Erasmo mantém o pique
Simpático e carismático, o músico conversou bastante com o público, sempre com bom humor. Um dos instantes mais hilários da noite foi o relato de Erasmo antes de cantar "Panorama Ecológico". Ele disse mais ou menos o seguinte: "Nos anos 70, quando eu e o Roberto começamos a compor músicas sobre preservação da natureza, a gravadora não gostou. As mulheres querem ouvir músicas românticas, ninguém quer saber das baleias. Baleia não compra disco! Anos depois, quando o Sting e o Bono Vox começaram a dizer the world rldnorln... [manda ver um impagável 'embromation'], aí as pessoas prestaram atenção e disseram: é mesmo, a gente tem que se preocupar com o mundo!"
Outro destaque da noite foi "É Preciso Saber Viver" com participação do quinteto de cordas da PUC de Porto Alegre. O telão ao fundo do palco valorizou bastante o visual do show, com imagens concretas e abstratas, inevitavelmente concluindo com alusões aos velhos e bons tempos da Jovem Guarda. Uma surpresa foi quando, durante a apresentação de "Cover", apareceu no palco um sósia de Roberto Carlos, distribuindo rosas e tudo. Ah, sim, o show se chama "Sexo e Rock and Roll" combinando os nomes dos dois últimos CDs de Erasmo. O rock sempre esteve presente em seu trabalho. Já a celebração do sexo se manifestou nas canções do seu álbum mais recente, entre elas "Apaixocólico Anônimo" e a já citada "Kamasutra". Erasmo não perdeu a forma. Com 50 anos de carreira, ainda monta uma apresentação vibrante e incendiária, agradando a várias gerações de fãs.
Adivinhem que música ele estava cantando?
Aqui o vídeo da apresentação de "É Preciso Saber Viver" com o Quinteto de Cordas da PUC. É possível que nem todos conheçam o trecho que diz: "Mas se você caminhar comigo / seja qual for o caminho eu sigo / não importa aonde eu for / eu tenho amor, eu tenho amor". Esses versos constavam na gravação original dos Vips, de 1968, e também são ouvidos ao final do filme "Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa" nas vozes de Roberto, Erasmo e Wanderléa. Depois Roberto regravaria a música para o seu compacto de 1974 deixando de fora essa parte, talvez para não desvirtuar a mensagem "ajuizada" da letra. Em outras palavras: nem por amor a gente deve sair do bom caminho.
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