segunda-feira, abril 27, 2015
Estive agora há pouco na Livraria Cultura e peguei o autógrafo de Julio Maria em seu livro "Elis Regina - Nada Será Como Antes", que tem sido muito elogiado. Eu não lembrava, mas era ele o jornalista que havia pedido a minha assinatura no livro "1973, o Ano Que Reinventou a MPB" em São Paulo em fevereiro do ano passado (vejam meu relato sobre aquele lançamento aqui).
O show do Mojave
Talvez seja surpresa que Denise Tonon, após uma longa carreira solo, tenha aceitado o convite para ser vocalista do grupo Mojave. Mas jazz não é novidade no repertório dela e a cantora aproveitou a chance de se apresentar com essa turma de excelentes instrumentistas. No show de ontem no London Pub ouviram-se, entre outras, "Lígia", "What a Difference a Day Makes", "Gesto", "Meditação" e "God Bless the Child". Denise não abandonou seus demais projetos com outros músicos, como o pianista Paulo Pinheiro, mas agregou mais esse desafio ao seu currículo. Longa vida à nova formação do Mojave!
sábado, abril 25, 2015
Grupo Mojave
Estou curioso para conferir a apresentação do grupo Mojave, no domingo, dia 26, no London Pub (detalhes abaixo), às 19 horas. Será o encerramento da Jazz Week. Acima, os integrantes: Aleksander Kostylew, Rubem Penz, Joao Batista Santos (de pé), Denise Tonon e Zepa Pires (sentados). Sim, ela mesma, a cantora Denise Tonon, experimenta um novo projeto como vocalista de uma banda de jazz. Imagino que o resultado seja ótimo, então recomendo a todos que também apareçam por lá.
domingo, abril 19, 2015
De volta aos anos 70
Coletâneas de artistas diversos - também chamadas de "miscelâneas" - sempre podem trazer surpresas e preciosidades para quem ainda compra CDs. No caso, compilações de músicas românticas ou de disco music já saíram dezenas, tanto importadas quanto nacionais. Mas o diferencial dessas duas caixas da Discobertas é uma é uma seleção feita com carinho, incluindo algumas pérolas que fizeram mais sucesso no Brasil do que no exterior.
"I ♥ 70's - Uma Viagem no Tempo" saiu no ano passado. São três CDs, cada um com 16 faixas, somente com baladinhas que tocavam no rádio e nas "reuniões dançantes" dos anos 70. Além das clássicas "Alone Again" de Gilbert O'Sullivan, "Without You" com Nilsson, "I'd Love You to Want Me" com Lobo, "Oh, Girl" com Chi-Lites, "Love Hurts" com Nazareth e "I'll Never Cry" e "How You Gonna See Me Now" com Alice Cooper, entre outras, aparecem preciosidades como "And I Love You So" com Don McLean, "You're a Lady" com Peter Skellern, "So Very Hard to Go" com Tower of Power, "I'm Falling in Love With You" com Little Anthony and the Imperials (que eu saiba, pela primeira vez num CD nacional), "Flying (Turning Round) com Chris de Burgh e "Float On" com The Floaters. Para quem viveu a época, é de fato uma viagem no tempo, como promete o subtítulo.
Já os três CDs de "I ♥ 70's Dance", lançados neste ano, cada um com doze faixas, trazem uma boa amostra da disco music daquela década. Justamente a primeira faixa do CD 1 é a memorável "I'll Be Holding On" de Al Downing, conhecida no Brasil como "Melô do Banjo" (era a Rádio Mundial do Rio que "rebatizava" as músicas para o mercado nacional). Também esta presumo estar aparecendo pela primeira vez num CD brasileiro, até porque eu só a tinha encontrado até agora numa coletânea importada da série "Super Rare Disco". "Super rara" ou não, foi sucesso por aqui. Entre outros destaques, podem-se citar "Kung Fu Fighting" com Carl Douglas, "The Hustle" com Van McCoy and The Soul City Orchestra, "Native New Yorker" com Odyssey, "La Vie En Rose" e "That's the Trouble" com Grace Jones, "The Best of My Love" com The Emotions e faixas diversas de KC and The Sunshine Band e Voyage.
Nas duas coleções, as faixas estão em ordem cronológica e os livretos incluem letras de todas as músicas. Enfim, é material para nenhum comprador frequente de coletâneas desse tipo olhar e dizer: "Já tenho tudo em outros CDs". Muita coisa, talvez, mas tudo, não.
"I ♥ 70's - Uma Viagem no Tempo" saiu no ano passado. São três CDs, cada um com 16 faixas, somente com baladinhas que tocavam no rádio e nas "reuniões dançantes" dos anos 70. Além das clássicas "Alone Again" de Gilbert O'Sullivan, "Without You" com Nilsson, "I'd Love You to Want Me" com Lobo, "Oh, Girl" com Chi-Lites, "Love Hurts" com Nazareth e "I'll Never Cry" e "How You Gonna See Me Now" com Alice Cooper, entre outras, aparecem preciosidades como "And I Love You So" com Don McLean, "You're a Lady" com Peter Skellern, "So Very Hard to Go" com Tower of Power, "I'm Falling in Love With You" com Little Anthony and the Imperials (que eu saiba, pela primeira vez num CD nacional), "Flying (Turning Round) com Chris de Burgh e "Float On" com The Floaters. Para quem viveu a época, é de fato uma viagem no tempo, como promete o subtítulo.
Já os três CDs de "I ♥ 70's Dance", lançados neste ano, cada um com doze faixas, trazem uma boa amostra da disco music daquela década. Justamente a primeira faixa do CD 1 é a memorável "I'll Be Holding On" de Al Downing, conhecida no Brasil como "Melô do Banjo" (era a Rádio Mundial do Rio que "rebatizava" as músicas para o mercado nacional). Também esta presumo estar aparecendo pela primeira vez num CD brasileiro, até porque eu só a tinha encontrado até agora numa coletânea importada da série "Super Rare Disco". "Super rara" ou não, foi sucesso por aqui. Entre outros destaques, podem-se citar "Kung Fu Fighting" com Carl Douglas, "The Hustle" com Van McCoy and The Soul City Orchestra, "Native New Yorker" com Odyssey, "La Vie En Rose" e "That's the Trouble" com Grace Jones, "The Best of My Love" com The Emotions e faixas diversas de KC and The Sunshine Band e Voyage.
Nas duas coleções, as faixas estão em ordem cronológica e os livretos incluem letras de todas as músicas. Enfim, é material para nenhum comprador frequente de coletâneas desse tipo olhar e dizer: "Já tenho tudo em outros CDs". Muita coisa, talvez, mas tudo, não.
sábado, abril 18, 2015
Feitiço no tempo
Fui almoçar cedo com meu filho, hoje, pouco depois das 11 horas. A seguir ele ouviu música, logo após aceitou que eu assistisse a um pouco de vídeo. Dali a pouco, já queria passear de novo. Verifiquei que fazia apenas uma hora que tínhamos feito a refeição. Era cedo para sair, embora a sensação fosse de que tivesse passado mais tempo. Afinal, consegui ver um episódio inteiro do "Batman" e trechos de outro. Mas, por incrível que pareça, apenas uma hora havia transcorrido. Até que me dei conta de que já devia fazer alguns minutos que os ponteiros marcavam meio-dia e vinte. Simples: o relógio estava parado. Será que isso quer dizer alguma coisa? Acho que sim: significa que gastou a pilha. Ela nunca foi trocada desde o final de 2010, quando ganhei o meu Technos de presente.
Na minha infância, só existiam basicamente dois tipos de relógio: a corda e automático. Tive ambos. O automático era do meu pai e ele me deu (o correto, no caso, seria "ele mo deu", mas é horrível!). Como todos os modelos com essa característica, a corda era dada pelo movimento do pulso. Certa vez Robin, em uma aventura solo (sem Batman), desvendou um crime ao verificar que o relógio automático continuava funcionando no pulso da vítima de assassinato, o que significava que o corpo havia sido movido recentemente.
Os primeiros relógios digitais funcionavam com um disco girando internamente e os números aparecendo em um visor. Eu os achava bem vistosos. Tive um de marca Josmar. Algum tempo depois, um japonês dono de um restaurante ao lado do Clube do Comércio chegou para o meu pai e disse: "Um plesentinho plo doutol..." Era um relógio todo preto que mostrava a hora quando se pressionava um botão, com números iluminados, semelhante ao antigo placar do Beira-Rio. Devia custar uma fortuna. Já os digitais de cristal líquido eu conheci com meu irmão João Carlos. Meu irmão mais velho, Júlio César, tinha um relógio que escurecia e clareava de 15 em 15 segundos, alternadamente mostrando e escondendo o antigo símbolo da Rede Globo (aquele dos "fusos horários").
Aos 20 e poucos anos, no começo da década de 80, passei a usar os digitais da Casio com cronômetro. Havia uma razão para isso: eu corria e gostava de marcar os tempos. Mesmo quando fui abandonando o exercício aos poucos, mantive o hábito de usar os mesmos tipos de relógio. No início eles até caiam bem, mas foram ficando comuns após alguns anos. Até que, no Natal de 2010, ganhei um modelo tradicional de ponteiros, como um incentivo para modernizar meu visual e adereços gerais.
Certa vez li em uma agenda que o relógio de pulso teria sido inventado por Santos-Dumont. Mas não foi bem assim. Na verdade, o inventor brasileiro pediu ao joalheiro Louis Cartier que encontrasse uma alternativa para os incômodos relógios de bolso, que não eram práticos em voos de balão. E assim surgiu um dos primeiros modelos masculinos de relógio de pulso, ainda hoje fabricado e vendido por uma fortuna com o nome de Cartier Santos-Dumont. (Os americanos provavelmente diriam que os brasileiros têm mania de atribuir a Santos-Dumont qualquer invenção. O fato é que entusiastas e estudiosos de aviação do mundo inteiro, inclusive dos Estados Unidos, o reconhecem como criador do primeiro aeroplano capaz de decolar por seus próprios meios. E eu nunca vi nenhum aeroporto comercial usando a catapulta dos Irmãos Wright.)
Enfim, vamos trocar a pilha do relógio. Como dizia Cazuza, o tempo não para. Mas eu ainda prefiro os versos de meu amigo Luiz Bonow: "Como não há de ter pressa / em tacar a bola preta / se o tempo não recomeça / ao virar da ampulheta".
Na minha infância, só existiam basicamente dois tipos de relógio: a corda e automático. Tive ambos. O automático era do meu pai e ele me deu (o correto, no caso, seria "ele mo deu", mas é horrível!). Como todos os modelos com essa característica, a corda era dada pelo movimento do pulso. Certa vez Robin, em uma aventura solo (sem Batman), desvendou um crime ao verificar que o relógio automático continuava funcionando no pulso da vítima de assassinato, o que significava que o corpo havia sido movido recentemente.
Os primeiros relógios digitais funcionavam com um disco girando internamente e os números aparecendo em um visor. Eu os achava bem vistosos. Tive um de marca Josmar. Algum tempo depois, um japonês dono de um restaurante ao lado do Clube do Comércio chegou para o meu pai e disse: "Um plesentinho plo doutol..." Era um relógio todo preto que mostrava a hora quando se pressionava um botão, com números iluminados, semelhante ao antigo placar do Beira-Rio. Devia custar uma fortuna. Já os digitais de cristal líquido eu conheci com meu irmão João Carlos. Meu irmão mais velho, Júlio César, tinha um relógio que escurecia e clareava de 15 em 15 segundos, alternadamente mostrando e escondendo o antigo símbolo da Rede Globo (aquele dos "fusos horários").
Aos 20 e poucos anos, no começo da década de 80, passei a usar os digitais da Casio com cronômetro. Havia uma razão para isso: eu corria e gostava de marcar os tempos. Mesmo quando fui abandonando o exercício aos poucos, mantive o hábito de usar os mesmos tipos de relógio. No início eles até caiam bem, mas foram ficando comuns após alguns anos. Até que, no Natal de 2010, ganhei um modelo tradicional de ponteiros, como um incentivo para modernizar meu visual e adereços gerais.
Certa vez li em uma agenda que o relógio de pulso teria sido inventado por Santos-Dumont. Mas não foi bem assim. Na verdade, o inventor brasileiro pediu ao joalheiro Louis Cartier que encontrasse uma alternativa para os incômodos relógios de bolso, que não eram práticos em voos de balão. E assim surgiu um dos primeiros modelos masculinos de relógio de pulso, ainda hoje fabricado e vendido por uma fortuna com o nome de Cartier Santos-Dumont. (Os americanos provavelmente diriam que os brasileiros têm mania de atribuir a Santos-Dumont qualquer invenção. O fato é que entusiastas e estudiosos de aviação do mundo inteiro, inclusive dos Estados Unidos, o reconhecem como criador do primeiro aeroplano capaz de decolar por seus próprios meios. E eu nunca vi nenhum aeroporto comercial usando a catapulta dos Irmãos Wright.)
Enfim, vamos trocar a pilha do relógio. Como dizia Cazuza, o tempo não para. Mas eu ainda prefiro os versos de meu amigo Luiz Bonow: "Como não há de ter pressa / em tacar a bola preta / se o tempo não recomeça / ao virar da ampulheta".
sexta-feira, abril 17, 2015
O que faltava na série "Batman"
O que estava faltando? Vejam acima, no menu do disco 1 de reposição. Ao final de cada história, deveria aparecer uma chamada para o vilão da aventura seguinte. Mas algumas faltaram e, claro, os colecionadores chiaram. Pois o item "Next Week's Villains" contém esses curtíssimos trechos em sequência, somente para os episódios que os haviam omitido. "Batman's Amazing Arsenal" é um anúncio de que, no próximo programa, serão introduzidos o Batciclo (motocicleta), a Batlancha e o Batcóptero. "Season 1 Rebroadcast Promo" é um comercial da reprise do primeiro episódio.
Aqui, as imagens exclusivas do menu adicional.
Mas não só isso. Na abertura do primeiríssimo episódio, contra o Charada, os fãs sentiram falta de uma narração que se deveria ouvir logo no começo, na cena acima. Ela foi restaurada no Blu-ray substituto. Mas vale a pena guardar o anterior (que não precisa ser devolvido), pela curiosidade. Assim, ficam as duas opções: com ou sem voz no começo.
Por fim, o episódio de Marsha, a Rainha dos Diamantes, deveria terminar com esta cena em que a "Tia Hilda" se regenera e troca o ofício de fabricante de poções mágicas pelo de professora de culinária. Mas, de fato, não havia sido incluída na primeira edição em vídeo. O disco de substituição repõe as imagens faltantes ao episódio.
Situações como essas são duplamente reconfortantes: asseguram que nós (eu, você, nossos amigos colecionadores) não estamos sozinhos nessa aparente obsessão em querer que nada fique de fora em um relançamento. E também é uma boa notícia que as empresas, ao menos no exterior, sejam sensíveis às reclamações do consumidor a ponto de confeccionar e enviar gratuitamente os produtos corrigidos.
Vejam também: Série "Batman" em Blu-ray
quarta-feira, abril 15, 2015
Almanaque do Lupi
Infelizmente não pude comparecer à sessão de autógrafos de "Almanaque do Lupi", de Marcello Campos. Foi na mesma noite da apresentação do grupo Cordas&Rimas e eu optei pelo show para prestigiar o grupo e também conhecer pessoalmente Paulo de Campos, que escreveu aquele meu perfil exageradamente elogioso. Mas eu não iria deixar de adquirir esta que é a quarta obra de um verdadeiro arqueólogo da música de Porto Alegre. Ainda não é a biografia de fôlego de Lupicínio Rodrigues que todos esperam, mas o formato de almanaque permitiu ao autor condensar informações sólidas em capítulos temáticos. Além disso, o esmero no trabalho gráfico é no mesmo nível do primeiro livro de Marcello, "Weekend no Rio", sobre o Conjunto Melódico Norberto Baldauf. Nas 100 páginas deste volume se encontra a essência da vida e obra do compositor gaúcho. Como eu disse ao escritor quando nos encontramos ontem, "se eu fosse procurar um defeito para colocar nos teus livros, diria que são mal distribuídos". Por isso, se não o acharem nas livrarias, entrem em contato com o autor no e-mail jornal26@gmail.com ou pelos telefones (51) 9833-0162 ou (51) 3289-8071.
domingo, abril 12, 2015
Domingo
O assunto das redes sociais, até ontem, pelo menos, foi Ed Motta afirmando que não fala nem canta em português em seus shows da Europa. Até entendo o que ele quer: ser visto como um artista "internacional" no exterior. Mas não tem como. Em qualquer parte do mundo, brasileiro atrai brasileiro. Chico Anysio soube explorar isso muito bem nos anos 80, lotando o Carnegie Hall em apresentações para a comunidade brasileira de Nova York. Já Caetano Veloso enfrentou um problema semelhante a Motta em 2004, em sua turnê mundial para divulgar o CD "A Foreign Sound", totalmente em inglês. O público ficava gritando: "Canta em português!" Lembro de ter escrito um texto para o International Magazine sobre as inevitáveis expectativas das plateias que comparecem a um show. Ney Matogrosso, por exemplo, já se apresentou algumas vezes com uma proposta diferente, em que se preocupava mais em cantar e menos em se mexer no palco. Os fãs começaram a gritar: "Rebola!" Enfim, todo o músico tem que estar ciente do que seu público quer ver. Pode até frustrá-lo, se assim o desejar, mas precisa estar preparado para as consequências.
-*-
Ontem pela manhã estive no Museu de Comunicação Hipólito da Costa, em
Porto Alegre, e tive uma péssima notícia: o horário de abertura ao
público para pesquisa no arquivo de jornais mudou para 14 às 18, somente
de terça a sexta. Ainda bem que aproveitei o horário antigo, com
abertura pela manhã inclusive aos sábados, para fazer minhas pesquisas. Imagino que estejam em reformas, mesmo assim fico
decepcionado. Muita gente comparecia pela manhã, entre jornalistas,
pesquisadores e estudantes de Jornalismo. Agora só vou poder voltar lá
em dias de folga, férias e depois que me aposentar. Como alternativa, resta o arquivo da Zero Hora, que funciona com microficha, e o da Caldas Júnior, que cobra pelo tempo de permanência.
-*-
Meu audiobook do momento é "Last Train to Memphis - The Rise of Elvis Presley", de Peter Guaralnick, que conta a vida do "Rei do Rock" até 1958. Depois tem o segundo livro, "Careless Love - The Unmaking of Elvis Presley", do mesmo autor, que narra a segunda parte da biografia de Elvis até seu falecimento. Consegui também os livros impressos. O total das duas obras ultrapassa mil páginas em letras pequenas. É realmente um trabalho de fôlego. Por enquanto, estou no começo do sucesso do cantor, após o lançamento do primeiro LP pela RCA e a produção do filme "Love Me Tender". Até aqui, Elvis aparece com um bom menino, temente a Deus, sempre agradecendo ao Senhor pelas bênçãos de sua carreira, bastante preocupado com o bem estar de seus pais e atencioso com sua namorada June.
-*-
Espero que as manifestações de hoje sejam pacíficas e ordeiras como as de 15 de março. Bom domingo a todos!
segunda-feira, abril 06, 2015
A Trilha do Rock em Porto Alegre
Hoje tive a honra de conceder uma entrevista para a série "A Trilha do Rock no Brasil". A produção é da equipe da B2 Filmes, que está em Porto Alegre para colher depoimentos. Fui convidado por Luiz Antônio Mello, de Niterói-RJ, que era meu colega colaborador do International Magazine. Mais detalhes no blog dele, clicando aqui. Além de mim, sei que foram entrevistados Rogério Ratner, Zeca Azevedo, Léo Felipe, Arthur de Faria, Juarez Fonseca, Humberto Gessinger e Kátia Suman. Ainda deve demorar para ir ao ar no Canal Brasil, mas quando for, não percam a minha pagação de mico cantando um trecho de "Sombra Fresca e Rock no Quintal", dos Almôndegas. Na foto acima, da esquerda para a direita: Rafael
Syd, Fernanda Flores, eu, Isabela Saboia, Ricardo Canário e Rodrigo
Sampaio.
Rafael Syd.
Isabela Saboia em primeiro plano.
Fernanda Flores.
Rodrigo Sampaio.
Ao fundo, Ricardo Canário.
Quando cheguei, Kátia Suman estava concluindo sua gravação.
Ao final, em vez de anotar os nomes, achei que seria mais fácil ligar a câmera em modo vídeo e pedir que cada um se identificasse. As imagens ficaram tão boas que decidi capturá-las e postá-las como fotos. Aí estão:Rafael Syd.
Isabela Saboia em primeiro plano.
Fernanda Flores.
Rodrigo Sampaio.
Ao fundo, Ricardo Canário.
domingo, abril 05, 2015
sábado, abril 04, 2015
quarta-feira, abril 01, 2015
O adeus de Cynthia
Não, infelizmente não é trote de 1º de abril: faleceu hoje, de câncer, aos 75 anos, Cynthia, primeira esposa de John Lennon e mãe do músico Julian Lennon. Ela foi a única mulher a se casar com um Beatle antes da fama e pagou um preço por isso. Foi o caso típico da menina recatada que se apaixonou por um garoto com fama de grosseiro e mulherengo. O matrimônio só aconteceu porque ela engravidou. E, no começo da fama dos Beatles, foi mantido em segredo. Mas não por muito tempo. Quando se soube que Lennon era o "Beatle casado", tentou-se vender a ideia da união tradicional. Vejam por exemplo as imagens desta história em quadrinhos:
A cena verdadeira foi desenhada pela própria Cynthia e publicada em seus dois livros, "A Twist of Lennon" e "John". A cerimônia foi num cartório, apenas com os padrinhos, além de Paul e George. Do lado de fora, o ruído de uma britadeira abafava os votos do casal:
Na segunda das duas autobiografias citadas, Cynthia tenta desfazer a imagem de "mulher desprezada" que se perpetuou nos anais da cultura Beatle. Ela fala do carinho com que John a tratava durante o namoro e os primeiros anos de casamento. Mas ela desmente a versão de que, sem a chegada inesperada de Julian, John nunca a teria desposado. Isso realmente é estranho, pois foi ela própria quem fez essa afirmação para Hunter Davies, que a publicou na biografia oficial lançada no Brasil com o título de "A Vida dos Beatles", em 1968. Em uma das reedições, Davies afirma que a declaração de Cynthia quase chegou a ser cortada da edição final, mas acabou entrando. Enfim, Cynthia tenta mostrar o lado romântico e atencioso de John e atribui sua mudança de comportamento às drogas. Foi a partir do momento em que começou a usar LSD que o guitarrista dos Beatles "saiu do ar" e passou a ignorá-la. Ela até mesmo tentou aderir ao ácido lisérgico para aproximar-se do marido, mas não conseguiu.
Cynthia era uma menina conservadora e bem comportada da cidade de Hoylake, a oeste de Liverpool, e não teve pique para acompanhar a ascensão de John à condição de músico famoso. Quando o círculo de amizades do marido passou a incluir mulheres bonitas e famosas, ela sentiu-se insegura e fez plástica no nariz. Mas era tarde: John já estava envolvido com Yoko. Antes disso, uma passagem marcante para ela foi quando não conseguiu embarcar no trem que levaria os Beatles e o Maharishi para Bangor, em 1967. Um segurança não a reconheceu e tentou barrá-la. Cynthia começou a chorar, mas não pelo fato em si. "Eu estava chorando porque o incidente parecia simbólico do que estava acontecendo com meu casamento. John estava no trem, acelerando para o futuro, e eu ficava para trás".
O carinho da "família Beatle" para com Cynthia ficou evidente no momento da separação. Paul, então o único Beatle solteiro, numa tentativa de consolá-la, foi ao seu encontro e lhe deu uma rosa, dizendo: "Que tal, Cyn, nós dois casarmos agora?" Foi nessa ocasião que o baixista se inspirou para compor "Hey Jude". O título original era "Hey Jules", numa referência ao filho Julian. Os versos da canção tentavam dar uma força para o menino num momento de crise.
Apesar do preconceito, antes tarde do que nunca, Yoko veio a conquistar o respeito dos fãs de John. Ela era a mulher com quem o Beatle tinha sintonia em todos os níveis, inclusive intelectual. Mas os Beatlemaníacos nunca perderam o afeto por Cynthia, a mocinha tímida e bem educada que amou o garoto rebelde e atormentado. Ela própria admite, em seu segundo livro, que se soubesse o que iria enfrentar, não teria dado o passo. São os preços que se pagam por seguir o coração. Descanse em paz, Cyn!
A cena verdadeira foi desenhada pela própria Cynthia e publicada em seus dois livros, "A Twist of Lennon" e "John". A cerimônia foi num cartório, apenas com os padrinhos, além de Paul e George. Do lado de fora, o ruído de uma britadeira abafava os votos do casal:
Na segunda das duas autobiografias citadas, Cynthia tenta desfazer a imagem de "mulher desprezada" que se perpetuou nos anais da cultura Beatle. Ela fala do carinho com que John a tratava durante o namoro e os primeiros anos de casamento. Mas ela desmente a versão de que, sem a chegada inesperada de Julian, John nunca a teria desposado. Isso realmente é estranho, pois foi ela própria quem fez essa afirmação para Hunter Davies, que a publicou na biografia oficial lançada no Brasil com o título de "A Vida dos Beatles", em 1968. Em uma das reedições, Davies afirma que a declaração de Cynthia quase chegou a ser cortada da edição final, mas acabou entrando. Enfim, Cynthia tenta mostrar o lado romântico e atencioso de John e atribui sua mudança de comportamento às drogas. Foi a partir do momento em que começou a usar LSD que o guitarrista dos Beatles "saiu do ar" e passou a ignorá-la. Ela até mesmo tentou aderir ao ácido lisérgico para aproximar-se do marido, mas não conseguiu.
Cynthia era uma menina conservadora e bem comportada da cidade de Hoylake, a oeste de Liverpool, e não teve pique para acompanhar a ascensão de John à condição de músico famoso. Quando o círculo de amizades do marido passou a incluir mulheres bonitas e famosas, ela sentiu-se insegura e fez plástica no nariz. Mas era tarde: John já estava envolvido com Yoko. Antes disso, uma passagem marcante para ela foi quando não conseguiu embarcar no trem que levaria os Beatles e o Maharishi para Bangor, em 1967. Um segurança não a reconheceu e tentou barrá-la. Cynthia começou a chorar, mas não pelo fato em si. "Eu estava chorando porque o incidente parecia simbólico do que estava acontecendo com meu casamento. John estava no trem, acelerando para o futuro, e eu ficava para trás".
O carinho da "família Beatle" para com Cynthia ficou evidente no momento da separação. Paul, então o único Beatle solteiro, numa tentativa de consolá-la, foi ao seu encontro e lhe deu uma rosa, dizendo: "Que tal, Cyn, nós dois casarmos agora?" Foi nessa ocasião que o baixista se inspirou para compor "Hey Jude". O título original era "Hey Jules", numa referência ao filho Julian. Os versos da canção tentavam dar uma força para o menino num momento de crise.
Apesar do preconceito, antes tarde do que nunca, Yoko veio a conquistar o respeito dos fãs de John. Ela era a mulher com quem o Beatle tinha sintonia em todos os níveis, inclusive intelectual. Mas os Beatlemaníacos nunca perderam o afeto por Cynthia, a mocinha tímida e bem educada que amou o garoto rebelde e atormentado. Ela própria admite, em seu segundo livro, que se soubesse o que iria enfrentar, não teria dado o passo. São os preços que se pagam por seguir o coração. Descanse em paz, Cyn!