram seus próprios audiobooks autobiográficos: John Fogerty e Carly Simon. "Fortunate Son", do lendário líder e compositor do Creedence Clearwater Revival, foi lançado no dia 6 deste mês. Já "Boys in the Trees", de Carly, estará disponível a partir de 24 de novembro. Há que se admirar a disposição desses artistas para abraçar uma tarefa como essa. Narradores de ofício estão habituados a esse trabalho, mas o que dizer de quem está acostumado a entrar em estúdio somente para cantar? E gravar um disco entre 40 e 70 minutos? De repente, se propõem a assumir uma narração que pode durar dez, 15, 20 horas? Já é uma empreitada.
Livrão de Mark Lewisohn sobre os Beatles sairá no Brasil
Mark Lewisohn, o escritor e pesquisador americano especializado em Beatles, informou na sexta-feira ao site canadense Critics at Large que assinou recentemente contrato para lançamento de seu livro "Tune In" no Brasil, em edição traduzida para o português. O volume de quase mil páginas é a primeira de uma série de três obras que pretende contar a história dos Beatles de forma definitiva, incluindo informações inéditas e esclarecimento de mitos.
Nesta primeira parte, lançada originalmente em 2013 na Inglaterra e nos Estados Unidos, a principal revelação foi de que o produtor George Martin foi coagido a aceitar os Beatles no selo Parlophone, mesmo já tendo ouvido uma fita do grupo e o rejeitado. A editora musical Ardmore and Beechwood, ligada à EMI, queria os direitos de "Like Dreamers Do", de Lennon e McCartney, e achou interessante o fato de que os Beatles compunham seu próprio material. Quando os executivos da gravadora descobriram que Martin estava tendo um caso com sua secretária Judy (que viria a ser sua segunda esposa) e a havia levado numa viagem profissional, o produtor ficou numa posição desfavorável. Acabou tendo que ceder e trabalhar com o grupo de Liverpool. Essa versão desmente a história contada pelo próprio Martin por diversas vezes, inclusive em seu livro "All You Need is Ears". Ele sempre alegou ter ficado intrigado o suficiente com a gravação que ouviu dos Beatles para querer conhecê-los. E aí percebeu que eles tinham carisma e potencial para um projeto de música pop. "Tune In" cobre o período desde o nascimento dos Beatles (incluindo a história das respectivas famílias) até o ano de 1962 inclusive. Lewisohn afirma que ainda não decidiu até que ponto irá o segundo volume da trilogia, que muitos apostam que se encerrará após a despedida do grupo dos palcos em 1966. Não começou a escrevê-lo, mas projeta o lançamento para 2020.
Terminei de ouvir a autobiografia do músico mexicano Carlos Santana em versão audiobook. É ele próprio quem lê a introdução em inglês com sotaque, depois a tarefa é continuada pelo narrador Jonathan Davis, que se mostra bastante familiarizado com a pronúncia de nomes em espanhol. O músico aparece como um sujeito sensato, de bom caráter, religioso e procurando manter uma boa relação com pais e filhos. Seu pai era violinista e isso foi determinante para sua opção de vida. Comenta com tranquilidade sobre uma época da infância em que foi molestado por um amigo de seus pais, algo que só veio à tona no ano 2000. Cita os brasileiros Índios Tabajaras e o guitarrista Bola Sete entre suas influências musicais. Explica como aconteceu a mudança de sua família para os Estados Unidos e a adaptação no novo país. Fala sobre os diversos músicos que entraram, saíram e retornaram para a banda que até hoje leva o seu nome. Inclui passagens desnecessariamente longas sobre seus encontros com seu ídolo Miles Davis, detalhando as manias do lendário trompetista. Demonstra gratidão ao executivo e produtor Clive Davis pelo apoio recebido, em especial na revitalização de sua carreira com o álbum Supernatural em 1999. Não esconde a tristeza inesperada quando sua primeira esposa Deborah, mãe de seus filhos, pediu um tempo em 2007, depois admitiu que queria o divórcio. Mas logo ele estava envolvido com a baterista Cindy, com quem se casou em 2010. Para os fãs de Carlos Santana ou mesmo curiosos em saber mais sobre o guitarrista mexicano, é um livro recomendado. E foi lançado no Brasil, em português.
Morreu ontem mais um jogador do meu time do coração do Internacional: o lateral esquerdo Jorge Andrade. Faleceu aos 73 anos, após dois anos de luta contra o câncer. Lembro de uma loja que ele teve por muito tempo na Osvaldo Aranha. Depois passou a vender produtos com a marca do Inter. Chegou a ter um quiosque no Shopping Praia de Belas. Tenho várias gravações de narrações de jogos com a participação dele. Um dia quero ouvir tudo com calma e disponibilizar os trechos mais interessantes.
Remexendo em meus CDs encaixotados, acabei encontrando The Cosmos Rocks, álbum lançado em 2008 pela formação Queen+Paul Rodgers. Em 2004, o ex-vocalista do Free e do Bad Company, considerado uma das melhores vozes do rock, foi convidado para assumir o posto que um dia foi de Freddie Mercury. As opiniões se dividiram. Como se sabe, hoje é Adam Lambert quem se apresenta juntamente com Brian May e Roger Taylor - vide o show em Porto Alegre. Mas, ouvindo novamente estas músicas inéditas, redescubro como era simpática a combinação Rodgers-May-Taylor. O disco parece uma tentativa de afirmar uma identidade própria para o que era, em realidade, um novo grupo. E as 14 faixas do disquinho puxam muito mais para o lado de Paul Rodgers do que para o do Queen. "Call Me", por exemplo, tem uma levada parecida com "Can't Get Enough", do Bad Company, apenas mais acústica e com reforço de vocais no refrão. A linda balada "Say It's Not True", que eles chegaram a incluir nos shows, cantada primeiro por Roger Taylor e depois por Paul Rodgers, poderia ter se tornado clássica. "Small" também é uma bonita canção, ouvida novamente ao final do disco, em reprise. "Surf's Up... School's Out" é o momento de fazer rugir a guitarra de Brian May. É uma pena que este CD provavelmente cairá no esquecimento como um projeto atípico e desnecessário. Talvez até já tenha sido descartado. Porque é um trabalho inspirado e carregado de energia positiva. Vou lembrar de escutar mais vezes.
Hoje foi a vez de Arthur de Faria autografar o seu "Elis, uma Biografia Musical", na Livraria Cultura do Bourbon Country, em Porto Alegre.
Infelizmente não cheguei a tempo de assistir ao debate que antecedeu os autógrafos, mas consegui registrar esta foto. Da esquerda para a direita: Juarez Fonseca, Clóvis Ibañez, Maria Luíza Kfouri e Arthur de Faria.
Aqui a foto com o nobre escritor. Ele me reconheceu dos longos papos via Facebook. Chegamos a cursar a Faculdade de Jornalismo (Famecos- PUC/RS) em anos coincidentes, mas ele se formou bem antes. Tenho uma vaga lembrança dele lá.
E este autógrafo bacana eu faço questão de exibir. Valeu, Arthur!
Arthur de Faria autografa "Elis, Uma Biografia Musical"
Se tudo der certo, hoje à noite estarei novamente na Livraria Cultura, desta vez para prestigiar a sessão de autógrafos de "Elis, Uma Biografia Musical", de Arthur de Faria. O livro já está comigo. Como se vê na imagem acima, haverá também um bate-papo do autor com convidados especialíssimos. Todos lá!
A sessão de autógrafos do livro "Olha, Gente!", de Lauro Quadros, estava marcada para começar às 18 horas na Livraria Cultura. Eu só consegui chegar às 19 e 30 e encontrei a maior fila que já vi para um lançamento naquela loja. Segundo me informou o caixa, já houve outra mais longa, para a maquiadora e blogueira gaúcha Alice Salazar, que "saía da livraria e ia até a escada rolante".
Quando percebi que a fila, além de enorme, movia-se muito lentamente, atrasada ainda mais por depoimentos que Lauro concedia a um repórter de TV, desisti de esperar. Assumi o papel de "jornalista cobrindo o evento" e fui tirar algumas fotos. Mas o livro já está comigo. São apenas 94 páginas. Um senhor que também acabou saindo da fila disse que já estava "quase terminando" a leitura. Mas só pela folheada, já vi que vale a pena. Lauro tem um estilo leve e simpático de escrever e eu não vejo a hora de também devorar seus textos.
De qualquer forma, minhas idas à Livraria Cultura nunca são desperdiçadas. Para quem gosta de livros, revistas, CDs, DVDs e Blu-rays, aquilo é um paraíso de consumo. Aproveitei e já comprei também o livro de Arthur de Faria sobre Elis Regina, que ele vai autografar amanhã. Estarei de volta e espero que, dessa vez, a espera seja menor (lamento que, na prática, isso signifique desejar que a sessão de autógrafos do Arthur tenha menos sucesso que a do Lauro, então desculpem o egoísmo).
Em 14 de novembro do ano passado, quando mencionei a aposentadoria do comunicador Lauro Quadros, dei à minha postagem o título de "Olha, gente" (vejam aqui). Eram as palavras com que ele sempre abria seus comentários esportivos nos jogos de futebol. Pois hoje, a partir das 18 horas, Lauro estará autografando seu livro de memórias justamente com esse nome. É na Livraria Cultura do Bourbon Country, em Porto Alegre.
Não sei de que ano é esta foto em que aparecem Zé Ramalho e Robertinho do Recife. Só sei que, em 1975, tive uma camiseta igual à que o Robertinho está usando. São os olhos de Jimi Hendrix e um trecho da música "If Six Was Nine" traduzido para o português. Eu nem conhecia o trabalho de Jimi, na época, mas gostei da estampa e resolvi usá-la. Este seria mais um exemplo de "revendo a infância na Internet". Ou, neste caso, a adolescência, pois eu já tinha 14 anos.
Tá chegando muita gente aqui via Whiplash. Se leram meu texto sobre Secos e Molhados e Kiss, peço encarecidamente que conheçam a edição revista e atualizada, que tornou a anterior praticamente sem efeito. É só clicar aqui. Apareceram informações novas que elucidaram bem melhor a questão. E a postagem está sempre sofrendo pequenas atualizações. Além disso, não deixem de conferir o capítulo escrito por mim sobre o primeiro LP dos Secos e Molhados no livro "1973, o Ano que Reinventou a MPB", organizado por Célio Albuquerque. Procurem nas melhores livrarias. Vejam aqui fotos da sessão de autógrafos de São Paulo, com a minha participação.
Jornalista free-lancer apaixonado por música. Minhas colaborações mais frequentes foram para o International Magazine, mas já tive matérias publicadas em Poeira Zine e O Globo. Também já colaborei com os sites Portal da Jovem Guarda e Collector's Room. Em 2022, publiquei "Kleiton & Kledir, a biografia". Aqui no blog, escrevo sobre assuntos diversos.