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segunda-feira, junho 30, 2014
Bom CD instrumental de Tony Babalu
O veterano guitarrista Tony Babalu, de São Paulo, iniciou sua carreira nos anos 70. Uma passagem marcante de seu currículo foi a participação em discos da lendária banda paulistana Made in Brazil, sendo inclusive co-autor de faixas do LP Pauliceia Desvairada, de 1978. Live Sessions at Mosh, como diz o título em inglês, foi gravado "ao vivo" no estúdio Mosh, o que significa dizer que os músicos tocaram todos juntos, ao mesmo tempo, como num show. Para demonstrar isso, o CD inclui um vídeo em MP4 em que a banda aparece interpretando "Valsa à Paulistana", a primeira faixa do álbum, com quase nove minutos de duração.
Das seis músicas do álbum, apenas duas ficam em menos de oito minutos - no caso, ambas com menos de cinco: "Pompeia's Groove" e "Vecchione Brothers". A segunda, como se pode deduzir, é uma homenagem aos irmãos Oswaldo e Celso, do Made in Brazil. Nenhuma surpresa, portanto, que seja um rock direto 4/4 na melhor tradição do grupo citado. "Suzi" se estende em exatos nove minutos, uma bonita balada num clima meio jazz. "Brazilian Blues" é um blues suave com quase doze minutos de duração. A mesma leveza se ouve em "Halley 86", essa mais suingada, faltando pouco para fechar nove minutos. É notório o entrosamento entre os instrumentistas. Além de Tony, tocam Franklin Paolillo na bateria, Adriano Augusto nos teclados e Leandro
Gusman no baixo. O álbum é lançamento do selo Amellis
Records, com distribuição da Tratore. Recomendado para quem curte boa música instrumental.
Todos os álbuns de estúdio da discografia oficial do ABBA foram relançados em edições de luxo em CD, cada uma delas incluindo faixas-bônus, DVD e livreto. Saíram aos poucos, ao longo dos anos, não necessariamente na mesma ordem cronológica dos discos originais. Mas agora a coleção está completa. Assim que tiver tido tempo de analisar com calma cada um desses títulos, pretendo publicar um comentário bem detalhado aqui no Blog.
Já há bastante tempo não tenho mais o mesmo interesse por futebol que tinha nos anos 70. Mesmo assim, arrependo-me de não ter ao menos tentado conseguir ingressos para os jogos em Porto Alegre. Eu moro perto do Beira Rio, seria facílimo para mim ir até lá. Hoje pela manhã, estava em dúvida se fazia ou não a minha caminhada. Mas acabei me animando. Fui até a Praça Itália, ao lado do Shopping Praia de Belas, perto do meu antigo endereço. Ali, como ontem, estava parado um helicóptero da Brigada Militar. Só que hoje ele decolou, pousou e subiu de novo. Foi aí que lamentei não estar com minha máquina fotográfica. Valeria a pena até gravar um vídeo. Logo surgiu outra novidade que me fez sentir falta da câmera. Em meio à multidão que caminhava pela Av. Borges de Medeiros em direção ao Beira-Rio, surgiu um caminhão de som com um animador falando e cantando músicas num idioma estrangeiro. Em torno do veículo, um grupo dançava e cantava junto, com entusiasmo. Eram holandeses. Quem diria: no meio de Porto Alegre, um pedacinho da Holanda se movimentava em direção ao estádio. Depois de fazer meu exercício por uma hora, passei no supermercado. Saí pela Av. Getúlio Vargas, carregando minhas sacolas. De repente, avistei outra turma de torcedores, vestidos de verde-amarelo, saindo de um pub. Seguiram por um bom tempo na mesma direção que eu. Bebiam cerveja e cantavam: "Olé olé olé olé... we are Aussies!" Dessa vez eram australianos, sorrindo e acenando com simpatia a todos na rua. Alguns portoalegrenses pediam para tirar foto com eles. Ao entrar na Barbedo, ainda me virei para um deles e disse "g'day mate", mas falei baixo demais. Ninguém ouviu. Bonito esse congraçamento. Fico feliz de ver essa troca de boas energias entre povos de diferentes países. Tomara que continue assim. Sobre o jogo de ontem, achei que o México fez por merecer o empate fora de casa, pela persistência e espírito de equipe que demonstrou. Nunca estive no país deles, mas quem já foi garante que eles têm um carinho imenso pelos brasileiros. Pois espero que tenha sido correspondido aqui.
Antes tarde do que nunca, vai aqui o registro do evento de quarta-feira à noite, dia 11, na Livraria Saraiva do Shopping Praia de Belas, em Porto Alegre. Era uma "Entrevista Poética" com Kledir (no centro), comandada por Diego Petrarca (à esquerda) e Lorenzo Ribas (à direita). O músico de Pelotas falou sobre sua carreira paralela de escritor. Sua atuação como cronista teve início no Brazilian Voice, jornal para brasileiros editado nos Estados Unidos. Desde então, já publicou três livros: "Tipo Assim" (2003), "O Pai Invisível" (2006) e o lançamento recente "Crônicas Para Ler na Escola". Embora os entrevistadores não soubessem - mas eu citei na abertura para perguntas, ao final - ele também escreveu com Kleiton a obra "Letra e Música", como parte de uma oficina de composição montada originalmente em Curitiba, no começo dos anos 2000. Em um momento marcante da noite, ao se lembrar do jogador Sócrates, que gostava de suas crônicas, Kledir se emocionou e começou a chorar. Depois desculpou-se, dizendo que era muita emoção acumulada após a morte de Fernandão. Houve um instante de descontração quando ele contou do dia em que o irmão Kleiton se apresentou para Elis Regina dizendo: "Eu sou gaúcho!" E a cantora, já meio alta, respondeu: "Grande merda!" Mas acabaram ficando amigos.
Ao final, como de praxe, houve uma rápida sessão de fotos e autógrafos. Aqui estamos eu, Kledir e Cleia. O fato de ser véspera de Dia dos Namorados e também de jogo do Brasil pode ter prejudicado um pouco a divulgação do evento. Havia algumas cadeiras vazias. Mas teve show de Kleiton e Kledir no dia seguinte, depois da partida, no Anfiteatro Pôr do Sol. Esse atraiu uma multidão.
Nassif Nagib Murr organizava a agenda dos Almôndegas em 1976. Mas também trabalhava no Pio XII, o colégio em que eu estudava. Ficava na secretaria e nos corredores, mantendo a disciplina dos alunos. Olhava para nós com cara de brabo, para impor respeito. Conversamos um pouco sobre os velhos tempos, depois fiz questão de tirar essa foto com ele. Grande Nassif!
Heloísa Tapajós era uma amiga virtual que conheci há mais de dez anos em um grupo de discussão do Yahoo. Foi casada com o músico Paulinho Tapajós, falecido no ano passado, e era irmã dos músicos Dadi e Mu e do produtor musical Sérgio Carvalho. Nunca nos encontramos pessoalmente, mas tivemos um contato maior quando colaborei com informações para um verbete do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Para saber mais sobre o trabalho que ela realizava como pesquisadora, vale a pena ler a entrevista que ela concedeu a Daniela Aragão, clicando aqui. Na foto acima, tirada no dia 23 de janeiro, ela aparece com Célio Albuquerque, Marcelo Fróes, Sérgio Carvalho e Ricardo Moreira, na noite de autógrafos do livro "1973, o Ano que Reinventou a MPB" na Livraria da Travessa, no Rio de Janeiro. Lozinha, como os amigos a chamavam, morreu anteontem, dia 6, de complicações cardíacas.
Jornalista free-lancer apaixonado por música. Minhas colaborações mais frequentes foram para o International Magazine, mas já tive matérias publicadas em Poeira Zine e O Globo. Também já colaborei com os sites Portal da Jovem Guarda e Collector's Room. Em 2022, publiquei "Kleiton & Kledir, a biografia". Aqui no blog, escrevo sobre assuntos diversos.