sexta-feira, abril 10, 2020

Divagações do isolamento

Desregulei o meu sono. Até consigo adormecer lá pelas 10 da noite, mas é uma "sesta". No máximo à meia-noite, já acordo novamente. E acabo dormindo durante o dia. Aproveito a madrugada para avançar um pouco no meu livro, ler alguma coisa e, de vez em quando, dar uma espiada no que tem no YouTube. Antes tarde do que nunca, aprendi a usar a Internet no meu home theater. 

Logo que eu entrei para a Internet, uma das novidades que mais me fascinavam eram as câmeras ao vivo. E isso que, naquele tempo, a conexão era tão lenta que nem se tinha realmente "movimento". No máximo, viam-se fotos em sequência. Mas eu achava sensacional. Já houve mais câmeras ao vivo em Porto Alegre, pelo que encontrei em links desativados por aí. Atualmente, acho que só tem uma funcionando. É esta aqui. Tudo indica que ela se localiza no alto de um dos prédios da Av. Polônia. Nessa vista aérea, enxerga-se um posto de gasolina da Av. São Pedro esquina Rua Voluntários da Pátria. Mais adiante, o movimento da Av. Castelo Branco, na entrada da cidade. À esquerda da tela, a pacata Rua Conselheiro Camargo. 

Dependendo do horário em que se acessa essa câmera, é impressionante o movimento de carros na Castelo Branco. Além disso, as notícias que se leram e fotos que se viram do povo nas ruas nessa semana foram estarrecedoras. É incrível como o brasileiro está relutante em entender e aceitar o risco que representa o coronavírus. Vamos ficar em casa, por favor!

Antigamente, eu escutava meus audiobooks em minhas caminhadas. Hoje, ouço-os lavando louça e fazendo minhas refeições. É o que me resta. Tem um restaurante aqui do lado e uma fruteira na esquina oposta que têm atendido a minhas necessidades por tele-entrega. Ainda tenho comida e remédios estocados para duas semanas, mais ou menos. 

Estou com saudade do meu filho, mas me consolo em saber que ele está com a pessoa que ele mais ama no mundo, que é a mãe dele. E ela o está enchendo de carinhos e atenções. Rezo para que a população se conscientize e ainda possamos evitar um caos hospitalar que só servirá para complicar as coisas e prorrogar indefinidamente este isolamento. 

Não tem como passar por este período sem perdas. Mas temos que evitar que essas perdas sejam de vidas. Gostei de uma frase que li no Facebook: "FALIDO se recupera, FALECIDO, não". Pena que nem todos enxerguem essa obviedade. Alguns insistem em reabrir o comércio e ainda recorrem a inoportunas relativizações, como apresentar números de mortos por crimes ou outras doenças. Enquanto isso, o vírus se prolifera exponencialmente. 

Que Deus nos proteja a todos! FIQUEM EM CASA!