sexta-feira, janeiro 16, 2015

Estarrecido

Quem me conhece sabe que eu sou contra o mero uso de drogas ilegais, que dirá o tráfico. E com certeza não sou a favor da impunidade. Mas punição é uma coisa, pena de morte é outra! E o que me deixa verdadeiramente estarrecido é a quantidade de pessoas que aplaude a execução desse traficante brasileiro na Indonésia! O que é isso? O que está acontecendo com nosso povo? Parece que estão todos revoltados, amargos, com gana de sangue! Dilma fez a parte dela com um telefonema, tentando pedir clemência. Não deu certo.

Quando me perguntam minha posição sobre a pena de morte, respondo que sou contra. Que existem pessoas que merecem morrer, mas que o ser humano não tem virtude suficiente para decidir quem deve ou não ser executado. Mas nesse caso, não vejo motivo para uma medida tão extrema.

É difícil argumentar nessa questão porque nem todos têm o que eu chamo de "discernimento fino". Entender que ser contra a execução desse rapaz não significa defender o tráfico ou a impunidade. Só sei que me sinto muito mal em saber que um brasileiro vai morrer nas mãos da justiça da Indonésia. E me sinto ainda pior de constatar que há conterrâneos regozijando por isso.

Como dizia Roberto Carlos em 1971: "Meu amigo, volte logo / venha ensinar meu povo / que o amor é importante / vem dizer tudo de novo..."

9 Comments:

Blogger José Elesbán said...

Pois é: "Parece que estão todos revoltados, amargos, com gana de sangue."
Isso ai. Triste.

11:53 PM  
Blogger Emilio Pacheco said...

Este comentário foi removido pelo autor.

6:18 AM  
Blogger Emilio Pacheco said...

Este comentário foi removido pelo autor.

6:19 AM  
Blogger Emilio Pacheco said...

Tem gente que tem tanto ódio da Dilma que a está criticando por "ter perdido tempo defendendo um criminoso". Quando eu soube que somente um telefonema da Presidenta teria chance salvar o condenado, pensei comigo mesmo se ela seria desumana a ponto de se omitir. Não me decepcionou. Acho que qualquer outro Presidente teria feito a mesma coisa. Como bem observou um amigo meu, o fato de ser a lei do país não justifica que se aceite a pena, pois na Alemanha Nazista, era lícito matar judeus.

6:19 AM  
Anonymous Italo said...

Emílio, sempre sensato. Essa tua frase resumiu tudo: "Parece que estão todos revoltados, amargos, com gana de sangue."

Isso é reflexo ainda do clima de guerra eleitoral.

Também que é fruto da violência que a população sofre há tantas décadas. Não só violência de roubos, mas violência política, violência de idéias. Veja o aumento que o nosso governador deu a si próprio e a penúria que as instituições estaduais enfrentam.

Nessas horas de tanta desesperança há o perigo de surgir um Stalin, um Hitler, um Mussolini, militares...

7:20 PM  
Blogger Unknown said...

Emílio,
não vejo diferença, senão na questão ideológica, entre chamar um embaixador de um país que aplica a pena de morte para um brasileiro e para qualquer outro. Por que não chamar o embaixador dos EUA, então? A Indonésia um país soberano, com justiça independente e que seguiu o devido processo legal.
Além disso, não foi feita qualquer crítica pela esquerda por eles soltarem os muçulmanos acusados da chacina na boate em Bali, esse sim, crime de gravidade inquestionável.

3:12 PM  
Blogger Emilio Pacheco said...

Mantenho o que disse. Já ouvi mil vezes esse argumento de que a Indonésia seguiu sua lei. Isso não me impede de me indignar. Mais ainda com quem acha que a punição é justa e que o Brasil deveria adotá-la. Como bem observou um usuário do Facebook:Pela mesma razão eu não posso respeitar uma lei que legaliza e recomenda o apedrejamento de uma mulher difamada como "adúltera", só porque o tribunal do país em causa é autônomo e "legítimo".

Quanto a outros fatos, não vêm ao caso e não influem na minha opinião sobre essa questão específica. Já teve gente lembrando que, no Brasil, os traficantes é que executam os agentes da lei. Isso não muda o que eu penso sobre a execução do traficante brasileiro na Indonésia.

4:35 PM  
Anonymous Chittolina said...

eu sou a favore ele não pensou na música do Roberto Carlos,na hora do tráfico ,prejudicando uma familia,um jovem com futuro.se o fato de o ser humano não tem virtude,tem professor que não poderia dar reprovar aluno,médico clinicar e por aí vai

3:15 AM  
Blogger Emilio Pacheco said...

Decidir sobre tirar ou não a VIDA de alguém é algo muito sério e o ser humano não é perfeito o suficiente para tomar essa decisão.

9:28 AM  

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