sexta-feira, dezembro 30, 2011

Teclado

Nunca fui exatamente um bom datilógrafo. Errava muito e, com isso, perdia tempo apagando e corrigindo. O mecanismo de correção da minha Práxis eletrônica facilitava bastante, mesmo assim não era recomendável abusar do recurso. Sem falar no martírio que era consertar uma letra mal teclada no trabalho, com folhas carbonadas.

Por outro lado, a possibilidade de digitar no computador foi uma libertação para mim. Agora posso errar à vontade, pois os erros, se houver, são corrigidos em uma fração de segundo. Como digitador, acho que sou razoável. Teclo com relativa rapidez, olhando para a tela.

Mas, na semana passada, tive uma experiência ingrata. Eu nunca uso o teclado do notebook, pois acho-o muito apertado e incômodo. Sempre utilizo um teclado externo. E, mesmo nesses casos, sou chato e exigente. Até agora, minha preocupação era encontrar teclas que cedessem de forma natural à ponta dos dedos. Algumas são "duras", parecendo obedecer contra a vontade, como se ainda tentassem resistir aos toques.

Só que, desta vez, foi pior: na pressa, comprei um teclado diferente dos que costumava usar. Neste, as teclas não estavam onde eu esperava encontrá-las! Algum "soldadinho do passo certo" decidiu projetar um teclado diferente de todos os outros. Sim, era o padrão "qwerty", mas com uma disposição ligeiramente alterada, principalmente no posicionamento das teclas especiais. Então eu tinha que teclar com o cuidado e a lentidão de quem caminha de pés descalços por um terreno irregular, olhando onde pisa. Errei várias vezes, chegando mesmo a apagar sem querer trechos inteiros (sendo salvo pelo Control+Z). Lá pelas tantas fiquei tão estressado que tinha vontade de jogar o teclado no lixo!

Talvez se faça necessária uma explicação, aqui. Eu costumo fazer um uso intenso do teclado, escrevendo sempre por extenso, com todos os acentos, vírgulas, espaços, letras maiúsculas e minúsculas. Nunca abrevio nada, nem mesmo em chats. Aliás, acho que nem ao mandar torpedinhos por celular, embora ali eu dispense os acentos. Às vezes me entusiasmo tanto escrevendo que chego a esquecer que o teclado existe. É como se as palavras saíssem diretamente de minha cabeça para a tela.

Vai daí que teclado, pra mim, é como calçado: tem que ser confortável, resistente e de pisada natural. Você não usaria um sapato apertado para caminhar longas distâncias, certo? Pois eu gosto de ir longe e rápido quando digito. Não posso perder tempo "brigando" com as teclas.

Nem é preciso dizer que aposentei meu teclado novo com apenas uma hora de uso. Já providenciei outro, este sim, com o formato ao qual estou acostumado. E segue o baile.

P.S.: Feliz Ano Novo a todos os visitantes do Blog! Que em 2012 as teclas estejam todas onde esperamos encontrá-las, cedam suavemente ao toque e sirvam para escrever uma história bem mais bonita do que em 2011!

1 Comments:

Blogger José Elesbán said...

Feliz Ano Novo para você também, Sr. Emílio.

12:16 AM  

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