Fim do horário de verão
Meu pai contava uma história curiosa do seu tempo de advogado. Uma testemunha da acusação descrevera ter avistado um empregado cometendo um delito na rua às 7 da noite, graças às luzes dos carros que passavam. No dia da audiência seguinte, meu pai viu o horário num relógio de rua e pensou estar uma hora atrasado, tendo efetivamente faltado ao compromisso. Mas um senhor na rua o tranquilizou, dizendo que os ponteiros ainda não tinham sido alterados para o inverno e estavam adiantados. Foi a deixa para que ele se desse conta: o fato narrado teria acontecido no verão. Pelo horário especial, ainda haveria luz do sol às 7 da noite. Com esse argumento, ele conseguiu provar que o testemunho em questão era falso e seu cliente ganhou a causa.
O horário de verão foi reinstituído no Brasil no final de 1985. Eu tinha 24 para 25 anos, ainda corria praticamente todos os dias e adorei a mudança. Saía do trabalho às 6, deitava por cerca de uma hora, depois ia fazer meu exercício. Mas o tempo passou e hoje já não sei dizer se o horário de verão me agrada ou desagrada. Talvez, um pouco dos dois. Como raramente preciso levantar cedo, ele já não faz tanta diferença assim. Diria que meu organismo se acostumou às pequenas variações de rotina. Mas fico contente quando ele termina. Posso cochilar mais um pouco. E a manhã fica maior.
Hoje é a noite em que, como por mágica, todos ganhamos uma hora a mais. Teremos "duas meias-noites", o que matematicamente deveria ser uma noite inteira. Aproveitem! Por fim, um dado que sempre lembrarei é que meu filho nasceu às 17 e 5, horário de verão. Os momentos marcantes a gente não esquece.
P.S.: Eu estava enganado. Não são duas "meias-noites". São duas 11 da noite, na verdade. O relógio do meu computador foi de 23:59 para 23:00. Voltou no tempo. Talvez isso signifique que eu possa fazer de novo algo que eu tenha errado na hora anterior. Uma segunda chance...
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