Ontem consegui dar uma passada rápida na Feira do Livro de Porto Alegre, em seu segundo dia. Eu estava com o Iuri em nossa caminhada, então não pude ficar muito. Mas comprei o livro do Claudinho Pereira, "Na Ponta da Agulha". Numa ligeira folheada, parece ser um guia histórico da noite de Porto Alegre. Cada capítulo tem de duas a três páginas sob o título de alguma saudosa casa noturna ou point da cidade. Aparece até uma foto dos Herman's Hermits tocando no La Locomotive. Senti falta de algum relato do tempo em que Claudinho aparecia bastante na TV Difusora, no quadro de Fernando Vieira, no Portovisão, e chegou a apresentar um programa com Fernando, Juarez Fonseca e o cantor Hermes, do Impacto: o "Discoteca 79", depois rebatizado de "O Som da Discoteca". Se isso está no livro, me escapou. Ainda vou lê-lo com calma.
P.S.: Se eu tivesse realmente lido com calma, veria que eu sou citado no livro! O jornalista Juarez Fonseca contribui com um depoimento de três páginas sobre a "Discoberta do Brasil", noites de música brasileira que ele comandava na boate Looking Glass em 1978. Na página 137, ele escreve: "O pesquisador Emílio Pacheco, memória detalhista da movimentação musical portoalegrense dos anos 70 para cá, postou no Facebook, em março de 2012, o fac-símile do texto que publiquei em minha coluna de sábado (19 de agosto de 1978) sobre a primeira Discoberta:..." Pô, Juarez, que honra, muito obrigado!
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A proximidade do show do Kiss em Porto Alegre me estimulou a conferir mais alguns livros sobre o grupo. Talvez depois eu os comente com mais detalhes aqui no Blog. Já estou bem adiantado na minha leitura da autobiografia do baterista original da banda, Peter Criss, intitulada "Makeup to Breakup" (um trocadilho com a expressão "make up to break up", que quer dizer "fazer as pazes para brigar", enquanto "makeup" quer dizer "maquiagem"), escrita com Larry Sloman. Há alguns meses, terminei de ler a do guitarrista Ace Frehley, "No Regrets". Também já dei umas olhadas em "Kiss FAQ: All That's Left to Know About the Hottest Band in The Land", do especialista em Kiss Dale Sherman, e "Kiss Album Focus: the Kings of the Night Time World 1972-1982", de Julian Gill. Diante de uma visão cristalina dos primórdios do quarteto em Nova York, em especial nos anos de 1973 e 1974, obtida em várias obras diferentes, fica difícil entender como alguns ainda insistem naquela tese totalmente estapafúrdia de a maquiagem do conjunto ter sido copiada dos Secos e Molhados.
Também relacionado ao Kiss, embora com outro foco, é o meu audiobook do momento: "And Party Every Day: The Inside Story of Casablanca Records", de Larry Harris, Curt Gooch e Jeff Suhs. Harris foi vice-presidente da gravadora, que começou pequena e acabou crescendo graças não só ao Kiss mas também a outros artistas como Donna Summer e Parliament. Sobre a cantora, uma curiosidade: o primeiro single dela, "Love to Love You Baby", foi oferecido ao selo como parte de um projeto do produtor Giorgio Moroder. Donna havia sido convidada para cantar na demo, mas apenas por ser uma vocalista de estúdio. A ideia de Moroder era colocar outra intérprete no disco. Foi o proprietário da Casablanca, Neil Bogart, quem insistiu que a música teria que sair com a própria Donna Summer. E assim criou-se uma lenda.
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Na semana passada, paguei os encargos derradeiros para a compra do meu apartamento. Agora é esperar. Ainda vai demorar um pouco, mas breve receberei a notícia de que o imóvel está pronto para ser ocupado. Aí, terá chegado o momento de arregaçar as mangas e... Mas vai valer a pena no final.
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Infelizmente não poderei ir ao show de músicos gaúchos na Redenção ao meio-dia, mas quem puder, vá! Bom domingo a todos!