domingo, novembro 20, 2011

Mais evoluções no mercado de vídeo

Quando comprei meu aparelho de videodisco (laserdisc) no final de 1990, meu plano era, com o tempo, adquirir um monitor para usar com ele. Eu tinha um televisor 16 polegadas que quebrava o galho, mas sabia que não estava aproveitando o melhor da qualidade de imagem. Como o som era alimentado diretamente no meu equipamento Technics e a programação da televisão era vista no televisor da sala, eu não teria uso nenhum para o sintonizador de canais, nem para o alto-falante. Logo, só precisaria mesmo de um tubo de imagem, nada mais. Mas um amigo me informou que, embora até existisse um modelo de monitor dedicado para equipamentos de vídeo, era tão caro que valia mais a pena comprar logo um televisor novo. E foi o que fiz. Hoje todos os televisores vendidos no Brasil vêm com sistema NTSC (e PAL-M também, claro), mas naquela época, só alguns. Fiz questão de achar um que tivesse, para não perder qualidade de cor com a transcodificação.

Lá se vão 21 anos. Na semana passada, vi um modelo de monitor para uso tanto com computador quanto com equipamentos de vídeo que me deixou bem interessado. Visualmente, ele se assemelha a esses televisores modernos de tela larga e plana que hoje estão se tornando o padrão. Mas é mais barato do que um televisor. Estou seriamente pensando em dar uma pesquisada e, talvez, comprar um desses. No Brasil, os sistemas de TV por assinatura funcionam com um decodificador de canais que alimenta som e imagem de forma direta. Não é como nos Estados Unidos em que os televisores são "cable-ready", isto é, eles próprios decodificam os canais da TV a cabo. E o som pode entrar direto no equipamento. Você mesmo pode estar usando o seu televisor apenas como monitor e nem ter percebido isso. Se você tem TV por assinatura e home theater, não está usando nem o sintonizador de canais, nem o alto-falante do seu televisor. Logo, ele foi relegado à condição de monitor.

Na verdade, antes de renovar meu equipamento de áudio e vídeo, eu tenho que me mudar para um apartamento mais espaçoso. Porque o meu sonho mesmo é investir num bom home theater e desfrutar dos recursos do áudio 5.1. Aí, claro, vou me render ao canto de sereia do formato Blu-ray. Inevitavelmente, isso me faz lembrar da péssima qualidade das fitas VHS que as locadoras ofereciam nos anos 80. E da fama de chato que eu tinha junto a meus amigos e "fornecedores de vídeo" por reclamar de qualquer mínima deterioração na imagem. Pois o tempo mostrou que eu estava certo. O gosto do consumidor evoluiu e hoje a maioria é até mais exigente do que eu era naquela época. Eu até dispensaria Blu-ray – a qualidade do DVD está mais do que satisfatória para mim – mas vou acabar acompanhando a tecnologia.

O que falta acontecer para que os meus sonhos relacionados ao mercado de vídeo se tornem todos realidade? Simples: a TV brasileira meter a mão de verdade em seus arquivos e resgatar material histórico para lançamento. Algumas emissoras já deram seus primeiros passos nessa direção, mas ainda há muito que pode ser feito. O fato de que o único lançamento em DVD de um vídeo-tape brasileiro em preto e branco foi feito nos Estados Unidos ("O Gênio", de Ray Charles) diz muito sobre o quanto a nossa mentalidade precisa evoluir. Aqui mesmo, no Rio Grande do Sul, existem imagens preciosas, tanto em filme quanto em vídeo, que não podem ficar mofando em um depósito qualquer. Mas isso também vai mudar para melhor. Tenho fé.

Leia também:

A evolução do mercado de vídeo
A polêmica da TV de plasma
Projetores e filmes
Videocassete bem utilizado

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Pois eu comprei meu primeiro vídeocassete, marca SHARP, quando , ao ler uma reportagem da revista VEJA, esta dizia que haviam apenas 1000 no Brasil.Eles recém estavam chegando à Zona Franca de Manaus, só não me lembro o ano.Hoje eu possuo três, ainda gravo da TV e possuo mais de 80 fitas VHS, em algumas eu anotei o assunto, em outras a anotação é genérica, tipo "gravações da TV em 1991", mas acredito que tenho algumas relíquias, hoje não tão relíquias por termos vários meios de consultarmos gravações do passado.Mas hoje se não tivermos o sistema e o aaprelho de TV adequados, não conseguiremos fazer gravações através do DVD como faziamos com o vídeocassete.
Lasek

6:03 PM  
Blogger Emilio Pacheco said...

Existe gravador de DVD com HD (disco rígido) que é até melhor do que um videocassete. Tem sintonizador de canais próprio, como o videocassete tinha (ainda que muitos nem se dessem conta disso), e ainda tem a vantagem de permitir edição no próprio HD.

6:11 PM  
Blogger José Elesbán said...

Pois é. Outro dia colocaste por aqui trechos de "Deu Pra ti Anos 70". Existe DVD deste filme?
E que tal "Verdes Anos"?
Ou estes filmes estão neste virtual "baú fechado de preciosidades"?

9:15 PM  
Blogger Emilio Pacheco said...

Ouvi dizer que tem tudo isso pra vender na Casa de Cinema (em DVD-R), mas ainda não fui lá conferir. O meu "Deu Pra Ti Anos 70" é em VHS, que comprei diretamente da pessoa que lançou (depois saiu uma segunda edição).

10:30 AM  

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