sexta-feira, dezembro 31, 2021

Virada de ano

Infelizmente, a situação não se normalizou por completo em 2021. Mas vamos olhar pelo lado positivo. A chegada das vacinas e a retomada de algumas atividades, ainda que de forma parcial, são avanços que já podemos comemorar. Continuemos usando máscaras e tomando todas as precauções, pois a pandemia ainda não acabou. Mas torçamos e rezemos para que tudo continue melhorando em 2022, com cada vez menos infecções e óbitos relacionados ao Covid.

Feliz Ano Novo!

Olyr Zavaschi e o especial de 25 anos de ZH


Na quarta-feira, dia 29, apareceu no Facebook um convite para o lançamento do livro "Olyr Zavaschi, o Legado de Um Homem Cordial", de Mario de Santi. A sessão de autógrafos seria às 18 e 30 na Bamboletras. Imediatamente lembrei-me de que eu tinha em meus arquivos um especial de aniversário da Zero Hora em que Olyr aparecia. Prometi a meus amigos virtuais que disponibilizaria o programa no YouTube no máximo até o dia seguinte. Falei isso inclusive para a viúva de Olyr, que estava no lançamento da biografia.

À noite, em casa, fiquei atônito, pois não conseguia encontrar de jeito nenhum o DVD-R com a gravação. Repassei três vezes minhas seis caixinhas de arquivo e não achei nada. Cheguei a colocar para rodar alguns DVDs com informações vagas, como "Diversos" e programa tal "e mais", para ver se não estaria ali. Nada. De repente, antes tarde do que nunca, a memória funcionou. Liguei meu gravador de DVD Pioneer e examinei o conteúdo do HD interno. Bingo! Estava lá. Passei para um DVD, converti para arquivo de vídeo e subi para o YouTube. Aí está:

Um detalhe é que foi minha mãe quem tomou a iniciativa de gravar o programa. Tem a letra dela no rótulo da fita VHS. Inclusive, ela perdeu o comecinho do especial. Só que eu não lembrava exatamente quando "Zero Hora 25 Anos" tinha ido ao ar. Eu me recordava que já estava casado e não morava mais com ela. Pelo título, não foi difícil obter uma localização aproximada. O jornal completou 25 anos em 4 de maio de 1989. Logo, o programa foi transmitido próximo dessa data. E então percebi algo incrível: minha mãe fez a gravação no mês em que viria a falecer. O óbito aconteceu no dia do aniversário do meu pai, 30 de maio. Como ele partiu antes, todos pensamos que ela foi de presente para ele. Ela tinha câncer, mas permaneceu ativa e fazendo planos até o momento da última hospitalização.

quarta-feira, dezembro 15, 2021

Apareceu a cantora misteriosa

Às vezes, uma informação que a gente já quebrou cabeça pesquisando acaba aparecendo onde e quando menos se espera. Em 2009 eu contei a história de uma "gravação misteriosa" que estava numa fita que meu irmão João Carlos me deu quando eu tinha 11 anos. Descobri que era "The Night They Drove Old Dixie Down", mas não com Joan Baez e sim com uma vocalista desconhecida fazendo cover. E comentei: "Se a anônima que imitou o estilo de Joan Baez não se lançou como cantora com identidade própria, foi um desperdício. Meu próximo passo será descobrir quem é ela". Vocês podem ler o relato completo clicando aqui.

Pois recentemente eu estava escutando o audiobook com a autobiografia da cantora e atriz inglesa Dana Gillespie, "Weren't Born a Man", o mesmo título do que eu considero o seu melhor álbum, quando ouvi da própria voz dela que ela participou de alguns discos da série "Top of The Pops". Ela não se recorda de todas as músicas em que cantou, mas lembra com certeza de ter feito vocal solo em "The Night They Drove Old Dixie Down" de Joan Baez, "That Same Old Feeling" de Pickettywitch e "Chirpy Chirpy Cheep Cheep" do Middle of the Road. BINGO! Então era ela a cantora misteriosa! A exemplo de Elton John, ela é uma artista famosa que fez trabalhos sem crédito (mas com pagamento) para a citada série de álbuns de covers. Então não houve desperdício, ela se lançou, sim, com identidade própria. Ouçam abaixo a gravação em questão. Como já disse na postagem de 2009, gosto mais desta do que da de Joan Baez. 
Uma última observação: como vocês podem ver na foto acima, Dana tinha atributos semelhantes aos de Jayne Mansfield e Fafá de Belém. E também era estigmatizada por referências a seu busto onde só deveria haver apreciação ao seu talento artístico.

terça-feira, dezembro 14, 2021

Mais um ano da MPB focalizado em livro: 1979

 
Depois de organizar o livro coletivo "1973, o Ano que Reinventou a MPB", lançado em 2014, o jornalista carioca Célio Albuquerque apresenta um projeto semelhante focalizando o ano de 1979. Você já pode participar do financiamento coletivo de "1979, o Ano Que Ressignificou a MPB" fazendo sua encomenda antecipada pelo site do Catarse. É só clicar aqui e escolher o "pacote" que quer comprar. Seu apoio é importante, pois esta é uma campanha "tudo ou nada", com prazo até 27 de janeiro de 2022 para cumprimento da meta. Eu escrevi sobre o primeiro LP da banda mineira 14 Bis. E como os numerais em geral têm precedência sobre caracteres alfabéticos para ordenação, o meu texto é o primeiro do livro entre os que comentam discos, ficando atrás somente das introduções. O lançamento é da Garota FM Books. 

segunda-feira, dezembro 13, 2021

O documentário "Get Back"

O aguardadíssimo documentário "Get Back", dos Beatles, teve sua estreia mundial no canal Disney+ nos dias 25, 26 e 27 de novembro. E desde então os Beatlemaníacos não falam de outra coisa. Só o que se lê em redes sociais, sites e blogs são comentários, teorias, análises, teses, reflexões, avaliações, reavaliações, debates, argumentos e quetais. Pois eu, antes tarde do que nunca, não poderia ficar de fora.
De cara, um detalhe que me chamou a atenção é que muitos encararam essa maratona de quase oito horas (dividida em três partes) sem ter visto primeiro o filme "Let it Be". Aí lembrei que a produção de 1969 está fora de catálogo em qualquer formato de vídeo há décadas. Eu a vi pela primeira vez em edição dublada e mal traduzida no dia 15 de setembro de 1979, à tarde, na então TV Difusora (hoje Bandeirantes Porto Alegre) canal 10. Em 1985, estive nos Estados Unidos e trouxe uma edição em fita VHS da Magnetic Media que hoje é raríssima. Aí, sim, assisti várias vezes ao documentário. 
"Get Back" nada mais é do que uma versão expandida de "Let it Be", montada a partir das 60 horas originalmente filmadas. Logo, quem conheceu a primeira edição, com apenas uma hora e meia, não haveria de se surpreender em ver os Beatles o tempo todo no estúdio tocando, ensaiando, compondo, experimentando arranjos, interpretando algumas canções de outros de forma descompromissada, só por diversão. Inclusive já era de se esperar que este documentário não fosse bem recebido pelos chamados fãs "casuais", que não se interessam pelo valor histórico (outro motivo para ter visto "Let it Be" primeiro: saber o que é inédito e o que não é). Nunca esqueço um comentário que li na Amazon americana de um cliente que se decepcionou com "The Beatles First U.S. Visit", ainda em VHS, e disse, em última análise: que graça tem ver os Beatles descansando em hotéis? Esse mesmo sujeito deve estar agora pensando que graça tem ver os Beatles ensaiando e tocando várias vezes a mesma música. 
Sei que muito desse material já tinha vazado em áudio nos chamados "bootlegs" ou discos piratas. Mas aí vem uma questão pessoal: a fase final dos Beatles sempre foi a que menos me interessou. Eles me fisgaram ainda na infância com "I Want to Hold Your Hand" e depois "Long Tall Sally", "Help!", "Ticket to Ride", enfim, o auge da Beatlemania. Com o tempo, fui descobrindo e aprendendo a gostar dos álbuns Revolver e Sgt. Pepper's. Magical Mystery Tour acabou me conquistando mais adiante. Só consegui captar o Álbum Branco quando o ouvi em CD da primeira à última faixa, em 2009. Mas continuo achando que é um trabalho muito irregular. Considero Abbey Road um tanto superestimado. E não se pode esperar muito de Let it Be, considerando a forma como foi montado (o produtor Phil Spector selecionou as melhores faixas das sessões filmadas de 1969, em que os Beatles tocaram "ao vivo no estúdio" ou no terraço, com um resultado bastante primitivo e cru, mesmo onde houve pós-produção). Enfim, nunca me interessei em ouvir esses "bootlegs", de forma que quase tudo pra mim é novidade, menos o que já estava no filme "Let it Be". 
Há quem diga que "Get Back" destrói mitos. Com o devido respeito, discordo. Minha visão é de que ele confirma o que já se sabia, apenas mostrando mais detalhes de bastidores. Os Beatles estavam, sim, em crise, tanto que vemos George anunciando sua saída do grupo diante das câmeras. "Ah, mas depois ele voltou e ficou tudo bem". Certo, mas as cicatrizes foram se somando. Também li uma observação de que "depois desse filme, todos devem desculpas a Yoko". Em primeiro lugar, acho que já devíamos essas desculpas muito antes. Se ela provocou o fim dos Beatles ou não, é irrelevante. O fato é que John encontrou a mulher de sua vida e passou a preferir a companhia dela à de três machos. Depois de tudo o que ele já tinha feito no grupo, quem pode culpá-lo? 
Os números musicais são interessantes, mas é nos diálogos que encontramos os detalhes mais reveladores. Paul comentando que, com a morte do empresário Brian Epstein, os Beatles ficaram sem rumo. George dizendo que tem várias composições inéditas acumuladas e pretende lançá-las num disco solo. Ele acabaria fazendo isso, mas depois do fim do quarteto. Os músicos e o diretor do filme original, Michael Lindsay-Hogg, cogitando os mais exóticos e implausíveis locais para os Beatles fazerem uma apresentação ao vivo, até que tudo se resume ao terraço da Apple. E é ali que temos o melhor momento do documentário. Já conhecíamos a apresentação de "Let it Be", mas aqui ela aparece com mais detalhes, vários ângulos de câmera em tela dividida, mais entrevistas de rua, ouvimos as vozes dos policiais que chegaram para mandar parar o show e vemos as claquetes sendo acionadas - um verdadeiro "making of"!
Peter Jackson é informado como diretor dessa nova edição e é um crédito merecido, pois o trabalho de seleção de imagens foi hercúleo e, admitamos, bem feito. Que bom que ele não fez concessões e nos brindou com uma overdose de Beatles em ação, numa situação que, como muitos estão comparando (acertadamente), lembra a fórmula do "Big Brother". Ele ainda fornece legendas explicativas sempre que necessário. Seu único excesso foi alternar a interpretação de "Rock and Roll Music" com imagens de shows de 1966 e acrescentar o tradicional ruído da plateia dos Beatles no auge. O objetivo foi mostrar que aqueles hippies de roupas coloridas e rostos desiguais (com barba/sem barba, com bigode/sem bigode) eram os mesmos que, apenas três anos antes, ainda se apresentavam de terninho e arrancavam gritos do público feminino. Mas não deveria ter feito, pois privou-nos de ver um trecho histórico na íntegra e sem acréscimos desnecessários. 
Pena que este material tenha demorado 52 anos para vir à tona. Teve gente, como o lendário Big Boy, da Rádio Mundial do Rio, que nem mesmo chegou a conhecer a série "Anthology", de 1995/96. E ele era um dos maiores Beatlemaníacos do mundo. Pois agora foi Lizzie Bravo, a brasileira que gravou com os Beatles, quem partiu recentemente e não pôde assistir a mais esta relíquia. Quem sabe estejam vendo lá do além. 

quarta-feira, dezembro 01, 2021

"Estás aí?"

Na era pré-Internet, alguém mandava uma carta só para saber se o destinatário estava em casa, esperava a resposta para depois enviar outra dizendo o que queria dizer? Acho que não, né? Pois também não precisam fazer assim por e-mail, por Whatsapp ou por Messenger! Digam logo o que querem dizer, que eu responderei assim que estiver on-line!