sexta-feira, julho 30, 2021

Tony Babalu ataca novamente

Tony Babalu, o guitarrista que vimos recentemente no documentário sobre a banda Made in Brazil, voltou a lançar um trabalho instrumental. A diferença dos dois anteriores é que este foi feito somente por ele, sem banda, e em casa - "No Quarto de Som", bem como diz o título. Além disso, embora tenha cinco faixas - apenas uma a menos do que Live Sessions at the Mosh (2014) e Live Sessions II (2017) -, desta vez as gravações são curtas, quatro com mais de três minutos e uma com menos de dois. Assim, este está sendo considerado um EP, lançado exclusivamente nas plataformas digitais. São temas acessíveis e bonitos, que irão agradar mesmo a quem não é iniciado em música instrumental. Tony assina todos e ainda assume as guitarras, violões e programação de instrumentos.

A faixa de abertura, "Recomeço", é a  mais sacudida, com um toque de jazz, incluindo um breve mas inspirado solo de guitarra. "Reflexo", a quarta faixa, reduz um pouco o pique, mas ainda numa atmosfera de energia. As três restantes viajam num clima mais suave: "Lara" numa batida de balada soul, "Tropical Mood", a minha preferida, ao ritmo latino dos violões, e a curtinha "Francisca", com os sons sintetizados predominando sobre os violões. Já disponível nas boas plataformas digitais, mas quem fizer questão de comprar tem opções como a iTunes Store. 
Foto de Karen Holtz

terça-feira, julho 27, 2021

Ney Matogrosso devidamente biografado

Quando resenhei o livro "Vira Lata de Raça", um apanhado de memórias de Ney Matogrosso publicado em 2018 (leiam aqui), observei que os fatos descritos por Ney eram essencialmente os mesmos que já haviam sido abordados em entrevistas e, em especial, dois livros anteriores: "Um Cara Meio Estranho", de Denise Pires Vaz (1992), e "Ousar Ser" (2002). Faltava realmente uma biografia do cantor. Pois ela chegou. Julio Maria realizou um trabalho verdadeiramente de fôlego. Foram cinco anos de pesquisas, viagens, entrevistas, além da total colaboração do biografado, que leu o texto final, ajudou a efetuar correções, mas sem "poder de veto". Ou seja, o biógrafo teve plena liberdade para escrever. Tudo o que você sempre quis saber sobre Ney Matogrosso está aqui, sem censura. Julio percorre a carreira do cantor no ritmo certo, disco por disco, show por show, além de aprofundar detalhes que a gente já conhecia de outras fontes, como a infância e juventude de Ney, sua relação conturbada com o pai, os Secos e Molhados, seu romance com Cazuza, o Santo Daime, a terapia Fischer-Hoffman e outros amores do cantor. O livro sai às vésperas dos 80 anos de Ney Matogrosso (que serão completados em 1º de agosto) e chega para ser uma obra definitiva. Mais do que recomendado.

Whatsapp Web

 Fiz duas descobertas importantes e vou compartilhá-las aqui.

- Se você não encontrar mais a opção "Whatsapp Web" no seu smart phone, saiba que ela trocou de nome para "Aparelhos Conectados". Claro, pra que manter algo que todos já aprenderam quando é mais fácil deixar o usuário atônito procurando o que já estava acostumado a achar no lugar de sempre?

- Se for solicitada uma senha para ativar o Whatsapp Web, é a senha de desbloqueio do smart phone que você deve informar. Não tem nada a ver com o PIN, que é outra coisa. O PIN, quando solicitado, abre um teclado exclusivamente numérico. A senha é informada num teclado alfanumérico. 

Talvez isso não seja problema para vocês, mas foi para mim.

quarta-feira, julho 14, 2021

Segunda dose

A antecipação do prazo de espera da segunda dose da AstraZenica de 12 para dez semanas chegou bem na hora para mim. A data original era 27 deste mês mas, com a mudança, desde ontem eu já podia fazer. Aproveitei o dia bonito que tivemos hoje e dei uma caminhada até o Julinho (Colégio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre), onde a equipe do Posto Modelo estava atendendo. Não sabemos se as vacinas darão certo, mas são nossa maior esperança. Que alternativa temos? Liberar geral, deixar morrer quem tem que morrer e esperar que os sobreviventes formem uma raça superior de seres naturalmente imunes? Desculpem, mas de um experimento assim eu não gostaria de participar. Prefiro apostar na ciência, mesmo sabendo que tudo foi feito com urgência, sem os testes exaustivos que normalmente seriam exigidos para liberação. O objetivo dessa mudança no calendário foi o de imunizar a população o quanto antes contra a variante Delta, que vem por aí com tudo. De resto, continuarei usando máscara e tomando as demais precauções até que a pandemia realmente ceda.

terça-feira, julho 13, 2021

Dia Mundial... da Pedra?

Hoje, 13 de julho, é o Dia Mundial do Rock. Ou assim pensamos nós, brasileiros. Sim, porque esta comemoração, apesar da qualificação de "mundial", só acontece no Brasil. De acordo com o respectivo verbete da Wikipedia, é uma homenagem ao histórico evento Live Aid, realizado nesse dia em 1985. Phil Collins, o único artista a se apresentar na Inglaterra e nos Estados Unidos atravessando o Atlântico via Concorde, teria dito que gostaria que aquele fosse considerado o "dia mundial do rock". A partir desse gancho, duas rádios paulistanas, a 89 FM e a 97 FM, começaram a mencionar a data em sua programação nos anos 1990. E assim o nome foi "pegando". 

Mas, como sempre ocorre nesses casos, existem os teimosos que relutam em ver suas crenças destruídas ("esse texto é do Verissimo, sim", "o Kiss copiou os Secos e Molhados, sim", "Quintana foi expulso do Majestic, sim, eu lembro" e assim por diante). E insistem que 13 de julho é deveras o Dia Mundial do Rock. Por uma questão de justiça, decidi dar uma pesquisada. E, de fato, encontrei um site da Irlanda registrando a data com orgulho, dizendo ser o irlandês Bob Gedolf, organizador do Live Aid, o responsável pela comemoração.

Lancei a questão no Facebook. O músico gaúcho Ricardo Carvalho, também conhecido como Ricardo Soares, vencedor do Festival da Globo do ano 2000 com "Tudo Bem Meu Bem", opinou: "Eu suporia que algum estudante [brasileiro] de inglês fazendo intercâmbio na Irlanda deu a dica pro editor do site de rock irlandês". Pode ser. Com efeito, são raríssimas as ocorrências citando o Dia Mundial do Rock em inglês e quase todas postadas por brasileiros.

Mas, em meio às pesquisas, também apareceram resultados bastante curiosos: menções a um "International Rock Day" que seria, na verdade. o Dia Internacional da Pedra! Sim, "rock" em inglês também quer dizer pedra ou rocha. Nesta página aqui, por exemplo, encontramos uma extensa descrição da importância das pedras em nossas vidas e sugestões de como celebrar o dia delas. Um detalhe que chama a atenção é a observação de que "não há uma ocasião em especial que tenha tornado o 13 de julho o Dia Internacional da Pedra". Mais uma vez, Ricardo Carvalho aventou uma hipótese bastante plausível: de tanto os brasileiros espalharem o "International Rock Day" pela Internet, ele acabou sendo descoberto por algum pesquisador de datas importantes para algum site. E a partir daí esse pesquisador já "viajou" na ideia, como se vê no endereço indicado.

Por fim, Ricardo lembra que, em inglês de verdade, não se usa o termo "rock" como substantivo isolado para designar o gênero musical. É sempre "rock and roll" ou "rock music". Por isso o "International Rock Day" inventado pelos brasileiros acabou sendo entendido como "Dia Internacional da Pedra" pelos estrangeiros. Engraçado mesmo vai ser se essa data comemorativa se consagrar em nível mundial, com organizações de feiras, exposições, palestras e outros eventos de grande porte. E se alguém achar a explicação de que se originou de um mal entendido a partir de uma comemoração de "rock music" realizada somente no Brasil, outro poderá dizer: "Ah, essa história é muito fantasiosa, deve ser lenda urbana".