terça-feira, julho 29, 2014

Finalmente!

Depois de uma aparentemente interminável pendência entre a Fox (que produziu a série) e a Warner (que detém os direitos sobre o personagem), vai sair em vídeo a série "Batman" de 1966-67. Eu lembro quando estreou em Porto Alegre. O primeiro episódio a ser exibido por aqui foi aquele da Mulher Gato em que ela deixa Batman à mercê de um feroz tigre. Naquele tempo a dublagem era da Odil Fono Brasil, que hoje não existe mais. Uma diferença marcante que ficou na minha memória era que o narrador dizia sobre os créditos de abertura: "Atriz especialmente convidada, Julie Newmar, no papel da Mulher Gato". Essa parte que coloquei em itálico foi suprimida na redublagem que perdura até hoje. Lembro também que, antes de escolher a porta que deveria abrir, Batman ouvia a voz da Mulher Gato dizendo: "A bela... ou a fera!" Na nova versão ficou "a mulher... ou o tigre!", mais fiel ao texto original. 

Um detalhe que é normalmente comentado por todos os fãs da série desde a infância é que, no começo, não captavam o humor. Levavam tudo a sério. Só mais tarde, na vida adulta, é que entendiam que a caretice e o bom-mocismo de Batman tinham o propósito de sátira. Pois eu confesso a vocês que o meu lado criança de certa forma lamenta que aquela figura imponente que eu enxergava aos cinco e seis anos fosse na verdade um comediante. Gostaria de ter preservado a imagem austera do Homem-Morcego. De qualquer forma eu jamais perdi o fascínio pelas figuras icônicas da série, em especial as de Batman, Robin, a Mulher Gato, o Batmóvel e a Bat-Caverna. E sempre suspeitei que a introdução de Batgirl na terceira temporada tenha sido para compensar a saída da já citada atriz Julie Newmar, que era um símbolo sexual. Sua substituta Eartha Kitt era perfeita como vilã, mas não tinha o mesmo sex appeal.

Tenho uma coleção respeitável de itens relacionados ao Batman de 1966-67. O primeiro deles, comprei aos 13 anos, em minha viagem aos Estados Unidos: slides em terceira dimensão "View Master" com imagens do mencionado episódio da Mulher Gato. Com o tempo, fui acrescentando livros, revistas especiais, CDs e até alguns poucos DVDs que foram sendo lançados. "Holy Batmania" é obrigatório para fãs da série, com seus documentários sobre Adam West, Cesar Romero (que viria a encarnar o Coringa), Julie Newmar (Mulher Gato), a série em si e diversos extras interessantíssimos. Já "Adam West Naked", vendido através do site do ator, é bem mais amadorístico: mostra West em sua casa, com apenas duas câmeras, comentando os episódios. 

O foto aí de cima é a edição supostamente limitada em Blu-ray, incluindo as três temporadas e tudo o mais que é mostrado. Mas há também uma versão mais barata em DVD e também outra contendo apenas a primeira temporada. A data oficial de lançamento é 11 de novembro. Ainda não sei se sairá no Brasil incluindo a dublagem ou se, mesmo no exterior, haverá uma edição posterior mais barata em Blu-ray sem as bugigangas adicionais. Só sei que, a que tudo indica, os fãs da série terão um Bat-final de ano muito especial.

Leia também: O primeiro Batman das telas

quinta-feira, julho 17, 2014

Boa noite

Ontem eu estava relendo o texto "Maus Perdedores", que publiquei em 2006. Ali eu comentava sobre como o nossa torcida era impiedosa quando a Seleção não ganhava a Copa. Como se tivesse obrigação de vencer. Ou como se o desempenho tivesse sido vergonhoso ou desastroso. Ironicamente, neste ano, em que a Copa foi justamente no Brasil, o time brasileiro realmente deu vexame. Ou seja, se o povo estiver revoltado desta vez, não será sem motivo. Nossa equipe não tinha obrigação de vencer, como sempre. Mas deveria ter mostrado empenho, garra, força de vontade. Não aconteceu nada disso. Já falei que eu achava que o Brasil iria vencer a Copa de qualquer jeito. Pois agora eu me pergunto se os próprios jogadores não pensavam algo assim. Que de alguma forma o caminho para o hexa seria facilitado. Espero que todos tirem uma boa lição desse desastre.
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Os cinemas da rede Cinemark estão reexibindo filmes antigos em cópia nova. Ainda não pude prestigiar nenhuma dessas sessões, mas pretendo fazê-lo assim que conseguir. Aplaudo de pé a iniciativa. Houve uma época, no tempo das horrorosas fitas piratas em VHS, que muita gente estava deixando de ir ao cinema. Pois hoje, em plena era do Blu-ray e do home theater, redescobre-se a experiência inigualável de assistir a clássicos na tela grande. Viva! Parabéns, Cinemark!
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Pelo que andei vendo, saíram mais relançamentos em CD (no exterior) de gravações originais da orquestra de Billy Vaughn na DOT (lançadas no Brasil pela RGE). Alguns álbuns são repetidos em relação a CDs anteriores, mesmo assim merecem atenção. Algum selo nacional se habilita a editá-los?
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E o Orkut está mesmo com os dias contados. Uma pena. Eu gostava mais de lá do que do Facebook. Só mudei para acompanhar a "corrente migratória".
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Meu audiobook do momento é "All Shook Up: How Rock'n'Roll Changed America", de Glenn C. Altschuler, narrado por Jack Garrett. O som do meu carro não é compatível com Ipod, mas pela entrada auxiliar é possível alimentar qualquer fonte de áudio. E assim consigo ouvir os livros enquanto dirijo, quando estou sozinho. E nas caminhadas também, claro. Sempre. A propósito, foi lançada em português no Brasil a biografia do ABBA de Carl Magnus Palm. Recomendo.
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Obrigado a vocês que continuam "batendo o ponto" aqui no Blog mesmo em momentos de poucas postagens. Alguns IPs eu já reconheço pela constância, embora não tenha certeza de quem sejam. Não importa. É bom saber que vocês vêm sempre aqui. No mês que vem o Blog vai completar dez anos. Passou rápido, hein?
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Boa sexta-feira e bom fim-de-semana!

quarta-feira, julho 09, 2014

Gérson Conrad e eu

Ontem Gérson Conrad fez participação especial no show da banda El Rey, de Porto Alegre, no Teatro Renascença. Ao final, aproveitei para me encontrar com ele. Peguei autógrafo em seu livro "Meteórico Fenômeno" e deixei de presente um exemplar de "1973, o Ano que Reinventou a MPB", também com minha assinatura no capítulo respectivo. Como escrevi justamente sobre o primeiro LP dos Secos e Molhados, foi uma honra conhecer um dos integrantes da formação clássica e autor da melodia de "Rosa de Hiroshima".

terça-feira, julho 08, 2014

Errei

Agora eu posso dizer. Achei que o Brasil iria ganhar esta Copa de qualquer jeito. As arbitragens em jogos anteriores já mostravam que eu estava errado. O vexame de hoje encerra o assunto.

Espero ao menos que nosso povo continue recebendo bem os torcedores de fora. A Copa não terminou. Nem para o Brasil.

sexta-feira, julho 04, 2014

Denise Tonon no domingo à tarde

Neste domingo, dia 6, às 17 horas, no London Pub & Bistrô (Rua José do Patrocínio 964, em Porto Alegre), tem apresentação da cantora Denise Tonon acompanhada de Jorginho do Trompete e do tecladista Paulo Pinheiro. O show se chama Domingueira Jazz e também inclui MPB e clássicos da Bossa Nova. 

Conheci Denise em 1979, quando sua carreira ainda nem tinha começado oficialmente. Ela tinha 15 anos e já cantava com perfeição. No ano seguinte, venceu o concurso de composição "A Canção Brasileira" com "Noite de Verão", até hoje uma de suas melhores músicas. No mesmo ano, foi uma das quatro premiadas na Guarita da Canção, em Torres. A partir daí teve início uma trajetória dividida entre a noite e festivais. Além de vitórias como compositora, só vi Denise perder uma vez na categoria "melhor cantora feminina", no caso, para Susana Maris. Mas foi uma exceção. Em todas as outras ocasiões, o prêmio foi dela.

Em 1989, apresentou no Teatro de Câmara o antológico show "Gata Vadia". Em seguida, passou uma temporada em São Paulo, depois viveu por sete anos em Portugal. De volta a Porto Alegre, ela se reencontra com seu mais antigo e fiel público. Sua mãe Elayne, falecida recentemente, era amiga de meus pais. Sua irmã Cláudia também tem ótima voz e chegou a cantar por um tempo no saudoso Le Club, no final dos anos 80. Denise e Cláudia fizeram backing vocal para Dante Ramon Ledesma em "América Latina". Mas apenas Denise se manteve firme na carreira artística. Agora só falta o CD, já que seus únicos lançamentos em disco foram faixas isoladas em LPs de festivais.