Ano Novo
Que as coisas boas permaneçam e que as ruins melhorem em 2024. Feliz Ano Novo!
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Fiz dois cursos de datilografia. O primeiro deles, aos 12 anos, pago pelos meus pais. Foi na escola Vito Favale, onde funcionava também um conservatório (que ainda existe, pelo que acabei de pesquisar). Poderíamos dizer que a especialidade deles era teclado! Depois, aos 16 anos, no currículo profissionalizante do 2º grau, tive novamente aula de datilografia, desta vez no Senac, com o professor Fiorindo, um sósia do Kirk Douglas quando jovem.
Apesar desse duplo aprendizado, nunca fui um grande datilógrafo. Batia à máquina com cuidado para não errar, pois a correção de um eventual erro era demorada e trabalhosa. Às vezes, valia mais a pena começar tudo de novo, principalmente quando envolvia várias vias carbonadas. Reposicionar o papel no rolo no mesmo alinhamento da datilografia anterior era praticamente impossível. Conseguia-se, no máximo, uma aproximação.
Como presente de formatura de minha primeira faculdade, ganhei de minha mãe uma Práxis eletrônica. Essa vinha com mecanismo próprio de correção, o que já facilitava bastante. Eu a usei muito não só para trabalhos de meu segundo curso, o de Jornalismo, mas também para datilografar cartas que eu escrevia para revistas nacionais, estrangeiras e até, pasmem, fã-clubes. Como eu sempre digo, eu já sentia falta da Internet antes mesmo de ela existir. Minha máquina de escrever era meu contato com o mundo.
Hoje, com computador e editor de texto, tudo ficou mais fácil. Se antes eu era um datilógrafo apenas razoável, passei a ser, talvez pecando por imodéstia, um excelente digitador. Porque digito com rapidez, olhando para a tela e, graças à tecnologia, consigo corrigir um erro numa fração de segundo. Pois foi aí que me dei mal nesse fim de semana: a tecla de retrocesso (Backspace) do meu teclado começou a falhar. Então pude perceber o quanto eu erro ao digitar. O processo de correção de erros, que antes era feito sem pensar, no piloto automático, virou um estresse. Eu tinha que dar várias pancadas na tecla de retrocesso para ela funcionar.
O teclado já está trocado. Comprei um Logitech e não me arrependi. Queria algum que tivesse teclas altas, então logo descartei os que se anunciavam como "slim". Mas ontem, fiz uma rápida pesquisa via Google. Encontrei vários modelos com "fio português". Ora, o que seria um teclado com "fio português"? Haveria a tecnologia lusa nos brindado com algum tipo especial de conexão? Após mais algumas buscas, caiu a ficha. Os anúncios falavam na verdade em "teclado com fio - (em) português"! Ora, pois, pois!