terça-feira, outubro 31, 2017
Podem argumentar à vontade mas, certo ou errado, justo ou injusto, confirma-se o que eu já escrevi uma vez aqui: o Brasil é um país em que se denunciam os bons tratos na prisão!
segunda-feira, outubro 30, 2017
Boa semana
Aos poucos, estou escrevendo um comentário sobre a terceira caixa do David Bowie, mas tenho mil coisas pra fazer, então não posso prometer que será postado hoje ou amanhã. Agradeço a persistência de quem vem aqui de tempos em tempos e não encontra nada de novo. Pelo menos o Blog ainda está ativo, devagar e sempre. Boa semana a todos.
quarta-feira, outubro 25, 2017
quinta-feira, outubro 19, 2017
Impressionando-se com o óbvio
Acho incrível que alguém ainda se impressione com esta obviedade matemática. Compartilham como se fosse algo extraordinário e inusitado. "Eu testei e deu certo!" Mas não acontece a cada mil anos. Para o resultado ser 2017, só vale para este ano. Para o resultado ser o ano corrente, vai dar certo sempre.
Na minha infância e adolescência eu até gostava daqueles truques que começavam com: "Pensa em um número." Aí, depois de uma série de somas e subtrações, invariavelmente vinha: "Agora subtrai o número em que pensaste" (tá, estou aprimorando, o que geralmente se dizia é "tira o número que tu pensou"). Então o proponente da questão "adivinhava" o número resultante. Uma conta simplíssima em que o "x - x" tornava desnecessário conhecer o valor da incógnita, mas eu ficava bem impressionado. Mas essa imagem aí nem ao menos tenta disfarçar a banalidade da afirmação. E tem gente que não percebe.
Na minha infância e adolescência eu até gostava daqueles truques que começavam com: "Pensa em um número." Aí, depois de uma série de somas e subtrações, invariavelmente vinha: "Agora subtrai o número em que pensaste" (tá, estou aprimorando, o que geralmente se dizia é "tira o número que tu pensou"). Então o proponente da questão "adivinhava" o número resultante. Uma conta simplíssima em que o "x - x" tornava desnecessário conhecer o valor da incógnita, mas eu ficava bem impressionado. Mas essa imagem aí nem ao menos tenta disfarçar a banalidade da afirmação. E tem gente que não percebe.
domingo, outubro 15, 2017
Paul em Porto Alegre: a segunda vinda
Sete anos depois de sua primeira apresentação no Beira-Rio, em Porto Alegre, Paul McCartney voltou na sexta-feira 13 com o mesmo vigor, a mesma banda e um repertório parcialmente modificado, mantendo as canções clássicas da parte final. Quem não foi em 2010 teve uma segunda chance de conhecer o que o ex-Beatle e seus músicos têm de melhor a oferecer em termos de energia e musicalidade. Quem quis repetir a experiência com certeza não se decepcionou.
Infelizmente, perdi quase todo o show de abertura dos geniais Frank Jorge e Luciano Albo. Eu pretendia vê-los, mas fui surpreendido por uma fila quilométrica para entrar na Pista Premium, estendendo-se pela Avenida Padre Cacique no sentido centro-bairro e contornando o estacionamento. Mas até que andou depressa. Levei um guarda-chuva velho e quebrado que já sabia que não poderia levar para dentro do estádio e acabou sendo útil, pois os pingos caíam com firmeza. Mas depois a chuva deu várias tréguas e não chegou a ser tão intensa quando no show dos Rolling Stones, por exemplo. Pelo lado de fora, pude ouvir a ovação com que os músicos gaúchos foram recebidos. Entrei a tempo de escutar as duas últimas músicas: "Sob um Céu de Blues", dos Cascavelletes, e "Amigo Punk", da Graforreia Xilarmônica. O público cantou junto com entusiasmo.
Pontualmente às 21 horas, Paul abriu o show com "A Hard Day's Night", em pleno clima de Beatlemania. Já a segunda remeteu à minha adolescência: "Junior's Farm", do tempo dos Wings, compacto simples que comprei aos 14 anos com o dinheiro de minha mesada. Outras antológicas dos anos 70 que se ouviram foram "Jet", "Let Me Roll It", "Nineteen Hundred and Eighty-Five", a linda balada "Maybe I'm Amazed", "Band on the Run" e, numa overdose de pirotecnia (o clímax do show, como já é de praxe), "Live and Let Die". Dos anos 80, somente "Here Today", em homenagem a John Lennon. Do CD mais "recente", como Paul disse em português. carregando propositalmente no "r" com sotaque brasileiro, foram tocadas "Queenie Eye" e "New" (a faixa-título). Em homenagem a sua esposa Nancy, Paul cantou a romântica "My Valentine", de 2012. A mais nova de todas foi "Four Five Seconds". E o restante das três horas foi só Beatles, Beatles e mais Beatles.
Uma curiosidade é que Paul interpretou "In Spite of All The Danger", composição dele e George Harrison que foi gravada originalmente num acetato particular em 1958 e lançada somente em 1995 na série "Anthology". É uma canção dos Beatles que ficou guardada para as gerações mais novas. Uma regra que o músico há tempos quebrou é de só cantar músicas do quarteto de Liverpool em que ele fosse o vocalista original (e, por extensão, o principal compositor). Assim, o público do Beira-Rio escutou "Being for The Benefit of Mr. Kite", de John Lennon, "I Wanna Be Your Man", mais conhecida na voz de Ringo, e "Something", de George Harrison, esta já há bastante tempo no repertório.
A acústica "Blackbird", do Álbum Branco, foi anunciada em português como sendo sobre "direitos humanos", depois Paul emendou em inglês: "civil rights". Ao final, ouviu-se um rápido mas sólido "Fora Temer" no estádio. Além das já citadas, compuseram a "sessão Beatles": "Can't Buy Me Love", "Got to Get You Into My Life", "I've Got a Feeling" (com o guitarrista Rusty Anderson cantando a parte de John, "everybody had a hard year", etc.), "We Can Work it Out", "You Won't See Me", "Love Me Do", "And I Love Her", "Lady Madonna", "Eleanor Rigby", "A Day in the Life", "Obladi Oblada", "Back in the USSR", "Let it Be" (acompanhada por luzes de celulares nas arquibancadas, substituindo o antigo ritual dos isqueiros), "Hey Jude" e, no já conhecido e esperado bis, "Yesterday", "Sgt. Pepper's Reprise", "Helter Skelter" (o momento "heavy metal" do show), "Birthday", "Golden Slumbers", "Carry That Weight" e, para encerrar oficialmente, "The End".
Já faz parte dos shows de Paul um momento de interação com felizardos membros da plateia escolhidos pela produção para subirem no palco. Em 2010, como todos lembram, duas garotas abraçaram o músico e uma delas, que passou a noite toda exibindo um cartaz pedindo um autógrafo no braço para fazer uma tatuagem, teve seu desejo atendido. Outra fã tentou o mesmíssimo expediente na sexta-feira, mas a chance de Paul repetir o procedimento era praticamente nula. Em vez disso, quatro admiradoras vestindo roupas idênticas foram chamadas para dançar em "Birthday". Elas já tinham assistido à passagem de som (um pacote caríssimo para quem quisesse um show extra à tarde) e seguem os shows de Paul no Brasil desde 2013, como disseram ao site Clicrbs.
Quando Paul se apresentou pela primeira vez no Brasil em 1990, um amigo me enviou uma carta para Brasília, onde eu me encontrava temporariamente, e disse que era bem provável que ele voltasse, pois encerrou falando: "Até a próxima!" Era apenas uma frase padrão, mas que acabou se concretizando. Pois o ex-Beatle a pronunciou novamente no final do show em Porto Alegre. Quem sabe? Além do já mencionado Rusty Anderson, fazem parte da banda o tecladista e multi-instrumentista Paul "Wix" Wickens, o baterista Abe Laboriel Jr. e o guitarrista Brian Ray,
Infelizmente, perdi quase todo o show de abertura dos geniais Frank Jorge e Luciano Albo. Eu pretendia vê-los, mas fui surpreendido por uma fila quilométrica para entrar na Pista Premium, estendendo-se pela Avenida Padre Cacique no sentido centro-bairro e contornando o estacionamento. Mas até que andou depressa. Levei um guarda-chuva velho e quebrado que já sabia que não poderia levar para dentro do estádio e acabou sendo útil, pois os pingos caíam com firmeza. Mas depois a chuva deu várias tréguas e não chegou a ser tão intensa quando no show dos Rolling Stones, por exemplo. Pelo lado de fora, pude ouvir a ovação com que os músicos gaúchos foram recebidos. Entrei a tempo de escutar as duas últimas músicas: "Sob um Céu de Blues", dos Cascavelletes, e "Amigo Punk", da Graforreia Xilarmônica. O público cantou junto com entusiasmo.
Pontualmente às 21 horas, Paul abriu o show com "A Hard Day's Night", em pleno clima de Beatlemania. Já a segunda remeteu à minha adolescência: "Junior's Farm", do tempo dos Wings, compacto simples que comprei aos 14 anos com o dinheiro de minha mesada. Outras antológicas dos anos 70 que se ouviram foram "Jet", "Let Me Roll It", "Nineteen Hundred and Eighty-Five", a linda balada "Maybe I'm Amazed", "Band on the Run" e, numa overdose de pirotecnia (o clímax do show, como já é de praxe), "Live and Let Die". Dos anos 80, somente "Here Today", em homenagem a John Lennon. Do CD mais "recente", como Paul disse em português. carregando propositalmente no "r" com sotaque brasileiro, foram tocadas "Queenie Eye" e "New" (a faixa-título). Em homenagem a sua esposa Nancy, Paul cantou a romântica "My Valentine", de 2012. A mais nova de todas foi "Four Five Seconds". E o restante das três horas foi só Beatles, Beatles e mais Beatles.
Uma curiosidade é que Paul interpretou "In Spite of All The Danger", composição dele e George Harrison que foi gravada originalmente num acetato particular em 1958 e lançada somente em 1995 na série "Anthology". É uma canção dos Beatles que ficou guardada para as gerações mais novas. Uma regra que o músico há tempos quebrou é de só cantar músicas do quarteto de Liverpool em que ele fosse o vocalista original (e, por extensão, o principal compositor). Assim, o público do Beira-Rio escutou "Being for The Benefit of Mr. Kite", de John Lennon, "I Wanna Be Your Man", mais conhecida na voz de Ringo, e "Something", de George Harrison, esta já há bastante tempo no repertório.
A acústica "Blackbird", do Álbum Branco, foi anunciada em português como sendo sobre "direitos humanos", depois Paul emendou em inglês: "civil rights". Ao final, ouviu-se um rápido mas sólido "Fora Temer" no estádio. Além das já citadas, compuseram a "sessão Beatles": "Can't Buy Me Love", "Got to Get You Into My Life", "I've Got a Feeling" (com o guitarrista Rusty Anderson cantando a parte de John, "everybody had a hard year", etc.), "We Can Work it Out", "You Won't See Me", "Love Me Do", "And I Love Her", "Lady Madonna", "Eleanor Rigby", "A Day in the Life", "Obladi Oblada", "Back in the USSR", "Let it Be" (acompanhada por luzes de celulares nas arquibancadas, substituindo o antigo ritual dos isqueiros), "Hey Jude" e, no já conhecido e esperado bis, "Yesterday", "Sgt. Pepper's Reprise", "Helter Skelter" (o momento "heavy metal" do show), "Birthday", "Golden Slumbers", "Carry That Weight" e, para encerrar oficialmente, "The End".
Já faz parte dos shows de Paul um momento de interação com felizardos membros da plateia escolhidos pela produção para subirem no palco. Em 2010, como todos lembram, duas garotas abraçaram o músico e uma delas, que passou a noite toda exibindo um cartaz pedindo um autógrafo no braço para fazer uma tatuagem, teve seu desejo atendido. Outra fã tentou o mesmíssimo expediente na sexta-feira, mas a chance de Paul repetir o procedimento era praticamente nula. Em vez disso, quatro admiradoras vestindo roupas idênticas foram chamadas para dançar em "Birthday". Elas já tinham assistido à passagem de som (um pacote caríssimo para quem quisesse um show extra à tarde) e seguem os shows de Paul no Brasil desde 2013, como disseram ao site Clicrbs.
Quando Paul se apresentou pela primeira vez no Brasil em 1990, um amigo me enviou uma carta para Brasília, onde eu me encontrava temporariamente, e disse que era bem provável que ele voltasse, pois encerrou falando: "Até a próxima!" Era apenas uma frase padrão, mas que acabou se concretizando. Pois o ex-Beatle a pronunciou novamente no final do show em Porto Alegre. Quem sabe? Além do já mencionado Rusty Anderson, fazem parte da banda o tecladista e multi-instrumentista Paul "Wix" Wickens, o baterista Abe Laboriel Jr. e o guitarrista Brian Ray,
quinta-feira, outubro 12, 2017
A volta de Paul McCartney
Da primeira vez em que publiquei esta foto aqui no Blog, dei uma informação errada. O disco na "eletrola" não era "I Want to Hold Your Hand", como eu pensava. Nem sei se levei esse disco para a praia de Atlântida, onde a foto foi tirada por minha mãe. Era outro compacto dos Beatles: "Long Tall Sally", com vocal de Paul McCartney. Até na beira-mar, em plena areia, esse disco tocou. Afinal, o aparelho era portátil e funcionava a pilhas.
E Paul McCartney, quem diria, está de volta a Porto Alegre. Da primeira vez já parecia bom demais, então quem poderia imaginar uma segunda vinda sete anos depois? Hoje moro ainda mais perto do Beira-Rio, onde ele se apresentará novamente amanhã. O único senão é que, ao que tudo indica, teremos uma chuva torrencial como a de ontem e de hoje. Mas já tivemos um bom "treino" com os Rolling Stones. É só preparar as capas de chuva e vamos lá! Bem vindo mais uma vez, Sir Paul!
E Paul McCartney, quem diria, está de volta a Porto Alegre. Da primeira vez já parecia bom demais, então quem poderia imaginar uma segunda vinda sete anos depois? Hoje moro ainda mais perto do Beira-Rio, onde ele se apresentará novamente amanhã. O único senão é que, ao que tudo indica, teremos uma chuva torrencial como a de ontem e de hoje. Mas já tivemos um bom "treino" com os Rolling Stones. É só preparar as capas de chuva e vamos lá! Bem vindo mais uma vez, Sir Paul!
quinta-feira, outubro 05, 2017
A volta de "1973, o Ano que Reinventou a MPB"
Para quem perdeu de comprar na primeira vez, o livro "1973, o Ano que Reinventou a MPB", organizado por Célio Albuquerque, está voltando. Já pode ser encomendado nas principais livrarias on-line. Breve também nas lojas físicas. Cliquem aqui para ver fotos da sessão de autógrafos de que participei em São Paulo em fevereiro de 2014. E assistam abaixo a uma entrevista concedida por Célio a Humberto Pinheiro, do programa Viva Domingo, na TV Povo de Fortaleza, juntamente com os dois cearenses que colaboraram com a obra: Marcos Sampaio e a cantora Mona Gadelha.
segunda-feira, outubro 02, 2017
Extremos
Está cada vez mais difícil ser ponderado e ter uma opinião equilibrada. Se você é de esquerda, tem que ser radicalmente contra a redução da maioridade penal e a favor da nudez indiscriminada. Se você é de direita, tem que pensar exatamente o oposto nos dois casos. Sobre a maioridade penal, já opinei aqui. Sobre a nudez, o que penso é muito simples: sou a favor da censura por idade. Isso vale também para aquela exposição do Santander. Certas coisas as crianças realmente não devem ver. Mas não sou a favor da censura que fecha ou proíbe uma mostra, filme ou peça de teatro. Pode ser assim ou sou obrigado a me alinhar aos radicais de um ou outro extremo?