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quinta-feira, novembro 26, 2020
Foto do Blog usada em show
Ontem estava revendo a gravação que fiz do show "Com Todas as Letras", de Kleiton e Kledir, exibido pela TV Brasil. Bem no começo, ainda antes de a dupla entrar no palco, o telão mostra imagens dos Almôndegas. Pois esta aí é praticamente certo que foi copiada aqui do Blog. Alguém pesquisou via Google e achou. Sim, ela foi publicada originalmente no Diário de Notícias e poderia estar no acervo particular de algum ex-integrante do grupo. Mas observem o detalhe abaixo:
Perceberam a marca da dobra atravessando o ombro esquerdo do Kledir? Pois ela aparece no telão. O jornal é de abril de 1975, mas eu o fotografei no Museu de Comunicação e publiquei aqui em agosto de 2007.
Não seria exagero dizer que Super-8, para mim, foi uma "paixão mal resolvida" de juventude. Eu era fascinado pelo universo dos filmes caseiros, mas nunca tive uma filmadora nessa bitola. Mesmo assim, eu e uma turma de amigos fizemos dois filmes, em 1978 e 1980, com o aparelho de um deles. Projetor, herdei de minha avó um 8mm comum. Somente depois de me formar em Jornalismo decidi procurar material em Super-8. Nisso, a saudosa Dipa Filmes, na Avenida Mauá, foi bastante providencial. Virei "freguês" do seu Camillo e logo me abasteci de um vasto acervo não só em Super-8 mas também 16mm. Está tudo aqui comigo e pretendo vasculhar com carinho meu acervo de áudio, vídeo e filmes no ano que vem. É preciso lembrar que dei início a essa coleção em 1993, quando Super-8 já era considerado extinto e substituído com vantagem pelo videocassete. Mas meu fetiche pela velha e boa película me levou a essa busca. Cheguei a conseguir uma filmadora emprestada e, em 1995, filmei meu filho em dois rolinhos de três minutos. Tudo teve que ser feito via Estados Unidos, tanto a compra dos filmes quanto a revelação.
Por isso, quando soube que estava sendo lançado um livro sobre Super-8, não tive dúvidas em encomendá-lo. Parei de comprar caixas luxuosas de CDs, mas ainda não abdiquei da boa leitura (ou audição, no caso de audiobooks). Decidi que este seria meu presente de aniversário e Natal "de mim pra mim". Chegou hoje. Eu imaginava que teria mais fotos. Na verdade, já deveria prever que seria farto em texto, pois saiu uma edição em audiobook com quase 11 horas de narração. Mesmo assim, as ilustrações são bonitas e bem instrutivas.
Acho difícil que eu, em algum momento, repita a aventura de 1995 de conseguir filmadora e filme virgem para registrar imagens em Super-8 apenas pela nostalgia. A ideia é atraente, mas é tudo muito caro e trabalhoso para pouco tempo de filmagem. Vou me contentar em organizar o acervo de que já disponho, examinar alguns rolos que projetei uma vez só e até, se me apetecer, adquirir mais alguns itens da Castle Films com versões condensadas de produções do cinema, como mostra a imagem abaixo. Tudo usado, é claro, mas pelo Mercado Livre se encontra.
Agora é tirar um tempo para dar uma boa folheada nesta maravilha. E vou querer, sim, a edição em audiobook também. Não imaginava que iriam lançar em áudio uma obra tão técnica, tão dependente de ilustrações e acessórios. Mas gostei que tenham feito.
Jornalista free-lancer apaixonado por música. Minhas colaborações mais frequentes foram para o International Magazine, mas já tive matérias publicadas em Poeira Zine e O Globo. Também já colaborei com os sites Portal da Jovem Guarda e Collector's Room. Em 2022, publiquei "Kleiton & Kledir, a biografia". Aqui no blog, escrevo sobre assuntos diversos.