Real Kastelão
Esta foto não é minha, nem o chaveiro. Peguei a imagem da Internet. Mas é para lembrar o supermercado que um dia se chamou Real Kastelão. Ultimamente era o "Nacional do Menino Deus", na José de Alencar esquina Gonçalves Dias. Fechou na semana passada. O último dia de funcionamento era para ter sido domingo, dia 29, mas, pelo que eu soube, encerrou as atividades já na quinta-feira. O povo adora aproveitar uma liquidação de verdade e não deve ter sobrado quase nada que justificasse mantê-lo aberto por mais três dias.
A opinião generalizada nas redes sociais era de que o Nacional da José de Alencar estava decadente. Não sei. Confesso, e reconheço que estou errado, que sou muito desligado para observar prazos de validade de produtos. Na minha infância e adolescência, que eu lembre, essas indicações não existiam. E de qualquer forma eu gostava de fazer compras de vez em quando no Nacional. Lá eu achava produtos que não encontrava no Zaffari, por exemplo. Gostava de ter a alternativa. Até no Tradicional e no Pezzi (mais longe pra mim, mas perto da casa do meu filho) eu vou de vez em quando. Os supermercados se completam.
Mas lembro dos tempos áureos do Kastelão. Minha irmã se mudou para a Múcio Teixeira em 1975, quando eu tinha 14 anos. Às vezes eu ficava um tempo na casa dela e dava uma passada no Kastelão. Também ficou registrado na memória um "flash" do tempo em que eu tinha aula no centro, mas Educação Física no Centro Esportivo do Menino Deus. Eu e um colega desembarcamos do ônibus na José de Alencar e, quando entramos na Gonçalves Dias, vimos um aviso ao lado do Kastelão: "Recepção de garrafas". Rimos muito imaginando os vasilhames sendo recebidos com toda a pompa e circunstância. Ah, os velhos tempos das garrafas retornáveis de vidro. Mas não tenho saudade. Nem das sacolas de compras de papel pardo, mais difíceis de transportar.
Também tenho lembranças do restaurante do Nacional. Frequentei algumas vezes no final do século e novamente a partir de 2013, quando me mudei para este apartamento. Na área interna do supermercado, chegou a haver por muito tempo uma locadora de vídeo, uma farmácia e uma loja de acessórios de impressoras. E outras que não lembro. No restaurante, fui pela última vez antes da pandemia. Soube depois que fechou em seguida e nunca mais reabriu.
Foi um Nacional que fechou (e também um em Teresópolis), mas, para mim, é como se fosse o Kastelão. Vou sentir falta. E não posso ser acusado de "só valorizar quando perde", nesse caso. Como eu disse, eu gostava de comprar lá e ia bastante. Pelo que foi divulgado, os empregados terão chance de ir para outras unidades. Mas três caixas com quem falei rapidamente disseram que iriam sair, mesmo. Boa sorte para todos.