Estarrecido
Quando me perguntam minha posição sobre a pena de morte, respondo que sou contra. Que existem pessoas que merecem morrer, mas que o ser humano não tem virtude suficiente para decidir quem deve ou não ser executado. Mas nesse caso, não vejo motivo para uma medida tão extrema.
É difícil argumentar nessa questão porque nem todos têm o que eu chamo de "discernimento fino". Entender que ser contra a execução desse rapaz não significa defender o tráfico ou a impunidade. Só sei que me sinto muito mal em saber que um brasileiro vai morrer nas mãos da justiça da Indonésia. E me sinto ainda pior de constatar que há conterrâneos regozijando por isso.
Como dizia Roberto Carlos em 1971: "Meu amigo, volte logo / venha ensinar meu povo / que o amor é importante / vem dizer tudo de novo..."
9 Comments:
Pois é: "Parece que estão todos revoltados, amargos, com gana de sangue."
Isso ai. Triste.
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Tem gente que tem tanto ódio da Dilma que a está criticando por "ter perdido tempo defendendo um criminoso". Quando eu soube que somente um telefonema da Presidenta teria chance salvar o condenado, pensei comigo mesmo se ela seria desumana a ponto de se omitir. Não me decepcionou. Acho que qualquer outro Presidente teria feito a mesma coisa. Como bem observou um amigo meu, o fato de ser a lei do país não justifica que se aceite a pena, pois na Alemanha Nazista, era lícito matar judeus.
Emílio, sempre sensato. Essa tua frase resumiu tudo: "Parece que estão todos revoltados, amargos, com gana de sangue."
Isso é reflexo ainda do clima de guerra eleitoral.
Também que é fruto da violência que a população sofre há tantas décadas. Não só violência de roubos, mas violência política, violência de idéias. Veja o aumento que o nosso governador deu a si próprio e a penúria que as instituições estaduais enfrentam.
Nessas horas de tanta desesperança há o perigo de surgir um Stalin, um Hitler, um Mussolini, militares...
Emílio,
não vejo diferença, senão na questão ideológica, entre chamar um embaixador de um país que aplica a pena de morte para um brasileiro e para qualquer outro. Por que não chamar o embaixador dos EUA, então? A Indonésia um país soberano, com justiça independente e que seguiu o devido processo legal.
Além disso, não foi feita qualquer crítica pela esquerda por eles soltarem os muçulmanos acusados da chacina na boate em Bali, esse sim, crime de gravidade inquestionável.
Mantenho o que disse. Já ouvi mil vezes esse argumento de que a Indonésia seguiu sua lei. Isso não me impede de me indignar. Mais ainda com quem acha que a punição é justa e que o Brasil deveria adotá-la. Como bem observou um usuário do Facebook:Pela mesma razão eu não posso respeitar uma lei que legaliza e recomenda o apedrejamento de uma mulher difamada como "adúltera", só porque o tribunal do país em causa é autônomo e "legítimo".
Quanto a outros fatos, não vêm ao caso e não influem na minha opinião sobre essa questão específica. Já teve gente lembrando que, no Brasil, os traficantes é que executam os agentes da lei. Isso não muda o que eu penso sobre a execução do traficante brasileiro na Indonésia.
eu sou a favore ele não pensou na música do Roberto Carlos,na hora do tráfico ,prejudicando uma familia,um jovem com futuro.se o fato de o ser humano não tem virtude,tem professor que não poderia dar reprovar aluno,médico clinicar e por aí vai
Decidir sobre tirar ou não a VIDA de alguém é algo muito sério e o ser humano não é perfeito o suficiente para tomar essa decisão.
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