sexta-feira, janeiro 10, 2025

O fim do Par Perfeito

Com o final do ano, acabou também o Par Perfeito, a versão brasileira do Match.com. Imagino que tenha sido, entre outras coisas, pela popularidade do Tinder.

Eu usei o Par Perfeito algumas vezes. E, antes dele, o Almas Gêmeas, também de saudosa memória. Por um lado, o site de namoro virtual tira aquela magia, aquele mistério, aquele jogo de sedução que antecede o começo de um relacionamento. Aquela dúvida: será que ela está a fim? Tenho chance com ela? Por outro lado, ele agiliza o contato entre pessoas sozinhas que querem encontrar alguém. Quando afinal começa um namoro, fica a impressão de que aquele patético ritual de ficar virando as páginas como quem examina um menu de mulheres (ou homens, para quem busca pessoas desse gênero), no fim, valeu a pena. Hoje me dou conta que os namoros mais longos que tive depois que me separei foram com mulheres que conheci no Par Perfeito. Com exceções, mas foram.

O Par Perfeito rendeu até o título de uma música, embora só agora eu esteja revelando isto. "Elektranight", minha parceria com Rogério Ratner que está no CD Canções Para Leitores com vocal de Rafael Brasil, era o apelido de uma namorada que conheci no site em 2003, como se vê acima. O namoro durou pouco, mas tivemos um reencontro em 2008 e ali ficamos um ano juntos. A letra foi feita em 2004, depois de nossa primeira fase, e ela chegou a conhecer a composição pronta. Não sei se ouviu a gravação do CD. Escutem-na clicando aqui.

quarta-feira, janeiro 08, 2025

Uma lembrança

No tempo eu que eu escrevia para o saudoso International Magazine, de vez em quando o editor Marcelo Fróes me avisava com antecedência de alguma entrevista que poderia me interessar. E me dava a chance de colaborar com perguntas. Depois, aparecia no crédito: "Colaborou Emílio Pacheco". Assim foi com Sérgio Hinds (do Terço) e Rick Wright (Pink Floyd). Se minha contribuição fosse significativa, eu era creditado em igualdade de condições com ele, com se tivéssemos participado juntos. Assinamos em parceria as entrevistas com Renato Barros (de Renato e Seus Blue Caps) e Ralf Hütter (do Kraftwerk), embora apenas o Marcelo tenha conversado com os músicos. 

Mas também houve um momento em que minha colaboração foi mínima. Marcelo me avisou que iria entrevistar Erasmo Carlos. Como é amplamente sabido que Roberto e Erasmo assinavam as músicas juntos mesmo quando não tivessem sido feitas efetivamente em parceria (o mesmo caso de Lennon e McCartney), sugeri a ele que perguntasse se havia alguma música só do Roberto gravada pelo Erasmo e vice-versa. A pergunta foi feita. Erasmo citou "Sou fã do monoquíni" como exemplo de composição dele gravada por Roberto. Pensou um pouco e mencionou "É preciso dar um jeito, meu amigo" como o caso contrário. 

Pois a música só de Roberto gravada por Erasmo ganhou evidência graças à sua utilização no filme "Ainda Estou Aqui", de 2024. Aproveito para mandar, antes tarde do que nunca, parabéns à atriz Fernanda Torres por sua premiação no Globo de Ouro. E como esta é a primeira postagem de 2025, desejo também um Feliz Ano Novo aos leitores do Blog.