sábado, abril 04, 2009

Centenário

Hoje é o centenário do Sport Clube Internacional, ou simplesmente o Internacional de Porto Alegre, como muitos o conhecem. Já há tempos eu me considero torcedor "da reserva", como eu sempre digo. Sou "convocado" quando acontecem decisões importantes. E houve várias nos últimos anos. Mas não esqueço as alegrias que o Colorado me deu em minha infância e boa parte da adolescência.

Ao contrário do que vocês talvez imaginem, o meu time do coração não é o de 1975, que foi Campeão Brasileiro pela primeira vez e é considerado o melhor de todos os tempos da história do clube (e do Brasil). Minha paixão pelo Inter foi mais forte do que nunca entre 1970 (por influência óbvia da Copa do Mundo) e 1972. Vamos ver se lembro a escalação: Gainete, Édson Madureira, Pontes, Valmir e Jorge Andrade; Carbone e Tovar; Valdomiro, Claudiomiro, Sérgio e Dorinho. E outros que já estavam no plantel e de vez em quando jogavam, ou viriam a conquistar a posição, como Schneider (goleiro), Bráulio, Hermínio, Vacaria, Didi e muitos mais. Em 1971 eu fui com meu irmão ao Rio de Janeiro e assisti ao Inter empatar sem gols com o Botafogo no Maracanã. Mas a emoção maior foi viajar no mesmo avião dos jogadores, ficar no mesmo hotel que eles e depois ainda pegar uma carona no ônibus da delegação na volta do estádio. Claudiomiro voltou conosco a Porto Alegre porque estava lesionado, mas o restante do time foi para Vitória... e encontrou a derrota. Coisas do futebol.

O Internacional é conhecido como o "clube do povo", entre outras coisas, porque, durante anos, o seu arqui-rival Grêmio não tinha negros no time. Então o Colorado surgiu para ser um clube sem discriminação de cor ou preconceito social. Hoje os tempos são outros e se encontram negros gremistas e descendentes de alemães colorados. Mas o Inter, por sua origem humilde, mantém essa tradição de identificação com todas as classes, sem elitismos.

Vivemos também numa época de "alta rotatividade" no futebol. Quando um jogador se destaca, já se sabe que, muito breve, ele estará brilhando nos gramados europeus. Então temos que desfrutar as proezas de nossos craques como uma ejaculação precoce, do tipo "foi bom enquanto durou". Menos mal que os grandes jogadores não param de surgir, um substituindo o outro rapidamente. O Brasil é o berço dos melhores do futebol e o Internacional já formou vários deles.

Eu, como torcedor, continuo "na reserva". Mas podem contar com minha torcida e pensamento positivo assim que houver outra decisão importante. Como diz o hino, "segue tua senda de vitórias, Colorado das glórias, orgulho do Brasil!"

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