George Martin (1926-2016)
Mas, em 2013, Mark Lewisohn, pesquisador americano especializado em Beatles, publicou o primeiro de uma série de três livros em que pretende contar a história definitiva da banda. Ignorando mitos e lendas, Lewisohn ouviu as fontes primárias e descobriu a verdadeira versão sobre a entrada de George Martin na vida dos Beatles. O produtor já tinha escutado uma gravação do quarteto e o rejeitado sumariamente. Ocorre que a editora musical Ardmore and Beechwood, ligada à EMI, queria os direitos de "Like Dreamers Do", de Lennon e McCartney, e achou interessante o fato de que os Beatles compunham seu próprio material. Quando os executivos da gravadora descobriram que Martin estava tendo um caso com sua secretária Judy (que viria a ser sua segunda esposa) e a havia levado numa viagem profissional, o produtor ficou numa posição desfavorável. Acabou sendo pressionado a aceitar os Beatles no selo Parlophone. Assim, quando aconteceu o primeiro encontro entre ele e os músicos, a contratação dos Beatles já estava decidida.
Sem saber, George Martin estava sendo forçado a embolsar um verdadeiro bilhete premiado. A combinação da rebeldia e talento bruto dos Beatles com o refinamento musical do produtor resultou numa obra maravilhosa e eterna. E logo Martin estava produzindo outros artistas de Liverpool, como Gerry and the Pacemakers, Billy J. Kramer and the Dakotas e a cantora Cilla Black. O passo seguinte foi se tornar um produtor independente, montar seu próprio estúdio e se consolidar como um dos grandes nomes da música pop.
George Martin faleceu aos 90 anos. É outro que parte com sua missão mais do que cumprida.
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