Pedalando em casa
Só que houve um período em que eu tive que suspender a corrida. Como não queria ficar totalmente sem exercício, optei pela atividade indicada quando se tem tendinite: a bicicleta. Mas não quereria andar na rua. Fazia pouco tempo que eu tinha feito um teste ergométrico em uma bicicleta estacionária e pensava em comprar uma igual. Mas o modelo profissional de academias era caro e não se encontrava para vender nas lojas. Optei por um Caloicicle, mesmo. Simples, com opção para movimento "vai-vem" do guidão, mas iria me servir. Nunca esqueci que a compra foi feita na semana em que meu pai faleceu.
Como a experiência de ficar pedalando no lugar pode ser um tanto maçante, era normal que eu procurasse amenizá-la ouvindo música. Só que, em 84, o máximo de audição ininterrupta que eu conseguia era 45 minutos, ou seja, um lado de fita de 90 minutos. (As fitas de 120 minutos, além de difíceis de achar, rebentavam facilmente e não eram recomendadas.) Fiz uma seleção musical que começava com "Too Late For Goodbyes", do Julian Lennon. Nunca me ocorreu ligar um rádio, até porque eu não tinha nenhum conectado ao meu equipamento de som. Anos depois, sempre que aparecia uma novidade em áudio ou vídeo com mais tempo de duração, como videocassete e CD, eu logo pensava: eu poderia ter usado isso nos meus exercícios em casa, se já existisse.
Não corro mais há muito tempo. Mas, em 2011, decidi levar a sério minhas caminhadas. E hoje existe essa maravilha que é o iPod, que me acompanha sempre. Sigo escutando meus audiobooks e, quando resolvo diversificar, troco para música. Só que aquela tendinite ressurgiu. Ela já vinha me incomodando desde 2010, mas havia dado uma trégua, em especial quando consegui baixar um pouco de peso. Mas agora voltou. Então tive a ideia: por que não recorrer novamente à bicicleta estacionária? Se foi uma boa alternativa para a corrida, substituirá melhor ainda a caminhada, já que não estou mais preocupado com tempos e preparo físico. Só quero queimar calorias, nada mais. Meu Caloicicle ainda deve estar em algum lugar na casa do meu filho, mas ficou velho e enferrujado. Desta vez investi num modelo melhor.
Em 1984 eu ajustava o pedal para ficar bem resistente, já que eu era jovem e magro. Hoje não tenho mais aquela vitalidade toda, então deixo a pedalada bem solta, mesmo. E posso trazer a bicicleta para o meio da sala e escutar algum CD, assistir a algum DVD ou Blu-ray ou até, se for o caso, optar pelo iPod, mesmo, em horários de silêncio. O mecanismo em si do pedal é relativamente silencioso. Mas meu objetivo é o mesmo dos 23 anos: curar a tendinite e voltar às ruas. A partir daí, a bicicleta ficará como paliativo para dias de chuva ou quando eu estiver com meu filho, se quiser aproveitar enquanto ele dorme. O site da Athletic tem um plano de exercícios conforme minhas características, mas quando o formulário perguntou minha extensão de cintura e quadril eu não soube responder. Deixa pra depois.
2 Comments:
Emílio, já viu a polêmica que deu com o Santana? Foi chamado de racista.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/colunista-diz-que-punta-del-este-e-um-paraiso-em-que-nao-ha-sequer-um-negro/
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/12/paulo-sant-ana-o-ceu-de-punta-4671800.html
Você tem sempre comentários sensatos, bem que podia escrever algo sobre...
Já vi, sim, e já pensei em escrever a respeito. Sant'ana não é racista coisa nenhuma, sempre se declarou "mulateiro" (homem que gosta de mulatas), já foi casado com uma negra e, em 1977, denunciou um caso de racismo em que uma negra havia sido eleita Miss Passo Fundo e o presidente de mesa forçou a barra para que ela não recebesse o título.
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